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O Coveiro!

Entrevista: Júlio César Bocater.
RU - Fale nos um pouco sobre o conceito deste novo disco.
Stefan Arnold -  É um tributo aos poemas de Edgar Allan Poe, nós queríamos fugir um pouco da trilogia que fizemos e decidimos que era uma boa idéia seguir em frente fazendo músicas de sobre estórias de horror, e Poe é um dos escritores favoritos de Chris (NR: vocalista e líder da banda). Começamos a ler livros sobre ele, e dele, e quando terminamos o álbum, vimos que havia se transformado num tributo a Edgar Allan Poe.

RU - É relacionado aos outros álbuns?
Stefan Arnold - Não, é um álbum totalmente independente. Os últimos foram uma trilogia, e esse álbum provavelmente não terá continuação.

RU - Tunes Of War fala da guerra da Escócia, Knigths Of  Cross fala das cruzadas e Excalibur fala sobre a história de Excalibur.  Por que a escolha destes temas?
Stefan Arnold -
Nos três últimos álbuns, todos eram relacionados entre si. No primeiro álbum tinha uma música sobre a Escócia, Tunes of War, no segundo álbum, que é o Knights of Cross nós temos a música Battle of Flodden, que fala dos cavaleiros que ajudaram os escoceses a vencerem os ingleses, e tem também a música Holy Grail (Santo Graal), que era o que eles estavam procurando o tempo todo. Essa é a conexão com o terceiro álbum, onde os cavaleiros continuam procurando o Santo Graal. Essa é a razão de termos escolhido esses temas.

RU -  Por que o nome do novo disco é The Grave Digger? Geralmente isto acontece quando é o primeiro disco da  banda ou quando não surge um título.
Stefan Arnold - Vocês está certa (Risos). Pensamos ser uma boa idéia dar esse nome ao novo disco porque não temos nenhuma música com nosso nome em toda a nossa carreira. Então, temos o ceifeiro na capa com uma foice, e pelo caminho que o álbum tomou, resolvemos dedicá-lo à nós. É a terceira geração que temos com este álbum, e falamos “vamos fazer um disco que seja realmente a cara do Grave Digger”.

RU - Vocês comemoraram o lançamento de The Grave Digger num passeio de barco. Por que um barco e quem deu essa idéia?
Stefan Arnold -
Foi uma coisa meio inesperada e de sorte, porque na Colonia, onde a festa aconteceu, estava rolando o PopKon, que é o maior festival de pop e rock do mundo, e lá estavam os maiores redatores dos maiores veículos de imprensa do mundo, sentados lá, todos juntos num mesmo dia. Então de tarde, convidamos todos para um passeio de barco e quem foi, foi; quem não foi, perdeu. Essa foi a idéia da gravadora, já que todo mundo estava na Colonia, e usar essa chance para mostrar nosso álbum. Foi maravilhoso! Perfeito! O barco estava super lotado, todo mundo agitando!

RU - A troca de integrantes é uma constante no Grave Digger. Você acha que agora a banda está estabilizada e não terá mais a necessidade de mudanças?
Stefan Arnold -
É verdade, estou há 6 anos com a banda, serão sete neste ano. Passo muito tempo com o Chris agora, estamos todos praticamente com a mesma idade, a maioria é casado ou tem namorada, alguns já têm filhos, está todo mundo meio “velho”. A formação está muito legal e está andando para frente, então, não acho que há a necessidade de se fazer outra mudança. No caso do Ullrich, foi uma história muito mais pessoal, dele com o Chris, desentendimentos; era bem difícil de se lidar.

RU - Quais são as bandas em que você já tocou? Faria um projeto paralelo?
Stefan Arnold- Eu toquei numa banda chamada Grinder, que fazia speed trash metal, e depois numa banda chamada Capricorn, que chegou até a tocar com o Grave Digger numa turnê quando a banda voltou, e agora estou no próprio Grave Digger. Eu sou o baterista, que sempre fica lá atrás. Eu não preciso de nenhum projeto paralelo, nenhuma outra banda, sós espero fazer o melhor pelo Grave Digger, e se por acaso alguma banda tiver problemas com seu atual baterista como quebrar um braço, ficar doente, tudo bem, eu até posso ajudar; mas não quero ter um projeto paralelo, e nem tenho tempo para isso.

RU - No ano passado, quando o Stratovarius esteve no Brasil, perguntaram ao Jörg Michael sobre suas ex-bandas e ele falou bem do Running Wild mas disse que era perda de tempo falar sobre o Grave Digger. O que houve de verdade? A relação de vocês era tão ruim assim?
Stefan Arnold-
Ah, eu acho que não, porque Chris e Jörg Michael são bons amigos. Eu sei disso porque eles se falam muito no telefone, eles têm vários assuntos de negócios juntos como turnê. Não foi nada pessoal eu acho, eu não posso explicar, mas é estranho porque eles se falam muito e constantemente. Nunca vi uma briga ou eles se xingando, não sei o que ele quis dizer realmente com isso.

RU - Por que vocês saíram da Gun Records? A gravadora estava falindo? Ouvimos que várias bandas deixaram a gravadora também.
Stefan Arnold -
Ah....A Gun Records... Como posso explicar isso de uma maneira fácil?! A gravadora não fazia nada para a banda em divulgação em países estrangeiros como Brasil, Argentina, estados Unidos, e até em países da Europa como Itália e Grécia. Não faziam anúncios, nem divulgação. Vendíamos poucos álbuns, e ninguém nem prestava muita atenção na gente. Com a Nuclear Blast é diferente, eles tem experiência em lidar com marketing nos países de fora da Europa. Temos de 4 a 5 entrevistas por dia só com países que não sejam europeus, número que nunca tivemos contando todas as entrevistas que demos em toda a nossa carreira. Mudamos da Gun Records simplesmente porque ela não mexeu uma palha para nos divulgar pelo mundo.

RU - Tem alguma pessoa muito grande aí na Alemanha, que trabalha com rock? Meus amigos disseram que o rock’n’roll e o metal quase morreram na Alemanha, que o povo só escuta techno...
Stefan Arnold - Eu sei o que você quer dizer, e eu só posso dizer que eu fico imensamente feliz em saber que o heavy metal aqui não é tão popular quanto a música pop. Se você é grande numa cena grande, você logo passa a ser igual à todas as outras bandas e perde status. Já que a cena não é grande, apesar de muitas bandas, uma ajuda outra, e os fãs são muito, mas não tão muito. Se uma coisa é grande, ela acaba por se tornar pequena por outro lado. A cena é até boa no momento, poderia ser só um pouquinho melhor. É legal ganhar dinheiro como os cantores pop, mas do mesmo jeito que eles estouram na mídia, eles desaparecem rápido, sendo substituídos por outro artista.

RU - E qual é a maior banda da Alemanha/ Europa, na sua opinião?
Stefan Arnold -
Na Europa? Hum... O Helloween é uma banda muito grande, e alemã. Stratovarius, Hammerfall... e quem sabe um dia o Grave Digger esteja neste grupo! (risos)

RU - Algum plano de vir ao Brasil este ano?
Stefan Arnold - Sim, temos planos e nós já estamos em contato com alguns empresários e promotores de shows, mas temos que esperar um pouco para que o álbum seja mais conhecido, ou seria um risco muito grande para essas pessoas nos contratar, porque tudo custa muito dinheiro, as passagens, o hotel, enfim.

RU - Você sabe quantas cópias do álbum já foram vendidas pelo mundo? E as críticas como têm sido?
Stefan Arnold -
Não... Só faz uma semana que ele saiu. As críticas tem sido muito boas, nós estávamos esperando muita  coisa ruim, e surpreendentemente ainda não ouvimos nada nesse sentido. Tudo está sendo muito positivo.

RU - Por que críticas ruins?
Stefan Arnold - Esperávamos criticas ruins, porque trocamos de guitarrista, e o som mudou um pouco. Os fãs do Grave Digger são bem durões, quando você os tenta iludir um pouco, eles não aceitam, se sentem enganados. Mas todo mundo amou o novo estilo, e curtiu o novo álbum. Não tivemos uma única critica ruim e isso até me assusta! (risos)

RU - Quais são suas influências musicais?
Stefan Arnold - Minhas influencias pessoais são o Iron Maiden, Motorhead, e eu gosto muito de Slayer com Dave Lombardo; gosto muito dos dois bateras do Iron, pena que um não é muito conhecido, mas realmente foi o batera do Motorhead que me influenciou.

RU - Já que estamos falando de bateristas, vou lhe dar o nome de cinco bateristas, e gostaria que você comentasse sobre eles:
Igor Cavalera (Sepultura) - Sim, o conheço. Ele é um bom baterista, eu gosto do jeito que ele toca, com muita energia, e é perfeito para o tipo de música que a banda dele faz.
Mark Cross (Ex-Metallium/ Atual Helloween) - Não faço idéia, eu o conheci numa festa, nós nos falamos e tudo, mas nunca o vi tocando.
Tommy Lee (ex-Mötley Crüe/ Atual Methods of Mayhem) - Eu amo esse cara. Ninguém sabe, mas ele é um cara que estudou música, ele mostrou muitas coisas novas, ele é ousado, experimentou coisas que ninguém havia tentado antes. Eu gosto muito dele como baterista, mas o odeio como pessoa. (risos). Ele é um idiota, mas brilhante baterista.
Neil Peart (Rush) - Oh! Ele é “O Deus”, ele é o melhor baterista de todos. Não dá para falar sobre esse cara, quando você o vê tocando, é inacreditável. Ele é de um planeta diferente, ninguém nunca vai conseguir se igualar á ele!
Eric Singer (Alice Cooper/ Kiss) - Ele é um típico baterista profissional americano, que pode tocar o que quiser, com quem quiser, pode ser no Slayer, Kiss, Bon Jovi, Alice Cooper... Ele é capaz de se modular nas bandas que ele toca, e se adaptar. Ele tem muitos truques, eu gosto muito dele também.

RU - Tem algum baterista que você considera fraco?
Stefan Arnold - Ah, todo mundo que toca algum instrumento, bom ou ruim, tentou alguma coisa. Eu não ligo para isso, se o cara toca mau, o problema é dele, eu nunca iria dizer “hey você é um mau baterista”. Eu não odeio ninguém, já tem muita guerra no mundo... Se o Bin Ladem tocasse bateria, talvez eu diria “eu odeio esse batera”! (risos)

RU - Falando nisso, você acha que esses acontecimentos renderiam um bom tema para discos ou letras de música?
Stefan Arnold - Eu acho, na minha opinião, que a melhor coisa à fazer é não falar sobre isso. Quanto mais você mencionar isso, maior essa coisa toda se transforma. Chris é um cara muito pacifico, então, eu acho muito difícil que ele vá escrever algo sobre essa guerra estúpida. Nenhuma banda deveria perder seu tempo fazendo isso.

RU - Afinal, o que você acha de tudo isso que vem acontecendo?
Stefan Arnold - Precisamos lutar contra o terrorismo, porque é uma coisa covarde, e injusta, pois sempre acaba atingindo pessoas inocentes. A guerra nunca foi e nunca será uma coisa boa, e o terrorismo não é uma guerra, é um atitude covarde. Eu apoio a atitude de combater o terrorismo, senão amanhã eles estarão bombardeando outro lugar. Vocês aí na América do Sul, são sortudos pois estão um pouco longe de tudo isso, nós aqui na Alemanha estamos bem no meio da bagunça, e temos muitos terroristas aqui.

RU - Chegamos na última questão... Você gostaria de deixar uma mensagem para os fãs?
Stefan Arnold - Nossa mensagem é para todos os fãs no Brasil, que eles façam o Grave Digger se tornar um sucesso, nos apoiem, e vocês nos verão aí ano que vem!