THEE ORAKLE
Secret
Independente – imp.
A banda faz um misto de Doom Death com Doom Gótico. Alternam vozes masculinas guturais como femininas limpas (sem ser soprano nem operísticas). Os vocais não trazem tanta inovação, embora sejam, feitos com bom gosto e com talento, pois entram na hora certa que a música pede. Você começa a ouvir o CD e já imagina “agora vai entrar um ghrol” ou “agora vai entrar a voz feminina”, e etc. Aqui temos um EP ou MCD desta boa banda, que só nos faz ansiar por novos e futuros disco deste grupo. Destaque para o hit Secret, que ainda aparece no final do CD como sétima faixa, em versão editada para as rádios. Boa pedida para o outono que está a chegar! JCB – 7,0

Track list:
1- At the Gates of Orakle
2- Emptyness
3- Queen of Creation
4- Secret
5- Moment of Eternity
6- Sea of Life
7- Secret (versão editada para radios)





SOLSTICE
Lammentations (94)
Halcyon (96)
New Dark Age (98)
Cyclone Empire – imp.
A banda Solstice tem três de seus discos relançados pela Cyclone Empire, especialista em lançamentos obscuros, exóticos, pitorescos e de modo “cult”. Ambos são de épocas diferentes (todos dos anos 90), mas com certo intervalo de lançamentos entre um e outro (ainda que tenham sido entremeados com demos, promos e EP’s). O seu Epic Doom de excelente qualidade remete a banda como Solitude Aeturnus, Memento Mori e ainda algo de Candlemass. A banda surgiu em 90 e vem de Bradford, Inglaterra, e já por isso mostra conhecimento de causa para fazer Doom, embora o seu estilo esteja mais para o sueco e norte-americano do que propriamente para o inglês. O vocal de SIMON MATRAVERS, que gravou Lammentations e Halcyon remetem a Robert Lowe do Solitude Aeturnus, atual Candlemass também agora. Nestes dois discos mais crus, a inocência do grupo foi responsável por forjar temas mais do que indispensáveis para o estilo. A banda excursionou com o Anathema para dezenas de países, como Inglaterra, Irlanda, Escócia, Gales, Bélgica, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Polônia, Lituânia, República Tcheca, Holanda e etc. Aqui, Lammentations, que saiu no longínquo ano de 94 como CD, era uma revisitação e regravação da demo homônima de 91. Além das dez faixas lançadas em 94, este relançamento vem com três bônus tracks: Last Wish, The Man Whos Lost The Sun e Ragnarok (nunca lançadas antes). Em Halcyon, a banda vem com a mesma sonoridade, só que mais limpa, menos densa, mas ainda essencialmente Doom na medida perfeita: nem lento de mais (e quando é lento é na hora certa), nem melódico demais e nem melancólico demais (pois tem bandas que querem induzir a um suicídio coletivo). São apenas cinco faixas, mas acrescidas de mais oito (8) bonus track, como segue no track list abaixo, sendo uma de uma demo de 94, uma cover para Solitude do Candlemass (com vocais a cargo de Karl Simon) e outras seis faixas extraídas de Drunken Dungeon Sessions Demo 1997, sendo que três destas, Neither Time Nor Tide, Only The Strong e Cimmerian Codex nunca foram lançadas antes. Encerrando a “trilogia”, o melhor de todos, New Dark Age. Mais bem produzido, acabado, polido, tocado, executado e composto, embora o momento para a banda já não fosse mais tão bom quanto outrora. Mas ainda assim, fizerem o seu melhor disco. Intrigante, instigante, desafiador e incalculável seu valor musical para a cena Doom! JCB – 9,0

Lammentations (94)
01. LAMENTATIONS IV
02. NEITHER TIME NOR TIDE
03. ONLY THE STRONG
04. ABSOLUTION IN EXTREMIS
05. THESE FOREVER BLEAK PATHS
06. EMPTY LIES THE OAKEN THRONE
07. LAST WISH
08. WINTER MOON RAPTURE
09. THE MAN WHO LOST THE SUN
10. RAGNAROK
Bonus tracks:
11. LAST WISH * - UNRELEASED
12. THE MAN WHO LOST THE SUN * - UNRELEASED
13. RAGNAROK * - UNRELEASED

Halcyon (96)
01. The Ravenmaster
02. TO RIDE WITH TYR
03. GRAVEN DEEP
04. HALCYON
05. GLOVES OF METAL (MANOWAR-Cover)
Bonus tracks:
06. WINTER MOON RAPTURE (Chiswick Studio Demo 1994)
07. THE SLEEPING TYRANT *
08. BLACKTHORNE *
09. HAMMER OF DAMNATION *
10. NEITHER TIME NOR TIDE * - UNRELEASED
11. ONLY THE STRONG * - UNRELEASED
12. CIMMERIAN CODEX * - UNRELEASED
13. SOLITUDE * - Vocals by KARL SIMON - UNRELEASED (CANDLEMASS-Cover)
* taken from "Drunken Dungeon Sessions" Demo 1997

New Dark Age (98)
01. LAMENTATIONS IV
01. NEW DARK AGE
02. THE SLEEPING TYRANT
03. CIMMERIAN CODEX
04. ALCHEMICULTE
05. HAMMER OF DAMNATION
06. THE ANGUINE ROSE
07. BLACKTHORNE
08. THE KEEP
09. CROMLECH
10. NEW DARK AGE II
11. LEGION XIII
Bonus Tracks:
12. THE PROPHECY (IRON MAIDEN-Cover)
13. STORMCHILD (TRESPASS-Cover)

MIRROR OF DECEPTION
Shards
Cyclone Empire – imp*
Terceiro disco desta banda alemã de Doom Metal. Melancólico, épico, melódico como todo Doom deve ser e soar. Apraz-me descobrir Mirror Of Deception um tempo atrás. Mirror of Deception doom metal é uma banda alemã que pelo menos eu não ouvi antes, embora tenham sido na indústria desde 1990! Mirror of Deception, formado pelos guitarristas e Fopp Jochen Michaell Siffermann, desempenha tradicional doom metal. Em vez de se tornar conhecido em todo o mundo, Mirror of Deception ganharam um status de cult underground band na Alemanha. Embora Mirror of Deception foi lá desde o início dos anos 90, que estréia seu álbum lançado em 2001 (Mirrorsoil), que ajudou a banda obter mais audiência. O seu segundo álbum foi liberada em 2004, e o terceiro álbum em 2006. Se você estiver disposto a ver Mirror of Deception vivo, confira os shows em seu site. Algumas das melodias recordo-me velho Amorphis canções. Mesmo que não funeral doom, lembra-me a mim muito do estilo. Mirror Of Deception line-up inclui Michael S. (guitarra, vocais), Jochen F. (guitarra), Andreas T. (contrabaixo) e Jochen M. (bateria, vocais). Mirror of Deception oferece downloads, para chegar-se a seu site e fazer download de mp3, vídeos, fotos e logotipos, bem como cobre. Eu definitivamente recomendo que você verifique esta banda! A tradução ao pé da letra da palavra Doom as vezes é castigo. Muitas bandas de Doom de tão chatas que são, são um verdadeiro castigo ter que ouvir seus discos intermináveis inteiros, o que não é o caso aqui. RC – 8,5

Track list:
01. Haunted
02. Ghost
03. Swamped
04. The Eruption
05. Insomnia
06. Dead Pledge
07. The Capital New
08. Pyre
09. Frozen Fortune
10. Enigma

GRAVEYARD DIRT
Shadows Of Old Ghosts
Lugga Music – imp.
Doom é a mãe! EP é a mãe também! EP? O que te de EP aqui? Bem, você pode até me questionar que os caras estão certos, pois Shadows Of Old Ghosts tem apenas três faixas. Ou seja, nem EP poderia ser, estaria mais para um single ou MCD, já que geralmente um EP tem de quatro a seis faixas. Ok. Mas um CD que tem mais de 33 minutos de duração é um EP? Bem, escândalos a parte, este CD (prefiro dizer assim) é mais um achado de uma banda pronta para explodir, na cena Doom, na cena Metal em geral e seus tímpanos! Cara, que classe que estes caras têm aqui! A abertura com Rise... Fallen Skies que tem quase 12 minutos, teria tudo para ser um soporífero ou uma chatice só. Que nada! A faixa é envolvente e cativante e estes 11 minutos e 47 segundos passam rapidinho, não só para (in)felicidade e forjar melodias sinistras e deprimentes de maneira legal, como colocar tudo isso instrumentalmente de forma funcional, aliada a um vocal que claramente bebeu na fonte de My Dying Bride dos primórdios e guitarras à Anathema! A seguinte, A Tearless Lament, tem uma guitarra que segue uma melodia a música toda como se fosse um mantra, com vocais que remetem ao Paradise Lost de início de carreira. Alternando com eles, vocais ora limpos e clean, para quebrar o gelo e dar um ar mais moderno e tenebroso. Fechando este “EP”, Gathering Storm, mais lenta, sorumbática, múmica, com um piano depressivo e melancólico, ritmo lento quase parando. Fúnebre e pode servir de réquiem para quem quiser morrer e ser velado em paz (estou pensando seriamente nesta hipótese), além de ser madura e sóbria. Vocais sussurrados, como se fosse uma narrativa de uma história de pavor. Mas resumindo, a classe com que a banda trabalha com todos estes elementos é surpreendente. Se isto era um EP, um full length será um CD quádruplo? JCB – 9,0

DAWN OF SOLACE
The Darkness
Locomotive – imp.
Com uma capa e um título como este, não há nenhuma chance da música do álbum a ser Melodic Metal, certo? The album here is dark, as dark as it could be, with a melancholic atmosphere, aggressive, but also melodic and catchy in it's own way. O álbum aqui é Dark, como escuro como poderia ser, com uma atmosfera melancólica, agressiva, mas também melódica e cativante, em que é o próprio caminho. E agora, a banda é Death Metal Melódico, é Doom Metal, é Gothic Metal, Pagan, Dark Metal ou é o que? Quantas vezes você já ouviu essa frase para caracterizar uma banda de música… Infelizmente, nos últimos anos, muitas bandas estão tentando reproduzir esse tipo de música (se pudermos colocar rótulos na música), mas o resultado final é crap! Well, DAWN OF SOLACE , with their debut album "The Darkness" , is not one of them. Bem, a banda aqui com seu debut The Darkness, não é um deles. E nem parece debut! A banda faz com maestria este estilo darkoso (assim reúne todos os sub-gêneros já citados), com experiência e talento. Seu frontman Tuomas Saukkonen mostra apto para este difícil posto. Como sempre, o disco começa com uma intro, e quando entra Wings Of Darkness, com o peso do Metal, densidade do Dark, melancolia do Doom e a frieza do Goth. Nas próximas faixas, estes elementos se alternam. O disco como um todo soa meio igual e repetitivo, fato perdoável, já que trata-se de um debut. Ainda assim, é mais uma boa opção para você de música sombria e tenebrosa. PR – 8,0

Track list:
1. Dying Daylight
2. Wings Of Darkness Attached On the Children Of the Light
3. I Was Never There
4. Dead Air
5. I Am Chaos, I Am Destruction
6. Winter Song
7. Wrath Of Gods Amongst Us
8. Avalanche

OBLIQUE RAIN
Isohyet
Independente – imp.
Outra boa banda de Doom Metal, com uma sonoridade mais melodiosa, mais limpa, mais gótica, mas plenamente Doom em sua essência. Nothing’s Silence abre de forma fria e gélida. Essa frente fria que veio no meio do verão ainda em janeiro me deu mais inspiração para fazer estas resenhas, ouvindo estas maravilhas e vendo o tempo nublado e sentindo um friozinho, mesmo que pequeno pelo menos. São quase 10 minutos de momentos tétricos. Já Dealling With Lies é mais gótica, ainda que mais Doom do que outra coisa, lembrando muito a fase Icon e Draconian Times do Paradise Lost, ou seja, aquele tempo de transição entre os dois estilos. O lado mórbido e sombrio volta a assustar em Candle Flame (que letra hein?), lembrando momentos inspirados à Solitude Aeturnus. Também é a mais curta, com 4 minutos de duração apenas. As próximas faixas, Silent (Lost For Words) e Shadows Entwine procuram seguir esse caminho, mais curto, efetivo, eficaz, moderno e mais Gothelancólico. Encerrando, a sinistra Isohyet, instrumental, curtinha, quase como um Outro para capitalizar e dar liga a esta obra que comemora o lado negro do ser. JCB – 8,0     

OFFICIUM TRISTE
Pathway
Displeased – imp.
Além de bons lançamentos, o atual mercado tem tido uma série de relançamentos. Seja pela primeira vez em CD, seja pela primeira vez em DVD (no caso de antigos vídeos em VHS, lançados até o começo de 2000). Em outros casos, são relançados CDs que já eram relançamento no começo de 90, mas contando com a tecnologia de hoje. Hoje, além disso tudo, ainda temos relançamentos de trabalhos desta década mesmo. Seja porque saíram de forma independente, seja porque agora podem ter melhor masterização (ou regravação), seja porque mudaram de gravadora, seja por serem EP e hoje, podem ter alguns bônus, tornando um álbum cheio, praticamente. É o caso do nosso já conhecido de outros outonos, o Officium Triste. Sinceramente, apesar de ser fã do estilo, não curto tanto o Doom deles. Sempre achei muito parado, disperso, sem muitos atrativos e sem muita variação. Mas com uma nova roupagem, até que aqui o resultado ficou interessante. Pois estamos diante de uma reedição do álbum de 2001 de Officium Triste, com cinco faixas bônus, retiradas do 7” EP Roses On My Grave, da promo lançada em 2000 e ainda dois temas gravados ao vivo na Holanda em 2002. Ou seja, acabamos tendo um álbum full praticamente. Sendo assim, passou no nosso teste de qualidade, com uma produção melhor e uma diversidade de faixas de diferentes épocas, não tornando a audição, dessa fez, de um disco do Officium Triste, como se fosse uma única faixa apenas. E a música, continua tão ou mais triste do que sempre. JCB – 7,5

NORD
Year Of No Light
Radar Swarm – imp.
Outra banda de Doom, que poderia se enquadrar na categoria Pagan Metal, apesar de não lançar mão de elementos folk. Aqui temos um estilo bem legal e que pela capa, pode enganar algum incauto e desavisado. Sim, porque a capa e o logotipo da banda remetem ao Folk, ao Pagan ou até mesmo o Viking (nem só de barcos e brigas viveram o povo Viking, que muita gente não sabe, mas era uma cultura maternalista – as mulheres é que mandavam). Pois a junção de alces que formam um cernuro, um Deus cornífero ou o próprio Black Goat Baphometh, leva a isso. Mas quando você ouve Year Of No Light você se depara com um excelente de um Doom Metal, com muito de Black Metal também. Se, pois as faixas são lentas, sorumbáticas, mas têm no disco todo, vocais agressivos, graves e urrados, ainda que sempre sejam sussurrados, bem da verdade. Algumas faixas são instrumentais que servem de introdução para as pedreiras que se seguem. Sem destaques individuais, pois o disco é como se fosse uma obra conceitual, completa, pra se ouvir de início ao fim, sem ficar se repetindo nem soando igual. JCB – 8,0

OMEGA MASSIF
Geisterstadt
Radar Swarm – imp.
Doom é a mãe, parte 2. Sim, pois aqui temos aquele Doom que, se não chega a ser um Funeral Doom é bem lentão e pesadão. As guitarras lentas, com solos calmos, riffs minimalistas e leads persistentes, com uma cozinha que parece tocar com uma pena no lugar das baquetas e paletas. Tão sutil é a cozinha, quando pesada são as guitarras. Mas e os vocais? Eles são a grande surpresa. Não tem! Isso mesmo, inexistem vocais aqui! O lado positivo: se fosse um cara que mal sabe urrar, só porque o pai dele é o dono do estúdio, então por isso ele canta na banda, para o resto dos caras ensaiarem e gravarem de graça, então, que fique sem vocalista mesmo. O lado negativo: se tivesse voz e fosse legal, Geisterstadt seria melhor ainda! Outro lado bom: Geisterstadt parece ser um daqueles discos raros, bootlegs, só com ensaios, muito comuns de serem lançados, mas sem os vocais, ou sem a voz guia, só que aqui, a produção é nítida e perfeita. Outro lado legal: você pode fazer de Geisterstadt o pirmeiro disco karaoke Doom! Sim, você escuta e inventa os vocais que você quiser. Todas as faixas são boas, no estilo Doomy slow, mas bem trabalhadas: o instrumental é excelente! Que venha o próximo! Será que vai ser sem vocais também? Em tempo: a capa é belíssima e retrata a solidão que você sente ouvindo Geisterstadt. Bem, chamam esse tipo de Doom de Post Doom, então ta. JCB – 8,0      

EXTORIAN
Unveiled
Independente – imp.
E agora, aqui é single, EP ou MCD? Não sei de mais nada! Só sei que estamos diante de um bom Melodic Doom. O que é isso? Doom Metal bem melódico. No caso aqui, não confundam com The Gathering, por exemplo. Não se trata daquele Doom que fala de borboletas nem da Mãe Terra. É o Doom tradicional, mas bem melodioso e tal, na linha que o Imago Mortis fazia. Só que os nossos cariocas são bem melhores e, apesar da boa proposta de Unveiledi, não funcionou e também não gostei. RS       
doom@extorian.de

Track list:
The Last Room
Widows Weeds
Black Sand
Open That Gate
Silent Screams

NOVEMBRE
The Blue
Peaceville – imp.

Confesso que nunca havia gostado muito do Novembre. Sempre percebia que estes italianos poderiam render mais, mas a coisa muda com The Blue, onde a banda claramente dá continuidade ao estilo que resolveu seguir em seus últimos lançamentos, de forma mais aprimorada. The Blue vai agradar muito aos fãs conquistados com o lançamento do Materia e provavelmente conquistar muitos outros mais novos. Aenemia abre de forma angustiante e preocupante o disco. Em Triesteitaliana, a música é bem rápida, como algumas bandas clássicas de Doom faziam no começo de carreira, como o Paradise Lost. O CD ainda trás um vídeo para Aenemia. Cobalt Of March é mais morosa, enquanto as guitarras cadenciadas, cozinha intrincada e baixo bem apurado, com vocais melodiosos, aparecem em Bluecracy, ou a “azulcracia”. Aqui, a cor azul é tratada de forma tétrica, fúnebre, fria e melancólica. Em Architheme, o lado mais sombrio e lento do negócio, a Anathema, My Dying Bride entre tantos outros nomes ingleses. Claro, falar em Doom inglês é plena redundância e é nessa veia que o Novembre veio com The Blue. A banda já celebra a parte fria e escura da vida, pois em novembro, no hemisfério norte, é a chegada do inverno mais rigoroso. Nascence é mais Progressiva, psicodélica, viajante, e em Sound Odyssey, o contraste vem com os vocais gritados e guturais, ainda que a deixar a música e a fazê-los de forma mais atmosférica, bem Old School. A seqüência deste momento angustiante e que resgata as raízes do estilo continua com Cantus Christi, onde sinto uma veia que mostra alguma influência finlandesa, estilo Amorphis, encerrando com violões também atmosféricos e celestiais. Aliás, atmosférico é o clima que impera no final desse fabuloso trabalho. Zenith é instrumental, com uma “moda” de viola pagã. Sim senhor, pois muito do nosso cancioneiro popular legitimo brasileiro (não falo de ritmos de origem afro) é inspirada nos trovadores e no Folk europeu. Em Argentic voce jura estar diante de uma banda finlandesa, até pelas melodias, que inspiram as criações das estruturas rítmicas. Encerrando, Deorbit, de forma bem “novembriana” e em suma, The Blue é um dos melhores discos do estilo de 2007! JCB – 9,5

Track list:
01. Aenemia
02. Triesteitaliana
03. Cobalt Of March
04. Bluecracy
05. Architheme
06. Nascence
07. Iridescence
08. Sound Odyssey
09. Cantus Christi
10. Zenith
11. Argentic
12. Deorbit

WHEN LIQUIDS STAY DRY
When Liquids Stay Dry
Alkemist Fanatix – imp.
Parece que o trio italiano buscou inspiração no famigerado artista pop americano que novamente atende pelo nome de Prince, estou me referindo ao fato da banda não possuir nome e ser identificada pelo seu logotipo – por sinal um logotipo ridículo! Portanto citei o nome do álbum como o nome da banda para poder inserir este review no site pois seguimos a ordem alfabética para facilitar o acesso dos nossos visitantes. Frescuras à parte vamos ao que interessa, além desta dificuldade a Alkemist Fanatix, que me enviou o promo, simplesmente não me enviou nenhum release com informações da banda. Não existe nada nem so seu site nem do da UK Division, absolutamente nada o que dificulta, muito, esta análise. Mas vamos em frente nos atendo em cima da musica que compõe o track list do álbum. Como citei acima a banda é formada por um trio e mais um baterista contratado exclusivamente para gravar o álbum; o que ouvi ao longo de diversas audições foi uma banda de Doom Metal com uma atmosfera psicodélica e um vocalista que tem uma interpretação beirando o desespero. Esta é a tônica ao longo das muscias do track list e tenho que ressaltar que Erik interpreta as letras tanto em italiano como em inglês, eu preferi as em italiano por quebrar este paradigma comum que Heavy Metal tem quer ser cantado em inglês. Vale a pena conhecer esta banda, criativa e que tem uma musicalidade impar. Agora se faz necessário que tanto a banda como quem os representa se preocupe em fornecer informações, tanto para o público como para a mídia metálica. PR – 7,5

ABYSMAL GRIEF
Abysmal Grief
Black Widow – imp.
Uma das mais macabras, mórbidas e tétricas bandas que já ouvi em toda minha vida, bem como esse disco homônimo. Chega a ser assustador, e olha que quem vos escreve é um aficionado em terror e horror em geral seja música, filme, teatro, arte, evento, diversão, objetos, e tudo que remete o gênero. A capa já assusta: uma cena obscura sugerindo uma missa satânica, toda e preto e roxo. A embalagem digipack além de linda, mais fotos e referências à este clima todo. O encarte é simples, sucinto e direto, por isso levamos a coisa ainda mais a sério. E de todas as bandas que a Black Widow já lançou, esta é a mais tenebrosa e mais dispare das outras, sem dúvida. Eles têm aquele quê de Progressivo, de Doom, de Stoner, de anos 70 e enfim, lembrando as trilhas sonoras feitas pelo também italiano Antonius Rex. Mas aqui, o Abysmal Grief pega pesado! O lado Doom é muito mais forte, mas a desenvoltura, acordes, riffs, baixo, bateria, tudo é remetido o tempo todo para fazer música negra, pondo no bolso muita banda de Black Metal que se maquia e se esgoela como que querendo dizer “eu sou satânico, olha para mim”. Aqui, o clima é pesado, a música é fúnebre e a aura é funesta, nunca ouvi nada tão assustador e obscuro, e tenho certeza que você também não. Como o CD é praticamente um áudio de um ritual, não faz sentido desmembrar uma parte que está incluso em um todo. Apenas um toque: ouça a noite, com tudo escuro e apagado. E viajarás às camadas mais negras do seu ser! JCB – 10

THE BLACK
Peccatis Nostris/Capistrani Pugnator
Black Widow – imp.
A banda conseguiu ficar naquela linha tênue, aquele fio da navalha que separa o Doom e o Stoner, que nem o Cathedral vive ficando. Para uns, isso é ficar em cima do muro, para outros crise existencial, para outros, coisa de libriano indeciso, para outros ainda pura opção, como parece ser o caso do The Black. O nome paupérrimo indica que a banda que a banda quer ir para o lado obscuro da coisa. Eles não soam chapados como o pessoal Stoner, nada de bicho-grilismo nem de exageros setentistas. Também não são tão sorumbáticos nem tão lentos quanto o Doom tradicional. O que eles mais se assemelham é ao velho Black Sabbath mesmo, com riffs mórbidos e solos tétricos. As letras são em italiano, dando um ar engraçado, mas diferente e legal a este tipo de música. A primeira parte, Peccatis Nostris, é dividida em sete faixas, que relatam os sete pecados capitais. A parte dois, Capistrani Pugnator, fala de sei lá o que. Mas também é em italiano e é menos legal do que Peccatis Nostris. Enfim, uma banda obscura, soturna e valvulada, se é que você me entende! RS – 7,5

REVEREND BIZARRE
So Long Suckers
Spinefarm – imp.
Não é só no Rock Progressivo que o estrelismo, o egocentrismo, o faraonismo e a megalomania tomam conta do cenário não. Numa determinada parte do Doom Metal isso também acontece, ainda mais se for naquela parte quase Stoner, com muita influência dos anos 70. Sim meus amigos, o Doom é setentista, e o seu pai, o Black Sabbath, com os riffs tétricos de Tony Iommi, com o baixo bem saturado e grava e consistente e intermitente – e também talentoso – de Terry “Gezzer” Butler e a bateria simples, lenta, mas marcadona de Bill Ward, ainda que, o estilo tenha sido batizado e remodelado nos anos 80. No caso do Reverend Bizarre, tudo isso foi levado longe demais agora, chega! Que é isso? Primeiro, nunca vi promo em embalagem dupla, tipo capa dupla de abrir, quase um digipack, um primor. A capa é linda e a contra-capa cemiterial é lúgubre. So Long Suckers possui 130 minutos, como o CD avisa. Legal! E So Long Suckers tem apenas 7 faixas, sendo 3 no CD1 e 4 no CD2… O que isso significa? Músicas gigantescas, com duração de quase um CD inteiro! They Used Dark Forces / Teutonic Witch, por exemplo, que abre o álbum, tem mais de 29 minutos, quase meia hora de duração! Como vou resenhar? Porque, num disco com dez faixas, cada uma tem uma característica, mas numa faixa de meia hora, há quinhentas mudanças de andamento e coisas acontecendo numa mesma música! Esta mesma faixa, por exemplo, trás grande influência de Black Sabbath, enquanto Sorrow (com 25 minutos, é mais curta...) vem na linha cabdlemass, mais soturna e atual e Funeral Summer é mais Stoner. Você não quer que eu descreva os 30 minutos e cada faixa quase né? Dando o tempo: ao 12 minutos e 10 segundos, eles cadenciam a velocidade, voltando a ser mais rápido nos 15 minutos. As 16 e 16 segundos, entra um solo assim... Não dá! O CD2 é menos legal. Apesar de todo exagero, trata-se de um lançamento singular, de fato, e que tem qualidade sim para ter saído dessa forma que foi concebido, para entrar para a história do Doom Metal! JCB – 9,0

OFFICIUM TRISTE
Giving Yourself Away
Displeased – imp.
A banda tem um nome de doer, de fazer chorar. Se você acha que não tem nada a ver, que “triste” eles querem dizer outra coisa, ou em outra língua tenha outro significado, você se engana. Aqui, a coisa beira a depressão mesmo. Sabe aquele tipo de Doom devagar, quase parando? Tem momentos que você se assusta e acha que o baterista teve uma taquicardia e parou de tocar por isso! É sério! Em seu disco anterior, Reason, pensamos todos que no futuro, eles mudariam um pouco, que ainda soariam melancólicos, mas que seriam um pouco mais rápidos. Ledo engano, que eles soam mais lentos ainda. Como eles se aturam? Claro, Giving Yourself Away, é um bom disco e é digno do estilo, mas em alguns momentos, o que pode soar tétrico e sombrio, acaba ficando chato. Basta dar uma polida no som que o Officium Triste terá uma pegada maior, como tem Solitude Aeturnus e Candlemass, onde são lentos e depressivos, mas tem músicas que fazem você agitar na sua casa ou no show. RC – 7,0

MIDDIAN
Age Eternal
Metal Blade – imp.
Norte-americano não tem lá muito jeito para se fazer Doom Metal, e o maior mérito do Middian é ter sido germinado das cinzas o YOB, maior banda do estilo no país (talvez). O YOB não passou de um fenômeno Underground local, não atingindo outras paragens, e agora com essa nova encarnação, o guitarrista Mike Scheidt tenta almejar o sucesso. O Middian é até melhor que o YOB, que não era muita coisa, pois o som vai na mesma veia, quase igual: Doom lento quase parando, sem melodias envolventes, sem clima soturno, sem músicas que marquem, apenas marcha lenta, peso, distorção e barulho. Ok, Age Eternal é um pouco mais melódico e épico do que o YOB, mas não empolga. RC – 7,0

RWAKE
Voices Of Omens
Relapse – imp.
Banda do Arkansas, o Rwake surgiu em 97 e é composto por Gravy (guitar), Jeff (bateria), C.T. (vocal), Reid (baixo), B. (samples/vocal) e Kiffin (guitar). Após lançar Hell Is The Door To The Sun (2002) e If You Walk Before You Crawl, You Crawl Before You Die (2004), o Rwake volta com Voices Of Omens. Em The Finality temos nove longos minutos de desespero, aflição, sustos e angústia. O som é lento, hipnótico, Voices Of Omens é uma indução ao suicídio! Exceto as intros Intro e Bridge, que são como camas ou trilhas sonoras de desgosto, o restante é composto por faixas longas, épicas, lentas, arrastadas, quase múmicas. Enfim, se você curte esta linhagem de Doom, prato cheio para você! RC – 7,0

THURISAZ
Circadian Rhythm
Shiver – imp.
Banda de Doom Death formada em 97, chega a mais um disco de estúdio em 2006 com Circadian Rhythm, pela Shiver Records. A banda faz um som bem melancólico, sendo talvez o maior expoente do estilo em seu país, a Bélgica, ganhando até concursos em sua terra natal. Sua música é fria, densa e sombria, nunca chata, como grande parte das bandas de Doom soam. As faixas são cadenciadas, mas não lentas, nem monótonas, nem soporíferas. Percebe-se elementos do Heavy nas guitarras e em certo momentos, cai um pouco no Death Melódico ou Black Melódico, nas partes e faixas mais rápidas. Sem destaques individuais, Kobe (V), Peter e Mattias (G), Lars (B) e Pepijn (D) estão de parabéns, por promover música mórbida de qualidade. RC – 8,0

NOVERMBERS DOOM
The Novella Reservoir
The End – imp.
Mais um petardo desta grande banda de Doom! A cada disco, eles se superam! Este é o sétimo áudio que eles gravam e o mais rápido de todos! Mesmo nestas faixas rápidas, todos os elementos de Doom estão lá: vocais arrastados, urrados mas tétricos, guitarras, guitarras com rifferama insana, cozinha precisa, sem muita técnica, mas com afinações bem graves, sejam nas peles da bateria, seja no baixo, no talo. Assim prova as faixas Rain, Drown The Inland Mere e The Voice Of Failure! Tétricas, furiosas, com passagens lentas sim, alternados no meio da rapidaria, soando mais mortais ainda. Os backins vocals nos refrãos são limpos, e graves, quase dissonantes, ao melhor estilo europeu, com uma pitada de Dark, para deixar sua música mais sombria ainda! Nos momentos mais lentos e tradicionais, o peso é absurdo, a gravidade das notas que ecoam dos instrumentos também, como They Were Left To Die (os vocais sussurrados desta são assustadores, de arrepira!) e The Novella Reservoir. Dominate The Human Strain tem riffs que remetem ao Thrash/Black, num verdadeiro assalto sonoro, hipnóticos! Encerrando, Leaving This, suave como um prelúdio, densa e hipnótica como um mantra! O Novembers Doom talvez seja a banda mais regular que eu conheça, sempre fazendo álbuns excelentes, sempre melhorando e evoluindo, sem deixar de lado suas raízes! Álbum do ano, sem dúvida! JCB – 10

AETURNUS
Hexaeon
Karisma Records/Dark Essence – imp.
Banda norueguesa de Dark Metal. Claro, tem algo de Gothic, mas o Dark é mais obscuro, mais sombrio, denso e pesado. A banda, que apesar de underground e cult, é seguida por fãs fiéis, ainda poucos no Brasil, e com esse Hexaeon, pode ser melhor conhecido por aqui, ainda mais se alguém lançasse. Aliás, com tanta porcaria que lançam no Brasil e bandas seminais e grandes na Europa ninguém quer saber. Pois bem, sem mais delongas, fãs de Dark e Goth, seja Rock ou Metal, temos aqui algo para se ouvir em dias frios. E que cheguem logo estes dias, pois não agüento mais esse calor insuportável! Não tenho culpa se o George Bush não assina o tratado de Kyoto! E quem gosta de calor assim, vai morar no planeta Mercúrio, que é bem pertinho do Sol!
JCB – 8,5

BABYLON MYSTERY ORCHESTRA
The Great Apostasy
Independente – imp.
Vira e mexe o Doom e o Stoner se encontram. Aqui está mais um caso. É Doom porque é lento e arrastado. É Stoner porque é valvulado e remete aos anos 70. sim, a banda é lisérgica e psicodélica... e chata! Já recebemos trabalhos anteriores deles bem melhores do que este The Great Apostasy. RS
allenjohnson@greenlynk.com


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