DARK AGE
Acedia AFM/Laser Company – nac. Mais uma banda no clarão do Melodic Death Metal, com passagens que flertam com o Gothic e Industrial. O álbum com uma produção moderna e digital, muito modernosa para uns, lembrando algo de qualquer coisa Core que se tenha feito ultimamente (Metalcore, Thrashcore, Deathcore). Fica cada vez mais difícil classificar algumas bandas hoje em dia. Mas o Dark Age vem naquela linha de In Flames atual, mais Soilwork, Darkane, Susperia e por aí vai, com groove, batidas Industriais e muita brutalidade, isso som, aliadas a muita melodia e melancolia. Vocais, ora limpos, ora agressivos. Sim, a sensação de deja vu é iminente, quantas resenhas você já leu por aí falando isso de quantas bandas? Aquela mesma fórmula, a musica começa rápida, dá uma amainada, depois vem com peso e gritaria no refrão. Solos de guitarra, não vão te conquistar, pois não são a prioridade aqui. Acedia foi produzido por Eike Ø. Freese no Eikey Studio. A capa foi feita por Niklas Sundin (Dark Tranquillity). Destaques para Zeitgeist (Ghost In A Machine), Underneath These Burdens, Kingdom Nevercome e Devote Yourself To Nothing. Apesar de mais do mesmo, se você é fã do gênero, tem às suas mãos, um dos melhores discos do estilo. RC – 8,0 Faixas: |
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DIE APOKALYPTISCHEN REITER
Licht Paranoid – nac. Uma banda esquisita e até exótica. Os alemães do Die Apokalyptischen Reiter lançam um disco que é a despedida do guitarrista Pitrone, que gravou o disco e saiu. A banda já tem uma década e meia de existência, sempre colocando vários estilos em seu Metal extremo. Death, Black, Thrash, Hardcore, Heavy, Folk, Pagan, Prog e até Industrial. O caos predomina e o peso e brutalidade, numa das experiências mais ecléticas e misturadas de todos os tempos! Isso, afasta muitos fãs mais ortodoxos e pragmáticos, mas sempre tem um pessoal cabeça aberta e ouvido aberto. Apesar de ser denso, sombrio e algo melancólico, a maioria das músicas são rápidas e sugerem festa. A língua cantada é a nativa, o alemão, o que afasta mais pessoas e as que atraem, indubitavelmente são fãs de bandas que cantam em germânico, ou seja, Rammstein e Lacrimosa (que são das mais conhecidas por aqui). Também há algo destas bandas, pela fonética de se cantar, não tem como dizer que não, ainda que o DAR seja contemporâneo destas bandas. Licht é dramatico, brutal, divertido e até algo dançante. E acima de tudo, preconceituosos, Licht é Metal! Mais Metal que muita banda que se veste e tem a estética como tal, mas que no fundo, não são reais nem verdadeiros. RC – 7,0 Faixas |
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NECROPHOBIC
Death To All Paranoid – nac. Os suecos da Necrophobic lançam mais um trabalho, seu sexto álbum de estúdio, Death To All. A banda já está na cena há muito tempo e ainda não teve reconhecimento merecido ainda que venha Suécia, que como disse acima, o país lidera a cena Black Mundial. Talvez pelo fato da banda não ser nem Death nem Black, tenha prejudicado uma maior projeção da horda. Mas se a proposta dos caras é esta, fazer o que? Sabe aquela sensação de “ser Death demais para quem curte Black” ou “ser Black demais para quem curte Death”? Já perceberam que as bandas que mais fazem sucesso, são as de Death ou de Black? As que são Death/Black não emplacam? Preconceito? Ou hoje, com tantas bandas, o consumidor tem o direito de escolhe e se o cara gosta de Black, ele quer ouvir Black e o mesmo vale para o Death? Eu sou desse time, mas tem bandas, como o Necrophobic é das poucas exceções e tem um jeito de fazer Extreme Metal que vai agradar em cheio os brasileiros. Tobias Sidegård é um versátil vocalista, tantos nos urros, como no gutural, ou nos graves. Um monstro! Falta a banda tocar no Brasil abrindo para uma banda conhecida para se popularizar mais por aqui. Ainda, a dupla de guitarristas Johan Bergebäck e Sebastian Ramstedt são das melhores de todo o Metal extremo. Há passagens épicas e melancólicas, com algo de coros, lembrando as bandas gregas com aquele jeitão deles. Destaques para as épicas faixa-título e Revelation 666 e a da velha guarda The Tower. A banda tem duas décadas e passou da hora de você conhecê-la curti-la e comprá-la! RC – 8,5 Faixas |
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NILE
Those Whom The Gods Detest Paranoid – nac. Os Deuses do Egito estão em festa! O Nile solta sue novo petardo, conseguindo ao mesmo tempo, soar mais épico e melódico, mas ainda mais brutal o mesmo tempo! Those Whom the Gods Detest tem produção assinada por Neil Kernon, que já trabalhou com Cannibal Corpse, Nevermore e Queensrÿche, e o disco saiu quase que simultaneamente no Brasil, via Paranoid Records. Sim, muitas bandas da Nuclear Blast que não são lançadas no Brasil pela NB Brasil, são licenciados pela Paranoid. Sorte nossa! A imagem da capa do álbum foi criada por Michal ‘Xaay’ Loranc, o mesmo artista que fez a capa do segundo álbum solo do guitarrista do Nile, Karl Sanders, o apoteótico e mais épico ainda Saurian Exorcisms. “Aqueles Quem os Deuses Detestam”, uma tradução literal para o título do disco, a pancadaria começa com Kafir! e toda a sua simbologia e toda a agressão dos “famigerados” blastbeats a cargo de George Kollias. Sim, acho que o cara consegue ser mais brutal e rápido que o nosso Max Kolesne do nosso Krisiun. Repare os bumbos incessantes, alternando com viradas irredutíveis e dá a impressão que o cara faz isso com a mesma naturalidade de tomar um café. É impressionante. Onde estes bateristas vão passar? É desumano, é coisa de outro mundo, sobrenatural! O Nile é quase que um Dream Team, pois o seu mentor Karl Sanders não fica atrás. Alem de ser um gênio, para maquinar toda a concepção do Nile, talento para transformar em musica todas as suas historias do Egito e conseguir passar o clima de lá (sim, você ouve e se sente no lugar da história), o cara urra como uma múmia ávida por pegar o primeiro que ver na frente que a acordou do descanso eterno! Variações? Nem precisamos dizer sobre, fique tranqüilo, estamos falando de Nile, uma banda que prima por nunca fazer dois discos iguais, tampouco se repetir dentro do mesmo álbum. É impressionante. Quando você resenha um disco de Metal Extremo, 19 entre 20 bandas ficam previsíveis. Você ouve três faixas, e na maioria dos casos, já sabe como vai começar a próxima, depois da primeira estrofe, como vai ser o refrão, como será a melodia do solo. Sim, hoje em dia está assim e o Metal extremo está perigosamente perto de morrer em termos de criatividade. 19 entre 20 discos são assim, pois esse 1 que não é repetitivo, um deles é o Nile. Seu ouvido se acostuma e acha que a próxima faixa será de um jeito e vem Karl Sanders e faz exatamente o contrário! É um gênio! Escute você mesmo e tire suas próprias conclusões. Mas a dica fica para Permitting The Noble Dead To Descend To The Underworld, 4th Arra Of Dagon e Yezd Desert Ghul Ritual In The Abandoned Towers Of Silence, além da faixa-título. RC – 9,5 Faixas: |
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HYPOCRISY
A Taste Of Extreme Divinity Nuclear Blast – nac. Estamos as voltas com mais um novo disco do Hypocrisy. E pensar que seu líder, Peter Tägtgren, pensou farisaicamente em um dia cogitar a hipótese de acabar com a banda, para se dedicar exclusivamente às produções. Vale lembrar, que Peter Tägtgren é dono do estúdio Abyss e ele é o maior produtor do Metal extremo em geral. De tantas produções e tanto trabalho em seu estúdio, ter também por isso dar mais dinheiro do que a banda em sim, ele surtou no fim dos 90’s e quis acabar com o grupo, voltando atrás logo em seguida. Cabe lembrar que metade dos melhores discos de Death e Black Metal das duas últimas décadas foram produzidos por ele. O cara é foda! Pois além de grande produtor, ele sabe tirar o melhor som das bandas que trabalhou, sem influenciá-las a soar como o Hypocrisy. E mesmo com tantas bandas modernas, a sua própria banda nunca deixou sua sonoridade tradicional, aquele Death metal de Gotemburgo. As estas alturas do campeonato, mesmo bandas suecas que não sejam desta cidade, acabam tendo esta sonoridade maravilhosa. Sim, aquele Death Metal seco, melódico (sem ser o Melodic Death), melancólico, com andamentos ora ultra velozes, ora mais cadenciados, com riffs tétricos e hipnóticos. Musicalmente, a banda não apresenta nenhuma inovação aqui, e que bom por isso! Temos mais uma dezena de boas canções nesta linhagem, nunca cena um tanto desgastada e infestada por Technical, Brutal e não sei mais o que (agora anda ficando Prog também). Nenhuma faixa de destaque em especial, NENHUMA. Pois todas, repito, TODAS são clássicas! Ao vivo, essas faixas serão porradaria certa! Vale lembrar que as letras do Hypocrisy quase sempre são sobre assuntos alienígenas, lhes rendendo muitas vezes o rótulo de Ufo Metal (a primeira banda que vem a cabeça quando se fala em OVNI’s é o Hypocrisy, depois, a segunda o Genocídio). Valley Of The Damned é bem melódica, enquanto Hang Him High lembra bandas mais modernas de Modern Thrash ou sei lá o que, bem dissonante. Solar Empire é épica, assim como sua letra, já Weed Out The Week é das mais agressivas e brutais, sem deixar de lado a sonoridade característica. O que mata no Hypocrisy, é isso, passagens brutais e na velocidade da luz, quando de repente, tudo para e vem um solo na manha, pra vir outra velocidade depois. São estas mudanças de andamento que fazem desta uma banda especial, o que falta aos grupos de hoje, em que as suas faixas não tem variação alguma. E as guitarras dobradas? Ainda em Weed Out The Weak, a gente percebe algo de Iron Maiden ou Judas Priest, nestas guitarras dobradas. No Tomorrow lembra muito do Metal alemão, mas claro, dentro da roupagem Death Metal. Perceba que as influências são sempre tradicionais e aqui é mais um tema épico, com riffs que parecem terem sido compostos na Ionosfera ou na Estratosfera mesmo. Global Domination é seca e mais um tema tradicional do grupo e grandioso. Grandioso é o começo da faixa-título, épico mesmo (me arrisco a dizer ser este o álbum mais épico do grupo), pra descambar para a violência depois, onde você imagina muitas rodas de pogo sendo abertas nos shows, alem de stage divings e mosh’s. The Quest é sinistra e cheia de suspense, lenta e macabra. Tamed "Filled With Fear" é uma as melhores faixas, onde Peter junta todas as passagens acima citadas, sem soar descaracterizada. O cara é um gênio! E os riffs de Sky Is Falling Down? De onde Peter tirou tudo isso? As vezes da a impressão de que ele compõe quando é abduzido, pois a inspiração que ele trás não é desse mundo! Um dos discos do ano sem dúvida! JCB – 9,5 Faixas: |
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BELPHEGOR
Walpurgis Rites - Hexenwahn Nuclear Blast – nac. A banda Austríaca de Blackened Death Metal Belphegor acaba de lançar o seu oitavo álbum, Walpurgis Rites – Hexenwahn. Sim, existe Black Metal na Áustria, e sim, existe Blackened Metal, uma variação do Black, geralmente associada quando este se funde com o Death Metal, como é o caso aqui. O sucessor de Bondage Goat Zombie, que saiu no Brasil pela Paranoid Records, diga-se de passagem: os caras da Paranoid trabalharam tão bem em alguns títulos que eles licenciaram da Nuclear Blast, que agora a própria quis lançá-los aqui no Brasil. Ambos estão no mesmo nível de qualidade, e quem comprou o antecessor, por comprar este e vice-versa. Walpurgis Rites – Hexenwahn foi gravado no Stage One Studios, estúdio do Andy Classen (que já trabalho com nomes como Legion Of The Damned, Dew-Scented e Asphyx), na cidade de Kassel, na Alemanha. A banda vem mais demoníaca, fazendo jus ao seu nome. Andy que produziu o antecessor de 2008, Bondage Goat Zombie e o de 2006 Pestapokalypse VI, fez a diferença também, extraindo o máximo da brutalidade da banda, em forma nítida, cristalina, nunca seu som soando embolado. A dupla composta pelo líder absoluto Helmut, também vocalista e guitarrista, ao lado do seu fiel companheiro, o baixista Serpenth, cria uma química maléfica e maldosa. As músicas são muito variadas, embora brutais e muito técnicas, contando com passagens de canto lírico, além das harmonias dissonantes. Destaques para Veneratio Diaboli - I Am Sin, Enthralled Toxic Sabbath e The Crosses Made Of Bone. RC – 8,0 Faixas: |
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BEHEMOTH Evangelion Nuclear Blast – nac. Inspirando-se na criatura bíblica fantástica da qual pegaram emprestado o nome, a banda lança este ano o sucessor de The Apostasy de 2007, e são poucas bandas que conseguem passar uma atmosfera demoníaca quanto estes poloneses do Behemoth. Nergal, o líder, mais uma vez põe sua alma negra a serviço do Metal, com seu vocal grave e inconfundível. As guitarras podem soar estranhas aos incautos, com pitorescas escalas orientais, dando uma outra dimensão á sua música, ainda que não seja exatamente épico, mais a bateria de Inferno, naquele estilo “metranca” (metralhadora) como acostumamos chamar aqui no Brasil. A horda sempre primou pela enorme quantidade de simbolismos presentes na banda. Evangelion, refere-se a palavra grega que deu origem a palavra "Evangelho" e significa a disseminação da palavra de Deus. A capa representa a Babilônia, prostituta descrita no Novo Testamento assentada sobre a besta de sete cabeças, com santos prostrados diante dela. Babilonia na Bíblia tem uma conotação de representar o Mal, sendo assim uma das formas do Anticristo, representando a luxúria, a decadência da humanidade, os excessos e outras formas de vicissitudes terrenas. Nergal afirma que Babilonia representa, na visão dele, um símbolo de "rebelião e resistência contra Deus" em seu contexto bíblico. Em suma, Evangelion é a versão do Behemoth para a "revelação de Deus". E musicalmente? Bem, aquele meio fio entre o Death e o Black Metal, ou os dois juntos. Ambos estilos se alternam entre as faixas. Destaques para Daimonos, Transmigrating Beyond Realms Ov Amenti, Defiling Morality Ov Black God e a “simplesmente” intitulada Lucifer. PR – 8,0 Faixas: 01. Daimonos 05:19 02. Shemaforash 03:56 03. Ov Fire and the Void 04:29 04. Transmigrating Beyond Realms Ov Amenti 03:27 05. He Who Breeds Pestilence 05:52 06. The Seed Ov I 04:53 07. Alas, Lord Is Upon Me 03:15 08. Defiling Morality Ov Black God 02:49 09. Lucifer 08:13 |
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DEEP VEIN
Symbols For The Dead Genocide – nac. Esta horda francesa Deep Vein, formada em 2001 e atualmente conta com a seguinte formação: Mr D (vocais), Jim (guitarras), Gran (guitarras), Barfight) Djé (baixo), Cyril (bateria). Ótima iniciativa da gravadora Genocide. De lançar uma banda Underground, obscura até, da França aqui no Brasil. Foi-se o tempo em que várias gravadoras lançavam materiais em profusão e em tempo simultâneo aqui no Brasil. Por isso, colecionadores, ávidos por comprar CDs de verdade, que antes compravam Cds nacionais, de 10 a 12 por mês, agora não têm mais do que dois lançamentos a cada 30 dias. Vamos apoiar a iniciativa da Genocide! Possuindo duas demos e dois splits em sua discografia o Deep Vein tem seu primeiro álbum Symbols For The Dead lançado aqui. O álbum é composto por oito sons, de puro Death Metal. As vezes Brutal, as vezes técnico, as vezes tétrico, e embora não seja nada inovador, são músicas bem distintas entre si, sendo agradável sua audição. As letras e as músicas fazem referências a filmes de terror! Excelente! Não perca mais tempo e compre o seu, pois quando acabar, acabou! RC – 8,0 Faixas: |
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BENEDICTION Killing Music Paranoid – nac. Cá estamos com mais um petardo dos ingleses do Benediction. Muitos fãs, e até alguns jornalistas, confundem e dizem que a banda é da Suécia de Gotemburgo, mas não é. Ela foi formada na mesma época que os baluartes nórdicos, e muito antes até de alguns nomes famosos de lá e ajudou a influenciar a cena de lá. Seu Death Metal, e brutal, mas não “Brutal Death” como muitas bandas fazem hoje. Eles ainda apostam na sonoridade Old School, mas sem soar datado. É técnico, mas sem ser Technical e também é rápido, mas sem apostar corrida como muitas bandas de hoje em dia. Ou seja, é Death Metal na pura concepção da palavra. Além de ser uma das mais criativas, pois aposta em mudanças de sonoridades, andamentos e timbres numa mesma faixa (ao contrário de 90% das bandas de hoje, que fazem a mesma música do começo ao fim do CD), o Benê (como é carinhosamente chamado por seus fãs brasileiros) possui riffs cortantes e secos, além de uma atmosfera naturalmente sombria. Pudera, a banda surgiu em 1989 em Birmingham, cidade industrial da Inglaterra, que revelou ao mundo dezenas de bandas de Metal, sendo o seu mais ilustre ícone, o Black Sabbath. Apesar dessa fórmula encantar muitos fãs ao redor do mundo, eles acabaram sendo mais um sucesso de crítica do que de público de uma década para cá, pois a molecada dos anos 90 em diante, curtiram mais a “moda” Brutal Technical. Depois de um hiato de oito anos, desde o lançamento do último de estúdio Organised Chaos de 2001, Killing Music, faz jus ao nome e saiu em 2008 lá fora e no final do mesmo ano no Brasil via Paranoid Records. Killing Music condensou quase uma década de porradaria, valeu a espera! Não troco Killing Music por qualquer disco de outra banda de Death Metal que tenha saído nestes setes longínquos anos! Precedida da Intro, é The Grey Man quem abre o disco num Death Metal visceral, brutal, técnico e rápido sem precedentes e sem os exageros das demais bandas atuais do estilo, além de dar aquelas paradinhas mortais e alternâncias na cadência, com momentos lentos no refrão em poucos segundos, para voltar ao ataque na seqüência. Apesar de ter muito groove e uma afinação que sugere ser mais grave, é Old School na veia! Quase que emendada, vem Controlopolis (Rats In The Mask), com seus riffs macabros e os vocais funestos e inconfundíveis de Dave Hunt, característica marcante da banda e do estilo, já que, apesar de gutural, você entende tudo o que ele canta! A faixa-título é Death Tradicional, com guitarras amargas nos riffs e aquela pegada Thrash na bateria, demais! Na seqüência, vem a destruidora They Must Die Screaming, com uma das guitarras mais inspiradas nos últimos tempos. Afinal, inspiração e talento é fácil perceber quem tem: se você ouve uma música e pelo menos algo dela fique na sua cabeça por um tempo, como as guitarras e os refrãos de quase todo o disco, é sinal que os caras são bons! Meio que emendada de novo (no disco a maioria das faixas são nesse esquema) Dripping With Disgust, mais cadenciada e sombria, para dar um pequeno fôlego. Mesmo assim, as guitarras da dupla Darren Brookes e Peter Rew promovem uma sonoridade independente, e claro, no meio pra frente, vem a porradaria da bateria de Nicholas Barker (ex-Cradle Of Filth, Dimmu Borgir, Testament, Old Man’s Child, Brujeria, Lock Up, entre outros), que gravou o disco, dando uma sonoridade mais certeira e precisa ao instrumento e à música. Emendada (mais uma vez, que nem em shows ao vivo), Wrath And Regret, mais uma tradicional da banda. Aliás, por falar em ao vivo, dá a impressão que o disco foi gravado “ao vivo”, ou seja, com todos os instrumentos juntos. Com certeza não foi, mas aqueles buracos e aquele som artificial certinho demais e separado das gravações tradicionais e digitais passam longe daqui, pois Killing Music soa orgânico. Cara, vou falar todas as faixas desse jeito, então, apenas cito que a versão nacional vem com 4 faixas bônus, para deixar ainda melhor o combo de Killing Music e citar que sem dúvida, este é o melhor disco de Death Metal de 2008! JCB – 9,5 Faixas: 1. Intro 2. The Grey Man 3. Controlopolis (Rats in the Mask) 4. Killing Music 5. They Must Die Screaming 6. Dripping with Disgust 7. Wrath and Regret 8. As Her Skin Weeps 9. Cold, Deathless, Unrepentant 10. Immaculate Façade 11. Burying the Hatchet 12. Beg, You Dogs Bonus Tracks: 13. Betrayer 14. They Bleed 15. Seeing Through My Eyes (Broken Bones Cover) 16. Largactyl (Amebix Cover) |
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ALL SHALL PERISH Awaken The Dreamers Paranoid – nac. Antes de mais nada, vale uma informação que muitos bangers possam não saber. A Nuclear Blast, gigante alemã no Heavy Metal, tem escritório no Brasil e lança muita coisa aqui, mas não tudo. Eles lançam mais o supra-sumo, o que vende mais ou é mais comercial. As bandas médias, não têm sido lançadas por eles. Com isso, eles licenciam para outras gravadoras que tenham interesse em fazê-lo. E a Paranoid está pré-enchendo (acho que é assim que se escreva com a nova Língua Portuguesa, agora unificada) essa lacuna e um destes artefatos é Awaken The Dreamers, terceiro álbum dos All Shall Perish. Eles executam Death Metal com destreza, de forma Brutal e Técnica, mas com sonoridade moderna. Novos elementos além da velocidade e brutalidade de sua música, solos de guitarras e linhas vocais melódicas, alternando com Old School. Claro, eles têm os dois pés fincados no Metalcore e Deathcore e essa á uma mudança no selo Paranoid, que antes só trabalhavam com Black Metal, e agora, com quase todos os estilos mais agressivos do Metal. Apear do ASP ser da Califórnia, sua música não tem nada de alegre nem de “California Dream. A virtuose deixa a sua música mais intrincada e mais segmentada para o pessoal antenado com esta tendência, além da produção acompanhar esse tipo de som. O vocalista Hernan Hermida alterna, com talento, desde momentos mais agudos até os guturais como poucos no Metal hoje em dia. Black Gold Reign chega a arrepiar com sua agressividade e impacto. Já em Memories Of A Glass Sanctuary, é um momento até belo, dentro desse tipo de música, com Herna cantando de forma limpa, mais uma surpresa no eclético e diversificado Awaken The Dreamers. E uma banda desta começa a ser uma das responsáveis por derrubar as barreiras e divisores de águas dentro da cena, onde uma parte só curte o que é Tradicional e a outra só o que é Moderno. Ainda estou no lado do muro do tradicionalismo, mas discos como esse, não nos deixam impunes ao som dos ASP! RC – 8,0 Faixas: 1. When Life Meant More... 2. Black Gold Reign 3. Never...Again 4. The Ones We Left Behind 5. Awaken the Dreamers 6. Memories of a Glass Sanctuary 7. Stabbing to Purge Dissimulation 8. Gagged, Bound, Shelved and Forgotten 9. Until the End 10. From So Far Away 11. Misery s Introduction 12. Songs for the Damned |
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FEAR MY THOUGHTS Isolation Paranoid – nac. Bandas que vinham de uma sonoridade mais Tradicional, estão aderindo á tendência de se modernizar e flertar com outros estilos. A fórmula por muitos é considerada a mais correta para assegurar uma carreira duradoura, pois com uma reinvenção de si mesmos, atendem ao progresso dos novos tempos, fazendo ainda, experimentação constantes. Para os alemães do Fear My Thoughts esse princípio sempre foi segudi, já que nunca lançaram dois discos iguais, o inverso de bandas como Cannibal Corpse, que há duas décadas quase, fazem o mesmo disco sempre. Depois de um ótimo álbum como Vulcanus, orientado para o Death Metal melódico, sem ser “alegre” como In Flames e Children Of Bodom. E o grupo parece que sempre faz um disco, dando uma pista de qual caminho traçará no próximo. Aqui, ainda, como tem virado tendência, o Death Metal flerta com o Progressivo (culpa dos Opeth!). Momentos melódicos ficam ainda mais melódicos e momentos agressivos, ficam ainda mais agressivos. E as vezes, o contrário. Graças à Paranoid, este disco saiu no Brasil, pois a banda é da Century Media e como a mesma se retirou do Brasil há alguns anos, ficamos órfãos. Alguns desses discos têm saído pela Paranoid e pouca coisa por outros selos menores e com isso, estamos perdendo muitos lançamentos de ponta aqui! Enquanto isso, curta Isolation que, apesar de ser um disco de difícil assimilação, por isso mesmo, você tem que ouvi-lo várias vezes para entender e a cada audição, você curtirá ainda mais! A versão nacional vem com uma faixa bônus. RC – 8,0 Faixas: 1. Isolation 2. The Blind Walk Over the Edge 3. The Hunted 4. Numbered by the Beast 5. Bound and Weakened 6. Through the Eyes of God 7. Death Chamber 8. Pitch Black 9. Creeping Lord 10. Dumb, Deaf and Blinded Bonus Track: 11. Burning the Lamb / The Sacrifice |
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HELLHAMMER Demon Entrails Paranoid Records – nac. Lançado em 2008, este Demon Entrails lançado lá fora pela Century Media e agora pela Paranoid no Brasil, é o primeiro lançamento oficial das lendárias demos: Death Fiend/Triumph of Death e Satanic Rites desde suas versões em cassete de 1983. Isso mesmo, os primórdios da banda, os primórdios do Death Metal! As primeiras criações estavam aqui! Sim, pois se depois do Hellhammer acabar, ou na verdade, mudar de nome para Celtic Frost, este foi muito mais bem sucedido, lançou muito mais discos e foi um dos pioneiros do Black Metal, o Hellhammer foi um dos precursores do Death Metal. Gênio esse tal de Tom Warrior, ou Thomas Gabriel Fischer, seu nome de nascença e adotado depois, hein? Pois é, e esses primórdios até que enfim saem da penumbra e das trevas para ver a luz da noite através de Demon Entrails, que ganha uma luxuosa versão em digipack duplo! Veja no track list da data das gravações destes clássicos! Eu que mal tinha nove anos na época e estava na quarta série do primário e estes caras estavam proliferando o mal na gélida Suíça. Aliás, eles foram uma das poucas bandas de expressão de seu país. Claro, a música na época era brutal, tosca, mal tocada, mal produzida, e foi aí que deu o charme e que fez tornar o Death Metal tão especial, assim como o Black Metal. O tempo passou e ao longo do tempo, tantos os pioneiros e baluartes dos dois estilos aprenderam a tocar, a compor e a produzir. E hoje, tanto no Death como no Black, só podem tocar um dos dois se realmente souber tocar (e muito) e só podem lançar discos se estes forem bem produzidos. Seja bandas veteranos ou seja bandas novas. Vemos muito moleque de 15 anos tocando absurdos e fazendo Death Metal! E aí, com essa evolução... Perdeu a graça! Ficou tudo igual e nada mais inova. Pois ganhou-se em técnica e tecnologia na produção, mas perdeu a paixão, o espírito e o feeling dos anos 80 e até algo dos anos 90. Aqui, você vai voltar no tempo e se deliciar, além de se questionar como com poucos recursos e poucos acordes, conseguiam fazer aquela barulheira fazer sentido, criando musicalidade sombria? Isso era Death Metal! E também isso era Black Metal, e não um monte de poser com sobretudos caríssimos, visuais patrocinados por lojas de moda “dita roqueira ou headbanguer” como temos hoje. Nestas demos tivemos os préstimos de Thomas Gabriel Fischer, depois Tom Gabriel Warrior, ou só Tom Warrior (na época das demos “Satanic Slaughter” nos vocais e guitarras, mais seu inseparável companheiro (até romperem de novo esse ano) Martin Eric Ain “Slayed Necros” no baixo e uma infinidade de bateristas que ficavam pouco mais de um mês no cargo. E claro, as faixas receberam um tratamento digital, dando uma remasterizada e uma “melhorada” nas faixas. Mas e a sua crueza e até ingenuidade que são a graça do negócio. Obrigatório! Ah, e Blackmetaller ou Deathmetaller que se preze é aquele que suporta a cena, seja as bandas ou os selos, comprando material, apoiando, colecionando e eternizando estas relíquias. Fazer download é coisa de forrozeiro e funkeiro, ou seja, gente sem cultura e sem interessada continuidade de nada. Se você “baixar” Demon Entrails, caia fora da cena, alias, você nunca fez parte dela, seu parasite! RC – 10 CD 1: Satanic Rites Demo, December 2/3/4/7, 1983: 1. Intro 2. Messiah 3. The Third of the Storms (Evoked Damnation) 4. Buried and Forgotten 5. Maniac (Re-Recorded Version) 6. Eurynomos 7. Triumph of Death (Re-Recorded Version) 8. Revelations of Doom 9. Reaper (Re-Recorded Version) 10. Satanic Rites 11. Crucifixion (Re-Recorded Version) 12. Outro CD 2: Death Fiend and Triumph or Death Demos, June: 10/11, 1983 1. Crucifixion 2. Maniac 3. (Execution) When Hell s Near 4. Decapitator 5. Blood Insanity 6. Power of Satan 7. Reaper 8. Death Fiend 9. Triumph of Death 10. Metallic Storm 11. Ready for Slaughter 12. Dark Warriors 13. Hammerhead 14. Angel of Destruction 15. Bloody Pussies 16. Chainsaw 17. Sweet Torment |
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SCAR SYMMETRY Holographic Universe Paranoid Records – nac. Este é o terceiro álbum dos suecos do Scar Symmetry. A banda foi considerada a “queridinha” da imprensa européia. Aqui no Brasil já tiveram discos lançados pela Nuclear Blast, sua gravadora matriz e agora, acertadamente, a Paranoid Records licencia para nosso território (já que a NB não demonstrou interesse em lançar ele por aqui). Esta atitude da Paranoid é interessante e louvável, já que, apesar da gravadora sempre ter sido especializada em Black Metal, agora ela lança bandas de estilos distintos, ainda que dentro do Metal Extremo, como o Melodic Death Metal, como é o caso aqui. Aliás, eles mesclam a melodia do Death Metal de seu país, chegando até a remeter algo à sonoridade de Gotemburgo, ainda que bem econômica, com as nuances do Prog Metal. Caso você ainda não conheça o Scar Symmetry, deve pensar: “são da Suécia, fazem Melodic Death mesclado com Prog, então, devem soar parecidos com seus compatriotas do Opeth”. Se você pensa assim, está errado. Pois apesar das referências serem as mesmas, a sonoridade é distinta. O Opeth nos momentos mais agressivos, beira o Black, aqui, o SS não passa do Death. O Death Melódico aqui tem muita pegada de Thrash Metal, desde o Old School até o mais moderno com mais groove. E as variações Prog são mais para o Prog Metal, enquanto o Opeth pende mais para o Progressive Rock. Em alguns momentos mais melódicos, virtuosos e Progressistas (dá pra usar esse tema na música, sem ser na política?), eles estão mais para a explosão do Symphony-X, por exemplo, enquanto o Opeth “apela” e parte para o lado mais Pink Floyd do estilo, além de apostar em músicas longas, quase intermináveis, o que não ocorre aqui. Acho necessária essa “descomparação” já que, o Opeth é considerado um marco nesse estilo e qualquer banda que uma o extremo com o lado mais técnico, as comparações serão inevitáveis. Que bom que o SS parte para outra seara, que deve ser mais desbravada em nossas paragens, e também, nessa introdução, descrevemos um pouco sua música. A faixa Timewave Zero é ultra-acessível, mas fique tranqüilo (a), pois não é nada comercial como os Rockinhos de hoje. Claro que a virtuose é uma característica da banda, mas sempre dosada e feita para “fazer” música, e para “ser” música, se é que me entende. Outros destaques urgentes são Quantumleaper, Prism And Gate, Morphogenesis e Holographic Universe, a faixa. Aliás, a trinca que abre o disco, Morphogenesis, Timewave Zero e Quantumleaper é de matar, e responde pelo momento mais alto do disco. E não há como ficar imune ai trabalho vocal de Christian Älvestam. O cara é “o” cara em termos de vocalizações, variações e força! Recomendo com louvor! RC – 9,0 Track List: 1. Morphogenesis 2. Timewave Zero 3. Quantumleaper 4. Artificial Sun Projection 5. The Missing Coordinates 6. Ghost Prototype I (Measurement of Thought) 7. Fear Catalyst 8. Trapezoid 9. Prism and Gate 10. Holographic Universe 11. The Three-Dimensional Shadow 12. Ghost Prototype II (Deus Ex Machina) |
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KATAKLYSM
Prevail Nuclear Blast – nac. Aqui temos o quinto álbum dos Kataklysm. Não poderia ter um nome que justificasse mais o som de uma banda, pois eles formam um verdadeiro cataclismo sonoro. Prevail segue a mesma linha do tenebroso e mortífero In The Arms Of Devastation, pois ambos contém os mesmos riffs de melodias sombrias, urros e mais urros, numa aula de brutalidade extrema, com adjacida de um instrumental ultra-técnico. A bateria de Max Duhamel e os seus blastbeatings é avassaladora, inconteste e incontinenti. Soa dez faixas de puras passagens esmaga-crânios, desta feita, com muito mais solos de guitarras, mostrando que os caras sabem tocar e muito! A banda canadense mais uma vez orgulha seu país, que gerou poucos, mas apaixonantes formações extremas. Podemos sentir vários riffs Thrash Metal inspirados nos de Jeff Waters, do patrício Annihilator. A guitarra de Jean-Francois Dagenais é responsável por estes dois atos, solos técnicos e riffs ganchudos. Mas sua música venal é Death Metal Old School, e o que os diferencia são justamente a inspiração e métrica dos solos e a rifferama calcada no Thrash 80’s. O vocalista Maurizio Iacono tem vocais regurgitivos, asquerosos e brutais, e mostrando como dentro deste específico tipo de cantar, pode ter várias nuances e dimensões, sendo um dos mais versáteis vocalistas do gênero. Completando, o baixo de Stephane Barbe pulsa e segura a bronca de toda essa massa sonora hedionda. Impossível destacar alguma faixa, pois quando você se atenta a alguma, tentando entender o que houve e anotar a placa do caminhão que te atropelou, vem outra logo em seguida. Sem respiro, sem descanso, sem piedade alguma. E sem frescuras melódicas nem invencionices Metalcorianas. É puro Death Metal. Fico indignado, como muitos jornalistas e revistas, quando falam de Death Metal, se referem às mesmas bandas de sempre (Cannibal Corpse, Hate Eternal, Deicide, Morbid Angel, Krisiun, entre tantos) e esquecem de mencionar o Kataclysm como um dos melhores e influentes inclusive, além de não se repetirem como as bandas citadas e as que as copiam. Matador. DVD: já no DVD eles inovam e fazem algo pelos fãs literalmente! O DVD contém um show on-line, gravado em um estúdio com um pequeno e fiel público, onde os fãs escolheram as músicas a serem tocadas. Ou seja, mais interativo que isso, impossível! A performance foi gravada no DeepRockDrive Studios em Las Vegas, no dia 03 de dezembro de 2007 e conta com os maiores petardos (e porque não dizer clássicos) do grupo. O pacote disponibilizado para o Brasil pela Nuclear Blast Brasil é imperdível! RC – 9,0 CD: 1. Prevail 2. Taking the World by Storm 3. The Chains of Power 4. As Death Lingers 5. Blood in Heaven 6. To the Throne of Sorrow 7. Breathe to Dominate 8. Tear Down the Kingdom 9. The Vultures Are Watching 10. The Last Effort (Renaissance II) DVD: 01. Like Angels Weeping The Dark 02. As I Slither 03. In Shadows & Dust 04. Crippled and Broken 05. The Ambassador of Pain 06. Let Them Burn 07. Manipulator of Souls 08. The Resurrected 09. Face The Face of War 10. Where The Enemy Sleeps 11. The Road To Devastation. Extras: |