A HISTÓRIA DO DARK NO BRASIL, APESAR DELE NEGAR!!!!
Entrevista e foto: Flávio Santiago
Confira o resumo da coletiva realizada no dia 17 de Maio, pela banda liderada por Andrew Eldritch e que também conta agora com Chris Catalist (guitarra), Ben Christo (guitarra), Simon Denbigh (teclados) e a bateria eletrônica batizada como Doktor Avalanche. Cabe ressaltar que tentamos uma entrevista individual com Andrew, negada pela produção. Em uma entrevista coletiva, que contou com a presença de quase 100 jornalistas, ficou impossível querer saber tudo ou fazer uma entrevista apenas com perguntas relevantes. Tivemos que editar as milhões de abobrinhas e perguntas descartáveis feitas à banda.
RU – Há algum tempo a banda não lança nenhum material inédito, essa demora é devido a problemas contratuais com a East Weast (antiga gravadora da banda)?
Andrew Eldritch – Sim, o que acontece é que a ambição das gravadoras é maior que o próprio interesse da banda, onde vendem sua música para download por 1 dólar e repassam a banda apenas 1 centavo. Acho isso um absurdo e creio que a tendência das bandas seja de produzir seu próprio material e que a função das grandes gravadoras seja a de apenas distribuir o material
RU – A banda se lembra da última passagem pelo Brasil há 16 anos?
Andrew Eldritch – Não (risos), e nem sabia que fazia tanto tempo que havia passado por aqui.
RU – Algum plano para lançamento de um álbum ao vivo ou DVD comemorativo?
Andrew Eldritch – Não (risos).
RU – Há algum tempo você disse que a relação da banda com a internet era irrelevante, qual a sua opinião hoje em dia, tendo em vista tudo o que a internet proporciona?
Andrew Eldritch – A internet só é relevante se usada de forma adequada, assim como entrevistas são irrelevantes para mim, ao menos que sejam feitas de forma objetiva e com conteúdo, ou seja, é preciso utilizar-se de forma inteligente.
RU – Você é uma pessoa que é envolvida com literatura, arte e política? E qual sua opinião sobre isso, acha válido que músicos tenham este mesmo interesse?
Andrew Eldritch – Me interesso bastante por arte e literatura, mas não ao ponto de escrever um poema ou coisa do tipo, mas acho que todo músico deveria se interessar principalmente por política. Acho interessante as bandas que têm um objetivo, e tentam passá-lo através da musica.
RU – Qual a sua análise sobre a atual banda e a que tocava com você há 16 anos?
Andrew Eldritch – Esta banda me faz sentir mais jovem e preparado para uma turnê como esta, acho que se estivesse com a antiga banda, eles não agüentariam metade da turnê que fizemos e já teriam morrido (risos).
RU – Qual a sua relação com o público gótico hoje em dia, tendo em vista que fãs da banda adotam um comportamento e estética própria?
Andrew Eldritch – Até entendo este tipo de comportamento, mas acho que o som da banda não representa isso e nossa música está aberta a todos os estilos e gostos musicais possíveis, desde a dona de casa, policiais, Headbanguers, etc. Eu sempre recusei este rótulo de Gótico, pois eu não sou igreja e acho que minha banda está mais próxima do Metal do que qualquer outra coisa.
RU – Nas apresentações ao vivo, a banda tem uma sonoridade mais pesada, a que você atribui isso?
Andrew Eldritch – Bem sou fã de bandas como Motörhead e Deftones e se soamos mais pesados ao vivo, acho natural, não é algo forçado.
RU – Porque você não gosta do álbum First Last And Aways, tido para muitos como um dos melhores da banda?
Andrew Eldritch – O fato de não gostar em particular deste álbum se deve pelo fato de não representar a banda em 100%, pois o processo de produção não foi feito totalmente pela banda. |