LORD BLASPHEMATE
Lucifer Prometheus – Sun In Aries equinox
Heavy Metal Rock – nac.
Este é um dos mais primorosos álbums do Black Metal nacional. Em todos aspectos, Lucifer Prometheus, arrebenta! Graficamente, é um primor, uma das mais belas capas da atualidade, um trabalho de Alcides Burn, da Burn Arts. Musicalmente, a produção sonora é semelhante às produções gringas! E musicalmente, o bicho pega! A banda de Natal (RN), trás com orgulho o Metal nordestino. A banda se auto-intitula Luciferian Metal, faz jus sim. Pois apesar da musicalidade ser Black, acaba criando uma personalidade própria, vista que nas suas letras, perpassam para a parte musical a sonoridade e o ideal Luciferiano. Tirando toda a parte mitológica, aqui abordada, com foco em Prometeus na história grega, eles tem o sentimento Luciferiano e o reconhecimento das diversas manifestações Dele em diversos locais e épocas de nosso planeta, e passam isso a sua música. Quem é Luciferiano (muito prazer) identifica e sente isso. A música é soturna e algo épica, e não há como não lembrar ou remeter ao grego Rotting Christ, liderado por Sakis. As melodias são tétricas e aponta-se em destaque também, os blast beats, ou a nossa “metranca” e a adição de teclados e sim, violinos! “Lucifer Prometheus Sun in Aries 0°0’0” - Equinox” é variada, com andamentos ora rápido, ora cadenciados. A letra dá toda a “letra” sobre sua história. A Heptarchia Mystica - The Enochians Slaves Angelicae, é longa e trás além do clima soturno, flertes com o Doom Metal. Alternâncias com vocais guturais e vocais limpos, dão a tônica também. Já The Magician Hierophant of Hadit in Equinox vem no estilo Black Metal tradicional, e por aí vai. The Paroketh Veil - The Sun of Tipharet vem a tona a parte cabalística, visto que Tipharet é umas esferas da Cabalah, sendo esta correspondente ao Sol e a tudo que ele remete. Draco Estelar Ophidian Ignea é outra sombria e remete a ala Draconiana de Lúcifer. In Astral Journey Through of Kingdom of the Quliphots também longa, tem 15 minutos, uma ode à Estrela da Manhã, mas flanando com a Árvore da Morte da Kabalah (tanto com C quanto com K) pois Quliphots é o oposto das Sephirots, que são as partes da Árvore da Vida. Aqui, os teclados femininos, dão um adorno e um ar mais sombrio ainda! Definitivamente, eles conseguem passar para as músicas, o que retratam nas letras, uma aula de magia e talento. Enfim, um disco PERFEITO! JCB – 10

Tracklist:
1. Lucifer Prometheus Sun in Aries 0°0’0″ - Equinox                    
2. Heptarchia Mystica - The Enochians Slaves Angelicae               
3. The Magician Hierophant of Hadit in Equinox               
4. The Paroketh Veil 0 The Sun of Tipharet            
5. Draco Estelar Ophidian Ignea                  
6. In Astral Journey Through of Kingdom of the Quliphots                      
7. Le Messe Noir - Le Psychodrame Original                      
8. Heptarquia Mystica - The Enochians Slaves Angelicae (orchestral version)

PATRIA
Magna Adversia
Heavy Metal Rock – nac.
Muitos chamam o Patria de o “Dakthrone brasileiro”. Isso é dubio, pois se é um elogio, também acaba subestimando a originalidade do grupo. Sim o Patria é uma das hordas mais originais em nossas paragens! A banda de Carlos Barbosa (RS) está na ativa e não para de lançar artefatos, um em cima do outro. E em todos formatos possíveis, eles nunca passam batido no cenário, seja com discos cheios, seja com splits, relançamentos, EPs e etc. Aliás, quase tudo do Patria, tem sido lançado pela HEAVY METAL ROCK do incansável Wilton! Lá fora, a banda é gigante dentro do Underground mundial, muito mais lá do que aqui, e Magna Adversia”, será lançado pela Soulseller Records. O estilo do grupo continua o mesmo: cru, ríspido e agressivo e gélido, ao velho estilo ‘cada dia mais sujo e agressivo’, típico do Brasil. O duo produziu o disco, tendo Øystein G. Brun (guitarrista do BORKNAGAR) mais uma vez com eles, agora como co-produtor, também fez a mixagem e masterização de “Magna Adversia” no estúdio Crosound, em Garnes, na Noruega. Ou seja ficou aquele som cru e ríspido bem produzido. O encarte é trabalhado com fundo preto onde gravuras em tons de cinza se destacam sem atrapalhar a leitura das letras, trabalho feito por Marcelo Vasco. Os vocais de Triumphsword soube trabalhar os timbres rasgados, com boa dicção (isso faz diferença para fazer sucesso lá fora, as pessoas tem que entender o que está sendo cantado, ou urrado); Mantus (não é o do Venom) vem forte nas guitarras, seus riffs são precisos e com aura de escuridão. E em “Magna Adversia”, pela primeira vez temos um baterista real, pois Asgeir Mickelson (multi-bandas) tocou em quase todas as faixas, menos em “Magna Adversia”. Mas ao mesmo tempo, Fabiano Penna (REBAELLIUN) fez a intro de “Now I Bleed” e as orquestrações de “Magna Adversia”, onde Øystein G. Brun programou a bateria e efeitos, e Ristow (guitarrista que toca com a banda ao vivo) fez algumas linhas de guitarra. Sem destaques individuais, o disco é perfeito do começo ao fim, um opus verdadeiro!

Tracklist:
1. Infidels   
2. Axis   
3. Heartless   
4. A Two-Way Path   
5. Communion   
6. Now I Bleed   
7. Arsonist   
8. The Oath   
9. Porcelain Idols   
10. Magna Adversia

CRADLE OF FILTH
Hammer Of The Witches
Voice Music – nac.
Uma das mais polêmicas bandas do cenário Metal está de disco novo! Fazia tempo que não resenha algo deles! A eterna polemica se são Black Metal ou não. Se são verdadeiros ou não. Se eles são Góticos ou não. Isso depende da visão de como você vê a banda. Se ser verdadeiro é ser True, fodão e baixar tudo, então ta. Se ser vendido é quem compra discos nos dias de hoje, então sejamos vendidos. Independente de qualquer coisa, o COF é uma das mais criativas bandas do cenário Heavy Metal em geral. Sim, eles tocam Black Metal sinfônico, com teclados, orquestrações, passagens melódicas e backings femininos. Tudo isso dá um ar de elegância e sóbrio à sua música. Seus temas vampíricos e de bruxaria são estrondosos. Quer coisa mais pagã do que isso? Dessa vez, Dani Filth resolveu abordar diretamente o mistério do “Martelo das Bruxas”, do qual a Igreja Católica usou para condena-las na Inquisição. Logo de cara na capa, mostra as bruxas nuas entrelaçando O Bode, Baphomet, Bode Negro, Deus Cornífero, Rei da Floresta, Satã ou seja quem for, pois todos são manifestações da mesma força de fertilidade. Se os discos anteriores careciam de inspiração, aqui ela transborda! Já começa com a intro Walpurgis Eve, fantasmagórica como sempre! Serve de abertura para Yours Immortally..., pesada, brutal, mas melódica do mesmo jeito, com o jeito que só o COF consegue fazer. Sim, uma das últimas bandas originais que o Metal pariu nas últimas décadas! Este é o 11º álbum de estúdio da horda e novamente com uma nova formação, mas como o mestre e o dono aqui é Mr. Dani Filth, seja quem for, vai executar seu trabalho corretamente! Enshrined in Crematoria vem no estilo épico, medieval e tradicional do grupo, podendo estar em qualquer artefato lançado nos anos 1990 pela banda! Deflowering the Maidenhead, Displeasuring the Goddess começa épica e avassaladora do mesmo tempo, assustadora, As músicas estão no nível das letras, que retratam os horrores da Idade Média. Rápida, ultrasônica, bumbos e blasts beats a mil e a rifferama (inspirada e criativa) rola a solta! Blackest Magick in Practice é soturna, sombria e tétrica, com uma letra mais tétrica ainda. Apesar do peso e rapidez, este opus lhe ganha pelos momentos cadenciados, com um clima que lembra muito o de King Diamond, influência obvia e descarada de Dani Filth. Sem dúvida, um dos maiores hinos que a banda já fez. Riffs inesquecíveis, teclados idem. Uma obra-prima! The Monstrous Sabbat (Summoning the Coven) é outra vinheta, instrumental, etérea e obscura, que serve de intro para a seguinte, que é a faixa-título, mais cadenciada, bruxistica, com destaques para os vocais femininos de Lindsay Schoocraft, entoando feitiços, e os teclados sombrios em evidencia. Right Wing of the Garden Triptych é lenta e cadenciada, começa suave, vira um belo Doom e depois descamba no mais esporrento Black Metal, com várias pausas no meio para a bruxa Schoolcraft rogar suas pragas. The Vampyre at My Side, inclui os temas vampíricos característicos dentro do contexto. Começa também bem suave e etérea. Depois vira um belo Heavy Black. Sim, as influências de  Heavy Tradicional são latentes no grupo. Já Onward Christian Soldiers falam dos “pobres cavaleiros de Cristo”, ou seja, o embrião dos Templários, que resultaram séculos depois na Maçonaria. A música é tão odiosa quanto o tema. Encerrando Blooding the Hounds of Hell, instrumental apavorante e arrepiante. Fechando, dois bonus. O melhor disco do Cradle em mais de uma década! JCB – 9,5

Faixas:
01. Walpurgis Eve
02. Yours Immortally...
03. Enshrined in Crematoria
04. Deflowering the Maidenhead, Displeasuring the Goddess
05. Blackest Magick in Practice
06. The Monstrous Sabbat (Summoning the Coven)
07. Hammer of the Witches
08. Right Wing of the Garden Triptych
09. The Vampyre at My Side
10. Onward Christian Soldiers
11. Blooding the Hounds of Hell
12. King of the Woods (Bônus)
13. Misericord (Bônus)

ROTTING CHRIST
Sleep Of The Angels
Heavy Metal Rock – nac.
Morram de inveja! Este é o melhor disco do Rotting Christ! Sim, a maldita trinca é feita por Sleep Of The Angels, A Dead Poem e o mais recente Kata Ton Daimona Eaytoy. São justamente os mais criticados e injustiçados até pelas revistas. E daí? Sakis ia fazer estes discos a troco de que? O cara sabe fazer desde o Black Metal cru e ríspido, até o melódico com algo sinfônico e experimental, com passagens Doom, Gothic e etc. Você vai falar que sou louco, que não entendo do estilo, que sou vendido, poser, de daí? Quantos discos de Black Metal você já comprou na vida? Justamente o estilo mais extremo é o que têm mais fanfarrões. Que fique claro: o Black Metal, por mais extremo que seja, é diversificado, e não é só uma ala radical que deve ser respeitada, mas todas as suas vertentes. Cold Colours sabre mostrando a que veio no seu título: fria. Sim, esse é o som aqui frio, depressivo, melancólico e frio! After Dark I Feel vem com sua pegada mais cadenciada, um belo Doom Black Melódico. Aqui Sakis mostra sua versatilidade como cantor e compositor! E como guitarrista também! O cara é gênio! Victoriatus é mais rápida e pesada, mas melódica e marcante. Ah, quantas vezes já ouvi esse álbum, que é de 1998, lançado no Brasil ela Rock Brigade Records em 1999 e agora volta ao catálogo pela Heavy Metal Rock, que mais uma vez acertou! Victoriatus mostra o ponto forte do Rotting Christ: as variações dentro de um mesmo tema. Isso torna viciante sua audição, contrário de muitas bandas do estilo que não variam dentro da música e as vezes fazem 8 faixas iguais, tocando a mesma coisa por mais de meia hora. Seguindo, outro clássico: Der Perfekte Traum. Começa com uma melodia marcante na guitarra e os vocais com efeitos cavernosos ficaram legais, para desespero dos puristas. Aqui a banda alterna aquele Black Doom Gótico, sem ser rápido, com alternâncias nas passagens e feeling! Sim! Coisa que muitas bandas de Metal em geral, inclusive no Extreme Metal não tem. Como Sakis é um cara versado, letrado, culto e multilíngue, aqui ele canta metade da música em alemão justamente nas estrofes com efeito nos vocais. You My Flesh é outro momento marcante, pesado, cadenciado e melancólico, típico para se ouvir num dia frio, chuvoso e nublado, coisa cada vez mais rara... Já The World Made End é mais pesada e rápida, mais tradicional, com blast beats, mas também com cama de teclados nos riffs. Casamento excepcional! Sleep the Sleep of Angels (a quase faixa-título) é climática, ambiente e com vocal sussurrado bem sacado por Sakis (sacou?). Já Delusions tem riffs de Heavy Tradicional e sua levada Doom faz inveja a qualquer banda exclusivamente Doom. As alterações de andamentos são de encher os olhos, assim como a inspiração melódica. Imaginary Zone tem um começo experimental, quase Progressivo. Criticado á época, hoje as bandas fazem a profusão o Progressive Death ou Black. O contraste entre a agressividade e a suavidade são seu ponto forte, além das batidas rítmicas e quase marciais em seu decorrer, lançando um ar de mistério. Encerrando a cadenciada e marcante Thine Is The Kingdom. Enfim resenhei este disco em 1999 quando de seu lançamento no Brasil pela Rock Brigade Records, quando a ROCK UNDERGROUND era um zine, antes de se tornar revista e depois em site. É um honra resenhar seu relançamento, fazendo uma nova resenha, nem quis ler o que já havia escrito, para se ter o mesmo prazer que tive na época. Clássico! JCB – 10

Faixas:
1. Cold Colours
2. After Dark I Feel
3. Victoriatus
4. Der Perfekte Traum
5. You My Flesh
6. The World Made End
7. Sleep the Sleep of Angels
8. Delusions
9. Imaginary Zone
10. Thine Is the Kingdom

MURDER RAPE
For Evil I Spill My Blood
Evil Horde – nac.
Depois de muitos anos, a gravadora paranaense Evil Horde, especializada em Death, Black e Doom, volta a lançar um disco novo, e já começa com essa edição em Slipcase da também paranaense Murder Rape, uma das hordas mais importantes da história do Black Metal nacional. Depois de um hiato de mais de 10 anos, cujo último artefato Evil Shall Burn Inside Me Forever é de 2001, a horda retorna por cima. A qualidade continua a mesma. Todos os seus antecessores foram resenhados por nós, desde os idos tempos em que a ROCK UNDERGROUND era fanzine e depois, revista. E agora, na fase online. Trata-se um de um Brutal Black Metal, impiedoso, odioso, devastador, com influências das cenas norueguesas e suecas. A produção gráfica é primorosa e conta com M.Vasco ( Marduk, Dark Funeral, Satyricon, Taake , etc) e a capa a cargo de J.Petagno ( Motorhead, Krisiun, etc), a produção sonora é devastadora, feita no Brasil, masterizada nos EUA, pois agora a horda lança mão de seus opus, com os mais modernos aparatos tecnológicos. Mas o que sempre importou no Metal, e mais ainda no Black Metal, é a intensidade e sinceridade na execução dos músicos. Isso importa mais do que técnica. E dá-lhe opus rápidos e violentos, blast beats, sem frescuras atuais como teclados, sinfonias e etc. Eu também gosto desta modalidade, mas confesso que me rendo ao Tradicional Black exibido aqui. Há momento cadenciados, que têm uma leva aura Death/Doom como em Through the Flame of the Fiery Light, um dos destaques. Outras malditas como Wings of Raven e Hate, Vengeance and Glory são insanas e nos dão a certeza de que o Black Nacional está mais vivo do que nunca, e que a Murder Rape nunca vai parar!
Obrigatório! RC – 9,0

Faixas:
1- Intro/Evil Shall Burn Inside Me Forever
2- Hate, Vengeance and Glory
3- Blood-Red Dreams in Whitechapel
4- Antichristi Adventum
5- Ancestral Power of Our Blood
6- Through the Flame of the Fiery Light
7- The Sounds of the Prelude to a Suicide
8- The Empty Words of Weakness
9- Wings of Raven

ROTTING CHRIST
Κατά τον Δαίμονον Εαυτού" (Kata Ton Daimona Eaytoy)
Heavy Metal Rock – nac.
Os gregos do Rotting Christ, capitaneados pelo gênio Sakis Tolis, vocalista, guitarrista e líder do grupo, que também produziu este disco, se superam e nunca se acomodam. Se existem bandas de Black Metal que estão fazendo o mesmo disco há 20 anos, eles inovam sem medo. Passaram por diversas fases, desde a mais pútrida até a mais sombria e melódica, indo do Raw Black Metal até flertando com o Gothic e Doom em A Dead Poem (1997) eSleep Of The Angels  (1999) até chegar aqui. Em Kata Ton Daimona Eaytoy (cuja tradução do grego é “contra o demônio interior”) eles fizeram Black Metal sim, brutal, pesado e alto, mas além de bem produzido, o fizeram de forma tribal e ritualística. O disco também ficou bem mais orgânico que os antecessores, cuja produção deu um ar artificial e a bateria parece ser eletrônica (apesar de não ser). Aqui a coisa é verdadeira mesmo (e o melhor, parece ser verdadeira). Caso você queira fazer algum ritual pagão, este CD é recomendado. In Yumen-Xibalta abre com tudo neste ano luciferiano que estamos vivendo, com invocações e peso tribal. Ah, quando me refiro a tribal, estou falando de forças primitivas e nem todas elas vem da África nem dos Índios, correto? Sakis Tolis vai lá na fonte de nossa civilização, afinal ele é grego e nosso berço veio dali, de acordo com o mundo em que vivemos. P’unchaw Kachun-Tuta Kachun tem riffs e melodias na linha de A Dead Poem (sim,eles flertaram de novo com essa linha melódica e sombria). Grandis Spiritus Diavolos é intensa, sendo um mantra, mais instrumental do que cantada, com as poucas frases proferidas, invocações em latim. Literalmente assustadora e de verdade. O estilo Black Metal original é maravilhoso, mas posso te dizer que este Κατά τον Δαίμονον Εαυτού" (Kata Ton Daimona Eaytoy) será a coisa mais assustadora que você já ouviu, até por não ser o disco mais agressivo e pesado da banda. Já a faixa-título tem um instrumental mais clássico do Black Metal, ainda que tenha várias “paradas”, cantado mezzo grego, mezzo inglês, e é das mais brutais do disco. Cine Iubeste Si Lasa é cantada em romeno (!) e conta com a participação das irmãs Eleni (piano) e Suzana Vougioukli (vocais). Esta é uma das músicas mais macabras que ouvi na minha vida, em momentos só com a voz e piano, e no restante o Black Metal vem à tona. As duas irmãs são gregas, mas esta faixa é em romeno, afinal, a Romênia é vizinha da Grécia e é um país latino também. Iwa Voodoo tem o refrão em inglês e conjurações em Voodoo (inclusive se encerra com os tambores e sons de um ritual a qual). Gilgames é outra invocação, desta feita invocando Deuses babilônicos / sumérios: Anu - Mommu - Apsu – Tiamut. Tiamut (ou Tiamat) e Apsu conceberam Mommu e Anu é o principal Deus da Trindade suméria. Já Rusalka é também brutal, é o nome de uma divindade feminina do mar, algo como uma sereia, ninfa ou demônia, enfim, uma força da natureza. Ahura Mazda-Azra Mainiuu contém invocação à Ahura Mazda, com palavras persas. Aliás, a bateria e parte de percussão ficou impressionante, parece ter saído de algum recôndito grego de 5 mil anos atrás! Sim amigos, não existem tambores só na África, todos os povos antigos o usavam. Encerrando (do qual traduziram para 666) é toda em grego, musicalmente é um baita de um Doom Metal, com coros épicos, aliás, quase todos os corais deste disco são avassaladores. Completam a banda além de Sakis Tolis (G/V), George Emmanuel (G), Vaggelis Karzis (B) e o irmão de Sakis, Themis Tolis. Recomendado não só para fãs de Metal Extremo, mas para qualquer um que tenha interesse em ocultismo e etc. JCB – 10

Faixas:
1 In Yumen-Xibalta
2 P’unchaw Kachun-Tuta Kachun
3 Grandis Spiritus Diavolos
4 Kata Ton Daimona Eaytoy
5 Cine Iubeste Si Lasa
6 Iwa Voodoo
7 Gilgames
8 Rusalka
9 Ahura Mazda-Azra Mainiuu
10 666

ENTHRONED
Pentagrammaton
Shinigami – nac.
A Bélgica é outro país com poucas bandas representativas dentro do Metal, embora seja berço de muitos shows internacionais e sua vizinha, quase co-irmã Holanda, o cenário seja bem mais expansivo. O Enthroned é o maior expoente do Metal Extremo belga e me arrisco a dizer do Metal em geral, pois não me vem á cabeça nenhum outro nome de grande importância de outras bandas de lá, independente do estilo. Pentagrammaton saiu em 2010 e no Brasil via Shinigami em 2011. Gravado em novembro de 2009 no Blackout Multimedia Studio em Bruxelas  com produção da própria banda, este é o seu décimo registro, o segundo de Nornagest nos vocais após a saída do baixista e vocalista Sabathan, trocado no baixopor Phorgath, também responsável pela mixagem e masterização do CD. Esse segundo disco com a mesma formação, mostra-se poderosa em estúdio, assim como em sua produção, e ainda inspirada. Os guturais de Nornagest dão um ar assustador à atmosfera macabra da horda, com muita agressividade. O instrumental beira a perfeição, com riffs em profusão e solos acelerados e caóticos. Quem também dá show aqui pe o batera Garghuf, com diversas viradas em momentos certeiros. Apesar do peso e velocidade, são nos momentos cadenciados, que Pentagrammaton torna-se especial. Sem destaques, pois o álbum todo é coeso e para se escutar do começo ao fim. Embora belga, a banda mostra que segue a escola Norueguesa, ainda com um quê de diferencial, já que vem de um país de cultura distinta. Eu recomendo. RC – 8,0

Faixas:
01. In Missi Solemnibvs
02. The Vitalized Shell
03. Rion Riorrim
04. Ornament Of Grace
05. Magnvs Princeps Leopardi
06. Pentagrammaton
07. Nehas't
08. The Essential Chaos
09. Ad Te Clamamvs Exsvles Morvua Liberi
10. Unconscious Minds
11. Behemiron

TRIPTYKON
Eparistera Daimones 
Shinigami – nac.
Thomas Gabriel Fischer, outrora Tom Warrior, é uma das figuras seminais do Black Metal e também do Death. Vindo da gélida Suíça, país inacreditavelmente com pouca tradição dentro do Metal, parindo poucas, ainda que seminais bandas, Tom fundou nos anos 80 o Hellhammer, banda cult dentro do Death Black. Com sua dissolução, caiu de cabeça com o Celtic Frost, sendo ao lado do Venom, um dos pioneiros do Black Metal. Como bandas seminais não duram muito, o Celtic Frost teve seu fim, retornando em 2006 com Monotheist, álbum aquém da sua história. Mas divergências pessoais e diferenças musicais fizeram com que seu principal integrante, Tom Warrior, saísse da banda em maio de 2008. Mas como Tom é um “Warrior” (guerreiro), logo após o anúncio de sua saída do Celtic Frost Warrior montou uma nova banda, batizada de Triptykon, ao lado do guitarrista V. Santura, da baixista Vanja Slajh e do baterista Norman Lonhard. O grupo debutou em 22 de março com Eparistera Daimones (“demônios à esquerda”, em grego), num disco que ainda é Black Metal, mas mais de vanguarda. Aliás, Tom sempre foi um vanguardista. Seja ousando com o barulho infernal e tosco do Hellhammer, seja elevendo o Metal num patamar mais sombrio com o Celtic Frost, seja com seu projeto controverso, o Industrial Apollyon Sun, seja agora em sua nova empreitada. O Triptykon, além de Black, também é Doom, Gótico e até algo de Thrash, passando a impressão que Tom faz o que quer e gosta, sem se preocupar em querer repetir a mesma fórmula bem sucedida. Confesso que demorei a gostar e entender Eparistera Daimones, pois logo de cara não gostei, mas com várias audições, percebi o quanto este disco é rico e vai marcar seu nome dentro do Metal Extremo, mesmo sem saber qual será o futuro da banda ainda. Não se assuste, se você é mais “impurista” é só gosta de Black Metal, pois os riffs aqui são infernais e atmosfera é ultra sombria e Dark. Momentos mais cadenciados e arrastados remetem aos fãs de Doom e apesar dessa aura Gótica, a banda passa longe de Symphonic (e “Enjoative”) Black Metal. Aqui é porradaria pura, meu amigo, só que com classe. Ouse, e escute Eparistera Daimones, pois estarás diante de uma nova dimensão do Metal extremo! RC – 10

Faixas:
01. Goetia
02. Abyss Within My Soul
03. In Shrouds Decayed
04. Shrine
05. A Thousand Lies
06. Descendant
07. Myopic Empire
08. My Pain
09. The Prolonging

MOONSPELL
Wolfheart
Shinigami – nac.
O Moonspell é motivo de orgulho em seu país, Portugal, tanto que a capa deste disco foi lançada em selos dos correios de forma comemorativa (ah, se no Brasil isso ocorresse...). Wolfheart é considerado um dos discos mais importantes já gravados em Portugal e ainda, um dos mais importantes do Blakc Metal em geral. Justíssimo seu relançamento. Mais um relançamento da Shinigami, licenciado junto a Century Media em versão dupla, no CD1, o álbum original, e no CD2 todas faixas ao vivo, todas da época de seu lançamento e sua respectiva turnê, de 1995. No vamos aqui resenhar Wolfheart, mas comentar o quão histórico ele o é. Wolfheart revelava ao mundo um futuro gênio: Fernando Ribeiro, vocalista, compositor e líder dos Moonspell. Suas músicas são clássicas como o disco e muitas delas são executadas ao vivo até hoje. Quem teve a sorte de ver um show do coletivo no Brasil em 98, 2004 ou 2009, pode ver a força que elas tem junto aos fãs e ao vivo, como são destruidoras. No libreto, textos escritos pelos músicos Mikael Akerfeld (Opeth), AA Nemtheanga (Primordial), Jonas Renske (Katatonia) e Sakis Tolis (Rotting Christ) sobre a influência de Wolfheart no som de suas bandas e, principalmente, em como mudou em suas vidas. O deleite do relançamento é o CD2, com faixas ao vivo do disco na sua época, com gravações não tão boas, pois o grupo era muito Underground e não época não se tinha o aparato de gravação que se tem hoje, e também não foram gravadas com o intuito de serem lançadas ao vivo. Como as faixas foram gravadas em lugares diferentes, era de se esperar que tivessem grande alternância de altura e qualidade, mas a competente mixagem e masterização, deram um áudio linear entre elas. Obrigatório! PR – 10

CD 1
1 Wolfshade (A Werewolf Masquerade) 7:44
2 Love Crimes 7:34
3 Of Dreams and Drama (Midnight Ride) 3:59
4 Lua D'Inverno 1:49
5 Trebraruna 3:30
6 Vampiria 5:36
7 An Erotic Alchemy 8:05
8 Alma Mater 5:37
9 Ataegina 4:00

CD 2
1 Intro (Live Saarbrücken 1995) 1:41
2 Love Crimes (Live Saarbrücken 1995) 4:57
3 Of Dreams and Drama (Midnight Ride) (Live Saarbrücken 1995) 3:35
4 An Erotic Alchemy (Live Saarbrücken 1995) 4:58
5 Lua D'Inverno (Live Saarbrücken 1995) 1:35
6 Trebraruna (Live Saarbrücken 1995) 3:18
7 Wolfshade (A Werewolf Masquerade) (Live Saarbrücken 1995) 6:24
8 Vampiria (Live Paris 1995) 5:05
9 Alma Mater (Live Paris 1995) 5:19

DESPISED ICON
Day Of Mourning
Shinigami – nac.
O sexteto formado por Alex Erian (vocal), Steve Marois (vocal), Eric Jarrin (guitarra), Ben Landreville (guitarra), Max Lavelle (baixo) e Alex Pelletier (bateria) executa um Black Metal impiedoso, mortal, vocifero, brutal, com amplas influências de Death Metal e até algumas pegadas Thrashy. Calma. O fato da banda ter dois vocais, de forma alguma os faz New Metal ou Metalcore (plástica intrínseca nestes estilos tradicionalmente). Extreme Metal, pronto e acabou, eles derrubam qualquer barreira, ainda que tenham nuances de Technical Metal. Les Temps Changent abre com muitos blast beats, e junto com Entre le Bien et le Mal, são as únicas em francês, um dos idiomas oficiais do Canadá, ao lado da língua inglesa (único país do mundo a ter estas duas linguais como co-oficiais). A escola canadense de se fazer barulho é perceptível ao longo do play. A faixa-título é um verdadeiro assalto Death Thrash, um verdadeiro morticínio. MVP tem mais blast beats com passagens mais cadenciadas, e estas mudanças de andamento são o ponto alto do coletivo. Enfim, se citar todos os destaques, vou falar do disco todo, então, compre o seu, ouça no mais alto volume e bangeie muito! PR – 8,0

Faixas:
1 Les temps changent 3:28
2 Day of Mourning 3:02
3 MVP 3:26
4 All for Nothing 3:15
5 Eulogy 3:29
6 Made of Glass 3:17
7 Black Lungs 3:02
8 Diva of Disgust 3:26
9 Entre le bien et le mal 3:58
10 Sleepless 4:48

OLD MAN’S CHILD
Slaves Of The World
Shinigami Records – nac.
Quem pensou que Galder, ao entrar para o Dimmu Borgir, deixaria de lado o OMC, se enganou. Quem ainda achou que o OMC seria uma banda igual ao DB, se equivocou mais ainda. Embora as duas estejam inseridas no contexto do Black Metal Sinfônico, e tenham surgido simultaneamente e até dividido discos split, e com Galder, dono do OMC e também guitarrista do DB, são coisas distintas. Se os trabalhos antigos, ambos tinham uma correlação sonora, agora mudou tudo. O Dimmu Borgir está cada vez mais cru, ríspido e brutal (talvez deram muito ouvidos para os radicais que jamais compraram um disco deles, e nunca irão comprar mesmo) e o OMC tem a liberdade de continuar melódico, sombrio e épico. Slaves Of The World é a maior prova disso, continua Brutal, mas também com passagens melódicas e épicas como sempre! A faixa-título abre bem brutal, seguida da tétrica Saviours Of Doom. Que faixa! Que riffs! Os teclados estão lá, fazendo cama de fundo, aparecendo só quando chamados, com a faixa tendo várias mudanças de andamento no seu decorrer. Ressalta-se a excelente produção de Fredrik Nordström, que já produziu o próprio Old Man’s Child, In Flames, Arch Enemy e Dimmu Borgir entre outros. Parece que Fredrik ajuda a dar uma nova dimensão às bandas que vinham sendo produzidas por Peter Tägtgren. The Crimson Meadows é um dos momentos mais violentos, com Blast Beats e vocais ultra-guturais, mas com teclados ao fundo dando um ar mais macabro ainda, também com mudanças drásticas em seus andamentos, do lento arrastado ao Speedy, depois no final, caindo para o Doom. Path Of Destruction começa com batidas marciais, como se fosse se preparar para uma Guerra spiritual contra os inimigos hipócritas e religiosos. Path Of Destruction tem um clima dos discos The Pagan Prosperity e Ill-Natured Spiritual Invasion que para mim são os melhores do OMC, vindo na seqüência o também magistral Revelation 666 - The Curse of Damnation, o mais melódico e sinfônico de todos. Confesso que todos que vieram depois não gostei muito, então para mim, o melhor artefato do OMC desde 2000 é este Slaves Of The World. A rifferama avassaladora de On The Devil’s Throne é uma das mais envolventes e gélidas da carreira de Galder, impressionante. Continuando, Ferden Mot Fienden’s Land é “lindamente” tétrica, remetendo ao começo de carreira, ainda que mais técnica e bem melhor produzida do que outrora, mas tem o mesmo espírito. Ah... Bons tempos aquele da segunda metade da década de 90, quando do “surgimento” do Black Metal Melódico Sinfônico. O começo do Dimmu Borgir, do próprio OMC, do Cradle Of Filth, do Ancient, do magnânimo e saudoso Covenant, no tempo que eles eram sérios, antes de mudar de nome para The Kovenant e fazer aquela palhaçada Industrial Dance. Encerrando, Servants Of Satan’s Monastery, uma das faixas mais épicas da história do OMC, mesclando corretamente o Melódico com o Brutal, sempre encerrando com teclados fúnebres e sinistros, guitarras inspiradas, vocais certeiros e desenvolvimento poderoso. Enfim, um dos melhores discos de Black Metal dos últimos anos, sem dúvida alguma! JCB – 9,0

Faixas:
01. Slaves of the World
02. Saviours Of Doom
03. The Crimson Meadows
04. Unholy Foreign Crusade
05. Path of Destruction
06. The Spawn of Lost Creation
07. On the Devil’s Throne
08. Ferden Mot Fienden’s Land
09. Servants Of Satan’s Monastery

DARK FUNERAL
Angelus Exuro Pro Eternus
Paranoid – nac.
Sim, os suecos do Dark Funeral certamente estão no topo da cena Black Metal mundial, ao lado dos conterrâneos do Marduk. Afinal, além destas duas bandas terem lançado discos regularmente, não terem parado nem acabado (Emperor e Immortal), nem terem se rendido a modernismos Industriais (Mayhem), nem se envolvido em assassinatos (Burzum), nem em polêmicas extra-música, como homossexualismo ou DVDs apelativos (Gorgoroth), nem se vendido (Dimmu Borgir) eles centraram seus esforços apenas na músicas e com isso, estão na ponta e ultrapassaram todas estas e outras. Note que coincidentemente ou não, todas as bandas em “desvantagem” são norueguesas, em detrimento das suecas, que são mais estáveis e se preocupam menos com o que está foram dos palcos e estúdios de gravação. O Dark Funeral evoluiu muito depois de Diabolis Interium, de 2001, e agora com este Angelus Exuro Pro Eternus, eles assumem o trono. Sim, Angelus Exuro Pro Eternus não tem a pretensão de ser o disco mais satânico, mais brutal, mais rápido, mais técnico, mais atmosférico. Eles vão lá e tocam, e fazem o seu melhor. Seu antecessor Attera Totus Sanctus, de 2006, já surpreendeu, mas agora a banda se superou! The End Of Human Race abre de forma avassaladora, com bumbos a mil, vocais estonteantes e riffs infernais. Impossível imaginar tanta qualidade junta numa só faixa. Ainda destaca-se a também brutal The Birth Of The Vampir, a polêmica My Funeral, que tem videoclipe rodando por aí, Demos Of Five lembra o Black Metal dos anos 90, o seu auge e assim vai. O vocalista Emperor Magus Caligula continua sendo o destaque, talvez o maior vocalista do gênero. Obrigatório! RC – 9,5

Faixas
01. The End of Human Race
02. The Birth of the Vampiir
03. Stigmata
04. My Funeral
05. Angelus Exuro pro Eternus
06. Demons of Five
07. Declaration of Hate
08. In My Dreams
09. My Latex Queen
KULT OV AZAZEL
Destroying The Sacred
Paranoid – nac.
Estamos em 2010, ou seja, três décadas depois do surgimento do Black Metal e duas depois de sua difusão e auge, e ainda passa de geração para geração (de pai pra filho) aquele velho chavão que “Black Metal norte-americano não é sério”. Ok, o Black deles é diferente mesmo, mais brutal, quase sempre só brutal, sem nenhuma concessão em fazer capas escatológicas e temas anti-cristãos. Digamos, que o europeu, tem mais “classe” ou aborda de maneira sutil as coisas, até pela sua ancestralidade e criação. Já o americano é mais escrachado, mais direto e “ignorante”. Isso reflete a cultura e a educação norte-americana, que muito se parece com a do resto da América (continente), a latino-americana (exceção feita ao Canadá, que é a Europa na América). Afinal, os Estados Unidos tem como língua a inglesa, porém, metade de sua população é feita de imigrantes e descendentes de todos os lugares do mundo. Veja que nas bandas de Rock e Metal, muitas vezes são formadas por nenhum norte-americano, ou todos integrantes são descendentes. Ou sobrenomes como Trujillo, Herrera, Cazares, Castillo, Araya, Ines, Souza, Lombardo, Mendoza (paro por aqui, senão terei que fazer um site só sobre isso) e etc são nomes anglo-saxões? E isso se reflete na música e mesmo que a cena Black, que nos EUA é mais hermética que na Europa, já que os europeus sempre convivem com pessoas de todos os paises de lá, tudo isso acaba interferindo na cena, amigos e pessoas do meio. Sendo assim, tendo influência direta disso tudo ou não, o KOA não tem meio termo. Eles vêem da Flórida, ensolarada, mas que é o Estado que mais criou bandas relevantes de Death Metal do mundo por metro quadrado. Essa brutalidade é latente na cena Metal de lá, e a banda sai sombria, como uma resposta ao que vive (assim como as bandas de Black Metal mais extremas em todos os sentidos, aqui no Brasil, vem do quente Rio de Janeiro e o tórrido nordeste (se citar as bandas vai faltar mais espaço ainda). Apesar da Flórida ser sinônimo de Death Metal, a horda por projetar seu nome mundo afora e penetrar nos mercados sul-americano e europeu com mais veemência. RC – 8,0

Faixas:
01. The Plagues Of Humanity
02. Conquer & Decimate
03. Ancient Evil
04. Angel Of Fatal Winds
05. Slaughter The Prophets
06. Gutting Religious Heritage
07. Destroying The Sacred
08. Nocturnal Blasphemy
09. Storming The Gates
10. Hang The Pope

MARDUK
Wormwood
Paranoid – nac.
Estamos diante de mais uma obra-prima destes suecos. A banda que tem uma das discografias mais relevantes dentro do cenário Black Metal e tidos por muitos, como a principal banda, lança mais um artefato digno de nota. Desde já é um dos melhores discos de 2009 e um dos melhores do Black Metal e um dos melhores também de sua carreira. A banda sempre prima por produções impecáveis, deixando de lado sempre o rótulo “podreira”, ainda que a sujeira prevaleça, mas é uma “sujeira limpa”, pois você ouve e reconhece todos os instrumentos e todas as passagens. O instrumental produz verdadeiros opus, com todos os músicos envolvidos no processo de composição, obturando passagens caóticas, alguns experimentos, dentro do estilo, clima satânico, aura macabra e o principal. Faixas, ou Opus, que nos fazem banguear à exaustão. É uma porrada atrás da outra. Até pode-se ouvir em algumas passagens algo de Death e até a morbidez do Doom Black nos momentos mais lentos. Sim, o interessante que diferente de muitas bandas extremas, mais na seara do Brutal Death, a horda Marduk prima por fazer músicas com variação entre as faixas e dentro delas. Sim, diferente de muitas banda do Brutal Death ou até do Black, que compõe uma música só ao longo do Play, o Marduk retalha e muda. Sim, os blastbeats estão lá, como sempre, e a diversificada Funeral Dawn é uma das melhores obras dos últimos anos. To Redirect Perdition flerta fortemente com o Doom sim, enquanto This Fleshly Void é mais melódica (dentro do que se imagine de melódico no Black Metal). O que dizer de uma faixa com o título Chorus Of Cracking Necks? Se você acha que eles aliviaram por ter alguma melodia ou incursão a Doom ou Death, esqueça! Sem contar as impiedosas Nowhere, No-One, Nothing e Unclosing The Curse. Em tempo: Marduk é o nome de um planeta misterioso, já previsto pelos Sumérios e Maias, que se aproximaria da Terra em 2012 e provocaria grandes catástrofes, também chamado de Planeta X pela ciência, Chupão pelos Espíritas, Absinto na bíblia, Marduk pelos sumérios, Nibiru pelos Babilônios e Hercólubus pelos gnósticos. Se isso acontecer, então Wormwood então é a trilha sonora do juízo final! Mas até 2012, o Marduk (a horda, não o planeta), tem tempo de lançar outro artefato ainda. RC – 9,0

Faixas:
01. Nowhere, No-One, Nothing
02. Funeral Dawn
03. This Fleshly Void
04. Unclosing The Curse
05. Into Utter Madness
06. Phosphorous Redeemer
07. To Redirect Perdition
08. Whorecrown
09. Chorus Of Cracking Necks
10. As A Garment

GRAVEWORM
Diabolical Figures
Paranoid – nac.
Confesso que eu era um ávido apreciador do chamado Black Metal Melódico, ou Black Metal Sinfônico. Quando o estilo surgiu com bandas como Cradle Of Filth, Dimmu Borgir, Old Man’s Child, Covenant entre tantas, eu pirei, pois era algo inovador e revolucionário. Depois, com o tempo houve a saturação do estilo, com centenas de bandas novas soando todas iguais, ficando difícil separar qual era qual. Entre elas, estavam os italianos do Graveworm, que sempre admirei. Tomei contato com eles através do disco Engraved In Black, do qual me apaixonei e considero um dos melhores discos do estilo. Sua capa é majestosa e lembra o estilo das de King Diamond. Dali em diante, as capas ficaram mais brutais e o som também. Mas com Diabolical Figures, musicalmente, o grupo volta a fazer o que sabe, que é Black Metal sim, e melódico. Com um quê especial, talvez pela origem latina, ainda mais italiana, ter um ar mais dramático. Voltou toda aquela aura tétrica e soturna, perdida até então. Quem produziu foi Andy Classen, irmã de Sabine, vocalista do Holy Moses, banda do qual também fez parte. Andy já produziu discos de Dew-Scented, Tankard, Legion Of The Damned, Die Apokalyptischen Reiter, Asphyx, Belphegor e Occult entre outras dezenas. Quem fez a bela capa (que não tem o mesmo charme das de outrora) foi o artista digital italiano Daniel Hofer e aí que pega. Esse negócio de arte digital é um lixo (assim como download e quase tudo o que é digital). O legal eram as capas que eram pinturas de verdade em tela com tinta a óleo e depois fotografadas e viravam capa de discos, como todas do King Diamond (disso ele não abre mão) e inclusive a do clássico Engraved In Black do próprio Graveworm. Bom, musicalmente falando, a banda resgata os primórdios do Black Melódico. Vengeance Is Sworn abre numa porradaria sem precedentes, com riffs bem Thrash e aqueles teclados amargos. Sim, os teclados são instrumento principal, mas sempre colocados no momento certo. Circus Of The Damned é mais cadenciada, com o refrão sendo mais rápido e mais brutal, quase tribal. Diabolic Figures soa bem tradicional, com melodia que mostra influência de NWOBHM e teclados maravilhosos, tétricos e divinos, como melodia principal, algo como em alguns momentos do Crematory. Hell’s Creation é mais rápida, também brutal e lembra muito o pique do disco Enthrone Darkness Triumphantdo Dimmu Borgir, o melhor disco deles até então e o melhor deste sub-estilo. Nem o DB faz mais músicas assim, que pena! Forlorn Hope é bem arrastada, bem Doom (quase Funeral Doom) e mórbida. Mostra que o Black Metal também pode ser satânico, assustador e sombrio em momentos mais lentos e não só nos rápidos e brutais. E mantendo a tradição de sempre trazer um cover de artistas inustados, agora é a vez de Message In A Bottle do The Police e fiou muito ruim. Police é magistral e essa música é um clássico, mas não virou. Ok, a banda já fez até covers de Pet Shop Boys, Bonnie Tyler e REM, mas essa do Police não ficou legal. Voltando, Ignoreance Of Gods é uma das melhores do disco, variada, rápida, pesada, brutal com os teclados menos evidentes que nas demais. Encerrando, The Reckoning, épica, sinistra, com teclados arrepiantes, rápida, dois minutos e é instrumental, pra você refletir e partir para outras dimensões do mundo das sombras. Matador, um dos discos do ano do Black Metal! JCB – 9,0

Faixas:
01. Vengeance Is Sworn
02. Circus Of The Damned
03. Diabolic Figures
04. Hell’s Creation
05. Forlorn Hope
06. Architects Of Hate
07. New Disorder
08. Message In A Bottle
09. Ignoreance Of Gods
10. The Reckoning

IMMORTAL
All Shall Fall
Nuclear Blast – nac.
Eu me pego dizendo que não tem nada de bom hoje no Rock ou Metal. De bandas novas, são poucas e novidades, nenhuma. Mas algumas bandas clássicas arregaçaram as mangas e detonaram neste ano de 2009. O Immortal é uma delas, mais uma grande volta para nosso bem (ou mal) da dupla Abbath e Daemonaz. Depois de sete anos, soltam o que pode ser o seu melhor disco! Sim, All Shall Fall é magnânimo, majestoso, mortífero. Parece que a banda não parou, continuou sem perder o pique e sem se perder no tempo, sem soar datada nem descaracterizada, o grande drama de 9 entre 10 bandas que ficam mais de 5 anos paradas. Depois de dois discos históricos, DamnedIn Black e SonsOf Northern Darkness, a horda conseguiu um sucessor a altura. A faixa-título já mostra que estamos diante de um disco fadado a se tornar clássico, já mostrando aqueles riffs secos, melodias sombrias características do Immortal, que sempre é Black, mas nem sempre Brutal. Tudo é bem feito, tocado e produzido, dentro do estilo do grupo. The Rise Of Darkness é um tema refrescante de tão gélido e melancólico, sem quebradeiras, com os riffs proferidos de forma incessante. Hordes Of War é a mais brutal, dentro do padrão Immortal. Norden On Fire é épica, mas muito épica! Daemonaz puro! Ou seria Quorthon puro? Sim, pois se você se distrair, vai pensar que se trata de algo do Bathroy, os mentores do Viking Metal e um dos caras mais criativos e talentosos do Metal em geral, não só do Black! Mais um cara que faz falta aqui, que Odin o tenha! Sem dúvida, o Bathory é a maior influência do Immortal (mesmo nas músicas menos épicas) e Quorthon, a maior inspiração para a dupla Abbath e Daemonaz, cabe lembrar que Daemonaz não toca mais instrumentos na banda, mas ele é o principal compositor ao lado de Abbath e cuida dos negócios do Immortal ainda (assim como Paul O'Neill está para o Savatage). Abbath canta e toca guitarra, Horgh continua na bateria massacrando o seu kit. Fala-se muito pouco dele, uma injustiça, por não ser “exibido”. Pois dentro da proposta, é um dos mais versáteis bateristas do Metal Extremo! Claro, aqui não tem espaço para aquela agressividade desenfreada de um Krisiun pro exemplo, mas justamente por isso, a bateria do Immortal é variada e precisa! Completando, Apollyon substitui Iscariah no baixo, fazendo sua parte, sem muito a acrescentar e ainda bem! Arctic Swarm parece extraída de outro disco do Bathory, talvez algum dos controversos Nordland’s. Já Mount North é um tema intrincado, mais quebrado, trigado, como um clima de guerra ou batalha. Encerrando, Unearthly Kingdom, outro tema épico, bem Viking, transportará você para o meio do Oceano, velejando em meio a uma tempestade, por entre os icebergs, mais uma influência de Bathory, com riffs instigantes, mantricos (como mantras, vão grudar na sua cabeça) e as batidas acompanhando o bater do coração da Terra. O que vou falar de uma faixa destas? Graças a poucas pessoas que ainda compram discos, que ainda temos trabalhos como este sendo lançados. Não faça downloads, não mate o Metal! Nos dê o direito de ouvir estes opus! JCB – 10

Faixas:
01. All Shall Fall
02. The Rise Of Darkness
03. Hordes Of War
04. Norden On Fire
05. Arctic Swarm
06. Mount North
07. Unearthly Kingdom


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