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25 Anos de Thrash Metal, Fidelidade e Consistência.

Entrevista: Júlio César Bocáter. Foto: divulgação.
RU – Ironbound tem sido considerado seu melhor disco em mais de 10 anos, equiparando-o à Necroshine. Comente sobre isso.
Bobby “Blitz” Ellsworth – Sempre a gente gosta do disco que acabou de gravar e em Ironbound ficamos muito satisfeitos. Conseguimos nossa melhor gravação e estávamos muito inspirados e motivados para este disco, confesso.

RU – As reações têm sido muito boas pela imprensa e público, o que você tem achado disso?
Bobby “Blitz” Ellsworth – Muito bom. Cada disco tem um clima, um sentimento e Ironbound posso dizer é que há uma energia especial, que você não pode planejar. Acontece, a química na banda é assim mesmo. Nós começamos a fazer um disco e não sabemos como ele vai acabar. Quando acabamos ele, não sabemos o que as pessoas vão achar até ser lançado, e não sabemos como vai receber ao vivo antes de começar a fazer shows. Por enquanto, sentimos que a banda cresceu, tanto nas vendas desse disco em relação aos anteriores, o que é um marco nos dias de hoje, em que as vendas caem pouco a pouco todos os anos. E os shows, também sentimos que crescemos de novo, tocando em lugares maiores que na ultima tour, para mais pessoas e em lugares que há muito tempo não tocávamos, como no Brasil por exemplo.

RU – Até que ponto, a mudança de gravadora da banda influenciou, entrando para a Nuclear Blast, influenciou em tudo isso?
Bobby “Blitz” Ellsworth – Acho que sim, porque, a gravadora está promovendo muito bem o disco e quanto mais bem promovido um disco é, mais ajuda às pessoas irem aos shows ouvir as músicas novas, e claro, ouvirem as antigas também.

RU – No Brasil tenho visto isso, quase todas as bandas que são da Nuclear Blast, ou promovidas pela empresa aqui no Brasil, ao fazerem shows, a maioria deles têm sido sold out! Realmente isso ajuda muito e o disco novo foi muito bem promovido e anunciado aqui. Como é a relação com a gravadora?
Bobby “Blitz” Ellsworth – A melhor possível. Nenhuma exigência foi feita, e se fizessem também não iríamos obedecer. (risos) Afinal, estamos comemorando 25 anos de carreira e sabemos muito bem o que fazer. Eles nos ajudaram em termos de motivação, pois tivemos um bom contrato. Acho que eles podem até exigir algo de bandas mais novas, para soar como essas bandas mais novas. Seria falta de inteligência contratar uma banda Old School como nós e exigir que façamos algo novo. Se nos contrataram é porque sabem de nosso potencial e era para soarmos como Overkill mesmo.

RU – O interessante é que muitas bandas antigas andam revistando o passado, fazendo discos saudosistas, ou fazendo continuações ou “partes 2” de discos clássicos. Vemos em Ironbound que a banda quer ir para a frente, sem se apegar ao passado.
Bobby “Blitz” Ellsworth – Até porque, ao tocarmos seja o que for, sempre soaremos como Overkill, temos nossas características. Só o meu vocal, já diferencia nossa música de qualquer outra. Sempre tocaremos nossos clássicos nos shows, e sempre tocaremos o estilo Overkill de ser, mas sempre evoluindo a cada disco. Não gosto desse lance de vive só do passado.

RU – O Overkill é uma das bandas mais consistentes da cena. Nunca acabou, nunca parou, sempre esteve na ativa lançando discos e fazendo shows, e sempre ignorou todas as tendências. Como é isso? Fato raro na música.
Bobby “Blitz” Ellsworth – Nós tocamos o que queremos e gostamos, é o tipo de música chamado Overkill. As pessoas nos rotulam apenas como Thrash Metal. Ok, nós somos uma banda de Thrash e não temos nenhum problema com isso. Mas nossa música não é só Thrash. Temos Heavy, Speed, Punk e alguma influência de NWOBHM, daquele Heavy mais tradicional. Quando compomos, não falamos “ei, isso não é Thrash o suficiente”. Nossa música sai desse jeito, com um jeito mais Thrash, mas não só.

RU – Ironbound foi criado e composto na última turnê? Ou já havia algo nele anterior a isso?
Bobby “Blitz” Ellsworth – As músicas são novas, fizemos depois de terminar uma turnê que fizemos com o Exodus. Estávamos muito empolgados e excitados com o resultado e a curtição daquela turnê. Isso influenciou o disco, que é bem pra cima. Entramos em estúdio logo depois e estávamos com aquele pique.

RU – A mixagem ficou a cargo do produtor Peter Tägtgren dono do Abyss Studio, produtor renomado de várias bandas de Metal Extremo (além de vocalista, guitarrista e líder do legendário Hypocirsy). Por que escolheram ele?
Bobby “Blitz” Ellsworth – Por que ele é um dos melhores produtores do estilo e muito do que a nossa gravadora lança foi produzido por ele, então casou tudo. Ele faz um trabalho bem orgânico, não como hoje muitas bandas novas, com som tão computadorizado que mais parecem trilhas sonoras de vídeo game.

RU – A escolha de Peter pode ser considerado algo inusitado, pois ele sempre produziu bandas de Death e Black Metal. Por exemplo, ele produziu discos do Dimmu Borgir, Children Of Bodom, Dark Funeral, Immortal, Celtic Frost, Borknagar, Marduk, Amon Amarth, etc. De Thrash Metal e na linha oitentista, acho que você foram os primeiros. Digo isso, porque de certa forma, ele produziu muitas destas bandas acima em começo de carreira (exceção citada ao Celtic Frost) e ajudou a modular o som delas, enquanto vocês tem 25 anos de carreira. Ou seja, há décadas, voc?es já são uma banda "pronta".
Bobby “Blitz” Ellsworth – Isso foi o interessante e mostra como ele é bom produtor mesmo. Apesar de especializado e Metal pesado, e o Thrash é Metal pesado, ele gosta e conhece tudo de Metal. Não só opinar, no caso das bandas mais novas como você citou, ou quando eram novas, mas ele sabe tirar o som de bandas mais antigas como a nossa e fzer o melhor. Até pelo fato dele ter mixado, também, influenciou menos do que se tivesse produzido tudo.