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Rapsódia Metálica


Entrevista e foto: Júlio César Bocáter

Eis a grande responsável por todo o movimento épico, medieval, barroco, bárbaro, grandioso, pomposo, sinfônico, orquestrado, melódico, poderoso, etc., etc., etc. e etc.! O Rhapsody não só trouxe de forma definitiva e irreversível ao mundo do Heavy Metal estes elementos, como pôs a Itália na rota dos grandes shows e também fez-nos enxergar o país como um celeiro de boas e promissoras bandas de Metal pesado, e não só o país dos mais saborosos pratos e do horrendo futebol. Fabio Lione (V), Alex Holzwarth (D) e a dupla comandante Luca Turilli (G) e Alex Starapoli (K) formam esta que é uma das mais emblemáticas formações atuais. Para sabermos um pouco mais sobre o EP Rain Of A Thousand Flames (já um pouco comentado na edição passada – RU#25 – por Fabio Lione na entrevista com sua outra banda, Vision Divine) e principalmente sobre o quarto (ou quinto, contando com o extenso EP) e último disco da saga, Power Of The Dragon Flame, conversamos com Alex que, ao contrário do que eu pensava, é um cara simpático e comunicativo, como todo bom italiano.

RU – O EP Rain Of A Thousand Flames tem quarenta minutos em sete faixas. Por que ele não foi o quarto álbum oficialmente do Rhapsody?
Alex Starapoli – Porque, na verdade ele foi lançado com o propósito de ser um EP mesmo. Sempre lançamos um single antes de nosso próximo CD. Só que tivemos uma idéia diferente, em vez de lançarmos apenas um single com duas ou três músicas, resolvemos lançar este EP. Isto foi um presente para os nossos fãs, pois já que iriam gastar num single, eles pagam praticamente a mesma coisa e levam mais músicas para ouvir em casa.

RU – A capa de Rain Of A Thousand Flames é muito parecida com a capa de Power Of The Dragon Flame. Ele é a continuação da parte da história de Rain Of A Thousand Flames?
Alex Starapoli – Sim. As capas tem a mesma cor e parecem entre si por serem da mesma parte da história. Power Of The Dragon Flame continua a parte em que o EP conta. Afinal, o EP seria o single do Power Of The Dragon Flame.

RU – Gargoyles, Angels Of Darkness tem quase vinte minutos, e é a maior faixa da história do Rhapsody. Qual a intenção em fazê-la?
Alex Starapoli –
Bem, não foi proposital, foi totalmente espontâneo. Fomos compondo ela, que é a última faixa do CD e a que encerra a saga e tivemos várias idéias e fomos colocando. Sabemos que ela iria ser muito grande, mas não tanto. Mas ela tem tantas mudanças e elementos diferentes que se torna interessante, mesmo com seus dezenove minutos.

RU – Symphony Of Enchanted Lands deve ser o maior clássico do Rhapsody para a maioria dos fãs e da imprensa. Como você vê este disco hoje?               
Alex Starapoli – Realmente ele é o maior, junto com Dawn Of Victory. Mas foi com o Symphony... que ficamos conhecidos no mundo todo e a partir dele que começamos tocar ao vivo. Ele realmente é especial e gosto muito dele!

RU – Há algum álbum que será grande como o Symphony... no futuro?
Alex Starapoli – Com certeza Power Of The Dragon Flame deve vir a ser também, pois ele mal foi lançado e já está tendo a maior recepção que já tivemos.

RU – As músicas de Symphony Of Enchanted Lands são melhores em CD que ao vivo, já que é mais épico, sinfônico e barroco.  Entretanto, Dawn Of Victory é melhor ao vivo que em CD, pois é mais pesado e mais sujo. Você concorda?

Alex Starapoli – Sim, pois o Symphony... é muito orquestrado e é quase impossível reproduzir ele na íntegra, precisaria de uma orquestra e coral mesmo, enquanto o Dawn... é mais sujo e direto. Ele é mais Heavy Metal e tem mais guitarras. Isto é comum em qualquer banda: os discos mais trabalhados nem sempre funcionam ao vivo como no CD. Nosso show é apenas um pedaço de cada história, se você quer sentir a história completa, vai ter que ouvir o CD mesmo.

RU – Depois da tour com Stratovarius e Sonata Arctica, Luca percebeu que faixas mais diretas funcionam melhor ao vivo. Seria por isso que, Dawn Of Victory é mais agressivo e direto?
Alex Starapoli – Nem tanto, ele é mais pesado porque a parte da história dele é a mais agressiva.

RU – Power Of The Dragon Flame seria uma mix de Symphony Of Enchanted Lands e Dawn Of Victory, certo?
Alex Starapoli – Sim, aí eu concordo com você, pois ele é o mais sinfônico e ao mesmo tempo o mais pesado de todos nossos discos. Por isso, como te falei a pouco, ele será o disco mais lembrado do Rhapsody, antes da próxima saga.

RU – A próxima saga terá quantos álbuns?
Alex Starapoli – A princípio dois apenas. Ainda não sabemos ao certo e ainda estamos escrevendo sobre ela. Mas quase certeza que serão dois discos. No futuro, será difícil fazermos um saga com quase cinco discos como “Emerald Sword”, pois muitas coisas podem e acontecem em um longo período. Outra coisa é que os próximos discos terão uma espaço maior de tempo entre eles, pois serão ainda mais trabalhados e as futuras turnês serão ainda maiores. E precisaremos de mais tempo para descansar (risos), além de nossos trabalhos solo.

RU – A próxima saga será diferente de Emerald Sword?
Alex Starapoli – Sim, será mais sombria e mais épica e menos pomposa e melódica. Em Power... gostamos de experimentar outros elementos mais pesados e agressivos. Ela será menos melódica e menos sinfônica, mas ainda terá estas características.

RU – Percebemos vários elementos de Metal Extremo e até uma aura Gótica neste disco. Não seria interessante usar estes elementos na próxima saga? Até porque Fabio canta rasgado e quase gutural em algumas passagens de Power... ?
Alex Starapoli – É isso mesmo! (risos) Ainda não posso adiantar nada, mas são estes elementos que nos interessaram, e nossa próxima saga será bem mais pesada e até com algo de gótico, que também é uma arte medieval. Não será um disco de Black Metal ou Goth Metal, mas terá vários destes elementos, principalmente nas letras.  

RU – O Rhapsody é disparado a maior banda da Itália. Qual é a segunda banda?
Alex Starapoli – O Domine. Eles ainda são Underground, mas destas bandas eles são um pouco maiores que as outras. Já que o Labÿrinth está parado e o Vision Divine, embora seja famoso por ter Fabio Lione e vários membros do Labÿrinth, ainda é uma banda nova. Eu gosto muito do Domine e são a melhor banda épica no estilo deles.