AGENDA
BANDAS
ENTREVISTAS
CDS
DVDS
DEMOS
LIVROS
SHOWS
MATÉRIAS
PROMOÇÕES
LINKS
CONTATOS



Não Somos Cristãos, Somos Pagãos!

Entrevista: Júlio César Bocáter. Foto: diuvlgação.
No Metal há várias subdivisões de estilos, e muitos deles, por causas religiosas. Há uma pequena parcela cristã dentro do Metal, e nos estilos mais extremos, é dominado por visões mais obscuras, como satanismo, ocultismo, ateísmo, luciferianismo entre tantas outras. Talvez, o Metal seja o único segmento da sociedade ocidental do qual o cristianismo é minoria. Aqui, temos uma banda suíça, que aposta Folk Pagan Celtic Metal com referências à Helvécia, a antiga Suíça. Muito se fundiu e confundiu que a banda, ao contrario do que parecia ser, pagã, na verdade é cristã. Então, tire suas dúvidas com eles mesmos, das palavras de seu líder e vocalista Christian "Chrigel" Glanzmann!

RU – Abrindo, vocês se consideram uma banda pagã ou cristã?
Chrigel – Pagã. Bem, vivemos num país cristã, e por mais que gostemos de coisas pagãs, não temos como evitar vários eventos como Natal por exemplo. (risos) Isso está na nossa sociedade, e também não vivemos como camponeses, então seria impossível viver o paganismo em nossas vidas. Apenas gostamos do estilo que tocamos. A banda é de Pagan, Folk, Celtic ou o que for. Nós como pessoas, cada um temos nossas crenças e não crenças individuais. Nossa antiga gravadora, Fear Dark Records, contratou muitas bandas de White Metal e por isso, misturaram com a gente.

RU – O fato da banda ser numerosa, com oito integrantes, dificultam as coisas?
Chrigel – Você não sabe o quanto... (risos) Afinal, são mais equipamentos para transportar, mais instrumentos para passar o som, menos espaço no palco, pois nem todos lugares que tocamos os palcos são grandes. Ainda, mais gente para dividir o cachê e mais roadies para pagar! (risos)

RU – Imagino que as divergências sejam maiores também....
Chrigel –
Até que nem tanto, eles são comportados e obedientes! (risos)

RU – Normalmente o público de Folk e Pagan Metal é exótico. Nos shows de vocês ocorre o mesmo?
Chrigel – As vezes. Quando tocamos em grandes festivais, onde geralmente é uma grande festa, é comum parte do público usar chifres de bebidas e vestimentas celtas. Nestes grandes festivais de verão, há muitas barracas que vendem este tipo de artefato. Também quando fazemos shows só nosso, isso ocorre. Agora, quando é um show com duas ou três bandas em lugares médios, isso acontece menos. Acho que o público se encabula. (risos)

RU – E a interação com o público? Embora a sua música não seja tão festiva quanto o Korpiklaani, creio que tenha intereção. Até porque, muitas bandas de Gothic e Doom Metal têm uma postura mais sóbria e sombria no palco.
Chrigel – Sim, temos interação, claro, o pessoal não dança tanto quanto a banda que você citou, mas há muita participação sim, com muitos Metalheads “batendo cabeça”, outras pessoas dançando, como se fosse uma festa medieval, algo bem pagão mesmo! Tentamos resgatar aquele espírito camponês.

RU – Os instrumentos acústicos são todos tocados ao vivo, ou há samplers para eles?
Chrigel – A maioria sim, mas em estúdio usamos muita coisa, que claro, não dá para levar tudo, mas dos principais, como a Gaita de foles, são executados ao vivo sim.

RU – A cena suíça é uma das menores da Europa, apesar de ser um país rico, você tem alguma explicação?
Chrigel – Talvez porque nosso território é pequeno e temos três línguas aqui, alemão, italiano e francês. Além disso, a população é muito mais velha que a media dos demais países. Nesse ponto, lembramos muito a Áustria. E apesar da Alemanha ter as mesmas características e ser um pouco maior apenas e um pouco mais rico apenas, e fazer fronteira com estes dois países, lá tudo acontece. Nós vemos mais suíços quando tocamos na Alemanha do que quando tocamos em casa. (risos)

RU – A primeira vez que ouvi falar da banda, falaram que vocês eram austríacos.
Chrigel – Já vi essas confusões também. Não ligamos, afinal, austríaco, suíço e alemão é quase tudo amesma coisa! (risos)

RU – No que a crise mundial afetou a cena de seu país e a banda por conseqüência?
Chrigel – Infelizmente surgimos num tempo em que não se ganha tanto dinheiro com banda. Surgimos bem na era dos downloads e em 2008, veio a crise mundial. A cena diminui muito em 2009 por conta disso, em termos de shows erecursos para gravação. Mas parece que as coisas estão melhores agora e acho que em 2010 tudo voltará ao normal, quando chegar o Verão (nota do E: no Hemisfério Norte). Felizmente, as crises financeiras não atrapalham a criatividade.

RU – E quanto ao Brasil, será que um dia veremos a banda por aqui?
Chrigel – Espero que sim. Já conversamos sobre isso, sabemos que vocês têm uma cena legal e sempre recebemos mensagens de fãs daí. Tudo depende dos promotores, por enquanto não tivemos contato de ninguém ainda. Pelo menos, sabemos que nosso disco saiu por aí e está indo bem!