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Jungle Power Metal

Entrevista: Júlio César Bocáter.
O Glory Opera é uma banda nova e seu debut está prestes a sair. Mas foi cair na graça de algumas pessoas influentes, como a Megahard, que abriram para uma banda de renome como o Nightwish. Conheça esta banda ainda desconhecida para, mas nem tanto para o Norte e Nordeste. Afinal, quem imaginaria uma provável promessa do Melódico nacional da úmida Amazônia?

RU – Como a banda foi formada?
Jean Rothen – A banda foi formada em 97 por Helmut Quacken (D), Paulo Rangel (K) e Emerson Dácio (B). Eles já vinham de outra banda Melódica mas tinham a proposta de fazer algo novo com toques Progressivos sem perder a identidade principal. Eu, Jean Rothen (G), fui convidado a entrar, mas como ficamos por longos meses sem vocalista, fazendo várias apresentações como banda instrumental. Após algumas incursões e experiências, tivemos sorte de conhecer Humberto Sobrinho, e ficamos com ele em definitivo. O Stanley Wagner surgiu com a necessidade de termos uma segunda guitarra para encorpar mais o som,.

RU – Fale dos trabalhos lançados.
Jean Rothen – Fizemos parte de uma coletânea de rock lançada pela Prefeitura Municipal através da Fundação Villa Lobos intitulada Além da Fronteira a cerca de 2 anos. Nela temos a nossa música One Step Behind, talvez a mais Progressiva da banda mas que nos abriu várias portas. Agora pelo selo Megahard estamos com nosso debut Rising Moangá  nele, inclusive, há uma nova versão para a música da coletânea. O título vem da música homônima e está dividida em cinco partes, intro e fim instrumentais. A temática explora o lado folclórico indígena sem ser piegas e de forma mais subjetiva, afinal se os europeus falam de dragões, duendes e espadas, por que não podemos falar de guerreiros e feiticeiros? O CD conta com mais de 60 minutos de música e traz um Heavy Melódico recheado de trechos Progressivos, partes orquestradas, batidas regionais e riffs mais Thrash.

RU – Fale da cena de sua cidade.
Jean Rothen – O Heavy amazonense vem crescendo à olhos vistos nos últimos 3 anos após um longo período de vacas magras, mas felizmente Heavy Metal não é modismo sobrevivendo à tudo. Sempre tivemos bandas de qualidade que vão de Rockabilly ao Death extremo, mas todas as tribos convivem em paz mostrando que existe um amadurecimento por parte dos bangers em geral. Tivemos a honra de assistir ao show do grande Krisiun e lá você via pessoas com camisas do Stratovarius, Morbid Angel, Angra e Sepultura. Existem muitos grupos de talento em nossa cidade que só precisam ter oportunidade de mostrar seu trabalho pois, querendo ou não, a distância dos grandes centros nos traz muitos problemas, não é a toa que pouco ou nada se houve falar do norte. Esperamos que isso mude daqui pra frente.

RU – Fale sobre planos no futuro e como conseguiram contrato com a Megahard.
Jean Rothen – Recebemos um cartão da Megahard através de um amigo aqui mesmo em Manaus e resolvemos entrar em contato. Após várias ligações, conseguimos mandar o material e após os acertos no contrato, assinamos e agora fazemos parte do staff. Vale destacar que o fato do nosso vocalista Humberto Sobrinho ter feito teste para o Angra, antes da efetivação do Edu Falaschi, serviu para que as atenções sobre a banda aumentassem.

RU - Fale sobre a expectativa da abertura para Nightwish no Rio, que tem metade do seu público gótico.
Jean Rothen – A expectativa é muito grande, pois estamos tendo a oportunidade única de abrir para uma banda de grande projeção internacional, o que aumenta mais ainda a nossa responsabilidade. Dizer que não estamos nervosos com isso seria mentira, mas de certa forma isso nos estimula a explorar os limites de cada um da banda. Quanto à diferença de público, bem, isso pode ser uma arma à nosso favor, pois quem vai estar lá nos assistindo não saberá o que esperar do Glory Opera e sei que se mostrarmos qualidade e honestidade só teremos frutos à colher, independente do público presente.

RU - O estilo da banda é o do Metal finlândes, como Stratovarius, Nightwish e Sonata Arctica, como lida com isso?
Jean Rothen – Da forma mais natural possível. Jamais "grilamos" com isso pois só o fato de sermos brasileiros distingue o nosso som do Melódico europeu. Aliado a isso, incorporamos a cultura amazônica em nossas composições e temos seis pessoas com gostos distintos, pensamentos e idéias próprias, além de termos vindo de raízes diferentes que só fazem acrescentar. Talvez seja por isso que, independente das possíveis comparações, temos fé que o Glory Opera faz um Heavy sincero, acreditando na evolução e na criatividade. Não perderíamos nosso precioso tempo tentando ser clone de alguém, já existem muitos por aí.