IMMOLATION
Shadows In The Light
Paranoid Records – nac.
O Immolation é um daqueles inúmeros casos famosos no meio do Metal, do Rock e da música em geral, daquelas bandas com muito talento, que são influentes, que tem uma grande legião de fãs, mas que não chegam ao topo de sua cena. No caso da cena Death Metal da Flórida, temos centenas de bandas de lá. As maiores, todos sabem: Cannibal Corpse, Morbid Angel, Deicide, agora o Hate Eternal. E num segundo escalão, o Monstrosity, o Malevolent Creation e o Immolation (que embora seja de Nova Iorque, mas fez parte da cena da Florida, junto com tantas bandas que também não eram nativas de lá). Eles já tocaram no Brasil e o que os atrapalhou aqui foi não ter tido uma seqüência de seus discos lançados por aqui. O último havia sido Here In After, de 96, lançado aqui no Brasil pela Paradoxx Music, na época que eles licenciavam a Metal Blade. De lá pra cá, a banda soltou Failures For Gods (99), Close To A World Below (2000), Unholy Cult (2002) e Harnessing Ruin (2005), todos passaram batidos no Brasil. Agora, a Paranoid Records lança seu último disco de estúdio, Shadows In The Light, fazendo com que a banda possa resgatar fãs perdidos e ganhar outros novos. Quem já os viu ao vivo, como eu, e ouvindo todos os seus discos, ainda mais Shadows In The Light não entende o porquê da banda não ter o mesmo sucesso de um Cannibal Corpse por exemplo. Seria pelo nome da banda não ser grotesco? Seria por eles não darem uma de Glen Benton, falando besteiras e heresias por aí? Ou por não usarem de capas fáceis de causar polemicas como o Cannibal Corpse? Não sabemos, mas temos a certeza de que o quarteto formado por Ross Bolan nos vocais e no baixo, Bob Vigna e Bill Taylor nas guitarras e Steve Shalaty na batera fizeram um dos melhores discos do estilo dos últimos anos. Aqui temos um caldeirão de riffs portentosos, cozinha precisa, vocais marcantes de Bolan (que faz gutural, sem imitar Chris Barnes como 90% dos vocalistas atuais fazem) e produção crua, que nos remete os discos de vinil e aos discos do começo dos anos 90. Não há como não banguear com Passion Kill, World Collapse, Tarnished e The Weight Of Devotion! Se você quer passar longe das Olimpíadas do Death Metal, onde bandas disputam medalhas para saber quem é a mais rápida, brutal, técnica, virtuosa, mais satânica, que tem a capa mais asquerosa e quer apenas ouvir o bom e velho Death Metal Tradicional, Shadows In The Light é o disco. Diga-se de passagem, Death Metal também merece ter bom gosto e o Immolation tem. JCB – 8,5

Formação:
Ross Dolan - Bass/Vocals
Robert Vigna - Guitar
Bill Taylor - Guitar
Steve Shalaty – Drums

Faixas:

1-Hate's Plague
2-Passion Kill
3-World Agony
4-Tarnished
5-The Weight Of Devotion
6-Breathing the Dark
7-Deliverer Of Evil
8-Shadows In The Light
9-Lying With Demons
10-Whispering Death

VITAL REMAINS
Icons Of Evil
Paranoid Records – nac.
Novo álbum da banda, uma das mais brutais da cena norte-americana, de novo com os vocais de Glen Benton (Deicide) e produção de novo a cargo do novo mago do Death dos Estados Unidos, Erik Rutan (Cannibal Corpse, Hate Eternal, centenas de outras). Icons Of Evil segue a mesma linha dos já clássicos Dawn Of The Apocalypse (99) e Dechristianize (2003). Tudo aqui é de ponta, desde a técnica absurda (algumas vezes mais afiada do que no Deicide) e a primorosa produção de Rutan, que apesar de certeira, manteve a crueza que esse tipo de som pede. O tema, é a “Paixão De Cristo” de Mel Gibson (aquele filme em que tem mais sangue e carniceria do que qualquer disco do Fleshgrinder e do Carcass juntos). Só que aqui, eles usam pelo lado satânico, curtindo a mutilação ao Nazareno. A duração das músicas continua extensa, oscilando entre 6 e 9 minutos, tirando a intro Where Is Your God Now e a última faixa Disciples Of Hell, cover de Yngwie Malmsteen. Apesar das vozes de Benton (um dos melhores vocalistas da história do Death Metal), o destaque acaba sendo o multi-instrumentista Dave Suzuki, que executa as guitarras, baixo e bateria. O cara além de talentoso em todos os instrumentos é um grande compositor também. Completa o time, Tony Lazaro nas guitarras. Apesar da evolução em Icons Of Evil, não há tanta diferença com relação aos discos anteriores, principalmente comparando com Dechristianize. Pois Icons Of Evil é uma continuação natural de Dechristianize. No entanto, temos mais um punhado de verdadeiros petardos Brutal Death, com menções especiais para Born To Rape The World, Til’ Death e Reborn The Upheaval Of Nihility. Destaque ainda para a capa, uma das mais belas, profanas, assustadoras, hereges e anti-cristãs já vistas! PR – 7,5

Formação:
Dave Suzuki - Guitar
Tony Lazaro - Guitar
Glen Benton - Vocals

Faixas:
1-Where Is Your God Now (Intro)
2-Icons Of Evil
3-Scorned
4-Born To Rape The World
5-Reborn...The Upheavel Of Nihility
6-Hammer Down The Nails
7-Shrapnel Embedded Flesh
8-Till Death
9-In Infamy
10-Disciples Of Hell

ABORTED
Slaughter & Apparatus
Free Mind – nac.
Vinda direto da Bélgica, a banda detona um Brutal Death Metal, isso desde o seu primeiro lançamento, The Purity Of Perversion, de 1999. Mas o seu som não é só brutalidade, pois revela passagens e influenciadas por Heavy e Thrash Metal. Muitos os rotulam como Technical Death Metal, tamanha técnica utilizada na composição dos seus sons. O Aborted se diferencia das outras bandas de Brutal Death, tamanha são as diversas influências deles. Eles flertam com quase tudo, dando um molho, especial à sua música. Avenious tem um clima muito sombrio, é lenta, e depois dos solos as guitarras dobradas alteram para a velocidade da luz. The Chondrin Enigma tem um quê de Hardcore nova-iorquino (com aquelas levadas arrastadas, algumas passagens pula-pula) no entanto, sem soarem Metalcore. O vocal de Sven alterna os guturais Death e os agressivos rasgados Thrash. The Spaying Séance é um som técnico, trabalhado, quebrado, intrincado. Ainda como destaques, podemos apreciar os solos de Underneath Rorulent Soil, feitos por Henrik Jacobsen (Hatesphere) e os backings do nostálgico Jeff Walker (Carcass) em An Odious Emanation e em A Methodical Overture. O Aborted pode ainda não ser uma banda de ponta dentro do Death Metal (seja no mais melódico, mais ríspido, mais veloz, mais técnico, mais brutal, mais Metalcore), mas está caminhando a passos firmes e com uma crescente legião de fãs conquistados a cada disco, e que agora, o Brasil tem o privilégio de tê-lo em nossas lojas em versão nacional. RC – 8,0

Formação:
Sven-Vocals
Seb-Guitars
Matty-Guitars
Peter-Bass
David Haley-Session Drummer

Faixas:
1 - The Chondrin Enigma
2 - A Methodical Overture
3 - Avenious
4 - The Spaying Séance
5 - And Carnage Basked In Its Ebullience
6 - The Foul Nucleus Of Resurrection
7 - Archetype
8 - Ingenuity In Genocide
9 - Odious Emanation
10 - Prolific Murder Contrivance
11 - Underneath Rorulent Soil

HATE
Morphosis
Paranoid Records – nac.
Certemente, o Hate deve ser a terceira potência do Metal Extremo de seu país, a Polônia, atrás apenas de Vader e Behemoth. Sua música realmente vai na toada destas bandas conterrâneas e patrícias, pois apesar de ser efetivamente Death Metal, apresenta alguns lampejos de Black Metal e muita coisa de Thrash Metal Old School, apesar da brutalidade e da modernidade de sua música (aqui, as vezes com toques de efeitos Industriais). Depois de várias demos, os Hate iniciaram oficialmente a sua carreira com o álbum Daemon Qui Fecit Terram em 96 através da Loud Out Records, que ainda lançou Lord Is Avenger (98). Seguindo, o EP Victims (99) através da hoje gigante Metal Mind. Em 2001 saiu Holy Dead Trinity pela WWIII. Vale lembrar que a WWIII (World War Three) foi o primeiro selo estrangeiro a enviar material para a ROCK UNDERGROUND em 2001 mesmo, e uma das três bandas enviadas foi o Hate (segundo informa nosso editor). Depois pela francesa Listenable Records em 2004 com Awakening Of The Liar. Ali, a banda começava a ganhar o mundo, passando do outro lado da antiga “cortina de ferror”. Ainda em 2005, Anaclasis – A Haunting Gospel Of Malice & Hatred exibiu um novo nível de intensidade na sua música. E em 2007, vem Morphosis (lançado este ano no Brasil). Morphosis sem dúvida é o melhor disco da banda até agora, e pode até começar a ameaçar o reinado dos Vader. A secção rítmica é demolidora, compassada, algumas vezes com passagens cadenciadas no meio da porradaria, destacando o trabalho notável das guitarras, com riffs ácidos, lascivos, nitidamente calcados no Thrash Metal 80’s, com solos rápidos, técnicos e virtuosos. A voz cavernosa de Adam “The First” Sinner, é um dos mais cativantes. Interessante notar que eles não se calcam em outras escolas mais antigas do Death Metal como a americana da Flórida (brutal e técnica) nem na sueca (melancólica e melódica). Eles representam o Death Metal de seu país dignamente. Destaques para Resurrection Machine, Catharsis, Immum Coeli (Everlasting World) e The Evangelistic Pain. Apesar de ter “apenas” oito faixas, ambas são altamente viciantes e causarão dependência em seu CD player. PR – 8,5

Formação:
ATF Sinner - vocals, guitar, bass
Destroyer - guitar
Hexen - drums

Faixas:
01. Metamorphosis
02. Thredony
03. Immum Coeli (Everlasting World)
04. Catharsis
05. Resurrection Machine
06. The Evangelistic Pain
07. Omega
08. Erased

MY DARKEST HATE
Combat Area
Free Mind – nac.
A maioria dos integrantes do My Darkest Hate veio de nomes conhecidos dentro da cena Metal, como Sacred Steel e Primal Fear e aqui, apostam no Death Metal numa mescla da cena norte-americana da Flórida como Six Feet Under, num misto com bandas holandesas tipo Sinister. Combat Area já é o quarto full lenght da banda, o primeiro a sair no Brasil, com uma música densa, pesada e brutal, bem noventista. A rifferama é incessante, o maior destaque do disco, com muitas mudanças de andamento, ora rápidas, ora mais cadenciadas. Ou seja, esqueça aquela competição das bandas novas que buscam ver quem toca mais rápido, técnico e brutal do que o outro. O vocal segue a escola de Chris Barnes (Six Feet Under, ex-Cannibal Corpse). O disco foi produzido por Andy Classen e isso fez a diferença, deixando o som cristalino, mas não limpo afim de tirar a agressividade e a sujeira natural da música do MDH. A bela arte de capa ficou por conta de Ahmet Meran Karanitant. O disco todo é uma paulada atrás da outra, mas dá pra citar aquelas que eu repeti mais vezes: When Smoke Has Settled, Nothing Lasts Forever, The Principle Of War e a carniceira Under One Flag. RC – 8,0

Formação:
Chris Simper: vocal
Klaus Sperling: bateria
Oliver Short: baixo
Jörg M. Knittel: guitarra
Oliver Grosshans: guitarra

Faixas:
1 - Enter Combat
2 - When Smoke Has Settled
3 - Bow Before Me
4 - Nothing Lasts Forever
5 - They Shall Fall
6 - Number Seven
7 - Fall Of Eden
8 - Under My Wing
9 - The Principle Of War
10 - Under One Flag

IN FLAMES
A Sense Of Purpose
Nuclear Blast – nac.
A capa assusta. Primeiro por ser um desenho adulto, mas de algo infantil acontecendo. Segundo, que de longe, o In Flames fez novamente aquelas capas “gotemburguianas” como na começo de carreira. Terceiro, ela também não reflete o sim mais Metalcore e quase New Metal de seus últimos discos. Para quem acompanha e conhece (e como nós, que trabalhamos juntos) os lançamentos da Metal Blade com suas bandas novas e outras nem tanto, mas todas fazendo Metalcore, verás que é esse tipo de padrão de arte gráfica que se faz presente. Musicalmente, a banda oscila musicalmente de novo, entre o Death Metal melódico de Gotemburgo, entre o Modern Thrash e o Metalcore. Apesar do vocalista Anders Friden ter retomado o vocal gutural e rasgado, menos gritado e menos norte-americano, o direcionamento do CD é mais leve, com mais riffs melodiosos e simples, feitos por Jesper Strömblad e Björn Gelotte. No entanto, nem por isso A Sense Of Purpose soa mais leve. O baixo compensa. Em vez de fazerem afinações mais graves ainda, eles colocaram mais peso no baixo e claro, a bateria foi junto. Anders Friden ele aprendeu que esta tática funciona melhor apenas nos refrãos, com a sobreposição de vários tons de voz, assim como em Sleepless Again, que ficou muito boa pela utilização de teclados e das sempre presentes melodias de guitarra. A faixa Alias é o grande “aliás” do disco, com um refrão fácil e com um violão no meio bem atmosférico, lembrando Moonshield do disco The Jester Race de 96. Momentos mais rápidos e esporrentos podem ser encontrados em Disconnected, Sober And Irrelevant e March To The Shore mostrando que o In Flames ainda sabe fazer música como nos velhos tempos. A complexidade da cozinha do baterista Daniel Svensson e o baixista Peter Iwers faz a diferença, coisa que poucas bandas norte-americanas têm. The Chosen Pessimist tem mais de oito minutos, num verdadeiro épico. A versão japonesa trará Tilt, Eraser e Abnegation do EP The Mirror's Truth lançado em março. A Sense Of Purpose, já ficou em primeiro lugar na Suécia, terceiro na Alemanha e 28º nos Estados Unidos, com 20 mil cópias vendidas na semana de estréia. Você pode até preferir o In Flames das antigas, mas que tem mais gente gostando dele agora do que antes no resto do mundo, você pode ter certeza. RC – 8,0

Faixas:
1   Mirrors Truth, The
2   Disconnected
3   Sleepless Again
4   Alias
5   I'm the Highway
6   Delight and Angers
7   Move Through Me
8   Chosen Pessimist, The
9   Sober and Irrelevent
10   Drenched In Fear
11   Condemned
12   March To the Shore

SOILWORK
Sworn To A Great Divide
Nuclear Blast – nac.
Ao tentar fazer uma resenha mais perfeita possível, tive que ter uma audição apurada do disco, pois o esperei com grande ansiedade, Depois de vários meses passados em estúdio, desde dia dezenove de outubro na Europa, o quinteto sueco tem disponível para consumo Sworn To A Great Divide, um disco que já não conta com o guitarrista Peter Wichers (fundador e mastermind de quase todo o material da banda), entrando para o seu posto num regime de part-time Daniel Antonsson (Dimension Zero, Pathos). Depois do antecessor Stabbing The Drama ter alcançado o êxito conhecido, era mais que previsível e natural uma evolução musical da banda, mas ao contrário os Soilwork fizeram um conjunto de canções pouco apelativas mesmo incorporando alguma agressão dinâmica. A atual sonoridade super Pop Metal com coros muito comerciais que revelam a transformação radical para um modern Rock, abandonando a sonoridade que me cativou durante anos: o Melodic Death Metal. Para os que só agora tomaram contacto com o grupo, Sworn To A Great Divide até pode ser uma boa alternativa ao New Melodic Metal. Entretanto, era de se esperar que com o sucesso, viessem a querer agradar o mercado norte-americano. Vão tentá-lo por mais uns dois ou três discos, depois, voltam ao fazer o que sempre souberam. Ou até antes, quem sabe. PR – 7,0

NILE
Ithyphallic
Nuclear Blast – nac.
Leitores, estamos diante de um monstro, de um gigante. Um gigante do Death Metal e Brutal. Gigante das bandas da geração mais recente, ao lado de outros monstros sagrados como Krisiun, Vader e Hate Eternal. A banda sempre teve uma musicalidade faraônica, devido até sua proposta, que é exaltar o Egito em seus temas e na sua música. E Ithyphallic, se não é o melhor disco da banda, ao menos é um dos melhores discos do estilo Death Metal de todos os tempos! Sem dúvida, uma banda única! Só a introdução, What Can Be Safely Written, arrepia, parecendo que vai sair uma múmia de trás de você e o matar! A banda já tem 14 anos de carreira e mesmo depois de vários discos, consegue agora sua melhor produção. Parabéns à Nuclear Blast, que está salvando muitas bandas, contratando grupos de outras gravadoras menores e que licenciavam seus discos por selos pífio, ridículos e mesquinhos aqui no Brasil (achando que isso é ser Underground – que visão pequena). Se o conjunto é ótimo, individualmente estamos diante de uma das maiores formações atuais. Ao vivo, os caras são uns cavalos (melhor, camelos!). Em estúdio, ultrapassam o senso humano de tanta rapidez, peso e agressividade, com uma técnica absurda (onde os caras vão parar assim?). E olha que, até pela característica musical escolhida (egípcia), as músicas nem sempre soa velozes, pois abusam da cadência e de passagens épicas. O baterista George Kollias é um polvo, e sem abusas dos “blast-beats”, se coloca no mesmo nível do nosso Max Kolesne. Karl Sanders é um urso (ou múmia, ou Deus egípcio) e um bom guitarrista, com Dallas Toler Wade segurando as pontas em um dos baixos mais poderosos dos últimos tempos (você consegue ouvir o baixo no disco todo). Assim como o Krisiun, difícil imaginar que a banda é um trio também, tamanha grandeza de sua música. Sem destaques, amigo, pois estamos diante de um disco perfeito! Ouça ele inteiro sem ficar pulando ou repetindo faixas e ouça no seu aparelho de som, nada de MP3! Para penetrar no mundo obscuro e faraônico e amaldiçoado do Nile! RC – 10

DEMENCIA
Tales From The Other Side
Dynamo – nac.
Como falamos anteriormente, o Brasil há uma resistência besta para com as bandas argentinas, o que acontece inversamente por lá: o povo platino recebe nossa música (até outros estilos fora do Metal e do Rock) com braços abertos, sendo nossas bandas tão grandes lá como aqui. Tales From The Other Side é um grande disco de Death Metal Melódico, mais para a praia do Children Of Bodom do que In Flames. Ou seja, mais melódico, quase Thrash e com muitas passagens Heavy Tradicional do que as modernices atuais que o In Flames anda fazendo. O instrumental, nas guitarras mais especificamente, é puro Metal Melódico quase, ainda que com influências de anos 80 do Metal norte-americano e inglês. A cozinha, apesar de reta e pesadíssima, vem com bumbos na velocidade da luz. As melodias vêem mais no estilo da escola finlandesa. O vocal gutural é legal e interessante e as músicas são legais. Apesar de não trazer tanta coisa de novo e as músicas serem bem parecidas entre si, mesmo assim, estamos diante de um bom disco e uma promissora e boa banda! RC – 8,0

GRAVE
As Rapture Comes
Free Mind – nac.
A banda que ainda não é tão conhecida no Brasil, apesar de já ter quase 20 anos de história e diversos discos relevantes dentro do Death Metal, o Grave lança seu novo álbum As Rapture Comes. O grupo é sueco, mas foge totalmente ao estilo local, principalmente da cena de Gotemburgo (com aquele Death mais sendo, Melódico, melancólico e frio): aquele eles vem com um Death mais Old School, mais tradicional, mais perto da Flórida do que da fria península escandinava, com toques mais brutais, sem, no entanto, descambar para o Brutal Death moderno, que é técnico e a velocidade da luz, como Krisiun entre tantos. Está nas alternâncias de passagens entre e durantes as músicas e nas cadências o charme deste disco! O quarteto formado por Ola Lindgren (Vocal/Guitarra), Jonas Torndal (Guitarra), Fredrik Isaksson (Baixo) e Pelle Ekegren (Bateria) fez um bom trabalho nas rápidas dez faixas de As Rapture Comes, que tem como destaque, além da faixa-título (que ao contrário de todos os discos, encerra o álbum, em vez de abri-lo), Burn, Through Eternity, Living The Dead Behind e Epic Obliteration, além do cover de Them Bones do, pasmem, Alice In Chains! Isso mesmo! Se a música original já era excelente, uma das melhores da banda e daquela safra toda, a cover ficou insana! Open your mind, pessoal! Em tempo: a produção ficou a cargo do próprio grupo, e a mixagem com Peter Tägtgren (Hypocrisy e maior produtor atual do Death/Black) e a arte gráfica foi feita por Jacek Wisnieswki (Vader, Krisiun). Imperdível! RC – 8,5



ARCH ENEMY
Wages Of Sin
Doomsday Machine
Rock Machine – nac.
A Rock Machine está de parabéns, pois graças ao selo, estas duas pérolas estão de volta em catálogo novamente no Brasil. Wages Of Sin é de 2002 e causou polêmica e furor na época, por trazer uma mulher nos vocais no lugar de John Liiva, a poderosa Angela Gossow. Surpresa ainda, ela ser uma jornalista e ser alemã, sendo que a banda é sueca. A expectativa de como soaria isso era imensa e Wages Of Sin veio para calar a boca de todos os desconfiados, e também para entrar para a história do Metal, como um dos melhores discos com uma mulher nos vocais e também um dos melhores álbuns de Thrash Death ou Death Melódico ou ainda Gotemburgo’s Death Metal. Para muitos fãs, o melhor até hoje, somando todas as fases, e para mim, o que mais gosto. Naquele momento e disco, faixas como Enemy Within, Burning Angel, Ravenous, Dead Bury Their Dead, The First Deadly Sin, Snow Bound e Shadows And Dust se tornariam hinos de uma geração é uma época. Já Doomsday Machine é de 2005, terceiro disco com Angela nos vocais e, apesar de não trazer mais o mesmo furor, nem novidade, impacto, surpresa ou revelação, pois tanto o Arch Enemy como Angela já eram realidade. Doomsday Machine é mais Thrash do que Death, ainda melódico e melancólico, mais cadenciado e Angela apostando em vocais mais alternados e limpos, ainda que agressivos, mostrando sua versatilidade e faixas como, Enter The Machine, Taking Back My Soul, Nemesis, My Apocalypse, Carry The Cross, Skeleton Dance e Hybrids Of Steel, se não chegam a serem clássicos (ainda), caem nas graças dos fãs. Se você ousa dizer ser fã de Death, Thrash, Death Thrash e Metal de Gotemburgo, e ainda não tem estes dois discos, faz assim: adquira-os o quanto antes que eu não conto pra ninguém, ta? RC – 10

LIGHT THIS CITY
Remains Of The Gods
Rock Machine – nac.
Angela Gossow faz escola. Aqui temos mais uma banda de Thrash Death Metal liderada por uma mulher. Ok que aqui, ela tem quedas mais para a linha Hardcore e até um pouco de Grind, mas até instrumentalmente a banda lembra muito os suecos do Arch Enemy. A capa é belíssima, e Remains Of The Gods é o segundo álbum do Light This City, que é liderado pela cantora Laura Nichol, considerada uma das grandes revelações dos Estados Unidos no estilo. Apesar disso, a banda soa europeu e mostra que bebeu muito das águas suecas das fontes dos parques de Gotemburgo. Completam a banda (é sempre bom citar a formação de bandas que ainda são meio desconhecidas no Brasil, justamente para você as conheça, ora pois!); Ryan Hansen e Brian Forbes (guitarras), Jon Frost (baixo) e Ben Murray (bateria). São dez faixas ao todo e resumidamente, se você gosta de bandas com mulheres de atitude no vocal, como o já citado Arch Enemy, Holy Moses entre outras, pode comprar Remains Of The Gods sem medo. Destaques para The Hunt, Guiding The North Star e The Last Catastrophe, mas mesmo assim, segue o track list inteiro! PR – 8,0

1. Remains of the Gods
2. Obituary
3. A Guardian In A Passerby
4. The Hunt
5. Letter to My Abuser
6. Fractured by The Fall
7. The Static Masses - Mp3
8. Guiding The North Star
9. Your Devoted Victim
10. The Last Catastrophe

DEICIDE
The Stench Of Redemption    

Evil Horde – nac.        
Depois de anos na Roadrunner, gravadora que alastou o nome Deicide pelo mundo afora, a banda foi para a Earache que, apesar de menor, é a banda principal e terá mais atenção por parte do selo. Este disco mostra a formação atual que tocou no Brasil ano passado: Glen Benton (V/B), claro, e com a saída dos irmãos Hoffman, entraram Ralph Santola (ex-Death e Iced Earth, entre outras bandas) e Jack Owen (ex-Cannibal Corpse). Apesar dos irmão estarem hiper-entrosados, os caras que entraram agora dão conta do recado muito bem e dispensam apresentações: seus curriculum vitae’s falam por si só. Com certeza, The Stench Of Redemption é o melhor álbum da banda desde Once Upon The Cross. Glenn Benton estava devendo um disco como esse, pois seus anteriores, últimos pelo seu antigo selo, deixavam a desejar. Este álbum tem mudanças significativas em relação a Scars Of The Crucifix, com colaboração de Ralph Santola nos riffs, que são mortais! Santola injetou melodia e solos criativos ao longo de The Stench Of Redemption. A banda ficou um pouco mais melódica, até lembrando os primórdios do Carcass (antes do Heatwork) em faixas como Death To Jesus e Crucified For Innocence. A bateria ainda trás os blast beats de Steve Asheim, e algumas faixas mostram ainda um Deicide tradicional, como Homage For Satan, por exemplo. Enfim, uma grande volta por cima e a banda tem tudo para retomar seu lugar na cena Death Metal mundial. Na verdade, nunca foram destronados, mas estiveram ausentes por um tempo. JCB – 9,0

 

CHILDREN OF BODOM
Are You Dead Yet?
Universal – nac.
A banda finlandesa, uma das pioneiras no chamado Death Metal Melódico, atingiu novas fronteiras. Ao ter seus discos distribuídos mundialmente pela Universal, atinge uma gama maior de fãs e público consumidor. O estilo e banda foram criticados pelos mais radicais, que preferem o Death Metal Brutal ou o Old School (tipo Flórida, Alemanha e Gotemburgo, as três maiores fontes – fora o Brasil, principalmente Minas Gerais e interior de São Paulo, num nível mais Underground). No entanto, ao colocar altas doses de melodia no Metal Extremo, o COB ao lado do In Flames popularizaram mais o seu nome e o estilo e abriu uma enorme porteira para centenas de outras boas bandas dentro desta vertente. Assim como, atraiu fãs de Heavy Metal (que não curte o Death Metal “normal”) e até fãs de Thrash e outros mais Góticos e Dark, por causa de suas bases sombrias. Claro, Are You Dead Yet? está longe do quanto legal eram seus três primeiros discos, até o fabuloso Follow The Reaper. Mesmo assim, a banda está mais próxima de suas raízes do que o In Flames, que hoje, está mais para Metalcore e Crossover do que Death mesmo (até foram acusados de New Metal, mas não chegaram a tanto). A produção de Are You Dead Yet? é cristalina e limpa, mas quer dar um ar de sujeira, querendo soar analógica e valvulada. Living Dead Beat abre em clima de suspense, enquanto a faixa-título vem na veia Tradicional do COB. Já If You Want Peace... é um misto das duas fases, riffs e estrofes da fase mais modernosa e solos e refrão com o melhor do Melodic Death Metal. Next In Line (façam fila para morrer) faz o que chamam hoje de Progressive Death, junto elementos antagônicos numa linha tênue (se é que existe) entre estes dois estilos. Épica, longa e virtuosa (isso a banda não abre mão, de ser cada vez mais técnica). Bastards Of Bodom (sempre tem uma faixa falando do lago Bodom, que batizou a banda) é psicótica e calafriante, rápida e insana, enquanto We’re Not Gonna Fall fecha com chave de Bodom o CD. Are You Dead Yet? não é o melhor disco do COB, mas é bem superior ao antecessor Hate Crew Deathroll. JCB – 8,0

HACRIDE
Amoeba
Listenable – imp.
A Listenable é uma gravadora francesa e em sua maioria, lança bandas da terra da antiga Gália. Como é o caso do Hacride. Formados em 2001, eles flertam vertiginosamente com várias tendências do Metal extremo, como Thrash, Death e o Black e tem vários toques de Hardcore também. Isto foi a tônica de sua carreira até então, com Amoeba indo para o lado mais Metalcore, ou seja, Death e Thrash com HC. São dez faixas de um Metal intenso e inovador, cruel, obscuro e clarividente, atmosferas vultíferas, e ainda selo e banda se auto-intitulam como Progressive Death. Ok, eles abusam da técnica e viagens, mas não chega a tanto. Também é muito bem tocado para o Metalcore. E agora? Vamos deixar de rótulos e você leitor, deixa de ser preguiçoso. É Death Metal e pronto, só que com o estilo, personalidade caracteres da própria banda, ora pois! Amoeba é um trabalho purulento, cheio e barulhento. Sem destaques individuais, banda para pogar e banguear! PR – 7,5

MORS PRINCIPIUM EST
Liberation-Termination
Listenable – imp.
Mais uma banda de Melodic Psychotic Death Metal. Sim, pois muitas bandas do estilo Death Melódico estão nessa linha insana, louca, pesada, agressiva e intensa. Muitas influências de Thrash também se perfazem presentes. Alguns samples assustam os mais puristas, mas não chegam a comprometer o resultado final de Liberation-Termination. Ousado e cativante, com uma sonoridade moderna, pesada e limpa, chega a lembrar bandas como Samael e The Kovenant. Influências de bandas da velha guarda da Suécia como Entombed (antigo), Hypocrisy entre outras também podem ser sentidas. Riffs furiosos e bases pesadas e consistentes é a constante neste CD. Ah, e a banda é uma das poucas a não serem francesas no selo Listenable, pois eles vêm da Finlândia. Mas esqueça comparações com o Children Of Bodom, nada a ver. A formação do Mors Principium Est é: Ville Viljanen (Vocal), Tomy Laisto e Karrikuisma (Guitarras), Teemu Hinola (Baixo) e Mikko Sipola (Bateria). Trabalho homogêneo e coeso, sem destaques, então vai o track list para você se ambientar: Orsus, The Oppressed Will Rise, The Animal Within, Finality, Cleansing Rain, Forgotten, Sinners Defeat, The Distance Between, Terminal Liberation e Lost Beyond Retrieval. PR – 8,0

DEW SCENTED
Incinerate
Nuclear Blast – nac.
A banda alemã executa um Thrash Metal que honra as tradições de seu país. Num futuro, eles querem ser lembrados por fazerem parte de alguma santa trindade contemporânea do estilo, como o são hoje Kreator, Sodom e Destruction. Este é seu sétimo disco e como característica, excentricidade (ou bizarrice mesmo), todos os seus discos começam com a letra “I”. São eles Immortelle (96), Innoscent (98), Ill-Natured (99), Inwards (2002), Impact (2003), Issue VI (2006) e agora Incinerate (2007). A bolsa de apostas de Londres já está funcionando para ver quem acerta o nome do próximo disco da banda. It’s a Joke’s a parte, temos um Thrash atual, refrescante, nervoso e moderno. Processing Life tem uma breve intro e já descamba pra pancadaria. A brutalidade vai até o fim! E aí vem o melhor do Modern Thrash, quase Death, mas sem ser Metalcore. Processing LIfe, Out Of The Self, The Prison of Reason e Vortex são outros destaques ainda. A temática das letras segue a linha Kreator de ser, mostrando o lado mental perturbador e o mundo fecal de hoje. Encerando, uma cover de Evil Dead da banda Punk dos EUA, o Zeke, mostrando também o seu lado Sodom, que é bem Punk por sinal. PR – 8,0



DARK TRANQUILITY
The Gallery
The Mind’s I
Rock Machine – nac.
Por incrível que pareça, apesar destes suecos serem grandes em seu país natal e na Europa toda com o seu Death Metal típico de Gotemburgo, a banda ainda não é muito conhecida por aqui. Agora, a Rock Machine, lança disponibiliza dois discos clássicos de sua carreira, The Gallery (95) e The Mind’s I (97), segundo e terceiro discos de sua carreira, respectivamente, em formato especial De Luxe Edition. Em The Gallery, a banda já vinha com um Death Metal diferente, claro, já com o ar melancólico local de Gotemburgo, mas ainda mais pesado e Old School. Nessa onda já vinham bandas como A Canarious Quintet, At The Gates e In Flames ainda nascendo. Já The Mind’s I mostra um lado mais cru e menos melódico, embora depois dele, a banda descambasse para um estilo mais nessa linha cada vez mais, até o ultra-melódico e até futurista Projector. De qualquer jeito, os dois são Death Metal de Gotemburgo e pronto! Como são relançamentos vale mostrar seus track lists:

The Gallery
01. Punish My Heaven
02. Silence, and the Firmament Withdrew
03. Edenspring
04. The Dividing Line
05. The Gallery
06. The One Brooding Warning
07. Midway Through Infinity
08. Lethe
09. The Emptiness From Which I Fed
10. Mine Is The Grandeur...
11. ...Of Melancholy Burning
bônus
12. Bringer Of Torture
13. Sacred Reich
14. 22 Acacia Avenue
15. Lady In Black
16. My Friend Of Misery           

The Mind’s I
01. Dreamlore Degenerate
02. Zodijackkyl Light
03. Hedon
04. Scythe Rage And Roses
05. Constant
06. Dissolution Factor Red
07. Insanity's Cresendo
08. Still Moving Sinews
09. Atom Heart 243 5
10. Tidal Tantrum
11. Tongues
12. The Minds Eye
bônus:
13. Razorfever
14. Shadowlit Façade
15. Archetype
16. Zodijackyl Light (vídeo)
17. Hedon (video)

Ultra-obrigatório, ainda mais para quem quer entender e ter as  melhores bandas desta maravilhosa cena de Gotemburgo! PR – 9,0


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