AGENDA
BANDAS
ENTREVISTAS
CDS
DVDS
DEMOS
LIVROS
SHOWS
MATÉRIAS
PROMOÇÕES
LINKS
CONTATOS

ou ?



Entrevista: Júlio César Bocáter
Quando uma banda atinge um estado em que mistura credibilidade, longevidade, constância, respeito, alto grau de influenciabilidade e maturidade, sabendo evoluir dentro de um estilo, mas sem traí-lo, esta banda atinge a quase unanimidade (quase, pois toda unanimidade é burra). E, com isso, se torna ícone de um estilo. É isso o que ocorre com o norueguês Immortal, que lança o excelente Sons Of Northern Darkness, que, se não é superior ao magistral e único Damned In Black, ao menos será tão clássico e vital para o Black Metal como tal. Ainda mais com bandas seminais acabando (Emperor) ou mudando totalmente o seu estilo (Mayhem). Seu líder Abbath, que nos deu (e a outros órgãos de imprensa no mundo todo) uma baita de uma canseira, mostra-se uma pessoa direta, monossilábica, pouco humorada e, segundo más línguas, depressiva. Mas deu para extrair um pouquinho dele, dias antes do baixista Iscariah sair da banda. Confira!   

RU – Fale sobre o novo álbum, Sons Of Northern Darkness, e compare-o com Damned In Black.
Abbath – Sons Of Northern Darkness segue a mesma linha que o anterior Damned In Black. Alias, todos nossos discos são uma continuação dos anteriores, pois como músicos estamos sempre em evolução. Nós nunca faremos um disco igual, pois não haveria motivo para isso, mas também já achamos nosso estilo e nunca iremos mudar.

RU – Damned In Black foi considerado por muitos como o melhor disco de Black Metal. Você concorda com isso e acha que Sons Of Northern Darkness será o seu substituto?
Abbath –
Seria muita pretensão minha dizer que Sons Of Northern Darkness ou Damned In Black sejam os melhores álbuns de Black Metal, até porque nossa música transcende o estilo e porque o mesmo tem muitas bandas com muitos discos bons. O que posso dizer é que fizemos o nosso melhor e sempre faremos em todos discos nossos.  

RU – Damned In Black é agressivo mas tem uma cristalina produção. Você enfrentou críticas pelos radicais por uma produção limpa demais, já que o mesmo ocorreu com outras formações?
Abbath –
Sinceramente, não ligo para isso. Fazemos nossa música da maneira que achamos melhor para nossos fãs e pronto. Mas hoje, quase todos trabalhos precisam de uma produção profissional para se manter na cena.

RU – O que você acha de bandas brasileiras como Sarcófago e Krisiun?
Abbath –
Grande! O Krisiun já tocou conosco e são caras legais. Já o Sarcófago, não há muito o que falar. O que falar sobre uma banda que foi uma das responsáveis por tudo isso que vemos hoje?

RU – O Immortal tem muitos fãs no Brasil. Quando vocês vão tocar aqui?
Abbath –
Eu adoraria, mas até agora não tivemos nenhuma proposta real, apenas especulação.

RU – Por que vocês sempre aparecem nas capas? Vocês são caricaturas de si mesmos?
Abbath –
Não. Nós somos personagens e cada um tem o seu papel. As bandas de Power Metal geralmente têm guerreiros, dragões ou mascotes. Nós não, nós somos personagens de nossa própria história.

RU – Você acha que agora a banda se estabilizou de vez, com Iscariah?
Abbath –
Isso nunca poderemos falar porque não sei sobre o dia de amanhã (Nota do E: semanas após esta entrevista, Iscariah sairia da banda. A resposta titubeante mostrou que havia problemas).