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A bola da vez do Thrash Metal mundial!

Entrevista: Júlio César Bocáter. Fotos: divulgação.
Sim, isso mesmo que você está lendo. Afinal, além de seu novo disco, Discipline Of Hate, ser um dos melhores discos dos últimos tempos no mundo todo, com uma produção matadora, o KZS (como é conhecido o Korzus) assinou com a gravadora alemã AFM Records, um dos maiores selos especializados em Metal no mundo todo. Contando ainda com promoções exclusivas e pioneiras, para incentivar a venda dos CDs (detalhadas na entrevista e na resenha), o Korzus já é desde já a principal banda do Metal nacional no momento. A última entrevista que fizemos com a banda foi a exatos dez anos, em 2000, no estúdio Mr Som com Dick Siebert e o ex-guitarrista Silvio Golfetti e agora, entrevistamos a atual formação com o guitarrista Antonio no lugar de Silvio, e desta feita também, o frontman Pompeu, o guitarrista e sócio de Pompeu no Mr Som, Heros Trench e o baterista Rodrigo. A banda deu uma atualizada nestes dez anos e se as maiores conquistas deles até então eram a turnê com o Biohazard na Europa e ter tocado no Monsters Of Rock de 1998, esta entrevista mostra que ainda há muito mais por vir nos anos vindouros!

RU – Primeira pergunta e a mais chavão de todas (mas necessária, já que estamos repassando a carreira do Korzus a limpo): como a banda foi formada?
Pompeu –
A banda foi formada por mim e o primeiro batera, o Brian, no final de 83 com o intuito de participarmos do festival de nossa escola. Posteriormente recrutamos o Silvio e o primo dele o Nicastro, depois de alguns meses o Dick entrou já numa pegada mais profissa, pois já estávamos participando de outros festivais de escolas e shows em pequenos clubes. Daí por diante veio o SP Metal e com isso a gasolina necessária pra esses 25 anos.

RU – Vocês integraram alguma banda antes do KORZUS?
Pompeu –
Eu não, mas o Dick veio do Alcatraz, o Ro do Carrascos, o Antonio do Chaosfhere e o Heros por várias bandas tipo Ancestral, Sulfeto de Ferro, Necrofago e não lembro se teve mais.
Rodrigo – Eu toquei no Carrascos, uma banda que montei na escola, foi minha primeira banda, era Thrash Metal mais cadenciado, depois toquei no Stronger, uma banda de Thrash / Death.

RU – Passe-nos, se possível, todas as formações do KORZUS.
Pompeu –
Pompeu, Brian, Silvio e Nicastro
Pompeu, Brian, Silvio Nicastro e Vitche
Pompeu, Brian, Toperman, Silvio e Capixaba
Pompeu, Brian, Toperman, Silvio e Dick
Pompeu, Zema, Toperman, Silvio e Dick
Pompeu, Paulo Thomas, Toperman, Silvio e Dick
Pompeu, Zema, Silvio e Dick
Pompeu, Betão, Silvio, Nicastro e Dick
Pompeu, Ricardo Confessori, Silvio, Nicastro e Dick
Pompeu, Silvio, Soldado, Fernandão e Dick
Pompeu, Silvio, Heros, Rodrigo e Dick
Pompeu, Heros, Soldado, Rodrigo e Dick
Pompeu, Heros, Antonio, Rodrigo e DickDick – Porra aí chutou o pau da barraca, colocou até os amigos que ficaram umas semanas. Então não posso deixar de citar que o Paulo Thomas (Centúrias, Baranga) tocou com a gente uns 10 meses em 1986 e em 2006 o André Curci (Threat , Musica Diablo) também segurou uns seis meses de shows.

RU – Vocês tem contato com todos os ex-integrantes ainda?
Pompeu –
Com alguns.
Dick – Apenas com alguns.

RU – O último integrante a sair foi o Silvio Golfetti. Por que ele exatamente saiu?
Pompeu –
Bom, ele teve um problema crônico no braço esquerdo além também de não poder seguir no rumo que a banda resolveu traçar para o futuro, mas continua muito ativo dentro da banda, 20 anos não são 20 dias, inclusive contribuiu na composição do Discipline Of Hate , enfim, ele é um grande amigo, colaborador e merecedor de muito respeito no KZS.

RU – O KORZUS sempre demorou muito a lançar discos de estúdio, os intervalos entre eles sempre foi muito longo, mesmo nos anos 80 e 90, para os padrões da época. Imagino que cada um teve o seu motivo particular para essa demora, mas quais foram?
Pompeu –
Garanto a você que o principal motivo foram as mudanças de formação, isso atrapalha muito, pois a cada troca de membro na banda, a pessoa que entra precisa de um tempo de adaptação a nós e ao nosso som.

RU – Nestes longos intervalos, a banda nunca chegou a acabar de fato, ou dar uma pausa, oficialmente ou internamente?
Pompeu –
Nunca, sempre na estrada!
Dick – Não, como sempre estávamos pilotando algo. Nunca paramos.

RU – Nestes anos todos, vocês participarem do surgimento do Thrash metal no Brasil, simultaneamente com os Estados Unidos e Europa. Também vocês viram várias tendências surgirem e desaparecerem. Ccomo a banda se posicionou perante isso?
Pompeu –
Bom, primeiro a gente faz o q gosta, não nos importamos com modas e tendências e sim com o compromisso com nossos fãs. Segundo, o Heavy Metal é nossa vida, devemos tudo a ele e o principal, somos confiantes no que fazemos e muito ligados na qualidade do nosso show... Que venham mais modas... Pois isso sempre vai nos fortalecer mais!
Dick – Na verdade nunca ficamos pensando ou discutindo este assunto. O surgimento de novas tendências é um curso natural da criatividade, cada um faz o que gosta. Pena que surgem estilos que deturpam a essência do Metal. O Rock é um estilo de música da contra cultura, que está aí para contestar essa avalanche de besteirol que a sociedade nos impõe.

RU – Como vocês conseguiram contato com a THE 8 BALL AGENCY e Laser Company?
Pompeu –
Hum, essa história é longa demais. Dois anos de conversas, planos e realizações... Com certeza ele está a mais de 8 anos aqui e muitas bandas devem ter procurado ele, pois ele é um manager profissional, sabe das coisas, conhece o mercado como ninguém e nos sentimos uma banda de sorte e privilegiada por tê-lo como manager nesse momento, por ele ter nos escolhido no meio de tantas promessas. Toda essa nova filosofia de trabalho é idéia dele, principalmente a internacionalização do Korzus que agora é uma realidade compatível a idéia da banda... Digamos que estávamos na hora certa e no lugar certo.

RU – Sei que através da THE 8 BALL AGENCY, vocês conseguiram contrato com a AFM. Como foi isso?
Pompeu –
Qualidade musical, paciência e muito trabalho... Muitas reuniões... Muito vinho do bom... E o principal: a descoberta e identificação transformada em amizade muito forte... Hoje a família Korzus está completa com a entrada dele.

RU – Como foi o processo de composição e gravação de Disciples Of Hate?
Pompeu –
Árduo... Cansativo e verdadeiro... Dois anos da composição ao produto final... Talvez a maior produção que eu e o Heros fizemos em nossa carreira de produtores.
Rodrigo – Eu participei de todo o processo de gravação, compus toda a parte de bateria nos ensaios junto com a banda. Dei muitos pitacos em partes de guitarras e na estrutura das musicas.

RU – Depois de 25 anos, a banda conseguiu um contrato para uma gravadora forte européia, que é a AFM. Como foi conseguir este existo depois de tanto tempo na estrada, sem nunca ter desistido.
Pompeu –
Bom, propostas de turnês e selos sempre tivemos, porém nunca a altura que a banda representa aqui no Brasil. A AFM hoje é a munição, a turbina da nossa carreira, temos um contrato longo, forte de respeito, respaldo internacional com uma grande agência para os shows... Enfim tudo que sonhávamos e acreditávamos que seria bom e dignificasse nosso nome e nossa historia. Hoje somos muito felizes e estamos ávidos para invadir o exterior.
Dick – Mais uma conquista do nosso trabalho, com muita persistência, dedicação e seriedade.

RU – (Para Pompeu e Heros). Pompeu e Heros, vocês têm o estúdio Mr. Som, que está a mais de dez anos no mercado, tendo produzido dezenas de grandes discos de boas bandas. O que vocês destacariam destes inúmeros trabalhos que vocês gravaram?
Pompeu –
Nossa... O crescimento do Torture Squad,a história do Baranga, o início de carreira de bandas como o Treat, Ancestral, o reconhecimento nacional do nosso trabalho, os 2 CDs do Korzus que fizemos e o principal: o Grammy Latino que conquistamos em 2009 com o Oficina G3. Aproveito pra mandar um recado pra concorrência que só sabe meter o pau no nosso trabalho. Enquanto vocês compram tudo que nós não temos e ficam querendo se gabar, nós temos o que vocês não têm que são grandes notas em resenhas, Grammy, disco de ouro, respeito e conhecimento de causa quando se fala de Heavy Metal. Então se nosso trabalho fosse uma bosta, como ganharíamos o Oscar da musica? Como nossos discos sempre são nota 10? E o porque agora no exterior, a produção do Discipline Of Hate esta tão bem conceituada? Acho que vocês tem é que cuidar das suas vidas, do seu negócio e gastar menos e aprender mais, pois o peixe morre pela boca, bando de invejosos e cuzões.

RU – Vocês trabalham só com Rock e Metal, ou outros estilos de fora?
Pompeu –
Todo trabalho de áudio e estilo musical... Mas com certeza o Rock e o Metal nos deram o nome que temos hoje, só posso agradecer por tudo que conquistamos e temos.

RU – Vocês são ótimos produtores, e o estúdio de vocês é um dos melhores do Brasil. Como vocês fazem para, estarem ao mesmo tempo antenados e conhecedores dos mais diversos estilos musicais existentes, e não deixar isso interferir no Korzus?
Pompeu –
Bom ai é dar o trigo pra concorrência né? (risos) Mas o mais importante é conhecimento e sensibilidade, paciência e paixão, bom gosto e honestidade.

RU – Pergunto isso porque eu, jamais conseguiria, conhecendo tantos estilos e produzindo tanta banda boa, não deixar de me influenciar na hora de compor e tocar.
Pompeu –
Várias coisas, claro, quando curtimos algo que podemos deixar com a nossa cara, com certeza usamos e também você nunca irá notar pois colocamos na essência do Korzus.

RU – Ainda, por outro lado, há algo que vocês tenham produzido que certamente, vocês gostaram e tentaram usar no KORZUS?
Pompeu –
Vejo no melhor momento, mesmo com internet e outras coisas, a volta de grandes bandas com grandes CDs, enfim tudo dez.

RU – Dick, você trabalha com cenografia correto? Fale mais de seu trabalho e aproveite para fazer sua propaganda!
Dick –
Sim. Estou envolvido com arte desde que me conheço por gente, bem antes de pensar em tocar. Faço cenários, ou melhor backdrops (peças em tecido ou outro material, que ficam no palco atrás da banda com logotipo ou arte relacionada à banda) profissionalmente há 17 anos, fora os que já havia feito pro Korzus, quando começou essa parada. São mais ou menos uns 250 backdrops produzidos para umas 80 bandas e outros clientes, pelo que me lembro.
Bandas como: Angra, Sepultura, Nazareth, Torture Squad, Baranga, Ratos de Porão, Ação Direta, Agrotóxico, Hangar, Dr Sin, Shaman, Ira, Charlie Brown Jr, Ultraje a Rigor, etc. Também tenho outros trabalhos em relação à arte, como pintura a óleo, aerografia, personalização de instrumentos musicais, tatuagem, e arte digital onde fiz algumas capas de CD e DVD.  Normalmente não faço propaganda, a minha propaganda está nos palcos, e acaba sendo notada. O backdrop faz parte da cultura da música pesada. “Uma banda sem um backdrop é a mesma coisa que subir no palco sem calça.” E a maior satisfação é poder fazer este trabalho de arte que se completa com a música, para o nosso meio, sempre a serviço do metal.  Obrigado pelo espaço.

RU – Rodrigo, você está na banda há mais de dez anos. Durante esse período você só tem tocado no KORZUS? Ou outros projetos?
Rodrigo –
Eu sempre procurei tocar com outros músicos, toquei um tempo com o Ancesttral, gravei a demo antes do CD e depois da saída do baterista eu fiz alguns shows com eles. Hoje o Korzus está em uma época com muitos compromissos, entrevistas, shows, ensaios, todo preparatório para a nova tour do Discipline Of Hate, isso me deixa sem tempo para outros projetos, mais eu sou músico, amo tocar, em breve quando eu encontrar uma brecha na agenda do Korzus com certeza voltarei a tocar com outros músicos e fazer novos projetos.

RU – Antonio, você é o mais novo na banda em todos os sentidos (risos). Fale sobre seu background.
Antonio –
Primeiramente obrigado por toda a atenção que o Rock Underground tem dado ao Korzus. Eu sou guitarrista desde os 13 anos de idade, e desde então, decidi que não queria fazer nada diferente com a minha vida. A música pesada em muitas de suas vertentes sempre foi meu maior interesse... Especialmente o Thrash Metal. Fui durante muitos anos, vocalista e guitarrista de uma banda Recifense chamada Chaosphere (muitas vezes confundida com a paulistana Chaosfear, que está na ativa). Conheci o Heros através dessa minha banda antiga, quando ele foi para Recife produzir o nosso CD, sendo gravado na época, perto do final de 2006. Passamos muito tempo juntos nessa época e desenvolvemos uma boa e forte amizade... Daí pra conhecer o resto dos membros do Korzus, que diga-se de passagem, é uma banda que já admirava a muito tempo, foi um processo natural... Até que em 2007 no Abril Pro Rock, onde o Korzus foi uma das atrações principais... Heros me convidou a tocar uma música com a banda... A correria. Conheci todos os outros nessa época, mantive contato com vários deles... Até que ouvi falar que o Korzus estava definitivamente sem guitarrista, e decidi vir até São Paulo na cara e na coragem, acreditando na possibilidade de me juntar a banda, não só por ser a banda que é, mas também por poder tocar ao lado de pessoas que me identifiquei, e que penso de maneira parecida. Hoje, depois de pouco mais de dois anos na banda, um CD gravado, no qual participei bastante da composição, já me sinto em casa, e em família... 

RU – Como a banda vê o atual momento do Metal no Brasil e no mundo, e também, especificamente no Thrash Metal.
Pompeu –
Vejo no melhor momento, mesmo com internet e outras coisas, a volta de grandes bandas com grandes CDs, enfim tudo dez.
Dick – O Metal, desde sua criação ou digamos evolução do Rock (Pauleira), vêm formando uma legião de fãs no mundo há mais de três gerações e parece que não vai parar de crescer. Tanto no Brasil como lá fora o Thrash Metal passa por um momento muito especial com a volta de bandas clássicas e bandas novas dando continuidade ao estilo, e as que nunca pararam. A cada dia que passa, vivo com maior intensidade a arte do Metal irado. E isto prova que está mais forte do nunca.

RU – Aliás, a banda se sente confortável com a Tag de Thrash Metal?
Pompeu –
Claro! É o que somos!
Dick – Sim, com orgulho.
Rodrigo – Eu não me importo com a “tag” Thrash Metal, afinal é o estilo que tocamos, nunca procuramos mudar o estilo da banda, se alguma musica soa diferente, é porque ela saiu assim e não porque pensamos em fazer uma musica diferente do Thrash Metal. Tenho muito orgulho em dizer que toco Thrash Metal.

RU – Qual a posição da banda com relação ao atual momento de pirataria de discos e downloads ilegais?
Dick –
A pirataria virou um fenômeno mundial, na verdade é a máfia do CD. Não acredito que nos atinjam, não vejo um headbanger comprando um CD de metal no camelô, mas sim fazendo vários downloads. Bom para bandas novas e ruim para as reconhecidas. Infelizmente acham que seu trabalho é gratuito, que você fez música pra animar a festa dos outros. Aliás, foda-se. A gente se adapta à nova realidade.
Rodrigo – Eu sou totalmente contra CDs piratas, porém os downloads é algo que saiu do controle, a tecnologia trouxe esse mal juntamente com milhares de coisas boas. Eu baixo muita coisa da internet porem nunca deixei de comprar CDs, vai da cabeça de cada um. Eu sei o quanto custa você ensaiar horas para compor um novo CD, gravar, mixar, fazer a arte da capa, prensagem, distribuição, impostos, divulgação, etc. Infelizmente pagamos muito impostos no Brasil, caso contrário garanto que o preço do CD cairia muito e com isso as vendas poderiam competir com os downloads ilegais.

RU – Sabemos que a Laser Company tomou iniciativas inéditas para atrair o fã a comprar o disco, como mencionamos na resenha. Fale sobre isso!
Pompeu –
Temos promoções que não acabam (risos) Mega-viagem com o mega energético, você recorta um selo do encarte e manda pra um endereço que está no site e concorre a uma viagem pra Europa com tudo pago na tour do Korzus. Os primeiros mil CDs são autografados e têm uma completa de todos os músicos que vale um brinde, além de um role por sampa (uma balada) no busão da Jägermeister e outras que ainda serão divulgadas.
Dick – Esta iniciativa é bem interessante, pois nunca foi feito algo assim no nosso meio. O sorteio será televisionado pelo programa Stay Heavy, com um mês de antecedência da tour européia.

RU – O final é da banda!
Pompeu –
Obrigado pela resenha, foi muito emocionante ler. E que todos os headbangers do Brasil nos apóiem nessa nova fase da banda. Muito obrigado!
Dick – Muito obrigado pelo apoio e parabéns pelo trabalho feito em prol ao Metal. Valorizar as bandas nacionais não é vergonha e sim orgulho. Meu respeito a todos headbangers.
Rodrigo – Agradeço o espaço da RU, agradeço a todos os bangers do Brasil e espero todos no Show do Korzus, garanto que não se arrependerão.