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As duas partes da fantasia de Sammet.



Entrevista:
Júlio César Bocáter
Bem, todos que tenham um mínimo de vínculo com Heavy Metal, já ouviram falar do Edguy e do Avantasia. E por conseqüência de seu vocalista e mentor, Tobias Sammet. O Avantasia, projeto de Tobias com uma dezena de vocalistas convidados e várias feras nos instrumentos, fez mais sucesso que a própria banda (de fato) de Tob, o Edguy, e, por isso mesmo, alavancou-a para o primeiro time do Metal Melódico alemão e europeu. O Avantasia chega a sua segunda parte, The Metal Opera Pt II, nos mesmos moldes que a Pt I, mas chega ao seu fim. Logo agora que o projeto (e de tabela, o Edguy) poderiam ir num rumo sem precedentes, a interrupção é inevitável. Avantasia hoje é uma verdadeira seleção alemã, com Tobias Sammet (V/ Edguy), Henjo Richter (G/ Gamma Ray), Markus Grosskopf (B/ Helloween) e Alex Hotzwarth (D/ Rhapsody e substituto de Tomas Stauch do Blind Guardian no Brasil), mais vocalistas convidados Andre Matos (Shaman), David DeFeis (Virgin Steele), Oliver Hartmann (At Vance), Michael Kiske (ex-Helloween), Kay Hansen (Gamma Ray), Bob Catley, Ralf Zdiarstek e Rob Rock, além da fada Sharon Den Adel (Within Temptation). De quebra, o restante que tocou nesta segunda parte e outra seleção do mundo. Além de Henjo, Markus e Alex, temos o grande Eric Singer (D/ Black Sabbath, Kiss, Alice Cooper, etc.), Timo Tolkki (G/ Stratovarius), Jens Ludwig (G/ Edguy) mais Frank Tischer (K) e Norman Meiritz (G). Enfim, Tobias, fale sobre o fim do Avantasia e também do Edguy!

RU – Quais diferenças você vê entre The Metal Opera Part I e a Part II?
Tobias Sammet – Bem, basicamente nenhuma, pois o estilo musical é o mesmo e as músicas da segunda parte foram feitas juntas com a primeira. Fora alguns músicos diferentes entre as partes e suas diferenças na execução, na há diferenças significativas. Ou seja, independente do sucesso que a primeira parte teve e a segunda está tendo, o trabalho sairia do mesmo jeito.   
   
RU – No Return, tem coros como o Queen. Você gosta de Queen e seria uma influência para o Avantasia, influência esta que não aparece no Edguy?
Tobias Sammet – Bem, o Queen foi uma das maiores bandas de todos os tempos e quem quiser cantar Rock de qualidade e épico, tem que ao menos ouvir Freddie Mercury. O Queen não chega a ser uma influência latente, menos ainda no Edguy, mas sem dúvida, quando você faz uma música com tom épico, geralmente sai algo com o Queen. E ela conta com dois vocalistas fantásticos, Michael Kiske e Andre Matos, que assumem influência de Queen e Freddie Mercury. Esta faixa é direta!    

RU – The Final Sacrifice é maravilhosa, cantada por você e David DeFeis e parece feita pelo próprio DeFeis no Virgin Steele. Fale sobre ela, é a minha favorita!
Tobias Sammet – Que bom que tenha gostado dela! Também gosto muito, assim como o disco todo! (risos) Bem, DeFeis é um dos meus vocalistas prediletos. Sua banda é injustiçada, ela deveria ter o mesmo sucesso que o Manowar, pois ambos são da mesma época e fazem o mesmo tipo de Metal, vigoroso e épico. Esta faixa é uma das mais pesadas e dramáticas, assim como seu momento na história. Eu a fiz com carinho para David dar o melhor de seu estilo.    

RU – Por que Timo Tolkki não está na PartII e por que Bob Catley entrou em seu lugar?
Tobias Sammet – Mas Timo Tolkki está no segundo disco sim!  

RU – Sim, ele está, mas apenas tocando guitarra e não tocando.
Tobias Sammet – Ah sim! Na verdade, na primeira parte ele apenas fez uma voz na torre e agora ele toca guitarra também. E Bob é um grande vocal e seu personagem “apareceu” nesta segunda parte, que não aparecia na primeira. Só isso. 

RU – Em que países o Avantasia é recebido melhor e vende mais?
Tobias Sammet – Não sei dizer os números exatamente. Mas os lugares onde temos mais sucesso são o Japão, Alemanha e países da Escandinávia e resto da Europa, além do Brasil, claro!  

RU – E por falar em Brasil, o que achou do nosso público?
Tobias Sammet – Fantástico! Inacreditável! È incrível como uma banda alemã, que canta em inglês, toca no Brasil, que fala português, acho, e todos se entendem! Os fãs brasileiros cantam todas as músicas, todas as letras, e cantam muito, muito alto. Nunca tinha visto uma reação destas, já que na Europa e Japão, as pessoas são muito mais contidas. Os brasileiros são os fãs de Metal mais apaixonados do planeta!

RU – Ainda no Brasil, a primeira prensagem de The Metal Opera Part II esgotou-se em duas ou três semanas.

Tobias Sammet – Sério? Não sabia disso! O público brasileiro me orgulha e me motiva a continuar minha carreira.

RU – O Avantasia, ainda que parcialmente, já fez um show? Ou apenas algumas faixas nos set lists do Edguy? 

Tobias Sammet – Sim, apenas nos shows do Edguy. É impossível reproduzir o Avantasia ao vivo. As vezes damos sorte de em algum show ter alguém que participou do projeto e fazer um jam, mas só.

RU – O que você acha de outras Óperas-Rock como Nostradamus, do búlgaro Nikolo Kotzev e os Star One e Ayeron, o holandês Arjen Lucansen, entre outros?

Tobias Sammet – Conheço melhor o Nostadamus, que é ótimo. Mas evito ouvir este tipo de obra, pois já tenho a  minha Ópera Metal! (risos)

RU – Para terminar, vai haver a terceira parte do Avantasia?

Tobias Sammet – Não, pois a minha banda é o Edguy e o próximo disco vem aí. Esta é a minha prioridade.

AVANTASIA
The Metal Opera Pt II
Rock Brigade
Laser Company – nac.
Depois desta elucidativa entrevista com o chefe do negócio, agora é hora de dar uma resumida na The Metal Opera Pt II. Os convidados são os mesmos da Pt I. Continuam os vocalistas Tobias Sammet (lógico – Edguy) Andre Matos (Shaman), Kai Hansen (Gamma Ray), David DeFeis (Virgin Steele), Oliver Hartmann (At Vance), Sharon Den Adel (Within Temptation), Rob Rock e Ralf Zdiarstek. As mudanças: Timo Tolkki apenas toca guitarra, só cantou na primeira parte, em seu lugar entrou Bob Catley e Michael Kiske, que aparecia como Ernie, por não querer seu nome mais veiculado ao Heavy Metal por causa de sua religião, agora aparece como Michael Kiske mesmo (meu, por que o cara quis ser religioso? Imagine se ele tivesse só saído do Helloween, mas continuado na cena, quantas obras não teríamos mais com sua sublime voz?). Os personagens são os mesmos dos que continuaram, apenas não temos mais a voz da torre (Tolkki) e agora a “Tree Knowledge” (Catley). O tema tem a mesma intensidade e o mesmo tom mágico, pagão, celta e medieval nas letras. As músicas são um arraso! Talvez não deva superar a primeira parte e nem tem aquele hit grudento como a faixa Avantasia, (talvez No Return) mas a qualidade e o suspense são idem! Mas disparada a melhor e mais estonteante é The Final Sacrifice com DeFeis! Além de lembrar sua banda, o Virgin Steele, o cara tem um vozeirão, uma classe e imprime sua personalidade quando abre a boca! Sensacional! Faça o seguinte; compre a parte 2 (e a 1 se ainda não o fez) e ouça por inteiro esta obra que chegou ao fim! JCB – 10