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TYGERS OF PAN TANG
Animal Instinct
Independente – imp.
Olha, em 2008 saíram alguns discos imperdíveis que foram abafados pelos novos do Metallica, Guns’n Roses (até que enfim) e Metallica. Por que aqui temos um dos melhores do ano passado: Animal Instinct do Tygers Of Pan Tang! O baixista Rocky é a base da formação da banda, montada em 78 na região de Whitley Bay (Inglaterra), contando também com Robb Weir na guitarra, Jess Cox nos vocais e Brian Dick na bateria. Com o passar do tempo, o grupo revelou ao mundo um dos maiores talentos do Hard Rock, o guitarrista John Sykes. No final de 82 John Sykes decide deixar a banda e se juntar ao Thin Lizzy de Phil Lynott, e dois anos mais tarde, faria história no Whitesnake, brigando com David Coverdale e formando o também ótimo Blue Muder. Os Tygers Of Pan Tang contam no momento com o seguinte line up: Robb Weir – Guitarra, Dean Robertson – Guitarra, Jacopo Meille – Vocais, Brian West - Baixo e Craig Ellis – Bateria. E quanto a Animal Instinct, cara que disco! Heavy Metal com pitadas de Hard Rock, Heavy Rock e tudo o mais que seja de qualidade, tudo está aqui! Rock Candy abre num estilo que mescal os anos 70 e 80, bem Heavy Rock, com refrão fácil e melodia assoviável. Seguindo, Cry Sweet Freedom, melodiosa, um grande Hard’n Heavy, também melodiosa como o disco inteiro! Riffs certeiros, refrão mais ainda! A sensação de deja vu é indescritível, parece ter sido composta nos áureos anos 80. Live For The Day é a menos legal, enquanto Let It Burn é pesada, ponderosa, certeira, moderna, com uma bateria estrondosa, enquanto If You See Kay parece trilha sonora daqueles filmes adolescentes dos anos 80! Apesar da banda ter sido reformulada, a pegada é a mesma, remetendo aos grandes tempos de Spellbound, seu maior sucesso. Eles fazem NWOBHM (foram um dos pioneiros do movimento) com algo de Hard Rock inglês também, que sempre foi mais sóbrio do que o norte-americano. É a banda americana mais inglesa que temos conhecimento. E o que dizer de Hot Blooded com sua levada totalmente inspirada em Saxon? E os vocais dobrados à Def Leppard? E os andamentos rápidos, mas não tanto, mas também não cadenciados, à lá Demon? E o refrão dessa faixa? Puta-que-o-pariu! Vão fazer Hard’n Heavy’n Roll não sei anode! Eu garanto, se você entrar em alguma loja e tiver tocando esse disco, vai pensar que é algum relançamento remasterizado, de tão bom que é! Bem, até a capa de Animal Instinct, meio apagadona lembra um vinil dos anos 80 (ainda que o jogo de cores remeta ao último disco do Pink Cream 69, In10sity). Inclusive, quando reparei nisso, percebi que o vocal de Brian West lembra um pouco o timbre do inglês David Readman. Mas a música é diferente, apenas a semelhança no vocal, nas notas mais altas e agudas. Devils Find A Fool é meio estradeira com guitarras limpas, meio bluesy, meio sourthern, com mais feeling e groove. Para dar um fôlego ao ouvinte, senão não agüenta! Winners & Losers é outro momento rápido, mas nem tanto, e aí, nas mudanças de andamentos, que percebemos o talento e o feeling da banda para forjar novos clássicos. Ainda que Winners & Losers soe mais moderna, perto do Hard Rock atual. Já Cruisin tem uma pegada mais Rock’n Roll, lembrando a fase mais Hard do Saxon. Falando em Saxon... A próxima faixa Bury The Hatchet é puro banda de Pual Biff Byfford! Com a guitarra em seu começo, pensei que era cover de Power & Glory! Não é, mas seu começo é idêntico, assim como a estrutura da música e seu demais riffs! Encerrando, o Heavy Rock de Dark Rider, outra faixa fácil, naquele estilão que falamos tanto aqui. Este disco não tem nenhuma faixa boa. Todas são excelentes! E o bom (ao menos para mim): não tem nenhuma balada! Nenhuma! Umas mais, outras menos, mas um disco que virará clássico no futuro e também, mais um para a galeria de Cult, infelizmente, pois a qualidade apresentada em Animal Instinct é tanta, que deveria estourar no mundo todo e ser lançado no Brasil! JCB – 10

Track list:
01. Rock Candy
02. Cry Sweet Freedom
03. Live for the Day
04. Let It Burn
05. If You See Kay
06. Hot Blooded
07. Devils Find A Fool
08. Winners & Losers
09. Cruisin
10. Bury The Hatchet
11. Dark Rider

OLIVER DAWSON SAXON
Re Landed... Plus
Angel Air – imp.
Há muito tempo eu esperava um disco destes caras. Sou fã do Saxon e apesar de afirmar e reconhecer que o verdadeiro Saxon é o atual com Byff Byfford, Paul Quinn, Doug Scarret, Nibbs Carter e Nigel Glockler, não deixa de ser interessante ver uma outra versão de clássicos interpretadas por 2 fundadores da banda. Desde que o guitarrista Graham Oliver deixou a banda em 94, se juntou a outro desafeto de Biff, o baixista Steve Dawson e retomaram com o Son Of A Bitch, que era o “pré-Saxon”, antes de banda mudar de nome e antes de Biff ser o vocalista do mesmo. Juntou-se a eles o ex-baterista do Saxon, Nigel Durham e formaram o grupo. Não confundir o baterista Nigel Durham com o atual e original Nigel Glockler. Como SOn OF A Bitch, lançaram um disco de estúdio, Victim You, que até saiu no Brasil e chegaram a tocar aqui. Victim You é um bom disco de Power Metal com algo da tradicional NWOBHM do grupo, soando mais moderno e revigorado. Um bom disco, único do Son Of A Bitch, do qual até em duas músicas aqui, as pesadas e agressivas Past The Point e Bitch Of A Place To Be. A banda tinha, além dos três (Oliver, Dawson e Durham), o vocalista Ted Bullet (ex-The Alex Parche Project, ex-Thunderhead) e o guitarrista Haydn Conway (Saracen). Na nova banda, Oliver/Dawson Saxon, Conway continuou, somente ocorrendo a troca de vocalista, saindo o bom e poderoso Ted Bullet e entrando o poser e canastrão John ‘Wardi’ Ward. A maioria das vezes quando falo em poser e quando falo em canastrão, falo no lado positivo e despojado do Rock’n Roll. Mas aqui, não é o caso. Pois o cara canta muito mal e rebola que nem uma bicha no palco. De forma alguma tenho preconceito ou sou homofóbico, até porque no Heavy Metal, tem várias personalidades que são gays, a mais conhecida e quem assumiu de fato, Rob Haldord do Judas Priest (e têm muitos outros que não assumem por diversas razoes). Mas a atitude de palco do cara não combina nem um pouco com a imagem de Oliver e Dawson e muito menos com o nome Saxon. Mas o pior é o vocal dele. Vamos ao disco. Re Landed... Plus é duplo, ou melhor, CD+DVD. O set list de ambos e o audio é o mesmo, a princípio, um disco ao vivo. De diferente, o CD trás três bônus: One Sour Krout, Worlds Gone Crazy e Nursery Crimes. No DVD, aqueles tradicionais bônus e um documentário. Falando do “show” no vídeo, podemos ver exatamente o que rola. A priore, parece que todos estão tocando ao vivo mesmo. Mas o vocalista tem sinc zero. Sinc é o sincronismo entre o áudio e os movimentos labiais (percebemos mais isto em dublagens de desenhos e filmes e em vídeo-clipes e comerciais de TV). Pois em vários momentos a voz dele está rolando e o cara está de boca fechado, ou com a boca fora do microfone! O que é isso? Além do mais, o cara tem uma voz esganiçada, desafina (e olha que o cara deve ter cantado em estúdio mesmo) e muda todas as músicas, alongando onde não tem, e comendo palavras, com uma pronúncia horrível. Porra, Oliver e Dawson poderiam ter escolhido um cara melhor (Ted Bullet dá um banho nesse cara – quem viu, ou melhor, testemunhou o Son Of A Bitch no Brasil em 98 e quem ouviu o grande Victim You sabe disso). Se Biff ver esse DVD, vai ficar com a mandíbula travada de tanto rir. Entretanto, sempre é legal ver estes dois feras, Graham Oliver e Steve Dawson juntos tocando os maiores clássicos do Saxon. Além de técnicos, ao vivo eles detonam. Se ainda estivessem no Saxon, a banda detonaria ainda mais! Além do que, são carismáticos e soa gente boa (minha segunda entrevista internacional que fiz na minha vida foram com eles – a primeira foi Jon Oliva do Savatage). Eles compensam o vocalista errante. Por isso, fãs de Saxon e de toda a New Wave Of British Heavy Metal, Re Landed... Plus é obrigatório! Em tempo: porque todo cara dentro do Heavy Metal com imagem de canastrão (agora falo de forma elogiosa) que usava bigode (como Rudolph Schenker do Scorpions e aqui, Steve Dawson), quando fica velho, corta o bigode e passa a usar óculos escuro, boné e arrepia os cabelos – quando ainda tem? JCB – 9,0

CD - Re Landed:
1. Power & The Glory
2. Rock'n' Roll Gypsy
3. Strong Arm Of The Law
4. The Band Plays On
5. Past The Point
6. Dallas 1pm
7. Rockin' Again
8. 747 (Strangers In The Night)
9. The Eagle Has Landed
10. Motorcycle Man
11. Wheels Of Steel
12. One Sour Krout - Bonus Recording
13. Worlds Gone Crazy - Bonus Recording
14. Nursery Crimes - Bonus Recording

DVD - Rock Has Landed-It's Alive:
1. Power And The Glory
2. Rock And Roll Gypsies
3. Strong Arm Of The Law
4. Past The Point
5. Dallas 1PM
6. 747 (Strangers In The Night)
7. The Eagle Has Landed
8. Bitch Of A Place To Be
9. One More For The Road
10. Motorcycle Man
11. Heels Of Steel / Devil Rides Out

Bonus Material:
12. Strong Arm Of The Law
13. Band Documentary
14. Photo Gallery
15. History Of The Band

OVERDRIVE
Three Corners To Nowhere
Independente – imp.
Voltar a cena inglesa dos anos 80 é pura aventura, uma viagem. O Overdrive (que não deve ser confundida com o grupo da Suécia) é uma das mais convincentes. Enquanto outros mais famosos grupos da New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM) são incapazes de voltar a criar os seus antigos clássicos (o Iron Maiden só tem feito lixo desde Fear Of The Dark), pelo contrário, o Overdrive tem gravado dois excelentes LPs, com faixas mantidas na gaveta há mais de 20 anos, e que não sofreram de inatividade durante muito tempo. Como se estas músicas tivesse rendendo correção monetária e fossem se auto-atualizando aos dias de hoje. O Overdrive faz homenagem à melhor tradição da fantasia dos idos da NWOBHM, não esquecendo de reproduzir alguns dos seus clichês (tais como a intro-falada). Aquele lado Mônaco, ou aquele lado Deep Purple com seus Hammond e aura setentista vem The Blaze Of Bronze. O lado mais Demon chega em All Dogs-Have Their Day e assim vai. Mais uma pérola resgatada. Pena que chegou sem encarte em CDR e sem release, senão passaríamos mais informações. Temos que dar mais espaço, repito, para quem manda tudo direitinho. Material meia boca, resenha meia bomba. RS – 7,5



HAMMERHEAD
Will To Survive
Headonizm

Independente – imp.
Mais uma lendária, obscura, cult e dark banda da NWOBHM tem mais uma obra resgatada. Vinda de Workington, Cunbria, U.K., o Hammerhead foi uma das mais Underground bandas do movimento, com poucos discos lançados e agora querem voltar a estar em evidência. A voz de Buzz Elliott é um diferencial, mostrando em seu vocal e na música, influências dos anos 70 em Lonely Man e Will To Survive, com as guitarras clássicas da NWOBHM dominantes em Ton Of Bricks, Heavy Handed (instrumental) e Lochinvar. Influências ainda de Budgie, Deep Purple e Rory Gallagher, fazendo a sonoridade do Hammerhead ser similar a de Chevy, Bitches Sin, TNT e Gaskin. Um grande presente é o bônus, o vídeo de Lochinvar, ao vivo em julho de 84 no Carnegie Theatre. Os guerreiros eram: o guitarista Brian Hodgson, o baixista Steve Archer, e o frontman Buzz Elliott que estavam juntos desde 78. Resgate essa pérola, pois depois da própria Inglaterra e da Alemanha, o Brasil é o terceiro maior país do mundo a cultura a New Wave Of British Heavy Metal. Já Headonizm, assim como Will To Survive, é original de 78, e trás uma banda mais crua. A produção atual deu um “up” para suas músicas, mas ainda as deixou cruas e graves, não perdendo a sensação do disco antigo de vinil. Recomendados e obrigatórios. RS – 8,5

Track list Will To Survive:
1. Ton Of Bricks
2. Don`t Look Down
3. Crying As I Fall
4. BJ Special
5. Will To Survive
6. Time Will Tell
7. Lonely Man
8. Heavy Handed
9. Lochinvar
10. Mushrooms & Beer (Live)

Track list Headonizm:
1. I'll Be Back
2. Devils Soldier
3. Mushrooms & Beer
4. Death Lesson
5. Victim
6. Feel I'm Falling

TYGERS OF PAN TANG
Back & Beyond
Independente – imp.
Os veteranos do Tygers Of Pan Tang lançaram enfim em 29 de outubro de 2007 o seu novo EP/single/MCD com cinco faixas, chamado Back & Beyond. Este EP é mais para manter o nome da banda em evidência do que outra coisa e que bom, assim seus novos fãs reconquistados em sua volta, não se perdem e não migram para outra badna ou estilo. Back & Beyond trás duas inéditas, Live For Today e Bury The Hatchet, muito boas, mostrando a banda fazendo o seu Heavy com algo de Hard de raiz, mas atual e moderno. Além delas, mais três regravações Hellbound, Take It e Rock And Roll Man, que ganharam mais força, por terem mais recursos tecnológicos. A banda é formada atualmente por Robb Weir e Dean Robertson nas guitarras, Jacopo Meille no vocal, Brian West no baixo e Craig Ellis na bateria. E prometem disco novo para esse ano, só que um full length. Vamos esperar e curtir Back & Beyond enquanto isso. JCB – 7,5

Track list:
Live For The Day
Hellbound
Rock & Roll Man
Take It
Bury The Hatchet
www.tygersofpantang.com

SAMSON
Tomorrow And Yesterday
Angel Air – imp.

Mais uma vez a vida tira mais um ícone do Heavy Metal. Paul Samson, um dos baluartes da NWOBHM, faleceu no já longínquo 9 de agosto de 2002, mas o seu legado ficará para a eternidade! A banda, que revelou para o mundo ninguém menos do que Bruce Dickinson, lança está coletânea de faixas desde 78 até 2000. Das 18 faixas, 5 são ao vivo e 13 em estúdio. Faixas como Vice Versa, Red Skies, Tomorrow, Look To The Future, Wings Of Tomorrow, Room 109, It Ain’t Fair entre tantas outras presentes aqui, são hinos de uma era! RS – 9,0
JAGUAR
Run Ragged
Angel Air – imp.

Mais uma banda da NWOBHM a dar as caras. Os felinos do Jaguar chegaram a ter alguma projeção no começo dos anos 80, e depois caíram no quase ostracismo, lembrado apenas pelos que acompanharam a cena muito de perto. Run Ragged é de 2003 e mostra aquele Heavy Tradicional tipicamente inglês, sem novidades. Por ser um segundo álbum de uma volta (o quarto da banda, que lançou This Time em 84 e só 16 anos depois retornou com Wake Me), esperava-se mais. As músicas são parecidas do começo ao fim (fato raro em bandas da NWOBHM), a produção está muito abafada, os bumbos rolam solto parecendo bandas de Power Metal atuais e o vocal de Jamie Manton fica abaixo da média, dando até umas derrapadas na mudança de tons médios para os mais altos (fica feio uma banda veterana dar uma dessas). E neste quarto álbum, a banda mantém a tradição de pelo menos mudar alguém em sua formação. Saudades de Paul Merrell nos vocais e dos tempos do clássico Power Games. De qualquer forma, como os anos 80 nunca estiveram tão em alta como hoje em dia (com bandas como Iron Maiden e Saxon fazendo turnês de álbuns específicos da época, sem necessariamente precisar estar fazendo isso, pois tem carreiras mais do que sólidas – ainda assim, estão aproveitando o momento), então, que o Jaguar continue, mas ainda está devendo um disco definitivo! Que o único remanescente presente em todos os discos, o guitar Garry Pepperd (esse sim não deixou a peteca cair em Run Ragged) consiga isso! JCB – 7,5
PAUL SAMSON
P.S.
Angel Air – imp.
A história todos já sabem: Paul Samson é um ícone do Hard’n Heavy inglês. Com sua banda Samson, foi um dos percussores da NWOBHM e revelou ao Iron Maiden e ao mundo todo, seu vocalista, Bruce Dickinson, na época, Bruce Bruce, também apelidado de Air Raid. Mesmo assim continuou depois disso, sem tanto sucesso comercial, apenas em fama, e poucos anos atrás faleceu deixando um legado de discos e história. Este P.S. é uma espécie de coletânea-tributo-caça-niquel do músico, com onze faixas relevantes, como Do Right, Murder, Broken Heart e a clássica Tomorrow Never Comes! Enfim, artigo de colecionador! RS – 8,0
TIGERS OF PAN TANG
Leg Of The Boot Live In Holland
Angel Air – imp.

O TOPT é quase desconhecido no Brasil, sendo lembrado apenas pelos Headbanguers apostólicos romanos praticantes (gostou dessa?). Outros mais atentos, lembram da banda apenas pelo hit Love Potion No.9, que tocou a exaustão na MTV e programas de videoclipes dedicados ao Rock pesado, como Realce, Clip Trip (ambos na TV Gazeta) e Som Pop (na Rede Cultura). Se essa é sua referência de TOPT, esqueça! Aquele hit comercial para agradar o público norte-americano foi uma fase da banda, que não representa a sua história! Tanto que neste ao vivo na Holanda gravado em 2004, não consta esta faixa. E que bom! Pois em Leg Of The Boot Live In Holland é uma “pauleira” atrás da outra (hoje to desenterrando coisas do fundo do baú)! Clássicos como Running Man, Insanity, Euthanasia, Suzie Smiled, Don’t Stop By e a incendiária Firepower (literalmente! Ao vivo é bombástica!) entre outras são tocadas com esmero e afinco, garra e paixão, peso e consistência! Parece que você retornará no tempo! Eles são outros que já mudaram dezenas de vezes de formação, e permanece apenas Rob Weir (guitar), o chefão do negócio. Na banda já passaram John Sykes (foi o TOPT que o revelou para o mundo e para o Whitesnake) e mo veterano Jess Cox. Quem faz o vocal aqui é Richie Wicks, que não desaponta. De longe ele canta igual a Jess Cox ou Jon Deverill (que foi o vocal que mais tempo ficou na banda), mas ao vivo dá conta do recado. Leg Of The Boot Live In Holland ainda trás como bonus track três faixas de studio, em que mostra a mesma banda de sempre, sem ter se contaminado com influências modernas, com destaque para Slave To Freedom, um Heavy inglês típico, com riffs secos, solos melódicos, suficientes e certeiros, bateria swingada, baixo onipresente, vocal rasgado, refrão grudento e melodia cativante e fria, alternado com partes lentas cheias de feeling! JCB – 9,0
THE HANDSOME BEASTS
04
Heavy Rock – imp.

Esta outra banda obscura do movimento resistiu ao tempo, mesmo que de forma puramente subterrânea. Após lançar Beastiality em 81 (seu único full length até então), retornaram em 90 com The Beast Within, e só em 2004 retornam (de vez, quem sabe) com 04. Um bom disco, levado a cabo pelo vocalista Garry Dalway, único remanescente em todas as formações. Destaques para After Blood, Sweeties e Don’t Panic. RS – 8,0
BATTLEAXE
Burn This Town
Independente – imp.

Um dos mais legais representantes da NWOBHM tem seus discos lançados em CD. São pérolas de um estilo e de uma época, resgatadas agora! Infelizmente, a banda não lançou mais nada de lá para cá, esperamos que a banda volte, como quase todas as outras da época estão fazendo, mesmo que numa turnê caça-níqueis ou com um álum ao vivo! Nestes casos, falando de NWOBHM, qualquer coisa é válida! Quiçá, um disco novo de estúdio? Claro, que seja relevante, ao contrário do que o Jaguar fez em Run Ragged. Burn This Town saiu como EP em 82 e depois como LP cheio em 83, acrescida de outras faixas. Esta versão que temos aqui é a remasterizada em 2005 e ganhou uma capa nova, muito mais feia e tosca do que as duas anteriores (sim, Burn This Town teve duas capas diferentes). É difícil hoje resenhar um CD de uma banda original, sem ter que fazer referências a influências de outras bandas anteriores ou à própria discografia da banda, no caso de bandas com mais de 10 discos lançados (nós críticos ficamos mal acostumados). Temos um grande Heavy Metal direto e sem frescuras! O disco todo é destaque, mas mais ainda para Overdrive que em seu começo lembra Two Minutes To Midnight do Iron Maiden (ou seja, típico Metal inglês) e algo de Flash Rockin’ Man no desenrolar da música e na rifferama (todos sabem que o Metal alemão bebeu muito na NWOBHM). Só que com um detalhe: este disco saiu um ano antes do Powerslave do Maiden, do qual consta está música! Teria a Donzela de Ferro dado uma leve chupinhada no Burn This Town do Battleaxe? Running Out Of Time é para ouvir com a galera e por aí vai! Enfim, PURO HEAVY METAL! JCB – 9,0
BATTLEAXE
Power From The Universe
Independente – imp.

Lançado em 84, a banda mostrava que estava com a produção a mil. Mais bem produzido, mais bem tocado, mas ainda mantendo a raiz do anterior Burn This Town, a banda produziu uma pérola que, infelizmente, o mercado em geral não reconheceu o potencial de Power From The Universe que, além de um excelente disco, tinha até algum apelo comercial. A banda ficou um pouquinho mais Power, resultando em vários Metalzões como Chopper Attack, Movin’ Metal Rock (aqui já começavam as odes ao Heavy Metal). Licence To Rock é anos 80 total, enquanto Fortune Lady é mais climática, baixo swingado, fria, melancólica, culminando num final pesadíssimo! Enfim, um grande disco de Heavy Metal oitentista! JCB – 8,5
BATTLEAXE
Nightmare Zone EP
Independente – imp.

Este EP é de 87 e já mostrava uma banda que estava se desfazendo. São quatro faixas bombásticas das quais a banda já começava a perder a originalidade, ficando mais Hard, mais comercial. Não tão bombástico, mas ainda sim um grande disco! Radio Thunder lembra algo de Devil’s Child do Judas Priest, Love’s On Fire é puramente comercial, voltando a crueza e peso direto e certeiro em Out In The Night, sombria! JCB – 7,5
FLASHPOINT
Flashpoint
Independente – imp.

Isto que é banda duas caras! Brincadeiras a parte, o Flashpoint é nada menos do que os atuais caras do Bitches Sin, legendária banda da NWOBHM. O som é parecido, a proposta é quase a mesma. A formação do Flashpoint é Ian Toomey (V), Frank Quegan (G), Steve Turton (D), Kev Graham (B). No Bitches Sin, a diferença é que Pete Toomey (G), também faz parte, só isso. O Flashpoint é mais moderno, mais direto e mais Metal do que o Bitches Sin. Aliás, no próprio site da banda, eles assumem que o Flashpoint é o alter ego do Bitches Sin. Apesar da banda Flashpoint com seu nome não ter feito parte da NWOBHM, ela se enquadra nesta seção, pois se é um alter ego de uma banda que foi da cena, com os mesmos músicos, proposta e música, então, faz jus estar aqui! Apesar de ainda preferir o original, nós temos bons momentos como a cativante Don’t (o nome da música é só isso mesmo) e Plastic. Como em muitos casos, o CD começa bem e cai em sua segunda metade (no seu lado 2, relembrando o sentimento de vinil). Vale uma checada NWOBHManíacos! JCB – 7,0
ELIXIR
Live
Independente – imp.

O Elixir em minha opinião é uma das mais fracas formações da NWOBHM, mas como firmaram o pé nesta volta, e estão fazendo vários shows na Europa, junto com outras bandas do movimento, então colhe os frutos disto. Aliás, que fique bem claro: um “movimento” nem sempre é acompanhado de dogmas religiosos ou de alguma ideologia, as pessoas tem a visão errada dessa palavra. Bastam várias pessoas estarem fazendo a mesma coisa juntas e/ou não ao mesmo tempo num mesmo lugar e com o mesmo intuito artístico (com uma união ou desunião, planejada ou não) já basta para ser um movimento. Eles lançaram seu último disco em 88 e voltaram em 2003 com The Idol, do qual nós já resenhamos anteriormente, e neste Live mostram suas melhores músicas, que ao vivo, ficam a desejar ainda mais do que em estúdio. De qualquer forma, como é um registro também histórico, então, vale uma checada e uma amainada na nota. Agora, custava dar um nome mais original para um disco ao vivo do que simplesmente Live?
JCB – 7,0
ELIXIR
Knocking On The Gates Of Hell
Independente – imp.

Já ao contrário do Live acima, este EP com quatro faixas mostram composições mortais e avassaladoras! O EP funciona como um single do próximo CD, Mindcreeper. A faixa-título é a única presente Mindcreeper, pesada, visceral mostrando uma banda revigorada e moderna e atual, sem deixar seu passado de lado! Death Tooll é a única inédita aqui, em estúdio, pois foi apresentada no Live, e temos mais duas ao vivo, Last Rays Of The Sun (como as bandas inglesas conseguem soar sombrias sem ser tristes, piegas ou depressivas! Só inglês tem esse humor cínico e ácido mesmo!) e The Star Of Beshaan, ambas não presentes no Live. Bom EP. JCB – 7,5
phil.denton@coldtown.com
WITCHFYNDE
The Witching Hour
Edgy Records – imp.

Grande banda do movimento que lança um grande álbum! Apesar de bem tocado e com uma produção atual, a banda conseguiu reproduzir a atmosfera do final dos anos 70 e começo dos 80, de forma única e original sim, pois não lembra nenhuma das demais do estilo! Afinal, só quem viveu na época e fundou o movimento sabe com é que se faz! The Other Side mostra o outro lado com um som poderoso, Stab In The Back detona, outro clássico! Half Of Mirros, com suas duas guitarras lembra os famosos duetos do movimento, e em Give ‘Em Hell, os solos são matadores! Em Conspiracy, lenta, lembra um pouquinho o Saxon em suas faixas mais pesadas e lentas (a batida da abertura e do refrão remete de leva à Crusader da banda de Biff). Wake Up Screaming fecha com grande estilo, no melhor do que o Heavy Tradicional tem a oferecer! Enfim, se você gosta de vocais secos e diretos, guitarras dobradas, solos simples mas diretos (que grudam na sua cabeça horas a fio depois de ouvir o CD), bateria reta e baixo que faz sua parte (nem desaparece e nem é o instrumento principal), melodias frias e músicas pegajosa, aqui está um puta disco! JCB – 9,0
info@witchfynde.com
OVERDRIVE
On Wizard Ridge
Independente – imp.

Boa banda da dita NWOBHM. Uma das mais obscuras e menos expressivas, mas que chega com um bom CD. Sim, On Wizard Ridge é um bom disco, nada de excepcional e nem no mesmo nível dos demais resenhados aqui na seção de NWOBHM, mas tem músicas legais, com riffs característicos e aquele ar sombrio do Heavy inglês. A capa é horrível (poderia dar uma caprichada, fazer um desenho legal). Nuclear Bomb apesar de clichê tem aquelas guitarras dobradas que a gente gosta tanto. Once In A Dream lembra um misto de Deep Purple e Whitesnake na época setentista. Enfim, mais uma boa banda do movimento. RS – 7,0
picky@overdriverockband.co.uk

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