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O Massacre Ainda Não Acabou!


Entrevista: Rogério Correa.
RU – O Genocidio lançou seu último álbum em 2001 (me corrija se estiver errado) e de lá para cá não ouvimos mais nada sobre a banda. Por que a banda ficou parada nestes 4 anos? A banda chegou a acabar?
Perna –
Não acabou, fizemos vários shows e estávamos preparando um DVD com um show que seria gravado este ano com a formação do Posthumous, mas infelizmente agora talvez a banda acabe. Eu já tinha várias músicas prontas que provavelmente seriam gravadas com a formação antiga, os planos eram para lançar no ano que vem.

RU – Rebellion, seu último disco, é uma aula de como se faz Death Metal, estando no mesmo nível das maiores bandas do mundo. O que influenciou a banda para fazer um CD tão bom, além dos anos de estrada?
Perna – Simplicidade foi tudo, pois estava na hora de fazermos um disco como o primeiro EP, mas com nossa evolução musical e tecnologia dos dias de hoje, já que um trio era a formação perfeita para isso e o batera Alexandre contribui muito para as músicas.  

RU – Seu antecessor, One Of Them, além do tema sobrenatural fazendo alusão que Jesus Cristo seria um ET, o som era bem Gothic Doom Metal. Apesar de eu saber que você seja um fã ardoroso destes dois estilos, por que não repetiram a dose em Rebellion?
Perna – Como falei antes, estava na hora de fazer algo violente novamente, e as letras pediam isso. Pois o CD foi todo baseado nas “Crônicas da Terra” de Zecharia Sitchin, onde fala que nos somos resultado de uma rebelião criada pelos extraterrestres que estavam aqui a vários anos e copularam com os seres adâmicos, que já haviam sido criados por eles. “E os anjos viram que as filhas dos homens eram belas, e cada um pegou uma para si, onde tiveram filhos, criando a ira de Deus” esta passagem Bíblica deixa bem claro que não era para estarmos aqui agora.

RU – Vocês foram talvez a primeira banda de Metal do mundo a tocar cover do Sisters Of Mercy. Como vêem esse fato que hoje se tornou comum, sendo que até o Shaaman fez cover do Sisters?
Perna – Gravamos o cover em 94, junto com She’s Lost Control do Joy Division, mas na época não foi bem visto pelo público de metal, lançamos em 96 no CD Posthumous o cover do Sister of Mercy novamente com o Murillo nos vocais, mas infelizmente não tivemos uma boa divulgação e acabou no esquecimento. Hoje é moda ouvir gótico e muitas bandas fazem sucesso com este estilo de música.

RU – Como adendo, quase todos do meio sabem que você é designer gráfico, e que é um excelente profissional, sendo responsável pela diagramação toda da revista desde a edição #28. Fale-nos um pouco de como é este seu trabalho para que todos possam conhecer melhor.
Perna – Esse é um trabalho que venho desenvolvendo desde 96 paralelo a música mas que também está ligado a ela, pois além da Rock Underground, também criei o projeto gráfico das Comando Rock e Lucifer Rising além de outras revistas em outros segmentos, também criei várias capas de CDs de bandas como Torture Squad, In Hell e muitos outros trabalhos de arte.

RU – Você é uma pessoa super conhecida na cena. Quase todos que estão nela ao menos sabem quem você é, sendo uma das personagens mais lendárias e folclóricas do Metal brasileiro. Sendo uma das engrenagens mais importantes de nossa cena, não só pelo que você fez no Genocidio, mas principalmente pela sua influência e seu trabalho como designer para várias revistas, gravadoras, bandas e etc. você é mais conhecido e reconhecido do que sua banda. Por que você acha disso?
Perna – Acho que é pelo fato de estar sempre ajudando a cena por todos os lados, pois muitas vezes faço o trabalho só pelo prazer sem nenhum retorno financeiro.

RU – Todos fomos pegos de surpresa com a notícia de que o Genocidio se reuniria para um show, com formação clássica e para gravar um DVD deste show, que incluiria vídeo clipes, extras, bastidores, história e tal! Como surgiu esta idéia? Mas mesmo membros que saíram brigados da banda, como o Murilo e principalmente o Juma, se reuniriam para o projeto? Como foi acertar os detalhes com eles? Como ficaria o Ozzinho nessa, visto que até então, ele era o baterista da banda?
Essa idéia foi proposta pela Mutilation, e o Murillo também tinha uma idéia parecida, já que se passaram tantos anos e ninguém mais está no clima de briga, tínhamos acertado tudo e talvez o Ozzinho tocaria em metade do show.

RU – Vocês chegariam a apresentar alguma música nova? Vocês iriam gravar um CD novo com músicas inéditas? Se fosse, como seria a direção musical e a temática, já que quando o Juma estava na banda os temas eram místicos, esotéricos e gnósticos e com sua saída, você passou a compor temas de ficção cientifica?
Perna – Como disse antes, já tinha composto várias músicas para um CD depois do lançamento do DVD, onde a temática seria uma continuação do Rebellion, ligado ao fato de que muitos filósofos já dizem há vários anos, que nós os seres humanos estamos aqui na terra apenas para desequilibrar a natureza, como se estivéssemos a mais, como um vírus!

RU – Mas aí aconteceu o problema com seu polegar direito. Conte-nos resumidamente como tudo isso aconteceu, como você esta sendo tratado, como você está hoje e como isto prejudicou os planos para está reunião da velha guarda do Genocídio.
Perna – Infelizmente uma semana depois de acertar o lance do DVD, perdi parte do polegar direito segurando no corrimão da escada rolante da galeria do rock. Isso atrapalhou tanto meu trabalho como músico como meus atrasou meus trabalho de designer, sem contar as coisas do dia a dia, que até o simples fato de uma assinatura vai me dar uma puta dor de cabeça para alterar ela em todos os órgãos de exigem minha assinatura. Pra você ver não consigo nem acender direito o isqueiro na mão esquerda (rs).

RU – Por fim, a que pé está este caso e na verdade o que você realmente quer: indenização, reconhecimento, levantar uma bandeira para pessoas que possam estar na mesma situação que você, tratamento, etc.
Perna – Na verdade o que eu quero é consciência sobre meu caso, pois ninguém me recusou atendimentos médicos, pelo contrário me prestaram socorro como devido, mas não é só isso, pois esse acidente está atrasando muito minha vida, meus trabalhos e projetos, e quero uma indenização a altura, já que foi constatado irregularidades nas escadas rolantes. É muito revoltante já que é falta de manutenção da administração da galeria. Estou brigando pelo fato que todos que freqüentam a galeria estão revoltados com meu acontecimento, pois poderia acontecer com qualquer um e até com nossos filhos, e é mais revoltante saber que não querem me indenizar pelo fato de ter perdido parte do corpo, então vou brigar até o fim, se precisar ficar 4 anos na imprensa e nos órgãos responsáveis vou ficar até receber uma indenização adequada, pois se fosse um filho de algum juiz, pode ter certeza que a galeria seria fechada no dia seguinte e prejudicaria a todos nós, pois amo a galeria mas não aceito o fato de ter só atendimento médico pago, para isso existe a Santa Casa, e o tempo que fiquei parado quem paga minhas contas. Isso foi uma desgraça que tem que ser reparada por alguém.