KIKO LOUREIRO
O Maior Guitar-hero Do Brasil!
Entrevista: Júlio César Bocáter.
Ninguém mais tem dúvida também sobre o talento, técnica, virtuose e inspiração que Kiko Loureiro possui. A entrevistas com Kiko, Rafael e Edu foram feitas todas no mesmo dia, na redação da Rock Brigade. Uma curiosidade: como a nossa entrevista com o Kiko foi a última de todo o dia, os comes e bebes presentes haviam se esgotado. Estava um calor insuportável naquele dia e na geladeira, a única bebida que restara foi um pacote de Yakult com 12 unidades, dos quais, eu e Kiko o dividimos durante a entrevista. Em meio a uma overdose de lactobacilos vivos, ele nos conta mais detalhes sobre esta empreitada totalmente fora do Heavy Metal e do Rock em seu segundo disco solo. Sua banda é: o músico cubano Yaniel Matos nos teclados, o baterista Cuca Teixeira (banda de Maria Rita) e o baixista Carlinhos Noronha (Demônios da Garoa), além de contar com a participação especial do percussionista Maurício Alves (Mestre Ambrósio).
RU – Fale sobre seu segundo disco solo, Universo Inverso, e por que ele é tão diferente do primeiro No Gravity?
Kiko Loureiro – Porque existem outros universos musicais, como por exemplo, o universo da música erudita. E se você andar com as pessoas desse universo, como é meu caso, já que tenho contato e convívio com estas pessoas fora do Heavy Metal, você vai falar de música de uma outra forma. No Heavy Metal e no Rock em geral tem um outro jeito de gravar, de tocar. Eu sempre estudei Rock, mas também música brasileira, jazz.
RU – Como os seus fãs e do Angra encaram este tipo de trabalho solo seu?
Kiko Loureiro – Basicamente, não é um disco para fãs de Angra, pois é totalmente diferente. Os fãs de Heavy Metal são um pouco mais radicais, mas tenho certeza que uma parte deles vai ao menos se interessar. Universo Inverso é diferente não só em relação a No Gravity, mas a todos os outros discos solos de guitarristas de bandas de Heavy Metal. Quem sabe, seja um passo para estes fãs de cabeça mais aberta, e que também são músicos, saiba que é importante você saber tocar de tudo, claro que seja música de qualidade. Este expande seu universo de idéias e ajuda a trazer coisas novas para sua banda de Metal.
RU – Então, apesar de Universo Inverso ser diferente de todos os outros discos de guitarristas, ainda sim, ele é um disco de músico feito para só outros músicos ouvirem?
Kiko Loureiro – Não só isso, mas para todos que tenham bom gosto musical mais diversificado.
Mundo Rock: Vocês chegaram a tocar com essa banda músicas deste disco, além de aparições na TV, como nos programas do Jô Soares,Ronnie Von e MTV?
Kiko Loureiro – Sim, tocamos em vários lugares, em shoppings e gravamos uma música para um CD da Santo Ângelo (marca de cabos). E o Yaniel que sempre foi um cara do meio do jazz respeitava o Rock. Músicos de Jazz não gostam muito de Rock por acharem ser um estilo mais simples de se tocar, mas muito deles respeitam, pois como são músicos na acepção da palavra, acabam tocando vários outros estilos e conhecendo pessoas de todos os tipos de meios musicais, trocando participações especiais e montando bandas. Por isso insisto em dizer que se trata de outro universo, pois no Rock e no Metal, quando isso rola, rola entre os próprios músicos e bandas do estilo.
RU – Gravar um disco desta envergadura demora mais do que gravar um disco de Heavy Metal?
Kiko: O CD foi gravado em três dias no estúdio Nosso Estúdio, que já gravou vários discos de artistas da MPB como o Hermeto Paschoal, e tem uma das melhores salas do Brasil em acústica, porque tínhamos que gravar ao vivo. Por isso que chamo de outro universo, porque a forma de gravar é bem diferente, não é que nem no Rock e Metal onde se gravam os instrumentos separados.
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