GHOST DANCE
Stop The World Cherry Red – imp. Este fiz questão de resenhar pessoalmente. Esta banda Cult e Obscura dos anos 1980 é um verdadeiro achado. Apesar de ter ouvido falar dela na época e ter ouvido algo em baladas e lido pouco, me interessei em conhecer mais a fundo quando adquiri a coletânea ainda em VHS Goth Box. Neste vídeo, vários clipes de várias bandas clássicas desde subgênero e seus descendentes. Entre eles, Skeletal Family e Ghost Dance, ambos com os vocais marcantes de Anne-Marie Hurst. O Ghost Dance foi formado por ela e por Gary Marx (ex-guitarrista do The Sisters of Mercy). Ou seja, já era um mini-supergrupo, mas que nunca alçou fora do Underground. Até potencial comercial tinha para tocar nas rádios Rock e MTV’s. O seu som tinha algo de Gótico sim, mas não tão sombrio, puxava mais para o Post Punk, com várias pitadas do que seria o Power Pop na época. Stop The World era o seu segundo álbum, emitido pela Chrysalis Records em 1989 (seu primeiro LP, Gathering Dust, foi uma compilação de seus três primeiros EPs, emitido pelo selo Karbo). Era normal entre os anos 1960 e 1980 uma banda lançar vários singles e EP’s do que discos completos. Isso tornou a discografia destas bandas algo bem fragmentado, menos sólido e as bandas que investiram nesse formato ficaram pelo tempo. Esta edição na linha Deluxe, que normalmente é um box duplo em digipack, trás no disco 1 o próprio Stop The World e no disco 2, um disco de bônus com músicas inéditas, raras, ao vivo, editadas, versão para rádio e etc. Sem destaques, pois todas as faixas são excelentes. Merecia um faixa-a-faixa, mas este CD duplo merece ser adquirido e ouvido na íntegra! JCB – 10 DISC ONE: STOP THE WORLD |
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DANIEL ASH
Anthology Cherry Red – imp. O Daniel Ash Anthology é uma coletânea de três discos em box Deluxe digipack, que cobre dos anos 1990 no início do trabalho solo do cantor pela excelente gravadora Beggars Banquet, que teve até por um breve período entre 1995 e 1999 seus discos licenciados pela Paradoxx Music, e depois pela Sum Records. A carreira solo de Daniel Ash que começou logo após a Love & Rockets, banda formada por ele de imediato após o desmanche do Bauhaus, do qual manteve em paralelo o projeto Tones On Tail. Sem dúvida, o Bauhaus foi sua melhor e maior banda e o Love & Rockets também mostrou relevância e pertinência na cena Gótica. O CD1 é o disco debut de sua carreira solo e o primeiro pelo selo referido, Coming Down de 1991, com faixas bônus pertinentes a este disco. O CD2 é o segundo, Foolish Thing Desire de 1992, com faixas bônus pertinentes a este disco também, e o CD3 é um festival de faixas bônus: faixas exclusivas para o Japão, inéditas, raridades, B-sides, demos, unreleased tracks, músicas editadas e afins. Coming Down poderia ser uma continuação natural do Love & Rockets. Era para ser um disco solo só de covers, mas acabou compondo nove faixas e virou um disco de inéditas, com 3 covers apenas, ou seja, um disco de verdade, com, uma quantidade de covers normal. Destaque para a transada e Dark Day Tripper dos Beatles. Já Foolish Thing Desire é mais diversificado com a cara de Daniel Ash de fato e de direito, mas agrada menos aos fãs de Bauhaus, Love & Rockets e etc. Soa até mais comercial. Já o terceiro é uma miscelânea geral. Enfim, um combo que é um prato cheio para fãs dele e de todas as bandas citadas! JCB – 8,5 CD1 - Coming Down |
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UNSUN
Clinic For Dolls Shinigami – nac. Os poloneses do Unsun lançam seu segundo disco. A dupla que comanda as ações, a vocalista Aya e o guitarrista Mauser (ex-vader), repetem a fórmula do debut The End Of Life, mas desta feita com mais maturidade e tentando achar um estilo próprio e tentar ser mais do que apenas mais uma entre tantas formações de Gothic Metal com vocais femininos. Muito se compara com a veia do Lacuna Coil, mas a banda flerta com tendências de diversas outras formações e vai continuar agradando aos fãs de After Forever, Nightwish, Epica e congêneres. Não soa tão sinfônico, soa mais direto, bem melódico, e desta feita os vocais de Aya estão mais bem trabalhados e maduros em relação ao debut. Clinic For Dolls peca apenas por não trazer nenhuma composição memorável ou marcante que possa se tornar clássico do estilo, mas tem bons momentos como a faixa-título, Time, Mockers e Home. A produção também está melhor e deixou o som “mais sujo” em relação ao debut, mostrando mais feeling e pegada. Nuances ainda de Power Metal e algo Progressivo em determinados andamentos ainda marcam a sonoridade da dupla. A banda ainda está galgando seu lugar ao Sol (ou a Lua, já que tem vocais femininos e tem um estilo obscuro), fato que só a sequencia de álbuns de estúdios, muitos shows e trabalho árduo em tempos modernos fará a banda se estabelecer de fato. RS – 8,0 Faixas: |
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SENTENCED
Shadows Of The Past Shinigami – nac. O Sentenced é uma das bandas mais singulares não só da Finlândia, seu país de origem, mas também do mundo todo, de todas as que surgiram nos anos 90 (e hoje, são quase tão tradicionais quanto as bandas dos anos 80). Sua música peculiar, que começou com Metal Extremo, flertando com a morbidez do Doom e a Melancolia do Gothic, junto com a melancolia peculiar de sua terra (quase todas bandas egressas de lá soam melancolias e muitas vezes, até tristes mesmo), fez do Sentenced uma banda única e uma influência certa dentro destes estilos. Foram uma das primeiras bandas da apelidada no meio New Wave Of Finnish Heavy Metal a alçar sucesso no mundo todo, junto com outras bandas noventistas como Stratovarius, Nightwish, Chlidren Of Bodom, HIM, The 69 Eyes, Sonata Arctica entre tantas outras. O grupo cresceu ainda mais a partir de 1996, quando o vocalista Ville Laihiala assumiu o posto de vocalista. Tudo começo em 1991 com Shadows Of The Past, lançado originalmente em novembro de 1991 e que acaba de ser relançado no Brasil pela Shinigami Records em uma edição dupla com o CD2 trazendo duas demos anteriores, de 90 e 91. Na época, a banda era formada por Miika Tenkula (vocal e guitarra), Sami Lopakka (guitarra), Taneli Jarva (baixo) e Vesa Ranta (bateria), e foi lançada a pedra fundamental para fundamentar e solidificar sua carreira. O som de Shadows Of The Past era muito diferente do que a banda iria fazer no futuro, dentro das mudanças de formação. Shadows Of The Past foi relançado diversas vezes ao longo dos anos, e por isso o disco saiu com três capas diferentes! A primeira, do lançamento original da Thrash Records em 1991, segue a linha Death Metal, com cruzes e logotipo quase ininteligível. Em 1995, a Century Media, que recém contratara a banda, relançou o disco com uma nova capa, mais sombria e usando o logo que perdurou por anos. Novamente em 2008, a Century Media relançaria mais uma vez o disco, que é a versão que a Shinigami lança no mercado nacional. O CD1, o disco original, trás uma direção mais cavernosa e Death Metal para o grupo, bem mais tosca e brutal. E o CD2 como já falado, trás as duas demos anteriores ao disco como já falado. Inegavelmente, obrigatório para fãs do grupo e dos estilos que a banda campeou ao longo de sua curta e prematura jornada. PR – 9,0 CD1 CD2 |
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UNSUN
The End Of Life Shinigami Records – nac. Mais uma banda de Gothic Metal com vocais femininos, a usar a imagem da vocalista escancarada na capa. Pode soar apelativo para um primeiro disco, querer se apoiar apenas na imagem para fazer sucesso, mas ao ouvir The End Of Life vemos (e ouvimos) que a banda tem algo mais. Além da vocalista Aya, a banda tem outro chamativo, que é o guitarrista do Vader, o Mouser. Sim, aqui ele mostra o seu lado mais brando e melódico afora sua agressividade de sua banda original. Whispers abre num som mais rápido, melódico e acessível, bem Gothic Metal atual, uma faixa gostosa de se ouvir. Lost Innocence é mais travada, com algumas partes mais “quebradas” em seu meio e refrão, mas não as quebradeiras do Gothic Metal mais Prog, que são intrincadas, mas mais quebradas meio que para New Metal. Blinded By Hatred volta ao estilo europeu, mais ao estilo veloz, melódico e sutil de Whispers, igualmente grudenta também. Face The Truth é a balada, bem Pop. The Other Side segue a linha da primeira e terceira faixas, mostrando que é a linha principal do disco. Esta faixa lembra muito o Sirenia, principalmente nas guitarras (você jura que está ouvindo os riffs de Mortem Veland), ainda mais do álbum Nine Destinies And A Downfall (o vocal de Aya lembra muito o de Monika Pedersen, a vocalista deste disco do Sirenia). Por coincidência, a próxima faixa se chama Destiny, mas segue novamente uma linha mais “americanizada”. O disco da uma caída na segunda parte (ou lado B, se você é nostálgico), mas o poder e a energia voltam em Closer To Death, também sem inovações, mas fazendo esse tipo de som que muitos de nós gostamos muito. Encerrando, Indifference com efeitos eletrônicos, meio que Industriais e dançantes desnecessários. O Unsun está longe de ser a banda mais original do estilo, mas é mais uma boa pedida com mais algumas boas canções para seu deleite. JCB – 7,5 Faixas |
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LACUNA COIL
Shadow Life Shinigami Records – nac. A banda italiana continua com sua ambição de elevar cada vez mais sua trajetória, alcançando principalmente os States. Isso têm dividido muitos fãs da banda e do estilo chamado Gothic Metal. Aliás, muitas das bandas de Gothic Metla nem Góticas são, como Epica e After Forever, que são mais Prog Metal Sinfonico e sombrio do que Goth. O Lacuna Coil até tinha algo mais Goth em seu começo, depois descambando para um som simplesmente Metal ou Rock, com levadas quase (quase) New Metal. Aqui temos um disco mais melódico e ainda melancólico, com atmosferas sombrias remetendo às suas raízes, mas com produção e direcionamento modernos. Survive é o Lacuna Coil tradicional da sua fase mais moderna, bem voltado para o mercado norte-americano. Já I Won’t Tell You é talvez a melhor faixa do disco e da banda dos últimos anos, com um ar mais europeu e que remete mais ao começo da carreira, ainda que bem acessível e grudenta, com pré-refrão e refrão marcantes. Not Enough é melódica e essa sim, bem Gótica. O álbum foi produzido por Don Gilmore, conhecido por seus trabalhos com o Linkin Park, Good Charlotte e Avril Lavigne, e gravado em Los Angeles, nos EUA, no ano passado. Apesar das referências norte-americanas, o som ficou mais europeizado mesmo, e que bom. I Like It é bem moderna e acessível, e a banda desta vez tem tudo para ganhar o topo e as paradas em todos os mercados, muito melhor que muita porcaria Emo e New Metal que tem por aí. Foi dito que para este álbum houve uma preocupação extra para que os vocalistas Cristina Scabbia e Andrea Ferro melhorassem sua pronúncia da língua inglesa. Sinceramente, nunca percebi nada de errado com eles cantando, e acho que ninguém do Brasil, mas para os Anglo-Saxões podem perceber melhor que nós, claro, afinal, é quase impossível um italiano não falar outra língua sem sotaque algum. E se tiver sotaque, qual o problema também? Underdog é outro momento marcante, altamente inspirado e já me arrisco a dizer que Shadow Life é o melhor disco da banda até então. Essa faixa, não sei porque, me lembra, tanto na produção quanto nas guitarras e melodia, algo “sujo e melódico” como os últimos discos do Symphony-X e The Dark Ride do Helloween (disco este produzido por Roy Z). Encerram as ótimas Unchained e a faixa-título. Das bandas ditas “Gothic Metal”, o fato de o Lacuna Coil não ter mudado de vocalista, assim como Within Temptation e Epica, faz destas bandas as ponteiras do estilo, ao contrário de Sirenia, Tristania, Theatre Of Tragedy, entre outras que embora mais antigas, ficaram para trás. JCB – 9,0 Faixas: 01. Survive 02. I Won’t Tell You 03. Not Enough 04. I’m Not Afraid 05. I Like It 06. Underdog 07. The Pain 08. Spellbound 09. Wide Awake 10. The Maze 11. Unchained 12. Shallow Life |
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PARADISE LOST
Faith Divides Us, Death Unites Us Shinigami Records – nac. O Paradise Lost desafia todos os percalços e continua imune em sua trajetória. Depois do começo Doom Death, migrou para o Gothic Metal, “evoluiu” para um lado mais Pop, em uma gravadora Major (a EMI), depois retornando ao Gothic, mas com discos soporíferos. Agora a banda se redime, mesmo tendo perdido parte dos fãs e parte da credibilidade, em momento de mudanças na indústria musical e crise econômica. Em tempo: jamais acharei ruim alguma banda preferida estar numa Major, muito pelo contrário! Mas quando o PL foi para a EMI ficou claro que houve imposição da gravadora em transformá-los em um novo Depeche Mode. Eu adoro Depeche Mode, mas gosto do Depeche Mode soando como tal e Paradise Lost soando como Paradise Lost. As Horizons End é Paradise Lost o mais tradicional possível. Soturno, cadenciado, lento, com passagens rápidas, vocais sombrios e melodias melancólicas. É a música que descreve este disco e a carreira da banda, num meio termo entre o começo Death Doom e sua fase mais Gótica e acessível. É ainda uma das faixas mais inspiradas do grupo até hoje. I Remain segue a mesma linha, alternando vocais agressivos com outros límpidos e gélidos de Nick Holmes, que se supera a cada disco, mostrando uma incrível versatilidade, adjetivo estes que falta ao estilo onde a maioria dos cantores não alternam o tom. As demais faixas vão seguindo a mesma linha, com variações entre elas, mas na mesma linha. A faixa-título tem uma atmosfera muito sombria, enquanto The Rise Of Denial é uma das mais brutais do disco, remetendo de levo o começo da carreira da banda, mas claro, com melhor produção, melhor execução e sendo mais limpa. Um must! E assim o disco segue com composições não tão marcantes quanto os de começo de carreira, mas numa seqüência de boas faixas poucas vezes vista (e ouvida) ultimamente. Um dos discos mais homogêneos da carreira da banda! Enquanto Aaron Aedy (guitarra) continuar inspirado fazendo bons riffs e Nick Holmes acompanhando com seu vocal, a banda ainda continuará com força. JCB – 8,5 Faixas: |
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EPICA
Design Your Universe Nuclear Blast – nac. Apesar do status de banda grande no Brasil e em alguns lugares e de ser uma das principais forças do Gothic Metal, o Epica acaba de lançar o seu apenas quarto disco de estúdio. Sim, pois a banda foi formada quando Mark Jansen deixou a banda que fundou ao lado de sua irmã, Floor Jansen, o “veterano” e finado After Forever. Quando o Epica surgiu, já existiam e já faziam sucesso Nightwish, Tristania, After Forever, Theatre Of Tragedy, Within Temptation entre tantas outras bandas. O Epica seria da segunda geração do Gothic Metal (se é que podemos dizer assim), mas hoje corre no primeiro pelotão, não só pela sua qualidade, mas também contando com a “ajuda” das bandas concorrentes, que ou se separaram ou trocaram de vocalistas, entre demais brigas. Este estilo Gothic Metal é um estilo nórdico por excelência, já que todas as principais bandas são do norte da Europa (Nightwish da Finlândia, Theatre Of Tragedy, Tristania e Sirenia da Noruega, After Forever, Epica e Within Temptation da Holanda). Ainda, o estilo é tão peculiar que (falando de formações com vocalistas femininas), as bandas que trocaram de cantoras, estas vem de países estrangeiros. A atual do Nightwish é sueca, atual do Tristania é italiana, atual do Sirenia é espanhola (que já teve vocalistas norueguesa, francesa e sueca) e Simone Simons do Epica é francesa. O fato da banda não ter mudado (ainda) de vocalista, e de ter lançado discos regularmente a cada dois anos (The Phantom Agony em 2003, Consign To Oblivion em 2005, The Divine Consipiracy em 2007 e agora Design Your Universe de 2009), ajudou e muito a solidificar sua carreira, além do fato da banda ter ido para a Nuclear Blast, claro. Após lançar The Divine Consipiracy, Simone sofreu uma “conspiração divina”em 2008, vítima de uma bactéria hospitalar (MRSA), mas já se recuperou e a banda lança mais um disco divisor de águas de sua carreira. Design Your Universe trás o mesmo Epica de sempre: que é fã, vai ficar mais fã. Quem não é, vai continuar não sendo. Ame ou odeie, ame-o ou deixe-o. A banda pode não causar mais furor quando do surgimento de Consign To Oblivion ou The Phantom Agony, mas continua evoluindo em seu estilo musical, sendo mais inspirada que suas concorrentes. Design Your Universe trás convidados especiais, como Amanda Somerville (Avantasia) em Unleashed, num belo dueto (lembrando que Amanda substituiu Simone quando esta estava doente) e Tony Kakko (Sonata Arctica) em White Waters. Ao mesmo tempo em que este disco é o mais épico do Epica (fazia tempo que não soltava trocadilhos como este), pelas orquestrações, coros e passagens grandiosas, lembrando muito o Therion nos saudosos tempos, por outro, o vocal de Simone está mais “contido” e menos lírico, enquanto os guturais de Mark continuam e cada vez mais, além de ao meu ver, a produção deixou as guitarras mais “na cara”. Enfim, temos mais um disco complexo, que para se fazer uma resenha completa, seriam necessárias várias linhas e páginas. Mas lhe afianço: se você é fã de Epica, compre sem medo! Se não é fã, procure ouvir algo antes, mas corre o risco de gostar. JCB – 8,0 Faixas: |
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THEATRE OF TRAGEDY
Forever Is The World AFM/Laser Company – nac. A verdade é a seguinte: quando o filho é feio, ninguém aparece pra ser o pai. A frase é grotesca, mas aqui se aplica. O TOT surgiu fazendo um Death Doom que depois caiu para o Doom Gótico, depois Gothic Metal. Até Aegis. Depois a banda entrou naquela onda de Dance Music, Techno e demais porcarias eletrônicas, que estava na moda no fim dos 90 e começo dos 2000 na Europa. E assim como o Covenant, que se converteu para Techno e mudou para The Kovenant, o TOT seguiu o mesmo caminho, culminando em dois discos horrendos e com a saída de Liv Kristine Espenæs (agora Liv Kristine Espenæs Krull, pois casou-se com Alexander Krull do Atrocity). Nisso, o TOT recrutou outra vocalista e voltou a fazer Gothic Metal. Liv, montou sua banda, o Leave’s Eyes e faz... Gothic Metal. Peraí! Estavam juntos fazendo Goth, depois viraram Dance. Aí separaram, e separados, volta a fazer Goth? De que foi a idéia de fazer eletrônico? Estranho, mas melhor assim, pois agora temos duas boas bandas fazendo estilo que a gente gosta. E como disse, o pessoal resolveu fazer os melhores discos da carreira. O último do Leave’s Eyes, Njord, é maravilhoso, e Forever Is The World remete ao Aegis facilmente! O melhor disco desde então e para mim, já é o segundo melhor disco da banda, som perde para Velvet Darkness They Fear e empata com Aegis. Segundo disco da cantora Nell Sigland no grupo, sucedendo o bom Storm. Abrindo o CD, Hide And Seek, uma música bem Theatre Of Tragedy da fase Aegis, bem como a que se segue, A Nine Days Wonder. Ambas Góticas, com levadas de Progressivo, suaves, quase celestiais, com pesado, mas com uma certa cadência viajante. Tem momentos de A Nine Days Wonder que acho que vai entrar a Liv cantando. Revolution segue a mesma linha, mas com riffs e teclados um pouco mais épicos, mas a cadência continua. Transition tem o começo cantado parecido com a faixa anterior e é mais calma ainda, com uma parada só a capela, e no refrão, fica um pouco mais pesado, lembrando muito alguma faixa do antecessor Storm. Já Hollow segue aquela linha de som normal na Escandinávia com treclados e guitarras meio Prog como o Amorphis tem feito desde Tuonela. Os vocais masculinos aparecem de forma desnatada em Astray apenas. Até nisso fizeram a fórmula do Aegis. Perceba que os títulos são em maioria formados de uma palavra apenas. O destaque desta faixa são as batidas hipnóticas. Ficou diferente e legal. Frozen resgata nas guitarras e na melodia o lado Doom da banda, talvez o maior momento do disco! E Illusions? Bem Goth Metal, daqueles momentos mais serenos que o próprio TOT já fez, atmosférico, celestial, mostrando que Nell Sigland foi a melhor coisa possível para o lugar de Liv. Esta faixa tem uma melodia propicia para quando você passar dessa vida para a outra. Só ouvindo para entender. Lá no final, vem o peso, apoteótico e bombástico. Duas músicas em uma só!Deadland é a mais “alegrinha”, rápida e pesada, também característica da banda. Forever Is The World, a música, encerra de forma melancólica e algo mórbida o disco, que mostra de vez a redenção do TOT. com dois bons discos seguidos, a banda recuperou a moral perdida nos tempos em que eles se perderam dos discos eletrônicos. JCB – 9,0 Faixas: |
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NIGHTWISH
Made In Hong Kong Dynamo – nac. O Nightwish causou alvoroço com a dispensa de Tarja Turunen e mais ainda com a contratação de Anette Olzon. A banda gastou milhões com a gravação de Dark Passion Play, fez uma turnê gigantesca a agora, lança este disco duplo, o CD1 ao vivo tem oito faixas live e 3 de estúdio. As ao vivo, apenas faixas da era de Anette, ou seja, apenas de Dark Passion Play. Talvez uma forma de desapegar do passado, de sair do fantasma de Tarja e mostrar que daqui pra frente, a banda vai focar cada vez mais no material novo, mas claro nunca esquecer o antigo, até porque, foi a banda que tocou e Tuomas que compôs, seria desperdício deixar tudo de lado. Isso tudo é para firmar cada vez mais esta fase da banda e para que estas faixas sejam tão clássicas e tão pedidas ao vivo quanto as antigas com Tarja. Bem pensado. As faixas ao vivo foram gravadas em Hong Kong, Suíça, Alemanha, Áustria e Grã Bretanha. Hong Kong levou o nome do disco, mas pouco foi gravado lá (embora o subtítulo avise “e em vários outros lugares”). Seria uma tentativa de conquistar o mercado asiático, além do japonês? Também uma boa tacada de marketing. A capa, apesar de trazer uma carismática coruja, poderia ter sido algo mais especial. As faixas de estúdio soam mais como bônus mesmo (sua descrição está no track list abaixo). A gravação soa mais suja, talvez propositalmente, pois a banda ao vivo é pesada e tem muito punch. No DVD, temos os três videoclipes já lançados pela banda para este disco: Amaranth, Bye Bye Beautiful e The Islander. O documentário do DVD bônus mostra cenas da turnê do disco, inclusive quando Anette Olzon abandona o palco em Belo Horizonte, por não conseguir cantar, pelo excesso de fumaça. A banda poderia ter lançado um disco ao vivo com show completo e em DVD também, mas não duvido que o faça depois. Estes aqui vêm para não deixar a banda sir da mídia e ter sempre algo para alimentar seus fãs. Recomendo. JCB – 9,0 Disco 1 |
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WAVE KLASSIX
Volume 3 Wave Records – nac. Esta coletânea gótica é em DVD case, mas é CD de áudio. Muita gente está confundindo, achando ser um DVD com vários clipes. WAVE KLASSIX VOL.3 é a nova coletânea da série lançada pela Wave Records. Após o sucesso dos Volumes 1 e 2, esta teve o mesmo padrão do primeiro volume, com caixa especial em formato dvd box. Temos aqui bandas conhecidas e outras nem tanto, então vamos à elas. Destaques para John Foxx (do Ultravox, que tem uma carreira solo sólida) com He´s A Liquid (New Version), numa das melhores faixas deste compilado. Kirlian Câmera, banda italiana dos anos 80 e que ainda está no topo da cena, com uma sonoridade mais tradicional, com Heldenplatz (Walhalla). Também dos anos 80, o Trisomie 21 com Breaking Down, outro destaque. Bom momento para o canadense Psyche em Mysery (Extended Edit) resenhado pela gente http://www.rockunderground-mag.com/gothic1.htm. A vocalista Gayna, de Liverpool, comparece com suas duas bandas Shiny Two Shiny, Though The Glass e A Formal Sigh, que abre o CD com Looking At Walls. Os italianos do Krisma são a grande surpresa, pois iniciaram nos anos 70 fazendo Rock Progressivo, depois viraram o oposto, Punk Rock (a oposição do Progressivo), evoluíram para o Pós Punk e na década de 80 abraçaram a New Wave e aqui, comparecem com a faixa Samora Club. Vale a pena conhecer, pois eu não os conhecia e acredito muita gente que está lendo aqui também! Ainda o alemão Lars Falk, as suíças do The Vyllies (Dark Místico), o duo cult Soma Holiday e os tupiniquins do Kodiak Bachine, que datam do final dos 70’s com Eletricidade, pioneiro nos Port Punk e eletrônico no Brasil! Por essas e outras, se torna obrigatória a aquisição de todos os volumes desta coleção! ADL – 10 Faixas: |
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OPERA MULTI STEEL
Parachèvement de L’Esquisse – An Ultimate Anthology - MCMLXXXIV - MMII Wave Records – nac. Parachèvement de L'Esquisse (e todo esse nome comprido) é a nova compilação da banda francesa Opera Multi Steel. Ai é covardia! São 30 músicas em um CD duplo, selecionadas pelos próprios membros, mostrando que a coletânea é o que os músicos queriam mesmo, ao contrário de 99% das coletâneas, que são todas montadas pela gravadora. O estilo deles é oficialmente chamado de Minimal Synth Wave e vai dos anos 80 até 2002, quando a banda deixou de gravar discos e tocar ao vivo. Sim, pois todos os outros membros, além de terem suas vidas pessoais e outros empregos, também tem outros projetos. Eles se dão por satisfeitos com o que fizeram até então e em vez de manchar o nome do grupo com discos medianos, preferiram lançar esta coletânea e relançar toda a sua discografia, que a Wave Records poderia lançar no Brasil também! Aqui, você poderá descobrir músicas de seu primeiro vinil de 4 faixas, o cult, raro e fora de catálogo Jardin Botanique, além de músicas dos álbuns Cathedrale, A Contresens, Les Douleurs De l'Ennui, Stella Obscura, Histoires De France, Eternelle Tourmente e Une Idylle En Péril. Ou seja, tem o melhor de tudo da banda! O encarte deste CD foi desenhado com gráficos de todos os períodos da banda. Se você não tem nada da banda ainda, comece por aqui! Cara, isso aqui é um deleite! Compre agora mesmo! ADL – 10 CD 1 CD 2 |
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NAHTAIVEL
Killer Speaks Wave Records – nac. Fernando Nahtaivel já é um nome conhecido no cenário Underground da região sul do Brasil. Ele teve participação como tecladista em discos de diversas bandas de Black, Death e Doom Metal como Insane Devotion e Doomsday Ceremony. Apesar do background metálico, sua carreira solo cai no Dark-Electro, Industrial e EBM. Ou seja, nada a ver com as bandas em que ele participa em estúdio e ao vivo. Aqui, temos músicas frias, reflexivas, bem européias, com um quê brasileiro, de nossa Europa, nosso Sul. Decadência, caos, tormentas e tudo o mais você sentirá ao ouvir Killer Speaks, terceiro registro, mas o primeiro que tem a oportunidade de chegar a CD – os anteriores são discos virtuais. Sim, só saíram na net, uma pena, infelizmente. Nada é igual a você pegar nas suas mãos um disco, CD ou LP e manusear e ouvir o disco, isso é um ritual, do que ter que ligar um computador para ter que ouvir. Sua música é difícil de digerir, um estilo bem radical. Compre, ouça e escute com calma e várias vezes, para perceber quantas camas têm sua música. Na Europa, o chamam de Brazilian Hellectro. ADL – 8,0 Faixas: |
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SCARLET LEAVES
Outlining States Of Mind Wave Records – nac. A banda paulistana lança seu álbum de estréia depois de muito tempo. O disco demorou a sair, mas saiu, ou melhor, caiu como as folhas caem no outono. Contando com 9 faixas diversificadas, com muito do Ethereal, nas atmosferas e vocais. Vai agradar os fãs de Gothic Metal, apesar de não ser Gothic Metal, claro. Aqui temos Darkwave, elementos eletrônicos e muitos beats. Moderno e de raiz. As letras abrangem a Natureza, todos seus elementos, afinal, o nome do grupo diz tudo, folhas escarlates. Um disco difícil de se rotular, realmente, todos que resenharam o disco apanharam e eu também. Para desespero de nós jornalistas, e alívio para os fãs. Por isso, compre o seu e decida se você gosta ou não e que estilo se enquadra. Darkwave, Ethereal, Gothic Rock, Neo Classical, não importa, é bom. ADL – 7,0 Faixas: |
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PAIN Cynic Paradise Nuclear Blast – nac. Peter Tägtgren, além de líder, vocalista e guitarrista do Hypocrisy, tem um extenso currículo como produtor. Grande parte dos melhores discos de Death e Black Metal gravados no final dos anos 90 e começo dos anos 00 foram gravados por ele em seu Abyss estúdio. Além disso, Peter tem diversos projetos paralelos e o Pain é o principal. É uma one-man-band, com uma sonoridade bem diferente do Hypocrisy e de tudo que Peter produziu. Pois o Hypocrisy é aquele Death Metal tradicional que se tornou mais melódico e melancólico ao longo dos anos, com aquele som tipicamente sueco, “gotemburgeano”, e o som do Pain é puro Metal Industrial, com um estilo peculiar, pois não lembra nenhum medalhão do estilo. O lado bom: por mais que seus fãs torçam o nariz, podem ficar tranqüilos, pois JAMAIS o Hypocrisy cometeria a Hipocrisia de mudar sua música, por isso, Peter montou o Pain. E mesmo os mais radicais, podem vir a gostar do Pain, pois tem muito de Metal em sua música. Cynic Paradise já é o sexto disco da banda, e tivemos o privilégio de resenhar o segundo disco deles, Rebirth, quando ainda este projeto causava polêmica. Recordar é viver: leia um trecho dessa resenha e tire duas próprias conclusões, de 2001 pra cá, tanto a mudança da cena, a carreira de Peter e a visão deste que vos escreve: “Muitos fãs de Death Metal pegaram ranço deste projeto/banda. Vamos por partes, como diria o Dismember: esta banda foi formada por Peter Tägtgren, do Hypocrisy bem na época em que ele falava em acabar com a banda. E este projeto era voltado mais para a tecnologia e para o Death Industrial, causando ojeriza nos mais radicais. Passado o susto, o Hypocrisy não acabou e Peter continuou com sua incrível produção de trabalhos extremos. O Pain certamente auxiliou Peter a tirar o máximo tecnologicamente das bandas, sempre mantendo a veia análoga. Aqui a banda vai na linha do Samael novo, um Techno Metal. Gostas? JCB – 8,5”. Em Cynic Paradise, é a evolução disso. I’m Going In é a faixa que abre o disco com vocal agressivo, rasgado. A vocalista do Nightwish, Anette Olzon, participa do álbum cantando em duas músicas: Follow Me (que tem um bom videoclipe e é a melhor das duas, bem bombástica e pegajosa) e Feed Us, mais agressiva e sem ser Gothic Metal nem lírica, lugar comum de participações femininas como convidadas. Mas os elementos eletrônicos, são o principal diferencial em relação ao Metal extremo da banda e produções de Peter, mas aqui ele ousa outros estilos ainda dentro do Rock, como Alternativo, Psicodélico, algo vintage e passagens oitentistas e até setentistas. Reach Out lembra de leve White Zombie. Bem, está dado o recado, agora é com você leitor! A edição especial do álbum traz um CD bônus com cinco faixas: a excelente versão para Behind The Wheel, do Depeche Mode. Aliás, o Depeche é uma banda tão marcante e especial, que todos que fazem covers dele se são bem. Também há um cover de Here Is The News, do Electric Light Orchestra. Isso mostra como Pop dos anos 80 foi maravilhoso: até quem toca Metal extremo admira e gosta. JCB – 8,5 (manteve a média) Faixas: 1. I m Going In 2. Monkey Business 3. Follow Me 4. Have a Drink in Me 5. Don t Care 6. Reach Out (And Regret) 7. Generation X 8. No One Knows 9. Live Fast - Die Young (It s a Cynic Paradise) 10. Not Your Kind 11. Feed Us |