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Stormblast Death Cult Puritanical



Entrevista: Júlio César Bocáter.

Foto:
Júlio César Bocáter.
A maior banda de Black Metal atual (em termos de vendas, shows, conceito, longevidade, produtividade e continuidade) regrava um dos seus discos clássicos, o Stormblast. Confira esta exclusiva com o guitarrista Silenoz, um dos mentores do DB ao lado do vocalista Shagrath (apelidado carinhosamente de Shaggy pelos membros da banda).

Conte-nos sobre a regravação de Stormblast.
Silenoz – Este foi um dos discos dos quais não gostamos da produção. Agora, atendendo a pedidos, ele está em catalogo novamente. Só que, com uma produção descente, coisa que não tivemos. Esta era uma idéia que tínhamos há muito tempo e neste hiato entre nosso último disco e o próximo inédito de estúdio, conseguimos realizar.

Este era um dos discos clássicos do Dimmu Borgir para muitos de seus fãs. Muitos deles não gostaram de ter a idéia do mesmo ter sido refeito, já que para eles, uma obra nunca deve ser refeita, pois por mais que vocês tenham tido problemas com produção e gravação, é um registro não só da época, mas de uma época mágica que foi a metade dos anos 90 para o Black Metal.
Silenoz – Entendo muito bem o ponto de vista deles, como fã de uma grande banda, talvez não aceitasse este idéia também. Por outro lado, se não gostaram da regravação, basta apenas continuar ouvindo o antigo! Só que, com a versão regravada, podemos levar Stormblast, para muitos outros fãs que sequer o conseguiam achar, e se achassem, talvez não gostassem, já que temos muitos fãs novos, que estão conhecendo a discografia da banda de trás para frente.

Você não teve medo de estar mexendo em um vespeiro? Pois além de enfrentar esta posição dos fãs mais ortodoxos, você não teve receio em mudar as músicas, pois, apesar da época atual ser diferente da gravação original, os músicos também são outros e este disco teve um significado na época, que nunca será o mesmo de hoje.
Silenoz – Sim, colocamos tudo isso na balança sim. Tentamos deixá-lo da forma mais original possível, mexendo e mudando o menos possível, tentando nos ater apenas na produção e gravação. Óbvio que ele soa até ingênuo hoje, pois hoje, tocamos muito melhor do que na época, e tínhamos que nos segurar para não “arrumar” as músicas e até procurar repetir os mesmo erros da versão original! (risos) Confesso que foi muito difícil fazê-lo neste formato, muito mais do que um disco inédito! Isto ajuda a gente até em discos futuros, pois todo músico evolui com o tempo, e se não pararmos para analisar, acabamos nos preocupando naturalmente com a técnica e esquecendo das raízes, que muitas vezes, são feitas de coisas mais simples e diretas.

Você acha que o fato de ter feito a regravação de Stormblast nestes moldes, indiretamente vai trazer para o próximo disco, uma preocupação melhor em como soa o disco, e não apenas a técnica ou a gravação?
Silenoz – Se eu te disser que não, estarei mentindo! (risos) Claro que sim, pois sempre o último disco influencia a próximo, como se fosse um gancho entre um e outro. Confesso que, Stormblast, vai influenciar muito mais nosso próximo disco do que nosso último inédito, Death Cult Armagedon.

Então, com tudo isso, o próximo full lenght do Dimmu Borgir será muito mais próximo de suas raízes do que os discos mais recentes?
Silenoz – Nós nunca abandonamos nossas raízes, mas tivemos uma volta ao tempo ao refazer Stormblast, o que foi ótimo para mim e Shagrath. Não posso te adiantar nada sobre nosso próximo disco, mas com certeza, este elemento estará mais presente.

Por que fazer uma nova capa para Stormblast, e que em nada tem a ver com a original?
Silenoz – Porque, como Stormblast foi lançado por uma antiga gravadora (Nota do E: Cacophonous) e a demora em regrava-lo deveu-se também ao fato do contrato que existia com eles, não tínhamos também os direitos sobre a capa original. Então, tivemos que fazer outra. Na nova capa de Stormblast, tentamos unir o espírito daquela época com o visual atual do DB.

Nesta nova edição de Stormblast, o CD vem acompanhado um DVD bônus, com cinco músicas ao vivo. Poderia nos falar sobre isso?
Silenoz – Sim. Estas músicas são tiradas do show que fizemos no Ozz Fest em 2004. Infelizmente, o set era curto, cerca de 40 minutos, e como muitas de nossas músicas são longas, nosso set variava entre 5 e 6 músicas por show, salvo raras exceções. Mesmo assim, consideramos o saldo positivo, pois nossas vendas nos Estados Unidos triplicaram depois de nossos shows lá. E como esta regravação de Stormblast é uma coisa especial para nossos fãs, quisemos presenteá-los com este DVD.

Vocês pensam em regravar também outros álbuns como For All Tid e Inn I Evighetens Morke EP?
Silenoz – Não, porque no caso destes discos, apesar das limitações, achamos o resultado satisfatório. Pretendemos parar por aqui com esse tipo de coisa. Ao menos, por enquanto... (risos)

Finalizando a entrevista, fale da última coisa que sempre consta em qualquer disco, que são as faixas bônus, quando elas aparecem. Fale sobre as duas faixas bônus de Stormblast.
Silenoz – Sorgens Kammer - Del Il, é no estilo Old School, com direito até a vídeo-clipe, tentando resgatar o espírito da época. Já Abmaktslave foi composta antes de nosso debut, aí gravamos agora. Ou seja, até nos bônus, nós fizemos músicas em norueguês e do mesmo estilo do Stormblast. Até nestes bônus, procuramos respeitar o “conceito” do álbum.