Vaga Lembrança da Silent Cry!

Rogério Corrêa
RU – Como a My Threnody foi formada?
Jefferson – My Threnody teve início em 96 quando eu deixei minha banda de origem e me mudei do país. Entre trabalho e estudos restava pouco tempo para música, mas eu acabei por comprar um teclado, compondo e escrevendo no tempo livre. Finalmente no final de 96 eu resolvi começar a gravar mesmo que em fitas cassete todo o material que vinha surgindo e com estas primeiras fitas surgia o My Threnody.

RU – Por que você saiu do Silent Cry?
Jefferson – Eu já tinha familiares vivendo por aqui a algum anos e sempre tive vontade e curiosidade de explorar as possibilidades de morar por algum tempo fora do Brasil e esta oportunidade veio em 96, ano em que o Silent Cry gravava a segunda demo tape. Posso dizer com sinceridade que a Silent Cry no ano de minha saída era uma família e como toda família havia brigas sim, o que é inevitável em uma banda formada por seis indivíduos.

RU – Por que resolveu se hospedar nos EUA?
Jefferson – O motivo maior foi a presença de familiares que já moravam aqui (EUA) a alguns anos, a coisa aconteceu meio que naturalmente e não foi fruto de nenhuma escolha minha, poderia ter sido qualquer outro país.

RU – Como é a cena aí? O  fato de estar aí, ajuda a banda?
Jefferson – A cena Underground por aqui, embora haja muitas e ótimas bandas de Doom Metal, se faz em sua maioria de bandas de Death e Black Metal. Fazendo parte do Underground americano, pude apreciar ainda mais a nossa cena (brasileira) devido a riqueza em sua diversidade, o Brasil é berço de inúmeros talentos em todas as vertentes!

RU – Por que montar este projeto de um homem só?
Jefferson – Na verdade eu não tinha nenhuma outra opção, a falta de tempo devido ao ritmo de vida que me foi de certa forma imposta, impossibilitou de poder montar ou fazer parte de uma banda de fato.

RU – O My Threnody não faz shows então?
Jefferson – Ainda não, devido a falta de tempo e ao fato de que ainda não tenho os músicos que precisaria. Eu e o Dilpho (Silent Cry) estamos sempre falando sobre a possibilidade de ir ao Brasil e fazer shows ao lado da Silent Cry, que subiria no palco como My Threnody, mas tudo no seu devido tempo.

RU – Qual diferença há entre My Threnody e Silent Cry?
Jefferson – Bom, a diferença maior é que no Silent Cry não era só eu quem tinha voz ativa durante o processo de composição e das letras. Hoje com o My Threnody continuo tentando me expressar da mesma forma que a oito anos atrás, porém o fato de que My Threnody sou eu faz com que a música e letras retratem o que eu tenho em mente ao compor e escrever.