AGENDA
BANDAS
ENTREVISTAS
CDS
DVDS
DEMOS
LIVROS
SHOWS
MATÉRIAS
PROMOÇÕES
LINKS
CONTATOS



A Odisséia de Romeo

Entrevista: Júlio César Bocáter.
Os americanos do Symphony-X cresceram assustadoramente nos últimos anos. Antes, a banda era relegada a um restrito Underground, que é o do Prog Metal. Mas com álbuns avassaladores, a banda caiu nas graças da mídia especializada, e das principais bandas da cena metálica. Daí, para obter reconhecimento em sua terra, o mal fadado, modista e terrorista EUA, foi um pulo, aumentando as vendas e licenciamentos também no restante do mundo. O líder Michael Romeo, além de exímio guitarrista e compositor, e quase sósia de Malmsteen, nos concedeu esta entrevista. Frio, calculista e talentoso, o gorducho desdenhou a quase permanência do excelente vocalista Russell Allen para o Masterplan, banda de Roland Grapow e Uli Kusch (ambos ex-Helloween), que perdeu o posto para Jorn Lande (ex-Ark), bem como foi direto ao tratar as comparações entre seus álbuns, falar de The Odyssey e do mercado americano. Completam este timaço Mike LePond (B), Michael Pinnella (K) e Jason Rullo (D). Confira!  

RU – Michael, fale-nos sobre The Odyssey.
Michael Romeo – Com as músicas para The Odyssey nós quisemos obter um som um pouco mais pesado: mais agressivo e cru. O som da guitarra foi uma parte muito importante, especialmente nas músicas Inferno e Wicked. O vocal também está um pouco mais agressivo nessas músicas. E ainda ao mesmo tempo, nós queríamos músicas que tivessem nossas características muito melódicas e progressivas, com algumas partes instrumentais e diferentes idéias e sentimentos musicais. Músicas como Accolade II e Awakenings pareciam contra-balancear e complementar as músicas mais pesadas do CD. Depois que nós escrevemos a maioria das músicas mais pesadas, nós sentimos que o CD necessitava de uma faixa mais épica e longa. Foi como surgiu The Odyssey. A música mostraria uma longa seção orquestrada com diferentes movimentos para contar a história de The Odyssey. É a minha música favorita no CD.

RU – Que diferenças você pode apontar entre The Odyssey e os discos anteriores?
Michael Romeo – Se você está se referindo aos “nossos” outros álbuns, a principal diferença seriam os riffs mais pesados e músicas com uma produção mais crua. Em termos de estilo musical, está parecido com o que nós sempre fizemos, apenas com uma margem mais pesada. E com a música título The Odyssey, pode ser nossa música mais longa e mais complexa até agora. Nós nos divertimos muito fazendo esse CD.

RU – Apesar da banda ser americana, demorou a lançar seus discos e a fazer em seu país. Como está a situação da banda no momento?
Michael Romeo – Verdadeiramente as coisas estão se encaminhando para nós aqui. Embora não sejamos considerados como uma tendência atual ou comercial, é óbvio que existem fãs para nosso estilo (e para todos os estilos do metal). Depois de nossa primeira tour por aqui, sentimos que as coisas estão melhorando. Muitos dos shows foram ‘sold out’ e a reação foi muito positiva.

RU – O album V, apesar de ser o quinto da banda, foi o primeiro a ser lançado nos EUA. Algum outro disco já saiu por aí?
Michael Romeo – Sim, V foi nosso primeiro CD lançado nos Estados Unidos. The Odyssey foi lançado esse ano e, em número de venda, já ultrapassou o que V vendeu. Nossos discos anteriores também foram lançados aqui. Então, as coisas parecem estar melhores para nós aqui.

RU – Michael, faça um breve resumo sobre os discos lançados até agora.
Michael Romeo – Bem, nosso primeiro CD (auto-intitulado) eu o considero um demo. Eu acho que as músicas são boas, mas a produção é pobre e nós ainda estávamos desenvolvendo nosso estilo. Com Damnation Game, eu acho que nós estávamos mais ajustados dentro do que fazemos agora, havia muita influência clássica se incorporando a alguns elementos Progressivos. A produção foi melhor do que a do primeiro CD. Então, veio The Divine Wings Of Tragedy e eu acho que esse foi o momento onde nós realmente bem acordamos nossa direção musical. Havia os riffs pesados, refrões melódicos, duelo entre guitarra e teclado, intrigantes seções Progressivas e o começo de nossas mais longas e complexas músicas como contadores de história (como Divine Wings). Este CD também deu uma dica para as coisas orquestrais que estariam por vir (na música Eyes of Medusa). O próximo foi Twilight in Olympus, neste CD estão algumas de minhas músicas favoritas: Smoke and Mirros, Church of the Machine, Through the Looking Glass, etc. Mas, eu sempre senti que ele estava incompleto, que havia uma música interminada que deveria estar no CD, mas que por causa do tempo, ela não foi feita. Mas este ainda é um disco muito bom. Com o CD V, nós queríamos tentar um disco conceitual. Nós criamos uma história baseada em elementos baseados no mito Atlantis, na mitologia egípcia, astrologia etc. O CD é continuo, com músicas ligadas umas as outras e com pequenas seções orquestradas que se encaixam bem juntas. Uma boa variedade musical, algumas músicas bem pesadas como Evolution e Fallen, algum material Progressivo como Egypt e Death Of Balance e algumas músicas melódicas legais como Communion e The Oracle. Este é o meu segundo CD favorito depois de The Odyssey.

RU – Na minha opinião, V é o melhor disco da banda, sendo com o mesmo que a banda tocou no Brasil e foi o primeiro a sair nos EUA e com ele a banda obteve suas maiores conquistas. Você concorda?
Michael Romeo – Pessoalmente, eu concordo, embora muita gente considere Divine Wings melhor do que o V e alguns consideram Damnation Game melhor… Mas isso é uma coisa legal, com todos os CDs nós tentamos criar alguma coisa diferente, então cada CD tem sua própria personalidade e deste modo, todo mundo pode eleger o seu favorito.

RU – Até o ano passado, Russell Allen estava no Masterplan, projeto dos ex-Helloween’s Roland Grapow e Uli Kusch. No entanto, creio que pelo crescimento do projeto, como do próprio S-X, Russell saiu. O que houve, você não deixou ele continuar na banda? (risos)
Michael Romeo – (Enfático e desconversando) Eu não sei.

RU – Para finalizar, vocês pretendem tocar no Brasil na turnê de The Odyssey?
Michael Romeo – Nós estamos tentando arranjar uma tour para agosto ou coisa assim. Nós saberemos definitivamente em breve.