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GHOST B.C.
Infestissumam
Universal – nac.
Aqui está a nova pérola da década de 2010 (sim, agora falamos dessa forma. Não existe mais “década de 20” por exemplo, e sim, década de 1920 ou 2020, pelo avanço do nosso calendário). Justamente no ano de 2010, o sueco Ghost (agora Ghost B.C. nos EUA) debutou com Opus Eponymous. Quando ouvi, confesso que não gostei, achei esquisito, pois pela capa, logo e temática satânica, a gente sempre espera algo mais extremo, no mímimo Heavy Tradicional, mas sua música, apesar de não abrir mão do Metal, varia por diversas tendências do Rock pesado. Mas também não podemos esquecer que Satã não é propriedade de ninguém. Por mais que o Black Metal e o Metal extremo, ou o simples Heavy Metal, que é a origem do Extreme Metal, honrem o satanismo, o luciferianismo, a bruxaria, o ocultismo e o paganismo em geral e hoje seja seu maior veículo, eles não são donos destas vertentes espirituais. Até porque, antes do Heavy Metal, já existia o Rock’n Roll puro e simples e Satã já era cantado em prosa e verso por muitas bandas. Basta ver o surgimento do Black Sabbath e as bandas que o antecederam, que já falavam do tema. Sendo assim, nenhum absurdo. Mas é perceptível que o background principal do Ghost é sim o Metal Extremo e seus membros anônimos e homônimos, os instrumentistas Nameless Ghoul (sem nome e rostos) e o vocalista Papa Emeritus I no debut e agora Papa Emeritus II em Infestissumam com certeza já tocaram em bandas do gênero. A diferença caro leitor é que, em vez de acharmos que eles buscam apenas sucesso comercial, este lado 60/70 é realmente influência do grupo. E essa mistura é responsável por uma das coisas mais legais e “originais” surgidas nos últimos anos, uma das mais empolgantes diria eu. Todos têm o direito de gostar ou não, agora muita besteira tem se falado deste grupo, o que para mim é mais inveja do que qualquer outra coisa, como o depoimento de Wagner Moura Lamounier do respeito Sarcófago, dizendo que o Ghost faz uma música tipo Oasis. Será que ele não conhece os primórdios do Rock inglês pra falar uma besteira dessas? Bem, vamos a Infestissumam. O disco é em digipack bem trabalhado, na contra-capa a lista das faixas está como Side A e Side B como se fosse um disco de vinil, ou seja, eles querem remeter aos tempos antigos dos primórdios do Rock. Tudo aqui é feito com bom gosto: as músicas, composições, letras, melodias, arranjos, a parte gráfica do disco, a vestimenta dos seus integrantes, etc. Afinal, porque tudo que é satânico tem que ser tosco e grosseiro? O fato deles terem saído de uma gravadora especializada e independente e terem assinado com a Universal para este segundo disco, Infestissumam, é um marco. Isso mostra como as majors encolheram e como bandas atípicas como essa têm potencial para crescer. A faixa-título abre o disco como uma introdução em latim, como uma missa negra. Convenhamos, o latim é uma lingua muito forte, ainda mais em se tratando de ritualistica. Apesar do satanismo, a banda resolveu usar a imagem da Igreja como forma de protesto, profanação, heresia, e ainda, dar um ar macabro á sua aura. Per Aspera Ad Inferi vem grudada na sequencia, com letra em inglês, mas refrão, que é o nome da música, em latim, com batidas marciais, e de fundo um bom Hard Rock 70’s. Secular Haze vem bem anos 60, bem psicodélica. Jigolo Har Megiddo segue nessa linha, mais “alegrinha” lembrando muito qualquer coisa perdida entre os anos 60 e 70, com a produção de hoje. Sua linha melódica grudará na sua cabeça e não sairá mais (quer algo mais satânico do que isso?). Já Ghuleh / Zombie Queen é uma baladinha profana, bem setentista, onde depois rola um Hammond “dançante” no final. E o que dizer Year Zero? O verso “Belial, Behemoth, Beelzebub... Asmodeus, Satanas, Lucifer!” é um mantra que você não vai se esquecer, sem contar que é uma das melhores músicas do disco. Body And Blood é a menos legal do disco, já Idolatrine é uma das mais empolgantes e rápidas, das mais legais mesmo. Em Depth Of Satans Eyes aí sim se percebe a tão esperada influência de Mercyful Fate assumida pela banda, ainda que não tão pesada quanto a trupe de King Diamond. Mas confesso, que ouvindo, parece que a qualquer momento vai entrar o falsete do Rei Diamante. Em seu meio, entra uns backings macabros e aí está a diferença que o Ghost faz. Monstrance Clock encerra a versão regular do disco. Enfim, nem vou fechar com aquelas frases de efeito do tipo “só o tempo vai dizer se este disco será um clássico” ou “só o tempo dirá se a banda será influente e relevante ou não”. Esqueça o futuro e curta o Ghost agora! JCB – 9,5

Faixas:
01. Infestissumam
02. Per Aspera Ad Inferi
03. Secular Haze
04. Jigolo Har Megiddo
05. Ghuleh / Zombie Queen
06. Year Zero
07. Body And Blood
08. Idolatrine
09. Depth Of Satans Eyes
10. Monstrance Clock

Formação:
Papa Emeritus II - Vocalista.
Nameless Ghoul I - Guitarra 1.
Nameless Ghoul II - Guitarra 2.
Nameless Ghoul III - Baixo.
Nameless Ghoul IV - Teclado.
Nameless Ghoul V - Bateria.
Papa Emeritus I