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KOOL METAL FESTIVAL – NAPALM DEATH, SUFFOCATION – Espaço Victory/SP – 15/05/2010.
Texto e fotos: Rodrigo Ribeiro.
Sabadão a noite dia 15 de maio de 2010,mais um dia de virada cultural no centro da cidade... Shows ao vivo, vários estilos e bandas, mas quem ousou ir para esta virada cultural perdeu tempo, pois não teve o prazer de registrar a vinda de um dos grandes nomes do Death Metal / Grindcore nternacional ao país, além de tudo na região leste, mais precisamente, na Penha. Quem diria que o interior de um salão de festas, no Espaço Victory, na Rua Major Angelo Zanchi, 825. Fiquei impressionado com o tamanho do local, quando adentrei ao espaço. Praticamente um local para umas 2.500 pessoas, impressionante. A noite calma e agradável, para um festival (Kool Metal Festival) onde contou com a presença de 5 bandas: Western Days, D.E.R, Violator (todas brasileiras), Suffocation (E.U.A) e por fim a mais esperada, o Napalm Death (Inglaterra) respectivamente nesta ordem informada. Bandas muito boas, mas com 20 minutos de atraso para iniciar os shows. A casa toda curtindo as bandas de abertura, todos empolgados a espera da principal banda da noite. A casa começou a esquentar mesmo (+ ou - 1.500 pessoas no interior), antes mesmo da banda principal, logo que o Violator (3ªbanda da noite) adentrou ao palco mostrando seu Thrash Metal “by Bay Área”, resgatando os anos 80, para todos que contagiou a muitos e até fez com que o público abrisse uma roda no meio do salão para se divertir. Após veio o Suffocation, apesar de seus 15 a 25 minutos de regulagem de som, isso deixando muitos frustrados, os caras mostraram belo som, riffs pesados, seqüências harmônicas complexas, solos esmagadores. Foi bem ver uma das lendas do profícuo Death Metal norte-americano. Mas o público mesmo estava ali para ver uns dos maiores clássicos do Death Metal e Grindcore, (talvez a banda Grind mais Death da história e vice-versa). Quem perdeu não terá nova oportunidade tão cedo de vê-los por aqui. O que dizer de Napalm Death? Brutalidade total em suas letras, velocidade em seus arranjos, pancadaria na bateria e um vocal monstruoso. Uma bela receita para um bom Death Grind. Não tive palavras ao começar a ouvir os sons do Napalm ao vivo e a 2 metros de distância praticamente. Animação de começo ao fim, ninguém parado neste momento mágico e inesquecível. Público cantando e sempre interagindo com a banda, momentos históricos na ZL! A organização do show está de parabéns pelo evento, onde tudo ocorreu muito bem, tudo perfeito. Faltam locais neste país para podermos reverenciar essas bandas. Quando iremos ter uma arena específica para podermos curtir sons sem ter de nos rebaixar a salão de festas, mesmo espaçoso, mas sem estrutura física para comportar show e eventos, de tal magnitude. Fico decepcionado ter de ir em muitas vezes em casas de pagode, ou casas que mais parecem points de techno. Quem sabe um dia teremos um local próprio para que possamos ter sossego, sem ter horários e sem ter nos submeter ao capitalismo, a ganância. Um dia quem sabe...
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DEATHSTARS – Carioca Club/SP – 30/05/2010.
Texto e fotos: Rodrigo Ribeiro.
No último dia 30/05 aconteceu aqui em São Paulo na casa Carioca Club o primeiro show da banda sueca Deathstars que possui influências do gótico -industrial. O público já estava reclamando pela demora do show (quase 20 minutos de espera) mais quando a banda subiu no palco houve uma explosão de euforia. O público em geral não se conteve, emoção a mil, todos gritavam, berravam, pareciam estar em transe com a entrada do Deathstars em palco. Com seus sons intensos, sombrios e excitantes fizeram um grupo pequeno de fãs delirarem, foram supersimpáticos, interagindo com o público. A banda que não é muito conhecida aqui conseguiu reunir na casa uma quantidade pequena de fãs mais todos conheciam suas músicas, que foram cantadas em sincronismo com Andreas Bergh (aka Whiplasher Bernadotte) vocalista e líder do grupo. A banda se formou em 1993 e tocava death metal, identificando-se como Swordmaster. De lá para cá, a formação manteve-se intacta, senão pela saída do guitarrista Erik Halvorsen (aka Beast X Electric). Sendo assim, a formação atual conta com o vocalista Andreas Bergh (aka Whiplasher Bernadotte), guitarristas Emil Nödtveidt (aka Nightmare Industries) e Eric Bäckman (aka Cat Casino), baixista e vocal de apoio Jonas Kangur (aka Skinny Disco) e baterista Ole Öhman (aka Bone W. Machine). A discografia da banda possui os álbuns de estúdio Synthetic Generation (2002), Termination Bliss (2006) e o mais recente Night Electric Night (2009). Logo no primeiro trabalho, o grupo definiu como hit a música Our God The Drugs, em que a voz arranhada e aguda se mistura a vocal grave, semelhante ao de Till Lindemann (Rammstein) e ainda põe em conflito temáticas do metal com a ideologia cyberpunk presente na música industrial. Os outros dois discos não tem o mesmo estilo de guitarra do álbum de estréia. Em Night Electric Night, alguns fãs notaram que o peso original que a Deathstars inseria nas composições do início da carreira se perdeu. A montagem do show foi simples a casa é muito quente e abafada mais tirando isso, TODO MUNDO curtindo o som e a simpatia da banda.
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WASP – Santana Hall/SP – 10/04/2010.
Texto: Júlio César Bocáter. Fotos: Márcio Rodrigo
Uma das apresentações mais esperadas do ano e dos últimos tempos, o retorno do WASP ao Brasil depois de cinco anos. Em sua primeira passagem, apesar de tocar no Via Funchal, um lugar muito maior, o show foi numa sexta-feira e a casa estava longe de estar cheia, além de o evento ter sido um mini-festival, com Vader, Electric Funeral, Andreas Kisser Project e     do qual a banda principal entrou no palco de madrugada e tocou pouco mais do que 40 minutos. Desta vez, só eles estarão no palco, sem banda de abertura, e logo, com um set bem maior. Como novidade, anunciou-se (e foi cumprido) o telão com imagem e vídeos de fundo, com a banda tocando de forma sincronizada ao mesmo tempo com o telão mostrando como esta formação está hiper entrosada. Mas falar de Blackie Lawless é falar de polêmica e não poderia ter passado no Brasil de forma impune. Primeiro, a banda cancelou apresentações pela América Latina, em países como México, Peru, Colômbia e Chile. Segundo, um dia antes do show em São Paulo, dia 09 de abril, sexta-feira, a banda tocaria em Curitiba, no Moinho dos Ventos, mas cancelou o show em cima da hora, as 21 horas, quando o público já estava dentro da casa esperando o grupo sair do palco. A banda reclamou da montagem do palco e da sonoridade, bem como de algumas instalações do local. De acordo com a organização, todas as alterações solicitadas foram feitas, não houve acordo. Sendo assim, todos foram ao show de São Paulo, cientes de que a apresentação poderia não acontecer. Eu era um desses. Afinal, o show estava marcado para as 18:30, chegamos ao local as 18 horas e a casa não havia aberto ainda. Em terceiro, para aumentar a polêmica, vem um outro problema que enfrentamos em São Paulo: a falta de espaços para shows médios. Ou temos casas que abrigam 6 a 7 mil pessoas como Via Funchal e Credicard Hall, que são muito grandes e caros para a maioria das produções, ou temos bares para no máximo 300 pessoas. Estas são as opções descentes em Sampa, desde que o IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) comprou o Olímpia (a mesma IURD comprou o lendário Rainbow Theatre em Londres, com o mesmo intuito estratégico). Ainda outros lugares, como Citibank Hall (antigo DirecTV e Palace) viraram muito elitizados e caros, privilegiando outros estilos musicais como MPB (outro segmento que se cansou de fazer passeatas contra o Rock e as guitarras). Me responda: este é o país de primeiro mundo, em breve a quinta economia mundial que o Lula tenta enfiar goela abaixo, do qual a mídia comprada passa e o público concroda? Se nem combater e prevenir enchentes ou doenças transmitidas por mosquitos conseguimos? Desculpem-me, mas tirando a democracia meia boca e o fim da inflação, nada mudou por aqui. Ainda acredito em letras de música como Que País É Esse e Inútil do Ultraje a Rigor, principalmente em seu começo “A gente não sabemos escolher presidente” e por aí vai. Enfim, com essa falta de lugares médios em São Paulo, a bandas de Rock, produtores e público tem que se submeter a matinês com shows começando 18 horas para acabar antes das 21 horas, pois estas casas tem programação noturna com shows de pagode e forró (que são estilos musicais de primeiro mundo, numa cidade cosmopolita como São Paulo. Capital do Rock? Você acredita nisso ainda?). Neste mofado Santana Hall, mofado, apesar de ter apenas dois anos de existência, o maior público lá é o ácaro e as bactérias, com banheiros fétidos e uma casa sem ventilação. Quando é verão, lá dentro beira o insuportável, com aquela velha mandinga de deixar o lugar o mais quente possível para vender mais bebidas lá dentro, com preços de Vila Olímpia em uma localização boa, mas cercada de botecos, camelôs, poluição, sujeira e toda a escória possível. Desculpem, mas cansei de ir a shows no Santana Hall e no Carioca Club (este mais limpo, arrumado e aconchegante, embora menor, mas com a mesma política nefasta). E deixar bem claro, que todos os produtores (TODOS sem exceção), não tem culpa disso, nem as bandas e menos ainda o público. Todos são vítimas deste circo. Fazem shows nestes lugares porque, literalmente, “é o que tem”. Recentemente houve o show do Nile no Santana Hall, do qual fiz assessoria de imprensa, que acabou sendo numa quinta-feira porque no sábado, não daria tempo da banda tocar e estar no dia seguinte na Nova Zelândia. Então a produção resolveu fazer na quinta, pois se fizesse na sexta-feira, teria que começar as 19 horas e acabar as 21. fala serio, quem em São Paulo chegaria no show as 19 horas com nosso trânsito maluco? Conclusão? O público foi bem abaixo do esperado também por causa disso. Está na hora de nós da imprensa especializada, utilizar nossas armas (microfones, canetas, teclados, monitores, papéis e etc). Mesmo que de nada adiante, vamos gastar e usar nossa (ainda) democracia. Quem sabe nossa pressão dê algum resultado. A casa tem seguranças despreparados, eu os vi gritando com o público que paga o salário deles com arrogância. Será que eles gritam assim com o público traficante de bailes Funk? Eles gritam assim com o público de Forró, do qual metade porta peixeiras? Ou ainda com os vagabundos do Pagode? Não é preconceito, é lei da reciprocidade, na gíria, “vento que venta cá, venta lá”. Eles nos tratam assim, vamos ser recíprocos. Enfim, a casa abriu as 19:30 e o show começou as 20:30. E que show! Essa polêmica e essa guerra toda só serviram para deixar a noite ainda melhor (que nem aquelas partidas de futebol tensas de Libertadores de América e Eliminatórias da Copa do Mundo). Enfim, começa o show, com a introdução de Mephisto Waltz, a banda sobe ao palco, despejando logo de cara com On Your Knees do seu debut, emendada com a clássica The Real Me, do clássico The Headless Children. Eu me emocionei, pois foi o primeiro vídeo clipe que assisti da banda, onde passava toda semana no Realce, programa de clipes da Tv gazeta, apresentado por Beto Rivera e seu parceiro, o boneco Capivara. Depois, o programa se chamara Clip Trip. Na seqüência, L.O.V.E. Machine do majestoso debut W.A.S.P. Aí Blackie fala (pouco) com o público, com o “are you ready, São Paulo?” e sem delongas, anuncia a próxima música Crazy, faixa de abertura do disco mais recente, Babylon de 2009 (uma pena não ter saído no Brasil ainda). Essa faixa, apesar de nova, relembra os melhores momentos da banda nos anos 80, candidata a não sair mais do set list de seus shows. Vale ressaltar a voz de Lawless, impecável. Ainda, sua presença de palco que, apesar de estar gordo, não pára um minuto, correndo de um lado para o outro, apontando o baixista Mike Duda (o membro mais antigo depois do Lawless, está na banda há 13 anos) para fazer os backings. Ainda, entre as partes que ele não canta, ele encara a audiência e falava coisas que não dava para se entender. Podia estar nos xingando ou rogando pragas, o que importa? Seguindo, Babylon's Burning, também do disco novo, ótima, mostrando no telão ao fundo, o clipe desta música, dinâmico e mostrando (ao melhor estilo anos 80) vários estadistas atuais juntos com Hitler (incluindo Obama, do qual Lawless é contra). Depois, ele anuncia Wild Child para delírio de todos, que cantaram e pularam juntos. A zona norte tremeu nessa hora! Ressalta-se o fato de o som estar impecável, bem como a simples iluminação. Depois disso, um medley de Hellion / I Don't Need No Doctor / Scream Until You Like It/ I Don’t Need No Doctor. O que dizer? Não menos que estonteante! Depois, a trinca advinda da Ópera Rock The Crimson Idol, muitíssimo criticado pela imprensa na época (eu lembro), mas um grande disco. Eu o comprei autografado na Woodstock, e achava as críticas injustas. Mas confesso que funciona mais no disco, pois ao vivo, deu uma quebrada no clima. Mas Lawless tem este disco como um de seus prediletos. A trinca deste disco foi Arena Of Pleasure, Chainsaw Charlie (Murders in the New Morgue) e The Idol. Destaque para o restante da banda, o grande guitarrista Doug Blair, cheio de entra e sai da banda (entrou em 1992 e saiu, depois em 2001 e mais tarde, em 2006, retornaria em definitivo) e o baterista Mike Dupke. O show não teve os famigerados solos e encerrando o set, o clássico mor do WASP, I Wanna Be Somebody anunciada com seus riffs e instrumental que foi estendida por um ritual de Lawless: ele pegou uma toalha de rosto azul, limpou o suor do cabelo, do rosto agora redondo, limpou a boca, limpou o nariz e fez o que todos estavam esperando: jogou a toalha toda fedida para a pista, da qual foi disputada a tapa. Nojento! A execução da música, provocou um terremoto de ao menos uns 4 graus na escala Richter. Seu refrão foi cantado pelo publico. A banda sai de palco ovacionada e demorou muito a voltar (talvez numa quebra de braço com o dono do Santana Hall). A trupe volta com a inesperada Heaven's Hung In Black, do Dominator, disco que passou batido por aqui. Encerrando o curto show (mas quase o dobro de 2005), a totalmente esperada Blind In Texas, do clássico The Last Command, com direito ao seu hilário clipe. Enfim, uma noite polêmica, de ânimos acirrados, mas que o Rock’n Roll saiu vencendo mais uma vez. Ah! A casa tinha pressa no encerramento do show, pois as 23 horas tocaria o grupo Moleca com o ingresso a R$10,00... Imagina se um ET surgisse na sua frente, e você contasse a ele que uma casa de shows, deu prioridade ao grupo Moleca com ingresso a R$10,00, em detrimento do WASP, cujo ingresso custava R$90,00. Na mesma hora, ele pegaria seu disco voador e voltaria á velocidade da luz para o seu planeta e nunca mais voltaria para a Terra. Certo ele...
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OVERKILL – Clash Club/SP –
19/03/2010.
Texto: Júlio César Bocáter. Foto: Marcos Fernandes Neves.
Outro show histórico. Nessa onda de shows internacionais, que assola o Brasil (de repente, todo mundo descobriu que aqui têm público), muitas bandas fracas têm tocado aqui, outras, que já tocaram trocentas vezes, outras, longe de sua melhor fase e outras, no seu auge, senão em composição, mas sim em execução ao vivo. É esta última vertente que estamos falando agora. Este é só segundo show em solo brasileiro, antes a banda só tinha tocado aqui em 2001. Essa primeira apresentação eu perdi, pois no mesmo dia tocou o Helloween em sua primeira turnê como headliner no Brasil, e não me arrependo, pois além de ter sido um puta show, foi o último show decente da banda por aqui, ainda com Roland Grapow e Uli Kusch, promovendo o último bom disco do grupo, The Dark Ride (tudo isso, show e disco, na minha opinião). Era como se fosse uma premonição, como se soubesse que este seria o canto do cisne do Helloween (pois depois disso, a banda não me convenceu mais), e como se previsse que o Overkill demoraria, mas voltaria com um show melhor ainda! Com todas as pessoas com quem conversei, que estiveram nos dois shows, em 2001 e 2010 (olha que datas cabalísticas), tanto jornalistas como fãs, foram unânimes: este show deste ano foi bem melhor! O lugar parecia um caldeirão, o Clash, apesar de aprazível, é pequeno e o show estava praticamente sold out, não cabia mais ninguém ali dentro e quente, muito quente. O público, muitos com visual retro, lembrou muito o que vimos no show do Venom ano passado. Nostalgia total! Quando a banda atravessa o camarote térreo para entrar no palco. Sim, no Clash, o camarim não é atrás do palco. A banda tem que atravessar o camarim que fica dois degraus acima da pista para chegar ao palco, que além de baixo, é pequeno, praticamente deixando os músicos imobilizados durante o show. Com toda essa situação, parecíamos estar em algum pub em algum recanto dos Estados Unidos. Tive essa mesma sensação em 1998 quando o Exodus tocou na Fofinho. Totalmente Underground! A banda abre com The Green And Black do disco novo Ironbound, para mim, o melhor desde Necroshine de 1999. Do disco recém lançado, tivemos ainda a grande faixa-título e Bring Me The Night. Mas a noite estava permeada de clássicos Feel The Fire, Wrecking Crew, Overkill (claro) e Elimination que encerrou o show. Este fopi um dos poucos shows que assisti nos últimos anos, onde se abriu uma verdadeira roda para o pessoal se degladiar. Hoje, os shows em geral estão ficando chatos, no que tange a participação do público. Enquanto uma parte estudou o set list de shows anteriores e fica pedindo a próxima música, sabendo que ela será tocada, outra parte fica o show todo fotografando. Legal, nada contra, mas o feeling se ver algo ao vivo é indescritível. E nesse show, repleto de “old schoolers”, o pessoal queria saber de bater cabeça, dar moshs e pogar! Bobby Blitz continua com seu vozerio esganiçado intacto. Seu escudeiro, o baixista D. D. Verni, é uma presença marcante no palco. Completaram o show as porradas Battle, In Union We Stand, Bare Bones, Gasoline Dream e as ensandecidas Rotten To The Core e Hello From The Gutter. A banda encerra o set com Elimination. Com uma breve pausa, começa a ser entoada a introdução de Necroshine, que tem uma produção visual e de iluminação exclusiva, que a acompanha desde a turnê do disco anônimo, antes, abrindo os shows, agora, abrindo o encore. Uma paulada, uma das mais cantadas e agitadas pela audiência. Encerrando, Old School, faixa auto-biográfica (e que representava a maioria ali presente – e Old School não é só quem é mais antigo em idade, mas sim, também, muita garotada nova, mas que encarna esse estilo, venerando as era de ouro do Metal). Por fim, Fuck You, que em seu meio teve um trecho de Overkill (a do Motörhead), música que batizou o grupo, voltando e encerrando com Fuck You. Uma noite histórica, onde valeu cada ano de espera, cada centavo gasto com o ingresso, cada gota de suor (e ali dentro foram muitas) ed cada liquido ingerido. Mas por favor, Bobby: sem essa demorar mais 9 anos para regressar, ok?
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KORPIKLAANI – Clash Club/SP – 21/03/2010.

Texto e fotos: Rodrigo Ribeiro Faria.
Apesar de a casa não ser muito espaçosa, foi um verdadeiro show a moda folk. Uma noite quente com céu aberto e casa lotada. A Clash Club na Barra Funda foi o palco para a vinda dos finlandeses do Korpiklaani em um show memorável e digno de respeito. Uma bela noite, como se fosse em uma taberna. A banda impôs seu ritmo Folk Metal, contagiando a todos que estavam presente na casa. Para evaporar toda a cevada que o público presente já havia ingerido, iniciaram a noite com Vodka. Bela música com um ritmo mais rápido. Em vários momentos Jonne Järvelä (vocals, guitar) agitou a galera para interagir com a banda, momentos inesquecíveis. Um belo espetáculo para quem imaginou um show desanimado, animação do começo ao fim. Belo sincronismo entre Hittavainen (violin, jouhikko, bagpipes, flute), Cane (guitar), Jarkko Aaltonen (bass) e Juho Kauppinen (accordion). Levados pelo ritmo inigualável de Matti "Matson" Johansson (drums). Para quem espera pouco deste show viu muitas coisas, como a gratidão de Jonne Järvelä (vocals, guitar) para com o público brasileiro, em vários momentos levantando a bandeira verde e amarela e agradecendo a vinda de todos naquela noite. Músicas em vários bits em um set list todo perfeito e dava ate a impressão que o set list estava sendo feito na hora. O publico pedia e o Korpiklaani atendia, músicas tocadas na hora. Isso sim é uma banda, pois não faz apenas o que programou e sim o que o público pede. Um show para os paulistas não esquecerem, quem perdeu vai demorar muito para vê-los novamente em terras brasileiras. E para finalizar a noite quente, agitada e regada a cevada, água e muito Folk Metal, a belíssima Beer Beer (cerveja, cerveja) onde os embriagados começaram a se soltarem. Uma noite linda, etílica e inesquecível para aqueles que ali estiveram e puderam presenciar esta memorável banda, com um público de menor estatura que já vi nos últimos tempos. Seria devido a grande presença de gnomos e duendes? Destaque ainda para a abertura dos argentinos do Skiltron, que fazem um som mais pesado que os Korpiklaani, com influências mais celtas (do que para a Polka dos finlandeses), com direito até a gaita de foles. Uma noite medieval!  
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ICED EARTH – Via Funchal/SP – 06/02/2010.

Texto: Júlio César Bocáter. Fotos: Marcio Rodrigo.
Sim, foi uma noite de glória! Uma das bandas mais aguardadas dos últimos tempos enfim chegou ao Brasil. Desde que a Century Media abriu escritório no Brasil, em 1999, se falava que o Iced Earth tocaria por aqui. A gravadora trouxe ainda em 2001 o Nevermore, que ao lado do Iced, eram as duas bandas Top’s do momento do selo. Mas a gravadora até fechou seu Office aqui, e a banda acabou não vindo. Só agora no começo de 2010, o sonho virou realidade, pelas mãos (cabeças, pés, etc.) da Top Link. Quero deixar bem claro que estou longe de ser fã da banda, apesar de sempre ter respeitado-a. Mas sua música, nos discos completos, não me agradava tanto, apenas algumas faixas aqui e acolá. Mas apesar disso, sempre achei a banda injustiçada, pois é uma das mais originais da cena, com uma mistura única de Heavy, Thrash e Power Metal melancólico e melódico. Mas os fãs, e não são poucos, sempre deram valor e compareceram em peso ao Via Funchal, num show quase sold out! Sem banda de abertura, o Iced Earth subiu ao palco para o delírio de seu público eclético e variado. Sim, desde jovens adolescentes que conheceram a banda ontem até o pessoal da velha guarda, desde fãs com camisetas de bandas melódicas como Helloween, até camisetas de ícones do Thrash, como Slayer, passando pelo pessoal mais tradicional, Iron Maiden e ainda, fãs de Metal Extremo. O show foi literalmente um show! Desde já, favorito, nas tradicionais votações de final/começo do ano. Me impressionei com a presença de palco, postura dos integrantes, a qualidade sonora e tudo o mais, além do repertório. Afinal, muitas bandas têm discos irregulares, mas em shows, quando se junta o seu melhor, acaba sendo esmagador. Foi o caso. E desde já, me deparei com uma injustiça maior ainda, que o pouco reconhecimento da banda. Matthew Barlow. Já tinha visto algo em DVD, mas em vídeos oficiais, quase sempre rolam overdubs e há muitos cortes de imagens e muita produção. Por exemplo, o show do Iron Maiden no Rock IN Rio 3 foi modorrento, com a banda inteira, a exceção de Bruce Dickinson, parecendo um coletivo de múmias. Porém na edição do DVD, o show deu a impressão de ter sido o mais energético de todos os tempos. Não tem jeito, tem que ser conferido ao vivo e a cores, com os próprios ouvidos e retinas. O que esse cara canta, é brincadeira! Hoje, Matthew bota no bolso Rob Halford, Ripper Owens, Bruce Dickinson, Ralph Scheepers e não estou exagerando! A voz que esse cara tem ao vivo, somado aos gritos, berros e demais vocalizações agudas, sem a voz esmorecer durante a apresentação. Sua presença de palco é brutal, ele mais velho, quase careca, ruivo, alto e musculoso (e feio!) agitando nos solos e riffs ou qualquer parte que não canta, a frente do palco, bangueando e com os braços abertos parecia um super-herói ou personagem do Street Fighter ou ainda A Coisa mesmo! Jon Schaffer, o dono do negócio, no canto esquerdo (para o público), também mais velho, mais gordo, mais barbudo e grisalho, dava pinta de um motociclista de algum moto-clube. Não por isso, haviam vários motociclistas no público! O público cantou em uníssono todas as músicas, sim, todas! Ok, que hoje a galerinha estuda o set list e baixa e decora só as músicas que serão tocadas. Mas fazia tempo que não via tal êxtase coletivo assim. Como é a primeira vez, procuraram atender todos os discos, procuraram, mas claro que a fase com Tim Ripper Owens (ex-Iced Earth, Judas Priest e Winters Bane) dos dois últimos discos, The Glorious Burden e Framing Armageddon (Something Wicked Part II), foi apenas tolerada e abordada discretamente, com ênfase em material antigo da fase de Barlow mesmo (normalmente, os últimos discos são os mais tocados). Um show em que é desnecessário citar pontos altos, pois foi o show inteiro, num dos raros momentos de shows em Sampa realizados sob intenso calor e sem chuva (era tradição shows em SP fazer frio e tempo chuvoso). Um show pra lavar a alma (desta vez sem água da chuva, mas com muito suor mesmo!).