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BLACK SABBATH
13
Universal – nac.
Bem, quem me conhece ou já leu algo que eu tenha falado sobre o Black Sabbath, sabe minha posição sobre a banda na fase Ozzy. Mas não custa repetir, ainda mais se você é um leitor recente. Seguinte: sempre me irritou os “rockeiros” e “metaleiros” que só curtem uma fase de uma banda ou só os primeiros discos, ou no caso de bandas com troca de vocalista, ou que só conhecem e curtem aquelas músicas manjadas de Radios Rock de cada banda. Este tipo de fã diz que Sabbath só é bom com Ozzy e acabou, o resto não presta. Os de cabeça metade aberta, acham legal só as fases Ozzy e Dio. Os de cabeça aberta por completo, acham todas as fases legais (incluindo Tony Martin e também com Ian Gillan e Glenn Hughes). Os chatos, que são do contra para equilibrar a balança e curtir mais o que não é tocado a exaustão, como eu, curtem todas as fases exceto Ozzy, que comecei curtindo até me enjoar. Sim, já fiz parte dos detratores de Tony Martin e etc. Mas para isso que existe a maturidade, que acaba com o radicalismo total, e já faz tempo isso. Porque na boa, Iron Man, Paranoid e War Pigs ninguém mais aguenta ouvir. E achar que o Sabbath se resume a isso, na boa, é falta de conhecimento musical. As idas e vindas de Ozzy foram premeditadas para prejudicar a banda. Primeiro, pra tentar acabar com ela. Segundo, com a guerrinha no começo dos 80, que como consequência fez com que Dio caísse. Ali no meio dos 80’s nesse chove não molha, a banda tentava se estabilizar e não conseguia. Quando conseguiu se reerguer com Tony Martin, após os magnânimos e bem sucedidos Headless Cross e Tyr, por uma série de fatores, culminou-se na volta de Dio com o soberbo (mas subestimado na época) Dehumanizer. Quando a banda retomou seu curso, veio o episódio em Costa Mesa que causou uma nova saída de Dio. Mas Ozzy acabou não voltando, fazendo a banda recrutar Tony Martin novamente, enfim quando Ozzy resolveu voltar de vez. De 1997 a 2006 a banda ficou estagnada, tocando só o mais do mesmo, sem disco novo, fazendo a banda ser um suporte da banda solo de Ozzy, essa sim, continuou lançando discos (ruins). Até que a dupla bigoduda, Tony Iommi e Geezer Butler, se encheram, e voltaram com Dio novamente com a banda Heaven And Hell. Foi a glória e o esplendor, não fosse o destino, levando Dio em 16 de maio de 2010 (um ano após o H&H tocar no Brasil em shows históricos). Enfim, foi um fim digno, tanto para essa fase do BS quanto para o H&H, tanto para Dio quanto para a dupla. Aí anunciam em 11/11/11 que Ozzy estaria de volta e gravaria enfim um disco novo com o Sabbath. Ozzy teve 10 anos, porque não gravou antes? Só depois da morte de Dio, ele resolve gravar para ofuscar o fim apoteótico da carreira de Dio? Enfim... para este 13, não tive decepção, pois não esperava nada. Confesso que achei que sairia um disco meia boca. 13 é muito mais que isso, mas perde para feio para The Devil You Know, do Heaven & Hell. 13 é o vigésimo disco da banda, se somarmosThe Devil You Know doH&H, que é outra faceta do próprio BS e13 perde feio para quase todos os outros 19 discos do grupo. Com certeza perde para os 4 com Dio, perde para Born Again com Gillan, Seventh Star de Glenn Hughes, perde para pelo menos Headless Cross e Tyr da era Tony Martin (para mim, perde para todos os 5 discos dessa fase) e perde para quase todos da própria fase com Ozzy, talvez só ganhe de Technical Ecstasy e Never Say Die!. E que capa horrível é essa? E a produção fraca de Rick Rubin? Cadê o baixo de Geezer Butler? Claro que você ouve o baixo dele, mas fica em segundo plano. Bem, vamos ao disco.A faixa que abre é a empolgante, vibrante, com alguns momentos rápidos, bem a cara da banda, End of the Beginning. A faixa é longa com mais de 8 minutos (como quase todas do disco), mas nunca entediante. Tem de tudo o que você vai ouvir no disco: riffs memoráveis (óbvio!), solos criativos, baixo no talo e a bateria reta, sem comprometer (o BS tem um estilo que exige mais pegada e precisão do que firulas) e vocais de Ozzy em alto nível. Seguindo, o single God Is Dead? que tem até videoclipe. Esta á a faixa mais famosa deste disco, já um sucesso e faz por merecer. Lenta, bem cadenciada, um baita de um Doom, saindo das mãos (e da boca) de um de seus criadores. Melódico, grudenta, sombria, com a cara do BS e os vocais característicos de Ozzy. Também é a mais longa, quase 9 minutos, que não parece tamanha a diversidade e competência do grupo, algo a ser aprendido pelas novas bandas de Doom e Stoner. Pois para uma música soar magistral ou enfadonha, a linha é tênue. Primeiro, ela deve ter o instrumental diversificado, segundo o vocal também deve variar, e ela tem que te entreter, te hipnotizar, mas sem fazer várias músicas dentro da mesma. Ah, e claro, aquela mudança de andamento e ritmo no final da música, com outra estrutura e novas estrofes, característica desta fase da banda, herança de quando eles se formaram com o nome de Earth e faziam algo parecido com o Jazz (e uma marca bem setentista também). Bem, se End of the Beginning tinha um quê de Sweet Leaf, já a seguinte Loner poderia ser uma N.I.B. dos anos 2000, pela sua simplicidade, pelos riffs simples e marcantes de Tony Iommi. Eu dia quase um auto-plágio, pois em N.I.B. no fim da primeira parte, Ozzy fala “Oh yeah!” e aqui, com a mesma entonação, Ozzy diz “alright now” no mesmo momento, na mesma hora da mesma forma! Zeitgeist é uma balada acústica, com bongôs (tambores pequenos, que o Jô Soares costumava usar em seu programa quando era no SBT, e era 1000 vezes mais legal do que na Globo), a banda quis dar um ar de sei lá o que, talvez, atmosférica, imitando Planet Caravan .Em Age of Reason a gente começa a perceber uma certa repetição de si mesmo, ela parece ter sido feita como uma colcha de retalhos, pegando um pedaço de cada música do passado da banda, e olha o “Oh yeah!” de N.I.B.aqui novamente. Live Forever tem um andamento muito igual a Snowblind, sim, quase outro plágio. Damaged Soul é morosa e finalizando, Dear Father um pouco mais empolgante, e encerrando com... barulho de chuva e trovões, assim como se inicia a primeira música da carreira da banda, que deu nome ao seu debut e que deu nome à ela própria... mais original, impossível... Bem, a nota não seria tão alta, mas a versão que recebi é a Deluxe, digipack e com CD bônus. Eu recomendo essa versão, mas cuidado! Ao tirar o CD, é impossível o papelão não se rasgar, pela pressão que você tem que imprimir para tirar o disco. Os lançamentos daqui também poderiam ter “Padrão FIFA”... Enfim, ouvindo o disco bônus, não entendi porque fizeram essa divisão, porque neste CD2 o pau come! Methademic é excelente, talvez uma das melhores músicas da carreira da banda, rápida, caótica, hipnótica, pesada, densa, de tirar o fôlego e quebrar o pescoço! Peace of Mind é mais cadenciada, mas mais criativa, sem soar modorrenta como metade do disco 1. Encerrando, a Pariah, também mais acelerada, mas nem tanto, o suficiente para ser empolgante e fazer jus a primeira fase da banda, que é com Ozzy. Mas novamente, não entendi! Porque deixaram talvez as 3 melhores músicas para o CD bônus? Se elas estivesse no meio do disco 1 e tirando o trecho entre Zeitgeist e Damaged Soul, seria um dos melhores discos da banda. Então, a nota vai fracionada:
6,0 versão simples
8,0 versão dupla
9,0 se as três faixas do CD2 estivessem na versão regular

CD 1:
1. End of the Beginning
2. God Is Dead?
3. Loner
4. Zeitgeist
5. Age of Reason
6. Live Forever
7. Damaged Soul
8. Dear Father

CD 2:
9. Methademic
10. Peace of Mind
11. Pariah