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Mais sombrios e mais pesados!

Entrevista: Júlio César Bocáter.
O Shaaman já se estabeleceu definitivamente como a terceira força do Metal brasileiro, atrás apenas de Angra e Sepultura. Seu folclórico baixista Luis Mariutti sempre simpático e bem humorado, contrastando com sua aparência cavernosa nos conta mais sobre esse petardo que é Reason, segundo CD de estúdio da banda e o mais pesado já feito por todos os seus integrantes em suas longas carreiras até hoje!

RU – Primeiro de tudo, vocês mudaram o nome, acrescentando um “a” a mais. Por que esta mudança?
Luis Mariutti – Nós consultamos até um xamã para saber se poderíamos, pois havia várias empresas com o mesmo nome. E esta letra a mais não prejudica na pronuncia da banda. No logotipo, é quase o mesmo, só aumentamos um A no lay out. Quando a gente lê o nome pela primeira vez, parece que a gente está gaguejando, mas depois passa! (risos)

RU – Por que a banda saiu da Universal? Como avalia o trabalho deles?
L. Mariutti – Nada contra a Universal, que fizeram um grande trabalho conosco, mas foi mais para estar numa gravadora que tivesse a nossa linguagem. A Universal é gigante e na Deck, nós somos a prioridade deles, temos mais contato, mais acesso pra trabalhar com eles. Nós chegamos na Deck através de nossos empresários de shows, que já conhecia algumas pessoas de lá.

RU – Lá fora, que selos estão trabalhando com o Shaaman? É verdade que é só um selo na Europa e outro só para a América Latina. Quais são eles?
L. Mariutti – É verdade. Na América Latina, quem tem a preferência é a Deck mesmo, na Europa é a AFM. No Ritual saindo por um selo diferente em cada país e em cada mês diferente, saindo aos poucos, agora temos uma unidade. Só nos Estados Unidos que estamos ainda negociando.

RU – Qual a diferença na composição deste CD para o anterior?
L. Mariutti – Esse foi o CD composto mais em conjunto de toda a nossa carreira. Só o André ficava mais sobrecarregado, e agora trabalhamos em conjunto mesmo. Todos deram idéias, até nos vocais no André nós opinamos mais.

RU – A última vez que entrevistei o André, ele disse que a tendência para o próximo CD viria mais atmosférico, na linha da faixa Ritual, longe da Distant Thunder, que era uma das faixas mais pesadas, por exemplo. Mas parece que foi o contrário, que ele veio mais pesado ainda. O que houve? Houve mudanças de planos, na hora de compor saiu diferente do programado ou este lado mais atmosférico estar em os arranjos, os detalhes e os teclado estarem mais escondidos, criando mais atmosferas do que estar na cara?
L. Mariutti – É isso mesmo, os teclados ficaram mais ao fundo, fazendo apenas “a cama” das músicas, por isso mais atmosférico. Nós nunca falamos “vamos fazer este disco mais ou menos pesado”. Ela sai naturalmente de como estamos tocando no momento. E também neste CD soamos mais Shaaman do que antes! Tanto que o CD começa sem introdução desta vez.

RU – Turn Away é a que abre e é uma porrada, beirando o Thrash. Isto já é influência do Hugo, que tem esta veia Thrash?
L. Mariutti – Sem dúvida, ele sempre tocou Thrash Metal e está trazendo este lado mais pesado na banda.

RU – Surpreendente também é o cover de More do Sisters Of Mercy, quase não acreditei quando ouvi. Além disso, você ou vocês gostam de Sisters e desta música, que é do Visions Things, que é o mais pesado deles, quase Heavy Metal?
L. Mariutti – Bem, quem veio com esta idéia foi o André e o Ricardo. Nós estranhamos no começo, mas ficou legal e fizemos um arranjo mais Heavy para a música.

RU – E vocês escolheram a música certa do Sisters Of Mercy, porque se fosse outra música, poderia ficar estranho, mas este álbum foi um dos mais criticados do Sisters, por ser acusado de ser muito “Metal” para uma banda Gótica!
L. Mariutti – Eu nem sabia disso, então demos sorte, pois acho que tanto o André como o Ricardo também não deviam saber disso também! E não conhecia nem essa música, nem esse disco deles. Eu não conheço quase nada do Sisters, e sempre falaram que eles eram Góticos e quando ouvi More a primeira vez, eu achei pesado demais para ser Gótico!

RU – O Angra na fase de vocês sempre foi influenciado por Helloween. No Ritual, todos perceberam uma influência maior de Judas Priest e em Reason, ainda mais na faixa-título, percebi uma outra influência, a de Queensrÿche! Ou seja, um Heavy mais sério, mais frio e inteligente, além de técnico, melódico e pesado, e nos solos, o Hugo mostra bastante coisa dos guitarristas do Ozzy, principalmente Randy Roads, Zakk Wylde e até Jake E. Lee. Você concorda com minha opinião?
L. Mariutti – Sem dúvida! A gente gosta muito de Queensrÿche e com o passar do tempo, a gente pode mostrar mais nosso lado influente, como de tudo isso que você citou. Quanto aos solos do Hugo, é verdade, porque ele e todos nós gostamos muito. São os nossos guitarristas preferidos e como na última turnê temos tocado algumas músicas do Ozzy, percebemos o quanto é grandiosa a música de sua banda. Pois não eram solos, com um monte de notas jogadas a toa, mas com o solo sendo uma música dentro de outra música.

RU – E gostaria de saber se você é praticante de xamanismo, de wicca ou de outra tradição e se os demais da banda também o acompanham nisso.
L. Mariutti – Quem se interessa mais por este tipo de assunto é eu e o André, e a gente tenta sempre estar se informando, se embasando para poder falar sobre o assunto, já que o nome da banda é esse, temos que saber bastante sobre o assunto.