DARK FUNERAL
Attera Orbis Terrarum Part II
Shinigami – nac.
Como vimos na resenha do DVD do Emperor, é comum várias bandas gravarem DVDs de shows realizados no Wacken Open Air. Mas na metade da década passada, passou a ser natural várias bandas de diversos gêneros dentro do Metal, gravarem CDs e DVDs ao vivo na América do Sul, principalmente no Brasil e em menor escala, Argentina e Chile. Sendo assim, os suecos do Dark Funeral, apostaram no Cone Sul, como muitas bandas o fizeram. Essa adoração pelos sulamericanos é quase uma unanimidade entre músicos e bandas do mundo todo, dentro do Rock e do Metal, por acharem nós aqui, o público mais insano do mundo. Desta feita, a parte II de Attera Orbis Terrarum foi gravada em dois shows, um na Argentina, em Buenos Aires no El Teatro, e outro no Brasil, na Led Slay em São Paulo, tradicional casa roqueira paulistana, fechada recentemente. Attera Orbis Terrarum – Part I foi lançado em 2007 e teve trechos de shows gravados na Polônia, Holanda e França. Não vamos entrar nesta disputa para saber qual público foi mais insano, se o do Brasil os nossos Hermanos, o que interessa é a música. O set list dos dois shows é quase idêntica, as únicas diferenças são que no DVD 1, o da Argentina, a intro é credita como faixa e no DVD2, em São Paulo, há todas as mesma músicas, mas com uma a mais, Godhate. O DVD  duplo e traz o registro da passagem da turnê do álbum Attera Totus Sanctus (2005) pelo Brasil e pela Argentina, em outubro de 2006. Além disso, o material extra conta com vídeos amadores de shows da banda pelos Estados Unidos, Chile, Guatemala,México, Porto Alegre e Campinas. O som e imagem são impecáveis, bem como as tomadas de câmeras, e ambas mostram o vocalista Emperor Magus Caligula dominando o palco e a audiência, como um sacerdote de alta magia negra. O restante faz sua parte, com armaduras e os indefectíveis corpse paints. Se você é fã da horda e de Black Metal, se faz necessária a aquisição de Attera Orbis Terrarum Part II. RC – 9,5

EMPEROR
Live At Wacken Open Air 2006 – A Night Of Emperial Wrath
Shinigami – nac.
Que o Wacken Open Air, realizado anualmente há mais de duas décadas no vilarejo de Wacken, Alemanha, virou a Mecca do Heavy Metal mundial, todos sabem. O que acontece lá é a evidência e o termômetro de as quantas andam todos os estilos do Metal e Rock pesado, mostrando novas tendências, mostrando velhas tendências em evidência, revelando novos talentos, mostrando quais estilos se sobressaem e quais estão em decadência, além de prover reuniões e retornos de diversos grupos ou o show derradeiro. Em vista disso, virou quase obrigação para as bandas do mundo todo gravarem ao menos um DVD de apresentações de lá. Isso ocorreu com o Emperor, uma das mais importantes bandas do Black Metal mundial, e para muitos, a mais importante da Noruega. O show foi em 2006, o DVD saiu tardiamente em 2009 e só o ano passado no Brasil. Mas antes tarde do que nunca. O DVD conta com doze faixas, mais cenas de backstage e trechos de outras apresentações da turnê de retorno. A dupla Ihsahn (vocal e guitarra) e Samoth (guitarra), mostra que ainda destroem em cima de um palco, e eles firmam sua obra mais em sua música do que no visual, efeitos pirotécnicos ou polemicas extra-campo. No Emperor, quem impera, é a música! Como foi em um festival e eles não foram atração principal, o show é até curto, mas direto e grosso, certeiro. A montagem do DVD, alternando cenas coloridas e em preto e branco, tornando a apresentação mais dinâmica e interativa até, pois cá entre nós, o vídeo em preto e branco, além de ser charmoso, dá um ar mais sombrio e essa era a intenção e atingiram o objetivo. Mais do que recomendado, obrigatório para qualquer Blackmetaller. PR – 9,0

TURISAS
A Finnish Summer With Turisas
Paranoid – nac.
Antes de mais nada, parabéns à gravadora, pela atitude de lançar, primeiro, algo do Turisas no Brasil, e mais ainda, por lançar um DVD deles. O Brasil que até 2004 estava equiparado com a cena lá de fora, lançando quase tudo de relevante que estava sendo lançado no exterior, com muitos lançamentos até de forma simultânea, acabou ficando para trás com esse lance de downloads. Mas ainda temos que correr atrás e não podemos desistir e se hoje se lança e se vende bem menos, algo tem que ser feito para a parcela que compra. Com mais de dez anos de carreira e apenas dois álbuns de estúdio, Battle Metal (2004) e The Varangian Way (2007), o finlandês Turisas lança A Finnish Summer With Turisas, primeiro DVD deles. Cabe o comentário de que este é um DVD atípico, ou seja, em vez de ter apenas um show, ou várias faixas ao vivo, ou clipes, ou documentário, trás alternadas cenas de shows em festivais em sua maioria, todos na Finlândia, sua terra natal: Losaarirock, Ruisrock e Nummirock. Tudo isso, alternando com comentários, cenas de backstage e até cenas inusitadas com seus integrantes fazendo churrasco com salmão, por exemplo, além de mostrar várias paisagens bucólicas de seu lindo país. Seria interessante que eles lançassem shows inteiros e essas cenas extra-palco, fossem menores e tidas como extras, mas confesso que tive um sábado a noite divertido ao assistir este DVD. Engraçado ainda o humor finlandês, passado pelos seus integrantes, mais gélido e negro que o humor inglês. Como a cena brasileira tem aceitado muito bem as bandas finlandesas, temos que ver este DVD como uma forma de estreitar laços, mesmo que você não goste de Folk Battle Metal da banda. Afinal, bandas como Stratovarius, Nightwish e Children Of Bodom são grandes aqui, e em nem todos os países estas bandas tem o mesmo status que tem aqui. Destaque para o clipe de Rasputin, que representa o que a banda é e quer passar. Indispensável! JCB – 9,0

Faixas:
1. A Finnish Summer With Turisas- Documentário

2. Live Videos:
2.1. Turisas-DVD Festival show setlist and song durations
2.2. As Torches Rise (Live at Ruisrock 2008)
2.3. To Holmgard And Beyond (Live at Nummirock 2008)
2.4. A Portage To The Unknown (Live at Ilosaarirock 2008)
2.5. The Messenger (Live at Wanaja Festival 2008)
2.6. One More (Live at Nummirock 2008)
2.7. In The Court Of Jarisleif (Live at Ruisrock 2008)
2.8. Fields of Gold (Live at Ilosaarirock 2008)
2.9. The Dnieper Rapids (Live at Nummirock 2008)
2.10. The Land of Hope And Glory (Live at Voimasointu Festival 2008)
2.11. Miklagard Overture (Live at Nummirock 2008)
2.12. Sahti-Waari (Live at Ilosaarirock 2008)
2.13. Rasputin (Live at Ruisrock 2008)
2.14. Battle Metal (Live at Nummirock 2008)
2.15. Festival show

3. Rasputin promovideo

METALLICA
Orgulho, Paixão E Glória
Universal – nac.
Matador. As bandas antigas resolveram fazer os melhores discos de suas carreiras e chegaram muito perto disso. O Metallica voltou! Pararam de ouvir executivos, gravadoras, empresários para ficarem mais comerciais e resolveram ouvir as suas próprias almas. O resultado não poderia ser melhor. Este DVD trás o melhor do que a banda fez até hoje, com faixas do último disco Death Magnetic, que são matadoras, e ao vivo, ficaram melhores ainda! Parece que estas músicas já existiam e já estavam no set list da carreira deles desde sempre. Este DVD é exclusivo para América Latina e James Hetfield, Kirk Hammet, Lars Ulrich e Robert Trurrilo apresentam o show que lotou três noites no Estádio Foro Sol na Cidade do México com mais de 200.000 nas três noites. Já falei tudo e a presença de palco deles é visceral. Lembram o passado dos anos 80 e começo dos 90? Não! Está melhor! Estão tocando melhor e Robert Trurrilo foi a escolha perfeita para o baixo! Vejam o set list, babem e comprem o seu DVD, independente de irem nos shows da banda agora em Janeiro, ou não. JCB – 10

 Faixas:
1. Opening / The Ecstasy Of Gold
2. Creeping Death
3. From Whom The Bell Tolls
4. Ride The Lightening
5. Disposable Heroes
6. One
7. Broken, Beat & Scarred
8. The Memory Remains
9. Sad But True
10. The Unforgiven
11. All Nightmare Long
12. The Day That Never Comes
13. Master of Puppets
14. Fight Fire With Fire
15. Nothing Else Matters
16. Enter Sandman
17. The Wait
18. Hit The Lights
19. Seek and Destroy

SILENT CRY
Dark’n Live
Averunus Records – nac.
Eles devem ser os recordistas em trocas de vocalistas. Bateram o recorde do Sirenia! A banda de Morten Veland troca de vocalista a cada disco. O Silenty Cry troca várias vezes entre os discos. Mas é difícil achar mulheres no Brasil que queiram levar a sério uma proposta de uma banda profissional, mas Underground, onde o glamour não retrata o dinheiro recebido. Dark’n Live foi gravado no ano de 2006 e apenas agora em 2009 é oficialmente lançado pela Avernus Records, gravadora de propriedade da própria banda. Mas o momento não poderia ser melhor, pois depois da exibição do documentário Ruído Das Minas, onde medalhões do Metal mineiro dão entrevistas e ainda, mostram-se cenas dos anos 80, isso está chamando mais atenção para as bandas mineiras. Apesar do Silent Cry ser de uma geração depois daquela, dos anos 90, isso vai respingar neles e em qualquer outra gravadora e banda do Estado! Este é o primeiro DVD oficial do grupo, e o material foi registrado no dia 7 de outubro de 2006, no Teatro Atiaia, na cidade mineira de Governador Valadares. Um feito, um marco! Sim, o Brasil ainda engatinha e está a anos luz do 1º mundo (sim, o Brasil NÃO ESTÁ NO 1º MUNDO, como nosso governo quer insistir através de nossa mídia comprada por anúncios estatais. Pra que tanta propaganda da Caixa, Banco do Brasil e Petrobras?). Falta tudo no Brasil e as bandas têm que se virar sozinhas. E por isso, este artefato é tão especial, pois com tantas dificuldades, foi colhido um material de alto nível. Grande performance de todos os músicos e uma platéia ensandecida, lembrando que o DVD foi registrado 2 meses depois da participação do grupo no finado (infelizmente) BMU, com um set parecido, mas claro, bem maior, com todas as atenções voltadas ao grupo. O DVD foi lançado na turnê do excelente e ainda último álbum, Darklife, mas claro, o show abrange todas as fases. Destaques inusitados para os covers de Holy Diver  do Dio (realmente ficou inusitado) e Troops Of Doom do Sepultura, inesperada. Acompanha o DVD, um CD do show. Marcante, definitivo, um marco, merecido! Ô psit! Õ da poltrona! Compra o DVD me vez de procurar onde baixar ele. JCB – 9,0

THERION
Live Gothic
Nuclear Blast – nac.
Os suecos do Therion é uma das poucas bandas do meio Metal que ganharam o cheque em branco da gravadora. Ou o All Acess ou o Green Card do meio musical. Pois é uma das poucas bandas hoje em dia que se dá o luxo de lançar um disco ao vivo a cada disco de estúdio. É disco de estúdio, depois disco ao vivo da turnê deste respectivo álbum e não é qualquer disco ao vivo. São duplos ou combos triplos como esse que tem dois CDs e um DVD. Fora a gravadora investir em videoclipes e tudo o mais. Live Gothic em questão trata da turnê que ainda está acontecendo de Gothic Kabbalah de 2007 e este show foi gravado ao vivo na Polônia. Em tempos de downloads e queda na venda de discos, a Polônia tem sido o Maná do Heavy Metal. Seja em shows no país, como é o caso aqui, seja em lançamentos e relançamentos com bônus e edição especial, saídos por gravadoras de lá. Assim como foi o Japão na metade da década passada, na época que o Metal foi dado como morto e todas as bandas faziam intensas turnês lá e tinham seus discos lançados lá e com faixas bônus, está acontecendo o mesmo na Polônia agora. Outro fato também a se deixar cair o queixo já que normalmente, estes discos ao vivo ou DVDs de uma determinada turnê, são lançados antes do próximo disco de estúdio, ou até depois, sempre quando a tour acaba, o que não é o caso aqui. Seu líder, guitarrista e também vocalista Christofer Johnson mais uma vez pôs pompuosidade em uma obra sua. Apesar de Gothic Kabbalah ser talvez o disco “menos bom” de sua já extensa discografia, é o disco é o 13º da carreira, ao menos ao vivo, trouxe texturas interessantes, funcionaram bem melhor, e claro, acrescidas as dos álbuns anteriores. Aqui, a variedade de vocalistas dá-se a impressão de que o Therion seria uma Ópera Metal constante e mutante. De quase todas as bandas quase acabam quando mudam seu lead Singer, no Therion seus fãs (e nós da imprensa) já nos acostumamos com isso. É o menos importante quem canta, o forte destes suecos são suas composições, quase sempre magistrais. Christofer Johnsson e Kristian Niemann nas guitarras (Vhris também canta em alguns momentos), Johann Niemann no baixo e Petter Karlsson na bateria. Como vocalistas, Snowy Shaw (King Diamond, Mercyful Fate), Mats Leven, Thomas Vikstrom, Lori Lewis e Katarina Lilja já prestaram seu gogó por aqui. Live Gothic foi gravado em Warsaw, Polônia em 14 de fevereiro, bem no comecinho daquela turnê e o set lista é do disco Theli de 1996 até Gothic Kabbalah. Aqui, deram mais ênfase ao lado mais sinfônico e melódico, em detrimento do começo bem Brutal Death Metal do grupo. Quanto as imagens do DVD, tanto a decoração do palco, como iluminação, ficaram bem Góticas mesmo, com muito luxo, bom gosto e requinte. RS – 8,5

CD 1:
1. Der Mitternachtslöwe
2. Schwarzalbenheim
3. The Blood of Kingu
4. The Falling Stone
5. An Arrow from the Sun
6. Deggial
7. Wine of Aluqah
8. The Perennial Sophia
9. The Son of the Sun
10. Son of the Staves of Time
11. Birth of Venus Illegitima
12. Tuna 1963
13. Drum Solo
14. Muspelheim

CD 2:
1. Rise of Sodom and Gomorrah
2. Ginnungagap
3. Grand Finale
4. Lemuria
5. The Wand of Abaris
6. Nightside of Eden
7. To Mega Therion
8. Thor (The Powerhead)(Manowar Cover)

DVD:
1. Der Mitternachtslöwe
2. Schwarzalbenheim
3. The Blood of Kingu
4. The Falling Stone
5. An Arrow from the Sun
6. Deggial
7. Wine of Aluqah
8. The Perennial Sophia
9. The Son of the Sun
10. Son of the Staves of Time
11. Birth of Venus Illegitima
12. Tuna 1963
13. Drum Solo
14. Muspelheim
15. Rise of Sodom and Gomorrah
16. Ginnungagap
17. Grand Finale
18. Lemuria
19. The Wand of Abaris
20. Nightside of Eden
21. To Mega Therion
22. Thor (The Powerhead) (Manowar Cover)
Bonus Video:
Drum Battle in Holland

EXODUS
Double Live Dynamo
Nuclear Blast – nac.
O Exodus é um dos ícones do Thrash Metal mundial e ainda mais do Norte-americano, um dos pioneiros do estilo Bay Area. A banda que ficou conhecida mundialmente, pelos menos conhecedores, por ser a banda que deu ao mundo e ao Metallica o guitarrista Kirk Hammet, teve uma carreira irregular. O Exodus teve dois vocalistas fixos e que marcaram época: Paul Baloff e Steve “Zetro” Souza (ex-The Legacy, banda que originou depois o Testament). E vários eventos cercaram de polêmicas a banda e estes dois caras que são legendas de um estilo. O meu preferido e Steve Souza e também, o que mais discos lançou. Mas o mais clássico e preferido da maioria é Paul Baloff. Mais pelo seu estilo e pelo seu jeitão, porque tecnicamente, Steve Souza é muito melhor. E Souza, além de ter gravado mais discos, leva muita vantagem nesse quesito, pois Baloff só gravou um disco com o Exodus, o debut Bonded By Blood. E este DVD se torna legendário, porque pegou duas apresentações desta fase, que se limitou praticamente ao ano de 1985, pois logo depois, Baloff seria demitido, por estar sempre bêbado e ser muito porra-louca. Então confira estas apresentações no também lendário e saudoso Dynamo Open Air neste mesmo ano. Foi uma honra para a banda, pois além de tocar neste festival que já era importante nessa época e logo no primeiro disco, ainda foram convidados para tocar no Dynamo Club, um bar, que recebia alguns shows de algumas pouquíssimas bandas do cast dias antes do festival começar, meio que um aquecimento. O Exodus teve esse privilégio e detonou! Claro, percebe-se que a banda estava tensa, nervosa e ainda soava pouco madura nos palcos, longe das performances que víamos em vídeos e no Brasil em 1998. Mas este registro é histórico e este DVD é obrigatório, no mínimo. Mesmo na apresentação no pub, para poucos convidados, a maioria imprensa, parceiros do festival, funcionários e membros de outras bandas, a banda soava assim. E que nunca viu Baloff ao vivo, tem um material para ver agora. E mesmo que viu, como eu, em 1998, tem a oportunidade de ver a banda no começo de carreira, na época de seu debut. Depois, Baloff foi mandando embora, veio Souza, até a banda terminar no começo dos anos 90. Em 1998, tinham voltado com Baloff, apenas para alguns shows de reunião e tocaram duas vezes no Brasil no mesmo ano, e jamais esquecerei aquele sábado a noite de dezembro, na Fofinho Rock Club! Era como se tivesse voltado no tempo, como em uma apresentação deste DVD. Depois, tentaram voltar de vez para gravar o disco, mas o beberrão Baloff acabou falecendo. Mesmo sem suportar Steve Souza, voltaram com ele e lançaram, talvez, o melhor disco da banda (para mim é!) o sensacional Tempo Of The Damned. Mas Souza saiu por dizer que a banda não podia pagar seu custo de vida, além de cuidar de sua família e seus negócios. Tudo isso, duas semanas antes do show no Brasil. Que pena, e depois disso vários vocalistas entraram, sem o mesmo carisma destes dois. O show do Dynamo Club foi gravado no esquema de uma câmera só, dando a impressão de ser um bootleg. Nesta tomada, a qualidade de vídeo e áudio é péssima e vale como registro histórico. Já o do festival, as tomadas e áudios são melhores, que nem de festival mesmo. Dois momentos diferentes em dois palcos, públicos e circunstâncias diferentes, com diferença de 12 anos, já que o do festival aqui, é com Paul Baloff também, em 1997. Enfim, chega de escreve, vá comprar o seu e curtir estes dois momentos históricos. A primeira apresentação é de 1985, no dia 27 de outubro. Já a segunda apresentação ocorreu no ano de 1997, ocorrida no dia 17 de maio. Ambos os shows são com o inesquecível vocalista Paul Baloff falecido em 02/02/2002, ou o conhecido 02/02/02. Cabalístico! JCB – 9,5

Live at the Dynamo Club 27/10/85:
1. Exodus
2. Bonded by Blood
3. And Then There Were None
4. Hell s Breath
5. Deliver Us from Evil
6. Deathrow
7. Pleasures of the Flesh
8. Lesson in Violence
9. No Love
10. Piranha
11. Strike of the Beast
12. Metal Command
13. Impaler

Live at Dynamo Open Air 17/05/97:
1. Bonded by Blood
2. Exodus
3. Pleasures of the Flesh
4. And Then There Were None
5. Piranha
6. Deliver Us to Evil
7. No Love
8. Lesson in Violence
9. Strike of the Beast

HAMMERFALL
Rebels With A Cause - Unruly, Unrestrained, Uninhibited
Nuclear Blast – nac.
O Hammerfall entrou para aquele time luxuoso que pode lançar um DVD a cada disco de estúdio lançado. Além de muitas vezes os DVDs serem das respectivas turnês dos respectivos discos de estúdio (outra banda nesta agradável e confortável situação é o Therion), eles ainda criaram a série Rebels With A Cause, do qual além de shows, ou trechos de shows, trás videoclipes oficiais, videoclipes tirados de programas de TV, videoclipes ao vivo, making off do disco em questão, cenas de bastidores, das gravações, das turnês, fora do palco, encontros promocionais como entrevistas coletivas, lançamento de disco e big entrevistas. Aqui, eles repassam a carreira inteira do grupo, falando desde paspalhices como os acidentes banais que eles vivem se metendo, como: Joacim Cans enfiar o pé numa vala e fazer um corte profundo – revelando que gravou o disco inteiro de muletas, ou ainda Oscar Dronjak fazendo um corte profundo no braço numa cena de “destruição do escritório da gravadora” filmada para fotos promocionais (e que você confere na íntegra aqui), no momento que ele arremessava um monitor janela abaixo, matando a vontade de nós (quem nunca quis fazer isso? Até eu fiquei com vontade de comprar o CRT velho e fazer o mesmo aqui no meu prédio! Inveja!). Eles ainda contam sobre a saída e entrada de integrantes, e fatos desagradáveis como a agressão do qual Joacim sofreu em 2002 num pub sueco, em que um suposto Blackmetaller o agrediu com um copo. Ao comentar isso, Oscar revela profunda mágoa contra boa parcela dos fãs de Metal que tiveram uma onda de que “é legal falar mal do Hammerfall” e isso fez gerar conseqüências danosas como essa agressão. Posso dizer que testemunhei isso pessoalmente. Em 1999 e 2001, as duas primeiras vezes em que eles tocaram no Brasil, foram realizadas entrevistas coletivas divulgando o show e discos respectivos e presenciei cenas lamentáveis de muitos colegas de imprensa fazendo isso, falando mal da banda dentro da própria coletiva, muitas vezes na hora em que os integrantes estavam respondendo inclusive (e como eles não entendem português, não entendiam). Coincidência ou não, todos estes detratores hoje estão fora da cena e da imprensa especializada. Será que a vida, mais uma vez, separou o joio do trigo? Eles mostram ainda detalhes da produção artística como capa de discos bem como figurino das turnês e toda a produção de palco (decoração, fogos, etc.), mostrando uma banda profissional e com suporte merecido pela sua gravadora. Eles chegaram num ponto em que são Top do Power Metal e estão entre os grandes de Heavy Metal em geral, e respeito pela maioria das bandas e músicos.  Posso afirmar que Unruly, Unrestrained, Uninhibited, terceira parte da série Rebels With A Cause, que conta com a primeira The First Crusade e a segunda The Templar/Renegade Crusades é a melhor de todas! O pacote ainda trás um CD de covers. Masterpieces em um CD só de covers! Isso mesmo! Eles resgataram bandas desconhecidas, obscuras, Cult, a maioria dos anos 80! Além da maioria das faixas ter ficado legal, eles prestam um serviço a favor do Metal, divulgando para seus fãs e as novas gerações de onde eles beberam tudo! Atitude inquestionável! A maioria destas faixas já foram lançadas em tributos, singles ou como bônus tracks para alguns países (Japão, na maioria das vezes). Das 18 faixas, 14 são assim, e eles gravaram quatro inéditas, apenas para este disco: När Vindarna Viskar Mitt Namn (Roger Pontare), Flight Of The Warrior (Riot), Youth Gone Wild (Skid Row) e Aphasia (Europe). Fãs de Hammerfall, Power Metal, True Metal e Heavy em geral: Rebels With A Cause - Unruly, Unrestrained, Uninhibited é obrigatório! JCB – 9,0

DVD:
Documentary.
Extras:
- TV Clips
- Blood Bound (Trackslistan)
- Blood Bound (Lanz i P3)
- När Vindarna Viskar Mitt Namn (Alla Tiders Melodifestival)
- The Fire Burns Forever (European Athletics Championships 2006)
- Rundgång (SVT)
- Live Clips
- Templars of Steel
- Unchained
- The Templar Flame
- Knights Of The 21st Century
- Secrets
- Promo clips
- Hearts on Fire
- Blood Bound
- Hearts on Fire (Olympic version)
- The Fire Burns Forever
- Natural High
- Last Man Standing
- Behind the Scenes
- Hearts on Fire
- Natural High
- Short movies

CD Masterpieces:
1. Child of the Damned (Warlord Cover)
2. Ravenlord (Stormwitch Cover)
3. Eternal Dark (Picture Cover)
4. Back to Back (Pretty Maids Cover)
5. I Want Out (Helloween Cover)
6. Man on the Silver Mountain (Rainbow Cover)
7. Head Over Heels (Accept Cover)
8. Run With the Devil (Heavy Load Cover)
9. We re Gonna Make It (Twisted Sister Cover)
10. Breaking the Law (Judas Priest Cover)
11. Angel of Mercy (Chastain Cover)
12. Rising Force (Yngwie Malmsteen Cover)
13. Detroit Rock City (KISS Cover)
14. Crazy Night (Loudness Cover)
15. När Vindarna Viskar Mitt Namn (Roger Pontare Cover) - inédita
16. Flight of the Warrior (Riot Cover) - inédita
17. Youth Gone Wild (Skid Row Cover) - inédita
18. Aphasia (Europe Cover) - inédita

AC/DC
No Bull - The Directors Cut
Sony/BMG – nac.
Este DVD documenta a clássica turnê Ballbreaker de 1996. Dirigido por David Mallet, o DVD foi lançado no mesmo ano, em VHS na época, mas não atendeu às expectativas do diretor. Gravado na Plaza De Toros de Las Ventas (Madri, Espanha). Todo o conteúdo foi re-editado em HD e remixado em stereo e 5.1 Surround Sound. São quase duas horas de puro Hard Rock. Mesmo assim, vemos um DVD algo “fraco” seja em câmeras, seja na performance da banda. Creio que não souberam captar a essência de um show do AC/DC, pois se agora deram uma arrumada graças a tecnologia de hoje (12 anos após o show), acabaram deixando o vídeo muito limpo. Mesmo assim, AC/DC é AC/DC e jamais terá um show ruim! A luxuosa edição em digipack é um atrativo para os fãs. Estranho lançarem este vídeo justo agora que a banda acabou de lançar um disco de estúdio de inéditas depois de oito anos! Este registro em Super 16mm de um concerto sold out na Praça de Touros de Las Ventas, em Madrid, no verão europeu de 1996, No Bull capta o grupo em plena digressão de Ballbreaker , em forma apreciável e a desfilar clássicos e mais clássicos. Os mesmos de sempre: Back In Black, You Shook Me All Night Long e Highway To Hell, Hells Bells, The Jack, Rock And Roll Ain't Noise Pollution, Dirty Deeds Done Dirt Long, as mais bombásticas Whole Lotta Roise, T.N.T, Let There Be Rock e For Those About To Rock (We Salute You) e os seus canhões, além das mais recentes (na época) Thunderstruck, Hard As A Rock e Hail Caesar. AC/DC sempre sera obrigatório! RS – 9,0

LIAR SYMPHONY
Choosing The Live Side
Encore – nac.
Esta é uma das bandas que chega a ser das mais injustiçadas. Caso fossem alemã ou norte-americana, com certeza, teria contato com alguma gravadora especializada em Porg e Power. Eles lançaram dois ótimos discos pela Megahard e continuaram sua carreira na Encore, que fez o que pode, também com competência. Mas acho que é injustiça por parte do público e de parte da mídia especializada. Depois de lançar um CD ao vivo gravado no Teatro Nelson Rodrigues, em Guarulhos, o Liar Symphony solta agora no mercado o Choosing the Live Side, DVD registrado no mesmo show. Quantas bandas nacionais tem cacife para fazer isso e ter uma gravadora para lançar? Se o CD já mostrava uma banda com muita garra, técnica, competência e carisma, no DVD isso fica mais explicito ainda! Pedro Esteves é um dos melhores guitarristas nacionais, senão o melhor. Não só em técnica, mas em composições e feeling principalmente. Os teclados de Marcos Brandão entram na medida certa. Bruno Fischer e Anderson Alarça formam uma cozinha precisa, com Anderson tendo ensaiado uma semana antes do show. E Nuno Monteiro é um dos melhores frontmen que temos em nossa cena. Choosing The Live Side foi feito na turnê em que promovia o último disco de estúdio da banda, Choosing Your Side e mostra que a mesma evoluiu muito tanto tecnicamente, como em postura e desenvoltura de palco. Eu os vi abrindo para o Saxon em 2002 no antigo Palace e a banda mudou muito, e para melhor. A banda mostra muita técnica e caminha para o lado mais forte do Prog Metal do que do Power Metal apenas, evolução natural pela técnica do grupo. Lançados no passado pela falida Megahard, o estopim foi a nula promoção para Spirit Machine, de 2004. Como o anterior, o excelente The Symphony Goes On datava de 2001, ficou um grande hiato até Choosing Your Side de 2006, o que parou um pouco o nome da banda, que volta a ter evidência agora. Seu líder, o guitarrista Pedro Esteves é um dos maiores do Brasil em seu instrumento. Set list bem escolhido (foi feliz a seqüência, coisa que poucas bandas nacionais sabem fazer), arte gráfica primorosa, produção feita pelo próprio Pedro Esteves muito bem feita. Os destaques aqui são Lie, After Life, Revolution, A Flying Device entre tanto, temos um DVD simples, que mais retrata o show do que vir como combo com valor agregado com outras coisas, mas só isso já basta!
RS – 9,0

Faixas:
1. Intro
2. The Shine
3. Lie
4. After Life
5. Die But Don’t Lose
6. Humanquitá / Lonely Track
7. Revolution
8. The Symphony Goes on / Black Wish
9. A Flying Device
10. Look at the Sigh / Nightmare
11. Choose your Side
12. To be About to Die
13. Thanks

GENESIS
When In Rome 2007
EMI – nac.
Dirigido por David Mallet, When In Rome registra uma das mais bem sucedidas turnês de 2007. A turnê em questão é a de Turn It On Again, que trouxe o Genesis tocando juntos novamente pela primeira vez depois de 15 anos. Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford retornaram. Lançaram um disco greatest hits e agora, este DVD. When In Rome trás grande parte dos clássicos e hits da banda, todas executadas com a sonoridade de hoje. Todos sabemos que as bandas clássicas de Rock Progressivo (sejam elas mais Pop como o Genesis com Phil Collins, ou não) sempre exibiram tecnologia em suas músicas e em seus shows. Hoje, seu maquinário se tornou vintage, e muitas delas tiveram que lançar mão do que o mercado fornece atualmente. Se isso tirou aquela sonoridade típica, por outro lado ao vivo, trouxe mais exuberância e faraonice aos seus palcos. O palco do When In Rome é um dos maiores e mais estrondosos de todos os tempos! Lindo! Só vendo mesmo. Os caras ficam pequenos no palco, e justamente gozando destes novos tempos, Phi, Collins tira sarro e fica toda hora fotografando a banda e o público com uma maquininha digital. Irônico, pois hoje as pessoas mais estão preocupadas em fotografar e filmar tudo em seus celulares e maquinas digitais, para fazer fusquinha aos seus amigos, do que curtir o momento. Sempre disse e sempre direi: as imagens que ficam na retina nunca se apagam e são mais marcantes do que qualquer fotinha digital. Enfim, When In Rome é estrondoso, afinal, segundo dados oficiosos, a apresentação foi feita para para 500 mil fãs no Circo Massimo em Roma na Itália, em 14 de Julho de 2007. Realmente, é um mar de gente! A banda soa mais estática do que o lado bombástico de outrora dos anos 70 e 80. Seria pela idade deles? Mas o suficiente para levar ao delírio todos os romanos. Phil Collins não toca mais bateria, só canta (e como canta ainda). O cara nasceu pra coisa, tem um carisma fantástico. When In Rome é um pacote luxuoso: um DVD triplo, sendo quase 6 horas de vídeo, com dois DVDs do show (longo) e um outro que é documentário, trazendo entrevistas e muitos extras. A embalagem é em digipack com slipcase. Cara, o When In Rome é O DVD, batendo o Rush In Rio e todos os outros lançados nos últimos tempos. When In Rome é o DVD e o show a ser batido. JCB – 10

HEAVEN & HELL
Live From Radio City Music Hall
Warner - nac.
Sem dúvida, o melhor CD ao vivo e DVD do ano de 2007! Para quem ainda não sabe, a banda Heaven And Hell é nada menos do que o Black Sabbath com a formação clássica que conta com Dio nos vocais, além de Vinnie Appice e claro, Geezer Butler e o eterno Tony Iommi. O fato de usarem o nome Heaven And Hell, uma alusão ao primeiro disco do Black Sabbath com Dio nos vocais, remete ao fato de que, esta banda, tocará apenas músicas gravadas com Ronnie James Dio cantando. Primeiro, foi lançada uma coletânea saudando esta fase e que contou com faixas de Heaven And Hell, Mob Rules, Dehumanizer e o ao vivo Live Evil. A coletânea ainda contou com três faixas inéditas, feitas rapidamente e que em poucas semanas juntos, Dio e Iommi produziram mais do que com Ozzy há quase uma década (onde lançaram apenas duas faixas). Estas faixas são The Devil Cried, Shadow Of The Wind e Ear In The Wall, a saber, sendo que esta última, não está presente neste DVD, somente as duas primeiras. O sucesso, a ansiedade e a expectativa foi tamanha, que foi filmado esse show, no Live From Radio City Music Hall. E que DVD! Embalagem prateada, com slipcase, e o principal: Dio, Iommi, Butler e Appice juntos. A melhor formação de toda a história do Black Sabbath reunidos novamente, afinal: de tantos cantores que passaram pelo grupo, algum melhor que Dio? Dos bateristas, pelo menos, Appice é bem melhor do que o original Bill Ward. Qual baixista é mais denso e soturno do que Butler? Você assiste Live From Radio City Music Hall e chora! Ainda mais quem viveu a época destes discos e viu esta formação em 1992 no Brasil, vai se arrepiar. As alternâncias de imagens são simples, mas eficazes. O palco, remonta um grande portão, como um portal para um mundo sombrio. A iluminação, perfeita. O local, lindo, com iluminação alaranjada predominando em suas paredes, cortinas e ornamentos. O público, emocionado com o carisma de Dio e a junção destes monstros. Dio, canta em um tom mais baixo que o original. Pudera, ele beira os setenta anos. Mas dentro de seu atual alcance, ele é imbatível. Abrindo, a instrumental E5150, seguida de After All (The Dead) do Dehumanizer, mórbida. A dupla The Mob Rules e Children Of The Sea é arrasadora. Lady Evil é improvável, mas bem escolhida, por ser mais obscura, nunca tendo sido um hit da banda. Até porque, nas duas vezes em que Dio esteve no Sabbath, tinha que dividir suas músicas com as da fase Ozzy. Agora, tem espaço para tocar quase tudo! I, um dos clássicos do Dehumanizer e que estava no set list da banda solo de Dio recentemente, se mostrou outra escolha das mais felizes. Como essa música cresce ao vivo! The Sign Of The Southern Cross ao vivo, dispensa comentários e outra que Dio incluíra recentemente em seu set. Esta faixa foi a maior injustiça da coletânea Dio Years,, por estar ausente nela. Voodoo nos dá nostalgia, enquanto a nova The Devil Cried parece sempre ter feito parte da carreira da banda. A arrastada Computer God, que abria a Dehumanizer tour, agora vem no meio do set. A Falling Off The Edge Of The World também dispensa comentários. Shadow Of The Wind ainda vai virar obrigatória. Die Young não poderia ficar de fora e a trinca final com Heaven And Hell, Lonely Is The Word e Neon Knights vem para calar a boca dos incautos! Poderiam, estar presentes outros dois clássicos da banda, do disco Dehumanizer, como a Speed Metal TV Crimes e o hit Time Machine. Mas elas entrariam no lugar de qual faixa? Seria um delito remover algum do atual set! Como extras, Hail The Gods Of Metal é uma entrevista com todos integrantes, e os demais capítulos, cenas, depoimentos, bastidores e tudo aquilo que todo DVD tem hoje em dia. Se depois desse lançamento você ainda preferir o Sabbath com Ozzy com as modorrentas, cansativas e exaustivas Paranoid, Iron Man e War Pigs, me faça um favor: assuma que você não entende de música, muito menos de Heavy Metal. JCB – 10