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Atualizado em 15/02/2010
LORD BELIAL
The Black Curse
Paranoid – nac.
Uma pena a banda ter dado uma pausa nas suas atividades, ainda mais agora que a horda se encontra em seu melhor momento musical e até boatos de que a mesma poderia tocar nestas paragens. “Todos os concertos planeados para o futuro estão cancelados. Gostaríamos de agradecer a todos os fãs, bandas que tocaram conosco, editoras, organizadores de eventos e todos os que estiveram envolvidos com a banda nos últimos 17 anos” segundo comunicado oficial da banda. A principal razão para isto é o problema de audição (zumbido) que se tornou num grande problema para o Micke Backlein, baterista, nos últimos anos. Os outros membros não foram forçados a acabar com a banda, mas em vez disso concordaram mutuamente que encontrar outro baterista não era uma solução para o futuro. De qualquer maneira, se a audição do Micke melhorar eles podem voltar, mas sem saber quando. Isso é que é fidelidade! Então, curta o mais possível The Black Curse, oitavo discos de originais - álbum de uma das mais antigas e míticas bandas de Black Metal da Suécia. Embora não seja uma das mais populares como outras de seu país, como Dark Funeral, por exemplo, ainda assim, é uma das mais respeitadas e com base mais sólida de fãs da Europa. The Black Curse é recheado de Blastbeats, e com um sangrento arsenal de riffs de guitarra ultra afiados e melodia melancólica e seca, como da tradição sueca. Influências de sempre de Thrash e de Death, sempre calcados na Old School fazem desta horda, uma das melhores do estilo, com destaques para as bélicas Trumpets Of Doom, Inexorable Retribution e Devilish Enlightenment. RC – 8,5

Faixas:
1. Pazuzu - Lord of Fevers and Plague
2. Trumpets of Doom
3. Sworn
4. Inexorable Retribution
5. Antichrist Reborn
6. Primordial Incantation
7. Devilish Enlightenment
8. Ascension of Lilith
9. Unorthodox Catharsis
10. Soul Gate

IMPALED NAZARENE
Manifest
Somber Music – nac
Impaled Nazarene está na mesma divisão com bandas como Motörhead, Ramones, AC/DC e tantas outras. You know them, you trust them.Você confia neles, você compra o disco sabendo o que vai ouvir. Vai ouvir um punhado de canções que você vai curtir e não vai haver mudanças em nome da “evolução musical”. Este lunáticos da Finlândia continuar a sentar no seu trono assistindo os outros de cima com seu Black Metal puro, cru e com influências de Punk Rock e Hardcore local. Ou seja, do mais sujo do que possa existir dentro do HC; esse molho faz deles os maiores seguidores do Sodom dos primórdios, mesclando o nosso Sarcófago e sem se venderem, assim como os maníacos do Beherit. No caso de Manifest eles são equipados com o novo guitarrista levar UG que estava familiarizado com a banda no passado (seu nome é Tomi Ullgren). De qualquer maneira, eu gostei muito do disco solo de Tuomo Louhio, mas ele não podia mais continuar com os outros. Fato surpreendente é o comprimento do álbum, aproximadamente 50 minutos! Na minha opinião, em seu anterior Pro Patria Finlandia era uma de suas melhores da sua carreira. Difícil uma banda veterana fazer seu melhor disco depois de quase duas décadas de estrada. Mas agora com Manifest, eles se superaram de novo. A intro faz você compreender que eles são realmente pissed off e o caos se seguirá em breve, após a tempestade como um relâmpago. The Antichrist Files e Mushroom Truth são ultra velocidade do verdadeiro Nuclear Holocaustic Metal e desta vez a banda escolhe alguns teclados de forma a satisfazer eles, que nos leva de volta para os seus três primitivos álbuns. Sua chance de ter um grande Headbanging tempo vem com o Punk Metal bastardo abominação intitulada e como You Don’t Rock Hard (uma porrada nos posers) mais os outros dois petardos Pathogen e Pandemia. Impressionante o pique e a energia que eles imprimem em sua música .The Calling começa com um belo solo e tem bom riff de se abster, e as coisas se tornam verdadeiramente perigosa com Funeral For Despicable Pigs quando o tempo se torna mais lenta e mortal, e sempre digo que muitas faixas lentas são as mais mortais dentro do Death e do Black. Planet Nazarene (não podiam deixar o nazareno em paz) e Blueprints For Your Culture’s Apocalypse, trazem riffs Thrash, caótica e frenética, com muito do Slayer do começo de carreira. E a pausa no meio de Planet Nazarene, o que dizer? E se falarmos do CD todo, vai ser uma página só deles. Então, não perca mais tempo e compre Manifest direto no site da Somber. Manifest é um dos discos mais urgentes do Black Metal finlandês. PR – 9,0

Faixas:faixas
01. Intro: Greater Wrath
02. The Antichrist Files
03. Pandemia
04. Mushroom Truth
05. Die Insane
06. Blueprint For Your Culture's Apocalypse
07. Funeral For Despicable Pigs
08. Goat Justice
09. Dead Return
10. Suicide Song
11. Pathogen
12. The Calling
13. Planet Nazarene
14. You Don't Rock Hard
15. When Violence Commands The Day
16. Original Pig Rig

ANAAL NATHRAKH
Hell Is Empty
Paranoid Records – nac.
Depois do brutal Eschaton lançado a pouco mais de ano, estes rapazes ingleses lançam mais um petardo. E que petardo! O mentor desta banda tem dezenas de outras bandas e projetos. Mas o Anaal Nathrakh é o principal lance do cara. A música do Anaal Nathrakh é Black Metal em essência, apesar do nome poder remeter ao Death e até ao Grind, bem como o seu logotipo. Claro, tem muito de Death Metal aqui, mas o Black Metal predomina, embora os caras não carreguem e nem lancem mão de corpse paints. A banda prima por adicionar em sua música elementos ora épicos, ora melancólicos, sem serem sinfônicos nem melódicos, mas também sem serem brutais o tempo todo. Eles atingem um meio termo que quase todas as bandas almejam (nem tão melódico, nem tão pútrido), mas poucas alcançam. E claro, nas passagens mais rápidas e pesadas, sua música é caótica, exala ódio, e me certos momentos chega a flertar até com o Grind (ainda que em poucos momentos). Hell Is Empty é misantropico, agoniante, angustiante, tenebroso! Os riffs são certeiros, os solos emblemáticos, a cozinha poderosa. Há um certo groove em The Final Absolution enquanto Shatter The Empyream seria um encontro perfeito entre EyeHateGod e Borknagar (antigo). Já Lama Sabacthani é “a” faixa que descreve o som da banda, cirurgicamente precisa, perversa e seu refrão fica na cabeça a ecoar por horas e horas.
Em Castigation And Betray a banda mostra algo de Zyklon, e assim vai, fazendo de Hell Is Empty um disco pra lá de diversificado. Vale citar as participações especiais de
Dave Hunt (Benediction), Shane Embury (Napalm Death) e Joe Horvath (Circle Of Dead Children). Recomendado! RC – 9,0

Formação:
V.I.T.R.I.O.L. - Vocals
Mick kenney – Instruments

Faixas:
1-Solifugae (Intro)
2-Der Hölle Rache Kocht In Meinem Herzen
3-Screaming Of. The Unborn
4-Vírus Bomb
5-The Final Absolution
6-Shatter The Empyrean
7-Lama Sabachthani
8-Until The World Stops Turning
9-Genetic Noose
10-Sanction Extremis (Kill Them All)
11-Castigation And Betrayal

AZAGHAL
Omega
Paranoid Records – nac.
Sem dúvida essa banda é um dos grandes do Black Metal contemporâneo, tamanha a sua brutalidade do seu som, que soa primitivo e direto e nos remete ao início dos anos 90, época áurea do estilo, que podemos chamar de Brutal Black Metal. A banda é finlandesa, já teve um disco em sua discografia lançado no Brasil via Evil Horde, com um acabamento gráfico muito mais luxuoso do que se tem agora. Este artefato, como sempre, é cantado todo em finlandês. Os hinos são todos vociferados e as letras, apesar de anti-cristãs, tem um apelo pagão. Black Metal gélido, ríspido e cru. São nove pancadarias sem descanso, sem choro nem vela. Que artefato! Afinal, eles são uma das bandas mais antigas de lá, e essa experiência você sente ao ouvir o disco. Diga-se de passagem, o Black Metal finlandês nunca teve a mesma exposição do que o sueco e principalmente o norueguês. A Finlândia estourou no mundo todo no Metal Melódico, no Gothic Metal, no Gothic Rock, Punk, Hardcore, Death Metal, mas no Black, suas bandas sempre ficaram mais cult. A capa de Omega é simples, crua, preto e branca, crua, como sua música. O legal é poder sentir algo orgânico em sua música e não tão pasteurizado como muitas bandas de Black atuais, que são muito sintéticas, faltando feeling, garra, sentimento. Aqui, eles resgatam aquele sentimento do começo dos anos 90, do qual, eles sempre estiveram inseridos. Omega é regado a uma aura sinistra, onde as guitarras cativam você desde o primeiro acorde. As músicas são rápidas, cruas, bem raw e fast, sem descanso, sem concessões. Claro, influências de Thrash Metal são bem vindas, e o fato deles cantarem em sua língua natal (do qual você não entende nada, apenas tem ciência de que estão falando de coisas satânicas e contra o cristianismo) deixa mais avassalador este trabalho. Sem destaques, o disco é mortal do começo ao fim! Haja fôlego! RC – 9,0

Faixas:
Taman Maailman Prinssi
Pirun Verta
Quetzalcoati
Kuolonkaarme
Vihani Raivoavina Valtamerina
Maailman Viimeinen Yo
Kuolemankulti
Tuhkaan Kirjoitettu
Kaikkinakevan Silman Alla

NAGLFAR
Harvest
Free Mind – nac.
Quarto e mais recente álbum desta excelente banda de Death Black Metal da Suécia. Sim, Death Black, pois você em todo momento, você ouve nuances dos dois estilos.sua música é hipnótica e apesar da podreira, é bem tocado e executado, com harmonias melancólicas e melodias cativantes, no meio da agressão sonora. Ainda bem que temos a Free Mind para lançar algumas bandas da Century Media no Brasil. Vale lembrar que a MCR tinha escritório próprio no Brasil e há alguns anos se retirou daqui, deixando-nos órfãs de dezenas de lançamentos de peso todos os meses, que saem lá fora e aqui não mais. Uma pena. Mas para ajudar a compensar isso, temos a seriedade, repito da Free Mind. A banda é liderada por Kristoffer "Wrath" Olivius baixista e vocalista do Setherial, banda esta que anda meio sumido. Aqui, Kristoffer Olivius, apenas canta (ou melhor, apenas urra). A bela capa foi feita por Travis Smith (Death, Katatonia, Opeth) e este é mais um lançamento de peso. Não há como ficar indiferente com faixas esporrentas como Breathe Through Me, The Mirrors of My Soul, Odium Generis Humani, The Darkest Road e Plutonium Reveries. Vale ainda citar o estonteante trabalho de guitarras da dupla Andreas Nilsson e Marcus E. Norman, um dos melhores já ouvidos na cena extrema sueca. RC – 8,5

Formação:
Kristoffer Olivius - Vocals
Andreas Nilsson - Lead, Rhythm Guitars
Marcus E. Norman - Lead, Rhythm & Acoustic Guitars, Keyboards
Morgan Lie - Bass
Mattias Grahn – Drums

Faixas:
1 - Into the Black
2 - Breathe Through Me
3 - The Mirrors of My Soul
4 - Odium Generis Humani
5 - The Darkest Road
6 - Way of the Rope
7 - Plutonium Reveries
8 - Feeding Moloch
9 - Harvest

SAMAEL
Solar Soul
Nuclear Blast – nac.
A banda suíça foi uma das pioneiras em deixar de lado o Metal Extremo (Death ou Black) para seguir caminhos mais eletrônicos e Industriais. No começo todos torceram o nariz (inclusive eu) sentindo falta da pacandaria promovida por eles outrora. Mas o que os anos vindouros reservariam? Um crescimento da popularidade da banda e inclusive musical. Sim, nunca fui fã de Industrial, e ainda não sou, mas o Samael evoluiu de tal forma que hoje, eles fazem o seu tipo próprio de Metal. Mas é difícil definir ou rotulá-lo ainda, e em Solar Soul, esqueçamos esta bobagem por alguns momentos e curtamos, pois é um grande disco! É o Metal do futuro! A faixa-título abre o CD, meio cadenciada com um refrão que gruda em sua mente. Em Promissed Land temos mais cadencia, para em Slavocracy (que título bem sacado) temos um Speed Industrial? Em Western Ground tem uma melodia legal, um bom refrão, uma boa música, só em seu começo uns irritantes barulhinhos eletrônicos. Suspended Time é bem melódica, conta com backing vocals femininos. A coisa melhora ainda mais com Valkyries’ New Ride (esta é para dançar e vai fazer muito sucesso, pois é bem agitada, frenética, e talvez o ponto central que a banda tanto buscou, entre o Industrial, o Dark, o Black e o Goth). Já em AVE, beira o Darkwave, com algo de Doom e guitarras, baixos e teclados épicos e cavalgados, com sua segunda parte lembrando os momentos de maior aflição que as bandas obscuras e Dark produziram (ou tentaram) até hoje! Tétrica, sombria, maléfica! Quasar Waves tem uma melodia árabe. Olympus é outro momento tétrico, quase Doom, mas moderna, encerrando o disco, mas antes dela vem o bônus, Architect, a menos legal do disco (o que significa que é muito boa e acima da média!). Enfim, um disco de uma banda que ainda vai torcer o nariz de muitos, mas vai cativar a muitos outros! Solar Soul destorceu o meu! JCB – 9,0

OUT OF THE DARK
20 Years Nuclear Blast
Nuclear Blast – nac.
Mais um volume comemorativo dos 20 anos do selo Nuclear Blast. O anterior, era o Into The Light, que tinha uma cara mais Heavy Metal. Agora, o Out Of The Dark, temos uma tednência mais Dark mesmo, com bandas obscuras, de Black, Death, Thrash, Hardcore, ou seja, aqui a coisa pega! No CD 2 temos músicas já feitas de bandas correntes, como em qualquer coletânea. Em destaque, o Dimmu Borgir com The Ancestral Fever (bônus para a Europa de In Sorti Diaboli), Immortal com Tyrants, Nile com As He Creates, So He Destroys, Exodus com Purge The World (bônus para o Japão de Shovel Headed Kill Machine), Bleed The Sky com The Martyr, Meshuggah com Futile Breed Machine (do EP The True Human Design), Epica com Replica (cover da famosa música Fear Factory – ficou fudida!), All Shall Perish com Prisoner Of War, Agnostic Front com All Is Not Forgotten (pancadaria) e Threat Signal com Counterbalance (essa banda eu ainda não conhecia, olha que bom serviço presta esta coletânea, visto que nem tudo pode sair no Brasil). E no CD 1 (invertemos a ordem de propósito) temos faixas inéditas, cada uma apresentando (featuring) um música (não uma banda). Se comentarmos detalhadamente cada faixa, ocuparíamos um espaço de umas 6 resenhas, então, vamos citá-las com seus respectivos guests, e você, que deve adquirir este CD, ouça mais detalhadamente. Dysfunctional Hours com Anders Friden (In Flames), Schizo com Peter Tagtgren (Hypocrisy, Pain e o maior produtor de Death e Black do mundo), Devotion com Jari Mäenpäa (Wintersun, ex-Ensiferum), The Overshadowing com Christian Älvestam do Scar Symmetry, Paper Trail com John Bush (Armored Saint e ex-Anthrax – apesar de ter falado que não iria comentar nenhuma das faixas, ressalto que está é a melhor e John matou a pau!), The Dawn Of All com Bjorn "Speed" Strid (do Soilwork), Cold Is My Vengeance com Maurizio Iacono (Kataklysm, outro grande momento), My Name Is Fate com Mark Osegueda (ressuscitaram a lenda do Death Angel e All Time Highs), The Gilded Dagger com Richard Sjunnesson e Roland Johansson (amos vocais do novato e gritado Sonic Syndicate) e encerrando com Closer To The Edge que conta com Guillaume Bideau do Mnemic. Este disco, algumas faixas trás o som característico das bandas os participantes, mas em outras é bem distinto. Enfim, chega de preguiça e vá ouvir o seu! RC – 9,0

VENOM
Welcome To Hell 
Dynamo – nac.
Ah o Venom… Quando estes moleques ingleses surgiram no começo dos anos 80 e debutaram com este Welcome To Hell, eles ainda eram da NWOBHM. Depois, com o disco Black Metal, batizaram o então novo estilo de música, o Black Metal. O Venom primava por um som primitivo, tosco, cru, mal gravado, tocada parcamente, letras satânicas, visual pesado, indo ao extremo disso tudo. Era até comum tudo isso na época, mas o Venom levou às últimas conseqüências e criou o Black Metal assim. Nem é preciso dizer que Welcome To Hell é clássico. É obrigatório! Um coisa também pode ser dita a favor do Venom e deste disco: eles tocavam com uma energia ímpar e com uma vontade única, ou seja, compensavam a falta de instrumentos decentes com garra e raça! Neste relançamento, além das faixas originais, que já valem a aquisição do CD, vem com 11 faixas bônus, sendo Angel Dust (Lead Weight version), 4 faixas da versão em 7’EP (In League With Satan, Live Like An Angel, Bloodlust e In Nomine Satanas), mais 4 versões demo (Angel Dust, Raise The Dead, Red Light Fever e Welcome To Hell) mais dois outtake’s (Bitch Witch e Snots Shit). RC – 10

VENOM
Possessed
Dynamo – nac.
Esta re-edição de Possessed vem com uma capa diferente e alguns bônus, claro, como todos os relançamentos por parte da Dynamo para esta série de Venom. Vamos à eles primeiro desta vez: os lados B da F.O.A.D. e Warhead, o mix de Nightmare, uma versão remixada de Possessed e das canções ao vivo Witching Hour (Live) e Teachers Pet/Poison/Teachers Pet. Quanto aos seus discos, o Venom possui em sua vasta discografia mais coletâneas, ao vivo, relançamentos, faixas raras, B-sides do que discos de estúdio com músicas inéditas. Quarto disco de estúdio, Possessed vinha já num estilo desgastado do Venom, visto que, depois da trinca Welcome To Hell, Black Metal e At War With Satan, os alicerces do Black Metal e o estilo Venom já estavam fundamentados. Possessed não trazia um Venom mais extremo, pois a banda vinha se superando em brutalidade disco a disco, e na época, este álbum foi muito criticado. No entanto, como muitos dos julgamentos equivocados feitos na década de 80, hoje Possessed soa injustiçado, pois mostra que era sim, um disco clássico da banda e de um estilo, com faixas seminais e importantes, como Burn This Place To The Ground, Moonshine, Satanarchist, a instrumental Wing And A Prayer e a faixa-título. Enfim, mais um item obrigatório para sua coleção. RC – 8,5

HARGONATH
Hargonath
Goat Music – nac.

Esta vociferante banda paulistana chega com seu grande debut, praticando o chamado Extreme Fast Black Metal! Apesar de por vezes, certo rótulos soarem exagerados, neste caso não, aqui não! Pois a banda faz isso mesmo. Em essência, a música do Hargonath é Black Metal, mas ultra-veloz e com elementos de extremidade que chegam a chocar os mais incautos. A bateria é na velocidade do som (não sei quantas batidas por segundo), o vocal é gritado ao extremo (haja garganta!), o baixo faz a cama para tudo isso, cobrindo todos os buracos (mas de tão rápida que é a música da horda, quase não sobra espaço para isso) e a guitarra, com riffs insanos, me remetendo ao Dakthrone. A capa e o encarte é de extremo bom gosto, monocromático, mas em vez de preto, em um verde escuro. Eles ridicularizam Cristo, lançam mão de todos os artifícios satânicos e diabólicos e em meio a tanto peso e barulho, conseguem criar uma atmosfera macabra e obscura, como as bandas escandinavas conseguiam nos idos de 90 (muitas delas, hoje nem conseguem mais). Só me preocupa uma coisa: muitas bandas têm colocado na capa o cogumelo da explosão de bomba atômica meio que simultaneamente, como é o caso aqui, e outras, muitos desenhos de aviões de guerra. Quando acontece esse tipo de coisa é meio que uma premonição e preparação inconsciente e coletiva. Voltando, ao Hargonath, é esse cogumelo atômico ao fundo, com Cristo vencido a tônica deste excelente debut! Destaques para The New Age Arrived, Evil Supremacy e Darkness Imperium. Essa banda sim, por ser tachada de verdadeira! RC – 8,5

BORKNAGAR
Origin
Encore – nac.
Parece loucura, mas é verdade. O Borknagar, uma das mais importantes bandas de Black Metal da Noruega em sua segunda geração, veio mudando de som pouco a pouco com sua “evolução”. Vintersorg começou a fazer sucesso em sua carreira solo e a banda acabou seguindo a toada dele ainda que de forma mais contida. Pouco a pouco, o Borknagar passou a colocar mais vocais limpos (ainda que dramáticos e melancólicos), mais melodia e mais elementos Folk em sua música (coisa que a banda Vintersorg e o outro projeto que ele participou, o Otyg, faziam a exaustão). Em Origin, a banda fez algo inédito: fez um disco acústico. Não, não é um disco com versões acústicas de suas principais músicas não. Neste disco acústico são todas músicas inéditas! Que eu me lembre, quem fez isso recentemente foi o Foo Fighters num nível mais comercial, claro. Mas no Underground, ainda mais no Black Metal, eu desconheço. As músicas acabam tendo um teor que tem a ver com a atmosfera da banda, aliás, os verdadeiros fãs do conjunto já sabiam, pediam e aceitam esse fato, pois estão abertos a outras sonoridades. Origin soa como se tivesse existido Black Metal na Idade Média ou na época dos Vikings: acústico, desplugado e com instrumentos que se tinham a mão. Origin de qualquer jeito é uma grande obra pagã e irá agradar os espíritos da floresta, tanto quanto (ou até mais) quando o Black Metal é executado “plugado”. O engraçado é que eles têm a mania de dar o título ao seu próximo álbum extraído de alguma faixa de seu disco atual. Então como será o nome do próximo disco? Veja o track list e faça suas apostas! E tire suas próprias conclusões sobre o resultado final de Origin. RC – 7,5

1. Earth Imagery
2. Grains
3. Oceans Rise
4. Signs
5. White
6. Cynosure
7. Human Nature
8. Acclimation
9. The Spirit Of Nature

DIMMU BORGIR
In Sorti Diaboli
Nuclear Blast – nac.
Ao contrário do Cradle Of Filth, o Dimmu Borgir aposta cada vez num caminho mais brutal. Ainda que orquestrado e sinfônico, a banda jamais repetirá a magia de Enthrone Darkness Triumphant. E embora ainda sinfônico, o DB soa cada vez mais cru e mais Black Metal ríspido, cru e gélido, ou seja, aquele do começo dos anos 80, ainda que, com uma produção límpida e cristalina e uma técnica absurda de seus músicos! O álbum é conceitual e em sua história conta um pouco mais de Baphomet, o Deus cultuado pelos templários e retratado de forma tão equivocada por tantos. Esclarecimento: este Deus é um Deus e não tem nada a ver com Satã nem Lúcifer, que também são duas entidades distintas. Muitas vezes no satanismo, eles põem a cabeça de um bode (Baphomet) dentro de um pentagrama invertido e dizem que essa é a imagem de Lúcifer. Mas Baphomet é uma coisa, Lúcifer é outra e não tem nada a ver com Satanás, que é outra coisa ainda. Esclarecido isso, por que então uma banda satânica e de Black Metal fala de Baphomet? Até porque, os próprios caras do DB dizem que não se limitam ao Black Metal apenas e nem se limitam ao satanismo apenas também! Embora, Baphomet não seja satã e sua esfinge também não seja Satã, é um Deus que lida com o lado obscuro do ser humano também (é um erro dizer que isso é monopólio de Satã). E por que o nome Diaboli no título do disco? Porque, a igreja cristã tinha que arranjar uma imagem para esse tal de diabo que eles tanto falavam, mas ninguém tinha visto ainda, e usaram a figura de Baphomet para dizer que isso era o diabo. Quanta baboseira... Depois quando digo que muitos satanistas baseiam toda a sua crença no cristianismo, tem gente que quer me matar! Pois muitos satanistas consideram tudo o que a igreja católica disse e prega e fazem o inverso, dizendo que o é errado para os cristãos é o certo para os satanistas. Mas quem disse que o que a igreja cristã fala tem fundamento? Quem disse que o que a igreja considera como mal é separado do que eles falam que é o bem? Quem disse que o mal e o bem (se é que existem, pois isso é relativo) são estas coisas faladas pela Igreja? Então, porque tomar como base o que a Igreja fala? Na época da Antiga Religião, não existia divisão entre mal e bem, entre anjos e demônios, entre Deus e o Diabo, entre o lado branco e o preto, pois tudo fazia parte de um todo, tudo era necessário e quem criou o certo e o errado foram as religiões que vieram a posteriore que fizeram essa divisão. “Bem”, esclarecido isso e temos o dever de esclarecer, já que, o que o Dimmu Borgir faz neste disco é contar esse lado da história e levar um pouco mais de informação e cultura á cena Black Metal, mas sem tomar partido de algum lado. Musicalmente, como falamos é um dos discos mais brutais de sua carreira. Os teclados viraram meros ornamentos musicais apenas. Os backing vocals limpos são cada vez mais raros. A bateria é incessante, cheia dos blast beats, as guitarras são densas e cheias e o vocal de Shagrath está cada vez mais insano e gutural, ao seu estilo. Como o disco é conceitual e cada faixa retrata uma capitulo dessa história, por isso todas as faixas começam com a palavra “The” (mais ou menos que nem o Fatal Portrait do King Diamond, que seu único disco conceitual em parte apenas, mas nesta parte, quase todas as faixas começam com The também). Momentos mais calmos apenas na instrumental The Sinister Awakening. Destaques para as demolidoras The Serpentine Offering (que abre este holocausto), The Fundamental Alienation e a entrônica The Invaluable Darkness. Candidato a clássico deste gênero polêmico, mas vibrante que é o Black Metal. JCB – 9,0
CRADLE OF FILTH
Thornography
Black Metal Attack – nac.
Sétimo e novo álbum do Cradle Of Filth. A banda liderada pelo polêmico Dany Filth sempre cultuou o vampirismo e sempre fez, segundo eles mesmos, Black Metal, por também abordarem o satanismo, e alguns elementos musicais seus, cabem dentro do Black. Só que suas orquestrações e melodias, os fizeram serem rotulados como Black Metal Melódico ou Black Metal Sinfônico, junto com o Dimmu Borgir, e gerando assim, uma nova geração de bandas, inspiradas nestas duas. Mas em Thornography, a banda aparece rotulada como Dark Metal por sua gravadora, e ao ouvir o disco, vemos que se encaixa. Ok, os elementos Black ainda se fazem presentes, bem como algumas orquestrações aqui e acolá, só que desta vez mais tímidas. Embora Thornography soe mais acessível, não é comercial. Mas Thornography é mais seco, direto, sem muitas frescuras, com elementos de Thrash e até de Heavy Metal Tradicional. As guitarras entregam de cara por seus riffs mais Heavy. O baixo tem mais espaço, ocupando as camas onde os elementos de orquestra antes apareciam mais. A bateria é reta e longe do peso e brutalidade dos tempos de Nick Barker (que saiu anos atrás, indo para o “rival” Dimmu Borgir e hoje no Testament). Pouquíssimos backings femininos e os vocais de Dani Filth estão mais variados e diversificados. Menos Black, menos gritos, mais urros e mais vocais limpos. Também alguns lugares têm rotulado o COF como Vampyric Gothic e realmente, Thornography tem estes elementos góticos em maior profusão. Faixas menos brutais, mais Heavy e mais bombásticas como Tonight In Flames beiram o Death Metal Melódico, enquanto Cemetery And Sundown, segue mais ou menos a mesma linha, mais gótica e até com uma aura de Gotemburgo no meio. As demais faixas, apresentam este estilo também, mescladas às raízes da banda. The Foetus Of A New Day Kicking é puro Heavy, com passagens mais Thrashy. Já Under Huntress Moon é mais entrônica, imperial e majestosa, ao velho estilo do COF. Apesar da mistureba, Thornography é sim um disco digno do estilo do COF e tem um estilo e um perfir próprio. Quem achava maçante o exagero de elementos melódicos e sinfônicos no passado, vai se deleitar com este CD, quiçá o melhor de sua discografia. Se tens dúvidas, confira você mesmo! Você vai se viciar em Thornography e vai repeti-lo diversas vezes, pois ele gruda em sua cabeça. JCB – 9,5
SATYRICON
Now, Diabolical
Black Metal Attack – nac.
Antes de mais nada, esqueça Nemesis Divina. Este disco, ninguém mais vai fazer, nem o próprio Satyricon. A dupla Satyr (V, G, B) e Frost (D) estava iluminada naquela época (ou melhor, estava nas trevas) quando compôs este clássico. Depois disso, só vieram discos discutíveis, e a banda se redime em Now, Diabolical. Claro, esqueça a sonoridade de Nemesis Divina. A banda faz um Black’n Roll como algumas costumam chamar esse tipo de som, ou Black Metal Rock. Sim, pois é Black Metal. Mas não é majestoso nem pomposo como Dimmu Borguir, Covenant (antigo), Cradle Of Filth ou o Nemesis Divina do próprio Satyricon. Mas também não é aquela tosqueira crua e ríspida. O disco é bem produzido e bem tocado, bem limpo, mas não tão virtuoso nem tão épico. Seus instrumental, ainda mais nas guitarras, beiram o Thrash Metal e algumas passagens raspam no Heavy Metal mesmo. Vocais malignos ao melhor estilo de Satyr, mas não tão guturais nem tão brutais. Destaques para as boas K.I.N.G., The Pentagram Burns, The Rite Of Our Cross, The Darkness Shall Be Eternal e To The Mountains. Até a capa reflete essa simplicidade, sem ser grosseiro. Talvez, o segundo melhor disco da banda. O primeiro, você já sabe qual. JCB – 8,5
VENOM
Metal Black
Dynamo – nac.
O Venom apelou desta vez. Pois chupinhou e parodiou o nome de um artefato sagrado, que batizou um estilo inteiro, que foi o álbum Black Metal. Na capa, eles copiam mais ainda, chega quase a ser um insulto. Enfim, se eles tem o direito de mexer em algo que não lhes pertence mais, mas sim de direito público (é meu amigo, todo clássico é assim), bem como o Helloween fez criando a parte 3 dos Keeper’s, é um ponto a se discutir. Seu antecessor, o excelente e melhor produzido, o poderoso Resurrection, apontaria uma nova direção ao grupo, que retrocedeu. Pois, para manter as raízes do disco Black Metal, este Metal Black também é mais cru e tem uma produção mais rudimentar também. Abrindo com a paulada Antechrist (mais clichê possível), indo para a House Of Pain, lembrando a New Wave Of British Heavy Metal em seus riffs secos de guitarra (vale lembrar que, antes de inventarem o rótulo Black Metal, o Venom já fazia parte da NWOBHM, junto com Iron Maiden, Saxon, Def Leppard entre centenas de outras). Regé Satanas poderia estar em Resurrection, pois é cheiona, densa, grave, pesadona, rápida e enfim, fudida! A Good Day To Die também vai nessa toada Lucifer Rising quer resgatar suas raízes, para a pancadaria comer solta e, Blessed Dead, também é mais atual, maravilhosa e tétrica, assim como Sleep When I’m Dead. Momentos lembrando a NWOBHM voltam em Maleficarum. Vale lembrar que, apesar da banda ter feito parte deste movimento do final dos 70’s e começo dos 80’s, a banda tinha todos estes elementos do Heavy inglês da época sim senhor, mas era mal tocado, tosco, mal produzido e grosseiro, e assim, surgiu musicalmente o Black Metal (além de ser o nome de um disco do Venom, como já falado), que foi se transformando ao longo do tempo. Encerrando, a faixa-título, que com certeza, não vai batizar mais nenhum estilo. Enfim, não é o melhor disco do Venom e não tem (ainda) a história e importância de Black Metal, mas Metal Black é um dos melhores discos que Cronos já fez em sua vida toda até hoje. JCB – 9,0

DARKTHRONE
The Cult Is Alive/Too Old, Too Cold EP
Black Metal Attack – nac.
Este é o mais esperado e aclamado novo disco da banda. The Cult Is Alive é décimo segundo álbum dos suecos do Darkthrone. Eles fazem o que se chama de Grim Old School Black Metal, ou seja, Black na mais pura acepção da palavra. Cru, gélido, ríspido, maligno, mal, impiedoso. Apesar da produção boa, mas tenta transparecer sujeira e crueza no bojo da audição de todos os instrumentos, ainda tem um pique anos 80, meio rápido, um quê longínquo de Punk e Thrash além do Heavy, mas ainda assim totalmente extremo. Isso faz o diferencial deles. A banda, bem como outras, também vem sendo selecionadas no hall do Dark Metal, afinal, apesar de tudo já citado, sua música é ultra-sombria e obscura, coisa que nem sempre todas as bandas de Black costuma soar, geralmente privilegiando peso e a porradaria, do que o clima atmosférico das músicas. Em The Cult Is Alive, as músicas soltam o pé do acelerador um pouco, colocando mais cadencia nas harmonias. The Cult Is Alive é um digno sucessor de Sardonic Wrath e está no nível dos clássicos como A Blaze In The Northern Sky e Under A Funeral Moon. Destaques para The Cult Of Goliath, Too Old, Too Cold, Atomic Coming, Tyster På Gud e Underdogs And Overlords. A edição nacional, além da bela embalagem slipcase, é duplo! O CD2 é o EP Too Old, Too Cold (que presentão hein?), com as grandes faixas High On Cold War, Love In A Void, Graveyard Slut e a Too Old, Too Cold, que intitula o EP e também consta em The Cult Is Alive. Quer mais? Só falta adquirir o seu! PR – 9,0


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