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A Invasão italiana

Entrevista e foto: Júlio César Bocáter.
Na segunda metade da década de 90 o mundo metálico viveu duas situações inusitadas. A primeira foi a falsa, mentirosa e perniciosa decretada morte do Rock e do Metal, logo desmentida (sem direito de resposta junto a estes charlatões, crápulas e nefastos detentores das grande mídias) pelo afundamento das novas tendências musicais e com a fabulosa estruturação e crescimento dos mesmos no Underground. E segundo, pelo nascimento de dois estilos que, embora não tão originais e novos, deram uma nova modulação às influências convencionais e existentes: o Gothic Metal e o Power Metal Sinfônico (que esbarra no Speed e no Melodic Metal). Este segundo, pegou os padrões pré-modulados do Heavy Melódico alemão e do Power norte-americano e, com a universalização do Underground, acrescentou influências sinfônicas, folclóricas e regionais de outros países até então nulos no mundo Heavy. Países como o nosso Brasil, a Finlândia e a Itália foram as que mais exportaram formações do tipo. Se o Angra foi o bastião em nosso país, o Stratovarius causou furor na Finlândia e o remodelou ao seu formato gélido, o Rhapsody foi o culpado por tudo o que ocorreu na Itália. Com seu som épico, majestoso, pomposo, medieval, barroco e acalorado, criou uma centena de quintetos mundo afora mostrando dragões, espadas, castelos, elmos e temas fantasiosos. Desta revolução, além de bandas sensacionais (ainda que um pouco parecidas) como Domine, Drakkar, Sigma, Frozen Tears, Secret Sphere e etc., outras mais antigas que não tinham espaço vieram a tona, como o Labÿrinth. E projetos entre estas bandas já surgiam paralelamente com tanta força que se tornaram bandas de fato. Este é o caso do Vision Divine, fruto da junção entre o vocalista Fabio Lione (Rhapsody, ex-Labÿrinth e ex-Athena) e o guitarrista Olaf Thorsen (o mentor do Labÿrinth). Acrescentados dos músicos Andréa “Tower” Torricini (B), Mat Stancioiu (D) e Andrew McPauls (K) a banda lançou seu debut auto-intitulado e fez alguns shows, como no Brasil, junto com a banda de Olaf, o Labÿrinth (que conta com Mat e Andrew também). Agora, dois anos após, lançam o ótimo, superior e maduro Send Me An Angel e prometem mais shows, mais festivais e mais uma turnê no Brasil. Para saber um pouco da banda e algumas curiosidades sobre seu país, Fabio Lione solta o verbo!   

RU – Fabio, fale sobre seu novo disco, Send Me An Angel.
Fabio Lione – Ele é mais pesado que o nosso primeiro disco, mais agressivo, mais variado e mais triste. Nós fizemos um disco diferente porque não queremos ficar estáticos e assim, temos diferentes músicas para tocar ao vivo. Nós estamos satisfeitos com este novo CD. Posso dizer que fizemos o “dark side” do Vision Divine desta vez...

RU – O primeiro disco Vision Divine foi bom para você?
Fabio Lione – Claro! Na minha opinião é um bom álbum de Power Metal, melódico, direto, com canções muito boas e um fantástico flesh de luz e escuridão. 

RU – O anjo do Vision Divine é uma imagem muito forte. Quem o criou?
Fabio Lione – Simone Bianchi. É um rapaz legal, muito talentoso e um bom amigo de nós todos. Nós conversamos muito sobre a capa do album. Nós podemos dizer que demos a ele a idéia e acreditamos nele. E ele nos deu um bom trabalho.

RU – Por que a cover de Take On Me do A-HA?
Fabio Lione – Poque nós amamos esta banda! E esta é uma grande música e gosto muito do vocalista. Nós a tocamos num jeito mais Rock e gostamos muito do resultado.
 
RU – O Gamma Ray fez um cover do Pet Shop Boys, It´s A Sin no seu disco Power Plant. Eles inspiraram vocês nesta atitude de transformar temas Pop´s em Heavy Metal?
Fabio Lione – Não! Só o fizemos por que nós da banda gostamos muito de músicas Pop, especialmente dos anos 80!

RU – O que Olaf e o Labyrinth estão fazendo no momento?
Fabio Lione – Ele está fazendo um live álbum com o Labyrinth. Então, eles irão gravar, acho, na última parte deste ano.

RU – O Vision Divine tocará em algum festival ou fará alguma tour como headliner?
Fabio Lione – Nós temos que tocar no Wacken na Alemanha, uma tour na América do Sul como headliners, uma tour na Itália e depois veremos o restante.

RU – Vamos falar sobre o Rhapsody. O que você achou do EP Rain Of Thousand Flames? No Brasil, o álbum tem vendido muito como os outros, mais muitas pessoas tem criticado bastante também.
Fabio Lione – Bem, ele não é um álbum. Muitas pessoas não entenderam nossa intenção, que era dar um presente para nossos fãs e não somente um simples single. Em minha opinião é um bom Mini-EP! Com uma boa atmosfera e boas músicas. É claro que o novo álbum é mais variado e completo. É um álbum! (risos)
         
RU – E por que Rain Of Thousand Flames é um EP e não um full length álbum de vez, já que tem sete faixas e mais de quarenta minutos?
Fabio Lione – Porque, como já havia dito, foi apenas uma idéia da banda. Quisemos dar um presente, em vez de fazer um simples single que sempre precede um álbum nosso com apenas uma única música que não pode ser encontrada no CD!

RU – Finalmente Luca e Alex fizeram o final da saga? E quando e como será a próxima saga?
Fabio Lione – Power Of The Dragonflame será a última parte desta saga. Quanto a próxima, estamos conversando, nada ainda está definido.

RU – Haverá alguma chance de você cantar apenas no Vision Divine no futuro?
Fabio Lione – Eu não sei. Eu estou feliz de cantar em duas bandas com diferentes estilos, letras e músicas. Diferentes problemas… (risos) Eu não penso em deixar nenhuma da bandas.

RU – O que você achou do “novo” Angra e seu novo álbum, Rebirth?
Fabio Lione – Grande! O novo vocalista Edu é muito bom com uma poderosa voz, uma pouco mais agressiva se comparar com Matos. O título do CD está certo, rebirth (renascimento)!  Agora nós temos que ver no futuro como eles se sairão.

RU – Na sua opinião, quem vai ganhar a Copa? Qual seu palpite? Brasil, Itália, Alemanha, França ou Argentina? 
Fabio Lione – Hummmm… (risos). Boa questão! Eu vou torcer para a Itália, lógico, mas ficaria feliz se a Argentina ganhasse, pela situação difícil em que o país está.Talvez seja um bom momento para eles e se esquecerão um pouco dos problemas.

RU – Uma curiosidade, por que muitos músicos italianos usam nomes artísticos em vez de seus nomes italianos? 
Fabio Lione – Porque a sonoridade dos nomes em inglês são mais legais.  Bem, eu uso meu nome mesmo, mas acho que deve ser pela sonoridade da língua inglesa. Estou quase certo disso... (risos)
       
RU – Nos últimos anos tem aparecido muitas bandas italianas. O que você acha de bandas como Sigma, Beholder, Drakkar, Domine, Secret Sphere, Morgana, etc.? Estas bandas terão algum espaço na cena do Metal no futuro ou não?
Fabio Lione – Eu não sei, entre estas bandas que você citou o Domine é um pouco mais famosa na Itália. Todas estas são boas bandas, mas na minha opinião não há alguma com personalidade ou estilo. Mas a cena italiana ainda deve crescer mais e precisamos disto. Se você pensar, em apenas poucos sete anos, como a cena está mais forte.