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Entrevista: Pedro Ribeiro. Foto: divulgação.
RU – Antes de falar do novo disco, uma curiosidade. Você lançou um single, algo raro hoje em dia, o que é bom, de Infected. Mas é um lançamento limitado em 2222 unidades. Por que? Algo cabalístico? Não vi sentido nesse número.
Udo – Eu também não. (risos) Coisas de gravadora. Essas coisas os artistas não tem muito controle e acho que numeraram dessa forma, para poder vender mais. Vender mais também não dá, são só 2222 cópias... (risos)

RU – Muitos o acusam de plagear o Accept, pois a sua carreira solo é muito parecida com sua ex-banda.
Udo – Isso é ridículo, eu sou a voz do Accept. Eu trouxe o segredo do Accept que são os riffs e a minha voz.

RU – A banda já tentou algo com outro vocalista, David Reece in Eat The Heat...
Udo – (interrompendo) ... e não deu certo. Aquilo lá nem devia se chamar Accept, nem Heavy Metal é.

RU – Mas num tributo ao Accept você regravou uma música deste disco, XTC.
Udo – Sim, mas esta música era a melhor do disco, como se tivesse sido composta para minha voz. Minha regravação ficou muito melhor que a original, com todo respeito a Reece, que é um bom vocalista, mas não para o Accept.

RU – Agora o Accept vai voltar, mas com vocalista novo, Mark Tornillo (ex-TT Quick).
Udo – Eles vão repetir o erro. Eu ouvi algo desse cara e vi que ele tenta imitar, em vão, minha voz.

RU – Mas por que então, você não volta com o Accept em definitivo?
Udo – Primeiro por isso significa deixar de lado minha carreira solo, que sempre foi mais sólida que o Accept. Parar com a minha carreira solo, não seria bom financeiramente para mim.

RU – Mas você acha que sua carreira solo é maior que o Accept?
Udo – Hoje sim. Hoje não, já faz muito tempo. Só não era no começo, mas depois de muito tempo, logo que não no começo, mas com o passar do tempo sim.

RU – Mas se você acha isso, por que ainda canta músicas do Accept ao vivo?
Udo – Por que são música minhas. A carreira solo de Ozzy também era maior que o Black Sabbath e ele cantava músicas de sua ex-banda também. (Nota do E: pode ter sido comercialmente, mas criativamente, jamais! Sempre serei contra esse pensamento que Sabbath sem Ozzy não é Sabbath). Mas tanto que o Udo (a banda) é maior que o Accept, que são algumas músicas do Accept apenas que eu toco, a maioria do material é do Udo.

RU – Você acha que todo mundo acha isso?
Udo –
Olha cada um é livre para achar o que quiser. Não estou desprezando o que fiz no Accept, mas que aquilo acabou, não há mais química nem chance de convivência. Tivemos bons momentos juntos e fizemos bons discos nos anos 80. A vida segue. Já voltamos outras vezes e não fomos tão bem sucedidos. Nem conseguimos lançar tantos discos em seqüência como a banda Udo faz.

RU – Bom falando dos seus mais recentes discos, Mastercutor era bem pesado e moderno. Agora Dominator segue uma mesma linha, mas um pouco mais melódico. Fale sobre eles. Seria algo conceitual fazer títulos
Udo – Mastercutor era mais seco, mais cru e direto, era como as músicas soavam na época. Agora Domninator varia mais, tem vários elementos é um de meus discos mais diversificados. Acho Dominator um dos melhores discos que já fiz.

RU – Parece que a sua voz vai ficando mais forte, melhor e mais versátil a cada disco que se passa. Você concorda com isso?
Udo –
Sim e isso acontece de forma natural. Isso é ótimo, e acho que isso contribuiu para que Dominator fosse mais variado, pois pude variar mais a minha voz.

RU – Essa mudança de orientação em seus discos é natural, ou pré-determinada?
Udo – Mais ou menos, mas geralmente é natural.

RU – E o conceito visual e gráfico? Seu personagem de Mastercutor reaparece em Dominator como um robô.
Udo – Sim, nos deu idéia de usar o conceito do filme Terminator (O Exterminador do Futuro), tanto na capa como nas fotos e efeitos visuais, ficou uma coisa bem futurista e retrô ao mesmo tempo. Retrô, pois é a forma como se via o futurismo três décadas atrás e ficou legal. Uma forma de sempre olhar pra frente e não ficar preso ao passado.

RU – O seu novo disco foi o de maior posição nas paradas alemãs, 29º, o que acha disso?
Udo – Bem, corrigindo, 27º. Ficamos entre os 50 mais vendidos por 3 semanas, isso foi inédito. Apesar do Metal vender menos que outros estilos mais populares, nós vendemos hoje com downloads, pouca coisa a menos, enquanto os estilos mais Pop, despencaram. No fundo, isso é bom!