MORDETH
The Unknown Knows Heavy Metal Rock – nac. Eu pessoalmente, fiz questão de fazer a resenha do novo do Mordeth. Quando começamos com a ROCK UNDERGROUND em 1996, e começamos a requerir materiais, primeiramente com os selos especializados em Metal, o primeiro que nos atendeu foi o Wilton da Heavy Metal Rock. E logo na primeira leva veio um 7’ EP do Mordeth, o clássico Cybergods. Naquele momento, passei a tomar conehcimento da banda e sobre este fenomeno UFO dentro do Metal, movimento seguido pelo Genocídio e lá fora, principalmente pelo Hypocrisy. Apesar de um assunto recorrente em qualquer lugar do mundo, poucas bandas de Metal e Rock abordam o assunto. Agora em 2019, a banda de Rio Claro completa 30 anos, mas num mundo onde a duas décadas as pessoas só procuram bandas covers, o Mordeth fica com o status de banda Cult. Uma pena. Além disso, foi um dos precursores do Progressive Death Metal, sim, quando todos achavam um absurdo que tal fenômeno fosse possível. O disco abre com a faixa título, um clássico do Metal nacional, na sequência, o interlúdio Monolith, na atmosfera que os Monolítos exalam, vir de fora. The Gray Man é tensa e misteriosa, como os são os “Grays”. UVB-76, é complexa, com direto a sons de código Morse. Eassim vai o successor de Animicide, de 2001, ultimo disco cheio de inéditas! Honra e orgulho! Como bonus, mais quatro bônus do EP ‘Robotic Dreams’ de 2009! JCB – 9,0 Faixas: 1. The Unknow Knows 2. Monolith 3. The Gray Man 4. UVB-76 5. Blank Share 6. Beyond 7. Wake Up Machine 8. Viruss * 9. H-Tedrom * 10. From Apes to Warlords * 11. Robotic Dreams * |
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DEEP MEMORIES
Rebuilding The Future Heavy Metal Rock – nac. Este é o primeiro álbum do projeto DEEP MEMORIES, capitaneado pelo ex-Desdominus Douglas Martins, mais um golaço da Heavy Metal Rock! Ao contrário da maioria da One Man’s Bands, aqui se você ouve o disco e não souber disto, vai achar ser uma banda full de fato. O trabalho está sendo lançado simultaneamente no Brasil, Japão e Rússia, e com capas diferentes. Aqui temos mais um fato digno de orgulho com um Doom Gótico com pitadas Death com muita personalidade. A cadência do Doom, a lado fúnebre do Doom Death, melodias por vezes Prog’s e a melancolia do Gótico perfazem o disco, muito inspirado. Os vocais variam do narrado, corais, limpos e guturais. Uma obra-prima! Impossível achar destaques num disco perfeito, coeso e com gabarito. Recomendado com urgência! RC – 9,0 Faixas: |
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QUEIRON
Endless Potential of a Renegade Vanguard Heavy Metal Rock – nac. Ah, o grandioso Queiron, que sempre esteve conosco desde o início! Este é o seu quinto álbum de estúdio, “Endless Potential of a Renegade Vanguard”, renovando o seu Tradicional Death Metal, feito desde a década de 90! A banda continua com sua estética, letras e aura de Black Metal, mas ainda assim é Death, aqui no Brasil, as bandas fazem um crossover dos dois estilos, dando uma personalidade ao nosso movimento. Neste seu novo disco, a brutalidade continua, assim como a técnica muito acima da média, progredindo cada vez mais! As letras deste opus, são odes antirreligiosas, os riffs são tétricos, solos inspirados, cozinha segura como sempre, enfim, 9 hinos de ódio e revolta. A banda ainda resgata sue começo de carreira, mesclando com faixas mais modernas. A produção é a melhor que a banda já conseguiu e uma das melhores da atualidade e a capa? Nem se fala! Muitos lá fora vão classifica-los como Technical Death Metal, mas não seria correto, apesar da técnica impar dos músico. As composições do Technical são voltadas para a técnica, ou seja, o cara cria um instrumental onde possa colocar toda técnica possível (isso vale para guitarra e bateria) e só depois juntam os pedaços e forma uma música completa. No Queiron não, eles compõem a música de depois colocam técnica nos solos e assim por diante. O disco é homogêneo, mas as minhas preferidas são Pestis Pain (clássico desde já) e Imperia Caedes com texturas únicas. A faixa título encerra o artefato, de forma épica e empírica! Recomendado com louvor e parabéns mais uma vez à Heavy Metal Rock. RC – 9,5 Faixas: |
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DAIMONOS |
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RIGOR MORTIS BR Track List: Line Up |
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AIN SOF AUR
Ophis Christos Sulphur Records – nac. Realmente, dizem que Brasília é a capital da Fé e da religião no Brasil. Podemos incluir o ocultismo no meio disso tudo, e das bandas mais intrincadas e Ocultistas do Brasil. Afora o grandioso Miasthenia e outros. O Ain Sof Aur agora galga para ter o seu lugar ao Sol, ou melhor um lugar à Lua. Vindos com o seu Orthodox/Occult Black Metal, a Sulphur Records coloca no Mercado Ophis Christos, com uma ótima versão digipack. O trabalho gráfico é impressionante, com imagens e inscrições em hebraico, fundamentando as letras e o que é cantado e evocado e invocado aqui. Mostram conhecedores das artes ocultas e nos dando o privilégio de passar o que é permitido nas letras e na música em si. O seu debut Atra Serpens já havia mostrado a que vieram, mas agora, se superaram! Abrindo, Maveth Ha-Nephesh é a introdução instrumental ritualística de nove minutos. Se você só se importa por podreira, pule fora deste disco. Aqui, a obra é para ser absorvida num todo como em um Sabbath, onde tudo tem fundamento, começo, meio e fim. The Four Reflexions of Divinity and Indulgence atende por um Black Metal cru, pesado, colérico, com vocais cavernosos, sem ser tão rápido, mas bem pesado e pestilento. Mehûmah é assim também, porém na sua segunda metade, a parte invocativa e ritualista volta, com vozes infernais e moscas voando ao fundo, citando até Shekinah! Pralayakarta (Vamachara Tantra) é o Black cru de sempre, por três minutos (a faixa tem quase 15 minutos de duração). Aqui o hebraico dá lugar ao árabe, com toda a parte oriental, com direito a instrumentos, danças e toda a climatação invocativa. Cara, que trabalho! No final, volta a pauleira toda, mas encerrando com tambores e sons orientais milenares. Dá prazer fazer uma resenha de um disco assim! Baphomet agradece! O final é assombroso! Seguindo, Netivat Tohû é ainda mais, com mais de 16 minutos! Que nunca parecem chatos! Segue no Black Metal tradicional, para momentos de pronunciação e depois descambar na faixa mais pesada e rápida do disco, mostrando que eles fazem o que querem e quando querem, que também sabem fazer Black Metal pestilento se necessário for! Já Above the Supreme Crown of God é a única curta, com pouco mais de três minutos, de Brutal Black Metal do começo ao fim, um esporro só!. Encerrando, Yatra, outra faixa ritualística, mas mais curta, encerrando um trabalho perfeito! JCB – 10 LINE-UP: Faixas: |
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MORK
Awake Sulphur Records – nac. O Black Metal brasileiro tem vários centros, com sua cena e peculiaridades. Brasília é um dos mais profícuos. Miasthenia, Omfalos e o Mork são os mais representativos. Apesar dos Mork serem os mais novos, pois num curto período de tempo, seis anos lançou o EP Preposterous (2008), o debut Exemption (2011) e agora retorna com Awake, numa luxuosa versãoDigipack, mostrando que o verdadeiro Underground tem seus requintes, embora muitas vezes de crueldade... Com um conceito filosofal inspirado em Friedrich Nietzsche, Arthur Schopenhauer e Jean-Paul Sartre, mostra intelectualidade e cultura e não apenas agressividade gratuita. A dupla Samhem (vocal, guitarra, baixo e teclados) e Foizer (guitarra), explorou temas que abordam o lado obscuro do pensamento humano. Problemas de relacionamento e se manter em uma banda de Black Metal sempre foram um problema para todas as hordas. Aqui temos uma atmosfera caótica, dramática e obscura nas passagens lentas, um dos diferenciais que a horda tem a nos mostrar. Destaque para Infirmita Carnis (videoclipe), que contou com vocais femininos de Ana Cláudia, esposa de Foizer, mas nada delicado, são vocais ferozes e vorazes! Esta faixa e outras trazem um tempero Doom. Os Mork conseguem serem brutais e sinfônicos ao mesmo tempo, com elegância sombria. Destaque para os teclados, que tornam a música mais sombria e tétrica, sem pasteurizar e descaracterizar o Black Metal. A dupla precisou de outros músicos para completar os instrumentos, como o baterista convidado V.Digger (Omfalos, Miasthenia, Harllequin e Device), Destaque ainda para a arte gráfica de Zakuro Aoyama e Guilherme Pinheiro. RC – 8,5 LINE UP: Faixas: |
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LUVART
Rites Of The Ancient Cults Drakkar Productions – nac. E tome mais Ruído das Minas! O Estado de Minas Gerais é o líder na América Latina em proferir e parir hordas de Metal Extremo, seja do Thrash, do Death e claro, do Black! Aqui, temos algo mais diferente, uma horda de Occult Black Metal. Sim, eles são agressivos, brutais e pestilentos como o estilo pede e a tradição local manda. Mas o toque de Occult, que é mais nas letras do que na sonoridade, detona! Eles são aquele tipo de horda que gosta de usar e abusar de climas, atmosferas e ambiências. A velocidade ultrasônica e os blast beats são incrementos, não o prato principal. Apesar dessa “inovação” e da banda estar sendo mais conhecida por agora, eles são veteranos da cena Black Metal nacional (este ano, completam 20 anos de atividade, com uma pausa), e agora se sobressaírao no Underground pelo trabalho da grandiosa Drakkar Productions do Brasil. Soturnos as vezes, sorumbático em outras, eles têm aquela pegada de bandas que vieram fora do eixo tradicional do BM, ou seja, fora da península Escandinávia e Alemanha. Bandas “exóticas” de países “exóticos” como Suíça e o antigo Samael e Grécia com o soberano Rotting Christ, exercitam influência no som dos Luvart. Sons rápidos, alternados com momentos cadenciados e lentos, quase Doom Black, são a tônica daqui. Destaques para Primordial Incantation, Thy Draconian Majesty, Summoning the Black Light, além das mortais Wrathful Tyrant e Beyond the Gates of Realms. RC – 8,0 LINE-UP: Faixas: |
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DR SIN
Invictus Voice Music nac. Os já veteranos do Dr. Sin chegam ai seu décimo disco de estúdio com muito pique. Mostrando sua veia tradicional e virtuosa aliada a uma produção atual e musicalidade moderna, mostram o poder de se reinventar mesmo após duas décadas de estrada (e mais outra década de seus integrantes Andria Busic (V/B), Edu Ardanuy (G) e Ivan Busic (D)). Invictus (que não tem faixa-título) abre com Saturday Night, moderna e polvorosa, lembrando em muito o Hard atual, soando com influências de Velvet Revolver. How Long é melódica e gruda na sua cabeça com seu refrão e sua melodia. Soul Survivor tem muito de Blues e de Hard setentista, enquanto The Great Houdini (justa homenagem), tem aquela pegada característica e virtuosa com a marca do Dr. Sin, com o baixo de Andria em evidência, mostrando o swingue que a banda sempre teve. This Is The Time ´[e a tradicional balada emquanto The Big Screen é outra com cara da banda em sua veia tradicional, com um show de Edu Ardanuy, um dos melhores guitarristas da bossa história. Fight the Good Fight encerra e tecnicamente, mostrando o porquê de Ivan Busic ainda ser um dos melhores bateristas do Brasil! Faixas: 1. Saturday Night 2. How Long 3. We re Not Alone 4. Soul Survivor 5. The Great Houdini 6. This Is The Time 7. The Big Screen 8. Set Me Free 9. Without You 10. Fight the Good Fight |
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NOTURNALL
Back To F*** You Up! Voice Music – nac. Os paulistanos do Noturnall formam o verdadeiro Dream Team do Metal brasileiro. Recapitulando. O Angra surgiu e foi uma das maiores bandas da nossa história. Seus dissidentes formaram o Shaman. Os dissidentes do Shaman formaram a Andre Matos Band. Novos integrantes entraram no Shaman: Thiago Bianchi (V), Léo Mancini (G) e Fernando Quesada (B), ao lado do único que restou, Ricardo Confessori. Porém, ambos os três saíram do Shaman e como dissidentes, formaram o Noturnall, junto com Aquiles Priester (D), este dissidente do Angra, no lugar de Confessori, sem ter passado pelo Shaman, e atualmente no Primal Fear e ainda no Hangar. Só essa recomendação bastaria. Então você imagina que eles formaram outra banda de Melodic Metal, certo? Não! Errado! O Noturnall é irrotulável! Aqui, eles fazem quase de tudo, indo do Thrash, até o Prog Metal! Com uma produção moderna e um som idem, tem tudo para agradar e fazer sucesso no exterior, como já estão galgando isso.Back To F*** You Up! já é o segundo disco da banda, muito mais maduro e com mais personalidade do que o ótimo debut. Back To F*** You Up! é viciante e imprevisível do início ao fim. Aquiles Priester, como sempre, dá um show (diga um disco que ele gravou onde ficou abaixo da média?). Thiago Bianchi mostra versatilidade para fazer vários tons e notas díspares dentro das músicas. Mais uma vez, ele se supera, e cada vez mais. O subestimado Léo Mancini mostra mais uma vez sua técnica, talento e inspiração. Já Fernando Quesada, bem.. não é qualquer um que faz uma cozinha com Aquiles Priester, não é verdade? Como o disco só tem uma guitarra, seu baixo se destaca muitas vezes, dando um groove a mais ao som da banda. Completando, Juninho Carelli (K), dá conta do recado. Impossível destacar uma faixa específica, todas são excelentes. Mas para não passar batido, confira Zombies (The Holy Trinity), Major Cover Ups e Green Disease. Não baixe nada, compre o disco inteiro, vale cada centavo! RS – 9,0 Faixas: |
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ECLIPTYKA
Times Are Changed Independente – nac. O Heavy Metal com vocais femininos tem ficado em evidencia. Sejam eles guturais à lá Arch Enemy (e outros), seja soprano e sinfônico à lá Nightwish (e outros), seja agressivo e rude à lá Nervosa (e outros). Aqui a banda despeja um Heavy Metal competente, bem produzido, tocado e composto. Claro, sem trazer nada de novo, mas muito bem feito. Ouça você mesmo e tire suas próprias conclusões. Vamos nos ater ao que a banda investiu (e muito) e merece ser mencionado aqui. Marcelo Campos é o autor da arte, conhecido por ser baterista das bandas Trayce e Salário Mínimo. Conta com a produção de Jean Dolabella (ex-Sepultura, atual Indireto), foi gravado e mixado por Jean Dolabella e Andre ¨Kbelo¨ Sangiacomo no Family Mob Studios (Ratos de Porão, RPM, CPM22, Converse Brasil etc) em São Paulo no começo de 2014 e masterizado por Maor Appelbaum (Halford, Adrenaline Mob, Malmsteen, Therion, Sepultura, Angra) no ¨Maor Appelbaum Mastering¨ na Califórnia, EUA em Abril de 2014. Por que estamos citando mais isso do que a música em si? Pois a música você tem que ouvir. Há muitas boas bandas hoje, mas pecam na produção e aqui, não é o caso. Não tem jeito, hoje quem quer ter banda, tem que gastar mais e ter retorno de menos em vendas de CDs e shows, esta é a situação do Metal Nacional. RS – 8,5 Faixas: |
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ZÊNITE Following The Funeral Distro Rock – nac. Banda de Thrash Death Metal lança seu terceiro registro, comemorando 25 anos de banda. O petardo, Following The Funeral conta com a participação de dois novos guitarristas, Wellinton Maia e Paulo Cruz. Following The Funeral foi gravado no Estúdio Da Tribo em São Paulo de forma analógica e conta com a produção de Ciero, um dos maiores produtores de Metal do Brasil. (Krisiun, Torture Squad, Claustrofobia). O CD tem 11 músicas e arte gráfica feita por Fernando Lima, vocalista do Drowned. Esta veterana banda do Pará tem seu disco lançado pela conterrânea Distro Rock. A banda trás um som direto e reto, sem inovações, ou seja, Old School mesmo. Ela traz um som que ela fazia desde o começo, lá no fim dos anos 1980. Destaques para Brother of Lucifer, Tears of Horror e a “épica” e longa Cursed Cemetary. Completam a banda Luiz Lobato (baixo), Sandro Maués (bateria) e Marcelo Histeria (vocal). RC – 7,0 Faixas: 1. Blood 04:10 2. Worms of the Hate 02:53 3. Following the Funeral 04:47 4. Last Drink of Blood 03:58 5. Tears of Horror 03:15 6. Last Home 04:29 7. Smile Christian 02:38 8. Brother of Lucifer 02:19 9. Death to the Dawn 03:01 10. Return of the Devil 02:48 11. Cursed Cemetary 08:15 |
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COLDBLOOD
Chronology Of Satanic Events Distro Rock – nac. A banda é uma daquelas que vai do Death ao Black Metal tranquilamente, sem sustos, e com competência. Um som cada vez mais técnico, mas bem trabalhado, melhor produzido, beirando o Brutal Technical Death/Black, com algumas melodias, sempre sombrias, e peso, bem pesado. Vocais guturais e certeiros, riffs secos em profusão (bangueie a vontade), e cozinha com altas doses de “metranca”, variando com andamentos ora velozes, ora arrastados. São as alternâncias de todos estes elementos que fazem uma banda de talento e o é. A produção feita por Chris "Mersus" Menning, no The Underworld Studio, em Solingen, Alemanha. A arte do CD tem uma imagem de Jesus de Nazaré amarrado e apodrecendo, feita em cima de uma foto tirada em um antigo templo no Peru. Destaques: a agressiva e técnica Anti-Christian Neo-Sectarianism (com andamentos ora com velocidade ora com cadência), a mais Death Metal Cross Inversion, mais Kristophobia (eu estou com esta doença, pois em todo lugar que você vai só se fala nisso, seja em que campo da atividade humana for, já está enchendo o saco), Metastasis (Christ) e Chronology of Satanic Events. Nada de novo, mas um artefato honesto e fudido! RC – 8,5 Faixas: |
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DISGRACE AND TERROR
The Final Sentence Distro Rock – nac. Segundo petardo dos paraenses do Disgrace And Terror, seguindo seu Thrash/Death, antes mais Thrash do que Death, agora mais Death do que Thrash. Uma das bandas mais Brutais do país, das de Death e Thrash, nestes 13 anos de atividade do grupo. O líder Rot (singelo, né?), vocalista e letrista, é destaque certo, com variação e versatilidade. Gutural, rasgado, gritado, ele oscila entre o Thrash e o Death, com passagens pelo Grind até. Mas ele varia muito, parecem vários caras que cantam, como se fosse uma Opera Grind, pela variação. A guitarra de Sérgio Inferno vem com aqueles riffs Thrash bem Old Brazilian School, com alguma sujeira e frieza. A cozinha formada por Rômulo Machado (baixo) e Aldyr Rod (bateria) se mostra coeza também. O disco é bem homogêneo sem destaques individuais, e vale a pena conhecer a banda, você que é fã de Thrash/Death. RC – 7,5 Faixas: |
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PARÁGONIA
Compilation vol. 1 Distro Rock – nac. Antigamente as coletâneas eram criticadas por serem consideradas paus-de-sebo ou caca-níqueis. Sabemos de muita gente que ganhou rios de dinheiro lançando coletâneas de bandas Underground, pois quem lançava sabia que não vendia muito, mas cobrava rios das bandas para participarem e estas, por quererem promoção, se lançavam e muitas vezes entravam em verdadeiras roubadas. Mas aqui, o bicho pega e o negócio é diferente, pois a Distro Rock promove de verdade o Underground no Pará e do Pará para o resto do Brasil e do mundo. São 15 bandas paraenses de Metal Extremo, variando do Thrash, Death, Black, Metalcore, Heavy, Crossover e afins. Como sempre fizemos, desde os tempos do zine, não vamos citar destaques, pois é sacanagem, então, vá atrás da sua coletânea e apoie o Underground do nossos Brasil! RC – 8,0 Faixas: |
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BLACKCHEST
The Lung Of Stone Independente – nac. A BLACKCHEST acaba de lançar o EP The Lung Of Stone, que traz um Heavy Metal com fortes influências de Running Wild, Gamma Ray, Accept e Saxon. A banda debuta com este EP com 4 faixas regadas com o bom e velho (e insubstituível) NWOBHM e com muito do Metal alemão das bandas citadas, influenciadas pela própria NWOBHM. O EP tem boa produção e o defeito é ser um EP, apenas isso. A bateria que ficou meio espalhada, mas o restante está correto. A faixa-título abre trazendo todos estes elementos, mas Hail to Piracy é a melhor e deve direcionar um full length. Violin in Blood e Bury your Heart completam sem deixa a peteca cair. Esperamos o disco completo! RS – 7,0 Faixas: |
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KIKO LOUREIRO Sounds Of Silence Substancial – nac. O guitarrista e co-líder do Angra, Kiko Loureiro, carioca, mas que fez sucesso na banda paulista, chega ao seu quarto disco solo. Demorou para sair o primeiro, mas depois que abriu a porteira... passa uma boiada, ainda mais com a instabilidade do Angra até então. Se você não sabe, discos solos de guitarrista não têm nada a ver com a sua banda original, eles aproveitam para colocar o que gostam, outras influências fora do Rock e bastante experimentalismo. Eles lançam mais para satisfazer seu lado pessoal do que comercial, são discos de músico para músico. Mas você que é fã dele no Angra, pode vir a gostar e entender o que há por trás de seu talento. Aqui, ele vem bem diversificado, com Metal, Rock, Pop, Jazz e Fusion. E claro, influência de música brasileira, afinal, Kiko se juntou a Rafael e Andre Matos no Angra, pois ambos queriam montar uma banda de Heavy Metal com influências brasileiras. E Kiko mostra que entende desse lado e gosta. Completam Felipe Andreoli também do Angra no baixo e Virgil Donati na bateria. Sim, Kiko Loureiro é o guitar-hero brasileiro! Confira. PR – 8,0 Faixas: 1. Awakening Prelude 2. Gray Stone Gateway 3. Conflited 4. Reflective 5. El Guajiro 6. Ray of Life 7. The Hymn 8. Mae D Agua 9. Twisted Horizon 10. A Perfect Rhyme |
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TORTURE SQUAD Asylum Of Shadows Substancial – nac. Asylum Of Shadows de 1999, é o segundo álbum do Torture Squad, lançado originalmente pela finada Destroyer Records, na época em que ¾ da banda trabalhavam na Galeria do Rock, inclusive Castor na própria Destroyer de propriedade de Ozzynho. A banda fazia um cru Thrash Death Metal, mais até Death do que Thrash. A banda mostrava ser uma revelação, se tornando uma realidade pouco tempo depois. Este disco é ótimo, mas a produção não era boa, dificuldades ainda encontradas na época. Agora, com essa versão remasterizada o som ficou melhor. O lindo encarte em digipack já te faz um comprador deste CD. O disco todo é destaque, e esta versão trás bônus ao vivo na Alemanha com cinco faixas. Ansiamos pelo disco novo. Confira! RC – 8,0 Faixas: 1. Convulsion 2. Shades of the Evil 3. Asylum of Shadows 4. Murder of a God 5. Agonies in Your Brain 6. Mad Illusion 7. The Hangman s call 8. Come to Torture 9. Finally the Disgrace Reigns Bonus Tracks: Live in Germany 2000 10. Asylum of Shadows 11. Murder of a God 12. Mad Illusions 13. Come to Torture 14. Finally the Disgrace Reigns |
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HICSOS
Circle Of Violence Laser Company – nac. A carioca Hicsos continua firme na batalha, como nunca. Seguindo a escola brasileira do Thrash Metal, têm seu novo disco lançado pela Laser Company. Produzido pela inseparável e invencível dupla Marcelo Pompeu e Heros Trench, no já lendário Mr. Sound Studio (o nosso equivalente ao Morrisound Studios na Flórida). A produção ficou limpa e cristalina, clara e audível, sem perder o peso e ainda deixando o som sujo e orgânico. O Thrash tradicional do grupo na pegada Old School aparece revigorado e encorpado aqui. A banda, com mais de 20 anos de estrada está tinindo como nunca e agora chegou a sua vez! A diversidade entre as faixas é interessante, alternando faixas mais melódicas com outras mais rudes, faixas mais rápidas, outras mais cadenciadas. Destaques para Can’t Hang Terror, Prison Without Walls, “Mirror Eyes”, e “Needles”. Sim, eles são a bola da vez do nosso Thrash metal, e que estourem lá fora! RC – 8,0 Faixas: |
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AS DRAMATIC HOMAGE
Crown Independente – nac. A cena Black Metal carioca é muito profícua. Quiçá, a mais do Brasil, e talvez até hoje seja assim, uma contradição sadia com relação a uma das regiões mais quentes do Brasil, surgirem tantas bandas, em quantidade e qualidade, do mais frio, ríspido e gélido Black Metal. As Dramatic Homage é um projeto de um homem só praticamente. Alexandre Pontes, uma one-man-band. Com climas variando de intensos até melancólicos, passeamos por várias vertentes do estilo, e várias influências, com aquele algo do Metal Extremo Brasileiro, que é único, e que é mais identificável para pessoas de fora do que nós mesmos. A produção é de primeiro nível, e além do Black, nota-se passagens Doom (quase Funeral Doom), outras de Death Metal tradicional, sem faixas de destaque, pois o este artefato é homogêneo com vários opus à arte extrema. Mas o que diferencia a banda são as melodias melancólicas e passagens fúnebres. RC – 8,0 Faixas: |
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UNEARTHLY
Flagellum Dei Shinigami Records – nac. Bom, a cena do Black Metal carioca é uma das mais controversas e profícuas de todo o mundo dentro deste gênero. Tretas, brigas, agressões, polêmicas, inimigos dentro do próprio movimento, fazendo uma cena acalorada numa cidade e Estado ensolarados, tudo isso dentro de um estilo brutal, frio, ríspido e gélido. A ideologia está acima de tudo e do caos, veem a criatividade. Se este grupo de pessoas estivessem em algum país europeu, suas bandas teriam muito mais exposição e reconhecimento, então, falamos nossa parte para que isso aconteça. No caso do” “veteranos” do Unearthly, eles não participaram de todas as brigas passadas há quase duas décadas atrás, mas mantem a qualidade da tradição do Black Metal RJ. Flagellum Dei é o seu quarto disco, lançado em versao luxuosa em digipack, com produção de primeiro mundo levada a cabo pelos irmãos Slawek e Wojtek, do Hertz Studios, poloneses que já trabalharam com Behemoth e Vader. Com influências de Behemoth, a banda ainda soa com aquela pegada brazuca e carioca do estilo, com personalidade e identidade, flertando muitas vezes com o Death Metal. O CD abre com uma introdução de um dedilhado envolvente, em Seven. Six. Two, caótica e fria, tradição no estilo. A variação vocal também chama a atenção, não só usando guturais 100% do tempo, alternando com alguns vocais limpos e outros rasgados. Baptized In Blood abre arregaçando com tudo. Osmotic Haktesis (part.II) tem participação especial de Steven Tucker, ex-Morbid Angel, no vocal. Destaques ainda para Limbus, uma instrumental, My Fault, e Lord Of All Battle. Álbum ultra-recomendado para qualquer fã de Metal extremo e obrigatório para quem curte Black Metal contemporâneo, mas com raízes tradicionais. Destaque ainda para a soberba cozinha perpetrada por M. Mictian (B) e R. Lobato (D). RC – 9,0 Faixas: |
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SACRIFICED
The Path Of Reflections Shinigami Records – nac. Muito se fala do Metal Mineiro, grandioso dentro e fora do Brasil, parindo bandas seminais como Sepultura, Sarcófago e Overdose, dentre outras. Das mais recentes, o Drowned se destaca mais, mas Minas não para de produzir queijo nem Metal de qualidade. Embora a pegada do Metal Mineira geralmente tenda para o Thrash Metal e outros estilos mais extremos (cuja rivalidade na época com São Paulo, por produzir no passado, bandas mais “polidas” e Melódicas, o Sacrificed flerta com vários subgêneros do Metal, como o próprio THrash, mas também com o Heavy, Progressive Metal e até com o Death. Não dá para rotular a banda, que como destaque, tem os vocais femininos de Kell Hell. A onda avassaladora de bandas com vocais femininos é assustadora. A leva anterior seguia os passos de Nightwish, Tristania, Lacuna Coil, Within Temptation entre outras, que coroavam o chamado Gothic Metal Sinfônico. A “nova” leva vai na linha de Arch Enemy, Shadowside, Benedictum e é nessa pegada que vem o Sacrificed. Destaques para as faixas Soulitude (isso mesmo, uma junção de soul com solitude), com um groovie mostrando um quê no Metal moderno, e The Truth Beneath The Laments, a mais agressiva e que conta com a participação de Lanio Araújo, da Tormento. Vamos ver o que rola nos palcos! RS – 8,0 Faixas: |
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GENOCIDIO
The Clan Voice Music – nac. Sem dúvida, The Clan é o melhor disco do Genocidio. Fico bem à vontade para falar isso, por acompanhar a banda desde o fim dos anos 80 e por ter um afeto especial com alguns discos, como os Death Doom Hoctaedrom (93) e Posthumous (96) e o Gótico e enigmático One Of Them... (99). Também respeito o esporrento Rebellion (2002) é excelente, uma aula de Death Metal, ainda que eu não seja fã desse disco quanto os anteriores. Até porque a banda sempre primou pela originalidade e colocar suas influências pessoais, ainda mais por W. Perna, fundador e único remanescente da formação original. Todos sabem que Perna sofreu um acidente na escada rolante da Galeria do Rock, perdendo parte do dedão direito. Isso impediu ele de continuar tocando guitarra, mas não impediu de continuar tocando música e desde então, virou baixista. Agora com The Clan, a banda flerta com todos os estilos dos quais fez durante sua carreira, como se fosse uma coletânea, mas com faixas inéditas. A produção desse disco, disparada é a melhor de toda a carreira e a inspiração para as letras sombrias e a parte musical falou alto.A faixa-título abre de forma esmaga-crânio, flertando passagens Thrash com o Brutal Death Metal, uma das faixas mais extremas da história do grupo. Murilo berra como louco, totalmente gutural como nunca! Transatlantic Catharsis trás até algo de Black, com riffs amargurentos e melancólicos e uma aura saturna, com uma levada cadenciada, com o pau comendo do refrão em diante. Esta faixa lembra muito o grande Hypocrisy, influência certeira para a banda, tanto musicalmente quanto liricamente, já que ambas já falaram muito de ufologia. Metal Barrel Wasted tem aquele ar inglês de se fazer Death Metal, com algo de Benediction, uma faixa rápida, mas não na velocidade da luz. Está na alternância da dinâmica das faixas, na mudança de velocidade, variando várias entre e durante as músicas. Sem dúvida, uma faixa viciante. Settimia remete a um passado não tão longínquo, com muita influência de Paradise Lost, um belo Doom Goth, seja na levada e aura gótica, seja nas guitarras densas e atmosféricas, seja nos vocais limpos, mas graves e soturnos de Murilo. In Pain Not In Vain é outro bom momento, mas a coisa melhora ainda mais com Fire Rain, ultra-rápida, remetendo aos anos 80. Worlds Asunder é viajante, bem calma, lembrando muito os momentos mais sussurrados, tranqüilizantes e atmosféricos de Anathema e My Dying Bride, ícones do Doom inglês. The Unknown Giant tem o clima Hypocrisy mostrando também influências do Death Metal sueco, com aquela aura de Gotemburgo. Surpresa para o cover de Enter the Eternal Fire do sueco Bathory, mostrando que eles também curtem a parte épica do Metal em sua mais profunda raiz. Encerrando, as boas Haternity Requiem e Thou Shalt Not Decry. Um dos melhores discos do Metal nacional de 2010 (esse ano promete, além do excelente CD do Korzus, vem aí o Angra) e um dos melhores do ano no Death Metal! Ainda que a banda aqui, tenha flertado com o Doom e Goth, diversificando um estilo que está beirando a mesmice. Completam a banda o competente Fabio e o exímio guitarrista Dennis, responsável pelas guitarras mais inspiradas dos últimos tempos! JCB – 9,0 Faixas |
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OCULTAN
Atombe Unkuluntu Free Mind – nac. O Ocultan é uma das bandas mais polêmicas já surgidas em nossa cena. Tanto pelo seu lado religioso, a Quimbanda, do qual usa como tema para suas músicas, seja pelo visual e também pela atitude realmente radical, de vivenciar o que canta em seu dia-a-dia. Pois por aí tem muito satanistas de boutique. O Ocultan não, realmente acreditam no que cantam de fato e vivem isso. Poucas vezes aqueles termos usados dentro do Metal como “true”, “verdadeiro” e “real”, fazem jus, como ao Ocultan. As letras são em inglês como são desde Profanation de 2005, já que nos primeiros discos de estúdio, Lembranças Do Mal, Lords Of Evil e The Coffin as letras ainda eram em protuguês. Por conta disso, o encarte vem com a tradução de todas. Para mim, isto deveria ser obrigatório em todo disco lançado no Brasil, seja de bandas brasileiras ou não. Ok, a maioria dos Headbangers sabem a língua inglesa, mas além de muita gente não saber, e para eles serve, acredito que a mensagem tem que ser passada para nosso público, ainda que toda e qualquer banda cante em inglês. Isso mostra como a horda tem respeito pelos seus fãs e também a preocupação que eles têm de passar a sua mensagem. E além da originalidade, acaba sendo muito mais próximo de nós o fato da banda cantar sobre entidades cultuados no Brasil do que demônios europeus e deuses nórdicos. Em Atombe Unkuluntu, marca o retorno do baterista C. Imperium à função de vocalista, posto já ocupado nos primórdios da trajetória do Ocultan. Como a banda já mudou de vocal algumas vezes, também acredito que essa tenha sido a decisão mais sensata, além dele ser um bom vocalista, soando brutal e poderoso. No fundo, apesar de baterista, e esteticamente ao vivo a banda poder perder em performance tendo um baterista cantando, C. Imperium é o melhor vocalista que a banda já teve. A parte gráfica é impecável e conta com uma das capas mais assustadoras já existentes (feita por Rafael Tavarez), tanto no Metal nacional como em toda a história do Black Metal mundial! Abrindo, Kalunga Ngombe é a intro, assustadora e bem diferente de 90% das introduções de discos de Black Metal, onde a maioria coloca apenas sons de ventos e tempestades. Na seqüência, a faixa-título, e desde já percebemos que o Ocultan criou o seu estilo próprio, caso raro hoje em dia. Aliás, eles sempre tiveram originalidade, apesar de mostrar algumas influências, que claro, toda banda tem. Mas ouvindo Atombe Unkuluntu não vêem à cabeça de imediato nenhuma outra banda que conheçamos. Aliás, o Brasil tem sorte de ter bandas tão originais como Sarcófago, Mystifier e o Ocultan. Sorte nossa e azar destas bandas, que no meu entender, não almejaram o devido sucesso e reconhecimento merecido, tanto aqui mesmo, quanto no exterior. Mesmo o Sarcófago, reconhecido no mundo todo, mas mais como uma banda Cult do que uma banda de sucesso. Tata Caveira alterna momentos esporrentos, com Blast Beats e tudo, com outros momentos mais cadenciados, com uma atmosfera muito sombria e riffs tétricos a cargo de Lady Of Blood, uma das melhores guitarristas do Brasil. Rites Of Dark Legions é outro petardo, com um quê de Death Metal, influência latente na banda, mas ainda Black Metal, numa das faixas mais brutais do disco. Unguia Unketa Muki Azan Akodi é um must. Começa avassaladora, a velocidade da luz, dando uma cadenciada com a guitarra tétrica, como sempre, um riso assustador, para voltar a porradaria total, alternando com passagens épicas. Aliás, são as alternâncias constantes de andamento, além das quebradas no ritmo, o grande diferencial do Ocultan. King Of The Night Tribes é outro grande momento épico, com melodias melancólicas e guitarras novamente inspiradas. Impressionante como Lady Of Blood, além de tocar muito, possui inspiração para criação destas linhas de guitarras, riffs e solos. O Triunfo da Escuridão é outro grande momento, e me pergunto, como um cara, além de tocar bateria de forma brutal e fazer tantas viradas, consegue ainda urrar ao mesmo tempo? O final dessa faixa em algo Doom, tanto na lentidão e peso, quanto no clima. Quer mais clima épico? Kakulo (Reign Of The Ancient Dead). Que riffs monstruosos são aqueles na segunda metade desta faixa? Vale lembrar o trabalho de baixo por conta de Magnus Hellcaller, ainda não falado aqui, poderoso e dando conta de acompanhar a veloz e brutal bateria. Encerrando, outra instrumental, o outro, Uanga Asueki, assustadora, fazendo você parecer estar no inferno de fato, após um ritual satânico e maligno. Coisa de quem ama, vive e acredita no que faz. JCB – 9,5 Faixas: |
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KORZUS
Discipline Of Hate Laser Company – nac. Merecido. Depois de longos seis anos, o Korzus solta seu novo disco aqui no Brasil via Laser Company e lá fora, o grande feito de assinarem com a AFM por um longo tempo. Depois de mais de 25 anos de carreira, a banda almejou o mercado exterior. A faixa-título começa o play com uma introdução, dentro da faixa mesmo. Isso evita com que pulemos a primeira faixa, quase sempre uma intro entre 9 em cada 10 CDs. Uma música direta, algo melódica, insana e caótica. De longe se imagina a desgraçaria que vêem a seguir. Truth, a faixa do videoclipe, incluso como multimídia em Discipline Of Hate, começa com uma leva cadenciada, bem estilo Bay Area, bem Testament. Depois a velocidade vem a tona, e vão se alternando estrofes cadenciadas “arrasa-quarteirão” com outras rápidas, principalmente no refrão. Impossível não bangear ao ouvir esta faixa! 2012 fala do tema em evidencia do momento, das previsões proféticas para este ano e do fim do enigmático calendário maia. A música tem um quê de Slayer. Cabe aqui destacar que, quando citamos que lembra isso ou aquilo, é porque 90% dos nossos leitores têm menos tempo de vida do que a banda tem de estrada, então se faz necessária esta “comparação” para situar a maioria dos leitores, mas saiba que a banda é contemporânea destas bandas clássicas do Thrash Metal norte-americano. Ou seja, muita coisa feita depois por muitas destas bandas consagradas, já vinha sendo feita em nossas paragens por bandas como o Korzus. Raise Your Soul é a mais cadenciada, lenta, moderna e também uma das mais brutais do disco, com riffs “atuais” e caóticos, mostrando como a “nova dupla” de guitarristas é entrosada e uma das maiores do Brasil. Alias, o novo guitarrista Antonio Araújo parece ter sido sempre da banda, tamanha naturalidade com que se encaixou e se entrosou com o grupo. Ele deu um “up” às guitarras do grupo. E My Enemy? Veloz, rápida, quase um Speed Metal, com vocais agonizantes e agudos de Pompeu. Sinceramente, depois do Tom Araya, apenas Pompeu consegue cantar rasgado e agressivo e em notas altas como aqui (e ao vivo ele faz o mesmo!). Revolution é frenética e vai na linha atual do Testament, brutal, alucinada, destruidora, com destaque para os vocais sobrepostos de Pompeu. E o que dizer de Never Die? Talvez uma das maiores faixas que já ouvi de Thrash Metal dos últimos tempos. Começa com um clima marcial, seguido de riffs “épicos”, portentosos, dando uma grandiosidade à esta faixa, com um refrão que não sairá da sua cabeça tão cedo. O instrumental me lembrou muito o desenvolvimento de vários clássicos do Mercyful Fate, mostrando que as influências da banda são as bandas Old School mesmo, nada de modernismo (a modernidade fica mais para a produção do disco), descambando para solos alucinantes, na escola de Kerry King. Já Slavery é quase que uma homenagem (musical, não lírica) ao Slayer, estonteante e esmagadora. Last Memories tem uma levada tribal, bem característica do Metal brasileiro, e que o Korzus já fez no passado como no KZS, por exemplo. Destaca-se o trabalho de Rodrigo Silveira nas baquetas, sem dúvida um dos maiores bateristas do Brasil. Under His Command é também brutal, insana e Pompeu canta como se fossem os últimos momentos de sua vida antes do Armageddon. Aqui vale citar também o baixista Dick Siebert, pois ele segura todas na cozinha e seu instrumento é vital para o funcionamento desta máquina do Metal que é o Korzus. O que dizer de Reap What You Sow? Moderna, com várias mudanças em seu andamento, uma das faixas mais originais do disco e um dos riffs mais inspirados que já ouvi em longos anos! Além de sua levada cativante (repeti essa faixa não sei quantas vezes já). O interessante de Discipline Of Hate, o disco, é que ele é direto. Treze faixas em menos de cinqüenta minutos. A duração das faixas quase sempre é inferior a quatro minutos. Ou seja, eles usam toda a sua técnica a favor das músicas e do que funciona, e não como 90% das bandas atuais (de Thrash ou não) onde todas querem soar melancólicas e Progressivas com faixas longas, que se tornam enfadonhas. O Korzus passa seu recado com muita técnica sim, mas sem embromação. Hell é outro momento bem Slayer, rápida, agressiva e com uma baita pegada. Haja fôlego! Hipocrisia trás a tradição “Korzusiana” de sempre ter uma faixa em português, com uma letra característica da banda também. Encerrando a faixa multimídia, o clipe de Truth, numa das maiores produções já vistas em vídeo no Brasil. Esqueça estas bandas de New Metal disfarçadas de Metalcore. Esqueça estas bandas de Modern Thrash. Esqueça também estas bandas novas que copiam descaradamente Nuclear Assault e Exodus. Pois o Korzus tem um pé no futuro e na evolução, sem tirar o outro das suas raízes. Discipline Of Hate é disparado o melhor disco de 2010, tanto do Metal nacional como do Thrash Metal mundial, e ainda, o melhor disco da banda! Muito respeito, orgulho e reverência ao que o Korzus fez até hoje, principalmente em Mass Illusion (91) e KZS (95), além do bom Ties Of Blood, mas Discipline Of Hate captou verdadeiramente em estúdio, a fúria da banda ao vivo! As mil primeiras cópias de Discipline Of Hate vem autografadas no seu encarte (no pôster central). De modo inovador, a Laser Company se torna pioneira e fez em Discipline Of Hate, um atrativo jamais visto antes na música, mais uma ferramenta para combater a pirataria e os downloads. No fim do encarte há um selo, patrocinado pela Mega Energy Drink, uma marca de bebida energética, do qual o fã recorta este selo e concorre a uma viagem pela Europa com a banda. MAS ATENÇÃO: não adianta só acessar o site, para ganhar, tem que apresentar o recorte do encarte do CD. Maiores informações em: www.korzus.com.br. Ainda: dentre essas mil cópias, há apenas uma unidade com autógrafos diferenciados, do qual o sortudo também ganhará brindes. Portanto, vá atrás do seu, pois além de poder ganhar nestas promoções, terá em mãos um dos discos mais destruidores de todos os tempos já feitos por uma banda brasileira! JCB – 10 Faixas: |
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A SORROWFUL DREAM
Towards Nothingness Independente – nac. A banda é uma das maiores potências que temos dentro do cenário Doom Metal e Gothic Metal, mesclando com classe estes dois estilos. Seu Doom Gothic é sombrio, como o estilo pede, elegante e cativante. Vocais masculinos e femininos se alternam, sem copiar nenhuma banda em especifico, o que é bom. Apesar da banda ter surgido em 1996, só debutou ano passado, 2009. Neste período pudemos conferir suas demos e sempre vimos potencial no grupo. Me lembrou muito a primeira fase do Paradise Lost. Destaques para Last Whisper From a Winter Gale, The River That Carries My Loss e Harpies (For The Love Of The God). Perceba que é característico o grupo fazer músicas com títulos longos. A banda realmente parece ter nascido na Europa! Embora não haja algum destaque em evidência, seja nos músicos ou nas músicas (citamos as faixas acima, pois achamos as melhores), por isso mesmo falta ao grupo criar uma marca,que você ouça e identifique que se trata do ASD. RC – 7,0 Faixas |