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Rust In Brasil!

Entrevista: Júlio César Bocáter.
O Megadeth sempre foi um dos ícones e referência do Thrash Metal mundial e considerado um dos pais do Speed Metal. Aqui no Brasil, a banda sempre gozou do status de banda grande, tendo já tocado cinco vezes, sempre com grande público e quatro vezes em festivais (Rock In Rio II em 91, Monster Of Rock 95, Festa da 89 FM em 97 e Monster Of Rock em 98, além de seu show headliner em 94). Isso se deve ao fato de ser garantia de bilheteria, bom show e credibilidade. Tudo começou quando Dave Mustaine saiu do Metallica e montou uma banda a altura, sendo top da cena oitentista e noventista, com memoráveis participações em festivais, como na Clash Of Titans nos EUA  e Europa ao lado de Slayer, Testament e Anthrax. A banda passou nestes dois últimos anos por uma reformulação profunda. A primeira foi a entrada de Jimmy DeGrasso (ex-Suicidal Tendencies, Infectious Grooves e Alice Cooper) no lugar do grande Nick Menza, dando fôlego maior à banda. O cara além de tocar muito (ao vivo pudemos conferir sua pegada mortal) já batia cartão em nosso país, com o Suicidal e a tia Alice. Depois foi a troca de gravadora, saindo da Capitol e indo para a Metal Is do grupo Sanctuary. Depois da esperada troca de empresários, Marty Friedman resolve sair dando lugar ao grande Al Pitrelli, outro cara que já batia cartão no Brasil, com a tia Alice e duas vezes com o Savatage em 98. Com tantas mudanças, ficava a expectativa de como Dave e seu compasa, o baixista Dave Ellefson, iriam se sair. E foram muito bem! A coletânea lançada ano passado, Capitol Punishiment, trouxe o de melhor da banda mais duas inéditas, a boa Kill The King e a excepcional Dread And The Fugitive Mind, uma das maiores músicas do grupo. Quando saiu The World Needs A Hero, o sonho se realizara: era o Megadeth de volta com tudo! Logo de cara a volta do logotipo tradicional e do mascote Vic Ratlehead na capa. E o som... remete uma miscelânea de Rust In Peace, Countdown To Extinction e Youthtanasia, com a crueza e feeling do bom Cryptic Wrintings e da tecnologia e inovação de Risk. A banda pegou tudo de melhor destes últimos discos e fez um CD matador! Ainda com algumas raízes do Speed Thrash (o CD é hiper-pesado) mas com composições marcantes ao melhor estilo Mustaine, refrãos grudentos e a volta do gostoso mal-humor de Mustaine. A guitarra de Pitrelli se mostra não só mais técnica que a de Friedman, como mais criativa e muito mais inspirada. E a cozinha, bem... Ellefson dispensa apresentações, e DeGrasso é detentor de uma das pegadas mais marcantes do mundo, coisa que poucos como Dave Lombardo, Igor Cavalera, Neil Peart e Jörg Michael possuem. A sua gravadora no Brasil, a Sum Records (ex-Roadrunner no Brasil), nos passou esta entrevista de divulgação concedida pelo estreante Pitrelli e o capitão Mustaine. E como uma vez a Rita Lee havia pedido para o Lobão voltar a fumar maconha para que ele voltasse a ser louco, façamos o mesmo pedido: Mustaine, fique de mau-humor sempre, pois assim você será um dos maiores compositores do Metal como sempre foste! E claro, longe das drogas.

RU - Al Pitrelli, quando você se juntou ao Megadeth seria por tempo integral?
Al Pitrelli -
Certamente era. Esta não é uma banda que tem necessidade de estar mudando, por isso eu procurei estar no nela.

RU - Qual é o seu disco favorito do Megadeth antes de se juntar a banda?
Pitrelli –
Seria provavelmente o Rust In Peace. Ele é feroz, real e grande.

RU - Qual foi sua reação quando você recebeu a ligação para se juntar ao Megadeth?
Pitrelli –
De surpresa.  Era OK, eu tinha estado nesta situação antes, então eu estava preparado.

RU - Dave Mustaine, você tinha decicido depois da tour com Al que ele seria um membro permanente?
Dave Mustaine –
Eu penso que isto aconteceu. E quando algo acontece e é divertido, então você já sabe que a resposta é sim.

RU - Quando você começou a pensar num novo álbum?
Mustaine –
No primeiro dia da tour, não no segundo nem no terceiro.

RU - É difícil para uma banda que tem um considerável sucesso como o Megadeth tem fazer as muitas mudanças musicais e no “business” que você tem acabado de fazer?
Mustaine –
Eu não sei o que você considera um considerável sucesso, mas as mudanças são inevitáveis.

RU - Você terminou seu contrato com a Capitol com o CD Risk. Era tempo de mudar?
Mustaine –
Quando nós gravamos este disco, eu procurei mudar. Eu apenas procurei outro caminho.

RU - A Sanctuary foi uma escolha óbvia?
Mustaine –
Foi uma escolha óbvia sim, mas também este projeto é conveniente.

RU - Por que você mesmo produziu o disco?
Mustaine –
Porque eu achei que poderia  influenciar na produção de uma grande banda, como o Megadeth.

RU - E foi fácil produzir o Megadeth?
Mustaine -
  Eu sei como provocar esses caras (risos). Eu não acho que ninguém poderia fazer melhor.

RU - Al, como foi ser produzido por Mustaine?
Pitrelli –
Bem, ele me contou imediatamente para eu controlar a improvisação.

RU - Quais são seus heróis?
Mustaine –
Depende. Há todos os tipos e há heróis em filmes, como Clint Eastwood. Musicalmente, Alice Cooper.