GRAVE DESECRATOR Sign Of Doom Ketzer – imp. Mais uma vergonha e orgulho ao mesmo tempo. Vergonha uma banda desse calibre não assinar com nenhuma gravadora brasileira. Orgulho porque mais uma vez, os gringos valorizam mais nosso Metal do que nós mesmos. Quer saber? Melhor assim. Assim estão sendo divulgados no mundo todo, pois muitos selos daqui nem valem a pena. O disco da banda carioca foi masterizado por Andy Classen no Stage One Studio na Alemanha. Ou seja, qualidade sonora, dispensa comentários. É um debut, mas pelo amor de Lúcifer, que estréia! É bom nossa mídia parar de falar só do Krisiun (e agora do Torture Squad também). Tem mais coisas no nosso Underground do que estes dois marcos da nossa cena. São dez faixas destruidoras de Death Black Metal, dosados na medida certa. Boatos dão conta de que uma versão nacional deste CD a ser lançado pelo selo carioca Marquee Records (ih!). A horda lançou uma demo de 2001 e um 7" EP vinil chamado Cult of Warfare And Darkness em 2003 pela mesma Ketzer rec. Problemas pessoais fizeram com que a banda tivesse uma considerável demora para este mais novo lançamento. Agora consertados, ninguém mais segura o GD! A banda vem com os folclóricos pseudônimos das bandas de Black das antigas: Butcherazor – Vocals, guitar Valak the Necrogoat – Bass Black Sin and Damnation – Guitar Adramaleck – Drums Apesar de muitas bandas atuais abrirem mão disso, os brasileiros são mais tradicionalistas e fazem questão de homenagear seus ídolos e entidades ao fazer desta forma. Afinal, para os headbanguers brasileiros, o Black Metal foi a “salvação” de muitos. Salvação, do Carnaval, Funk, etc. Vale lembrar que a cena carioca é a mais profícua do estilo em nosso país. O som bebe na Old School seja das bandas nórdicas de Black, seja na tradicional cena da Flórida na veia Death. Não citarei nomes, esqueça comparações. Eles não inventaram nada aqui, mas também não copiaram nada, conseguiram condensar suas influências para sua forma de tocar e sentir. Riffs possantes, solos legais de se ouvir, cozinha precisa e vocais infernais. Também não querem entrar na competição de “uem-toca-mais-rápido-pra-competir-com-Krisiun-Nile-Vader-Hate-Eternal”. É Old School mesmo! Em vez de prevalecerem na técnica, embora a possuam e muita, eles preferem apostar na musicalidade que saem dos seus instrumentos, criando climas, melodias, passagens e atmosferas de ódio, pestilência, profanismo e tudo o mais. Em vez de eu comentar faixa-a-faixa, seja você também um Old Schooler: em vez de ler a resenha e ir procurar um torrent para baixar, cria vergonha na cara e vá atrás deste disco! RC – 9,0 Track List: 1. Sign of Doom 2. Revelations (of the Beast) 3. Faces of Apocalyptic Battle 4. Christ’s Blood 5. Carnal Obsession 6. Midnight Sinner 7. Rise to Destruction 8. Cursed Mass 9. Holocaust 10. Devil’s Revenge |
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BARREN EARTH
Our Twilight Peaceville – imp. A diferença entre um bando de músicos inexperientes formar uma banda de um encontro de um pessoal já tarimbado é nítido. Este novo projeto finlandês chamado de Barren Earth, com atuais e ex-membros do Swallow the Sun, Moonsorrow, Kreator, Thy Serpent, Mannhai, Waltari e Amorphis é mais um supergrupo a surgir nos últimos tempos. Embora oriundos de bandas de Pagan, Gothic e Thrash, o som aqui é Death Doom Metal Melódico, pronto e acabou. Our Twilight é uma edição de uma versão estendida que estará no álbum e serve uma placa de sinalização do local onde a banda vêm. A influência de Sami Ylisirniö traz com sua guitarra de Kreator é sutilmente encontrado não nas camadas de brutalidade de sua banda, mas mestre dos riffs inteligentemente que compartilha com Janne Perttilä. The Flame Of Serenity é tido como um épico, baseado no desempenho do teclado do Kasper Mårtenson a música se transforma num Prog Doom, com aquela cadencia a aura sombria. Encerrando com Floodred, a banda têm feito o suficiente para agradar nestes 22 minutos. Que venha o disco completo! RC – 8,0 Line up: Track list: |
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SANCTUS INFERNUM
Sanctus Infernum Solitude Productions – imp. Esta é uma banda norte-americana, pasmem! Ué, por que? Porque sim! Imagine isso há 20 anos atrás se seria possível, um grupo norte-americano não conseguir assinar com um selo de seu país e humildemente, conseguir contrato com uma gravadora russa! E olha que o projeto é de Mark Anderson, antigo membro do lendário Manilla Road! Se é norte-americano, é New Metal? Não. Tem groove? Também, não. Power Metal Épico como sua ex-banda? Menos ainda. Um saudável artefato mesclado entre Doom e Death, desta vez, mais Death do que Doom, ao contrário de todas as outras coisas do selo Solitude Productions, que presta ótimos serviços em prol do Metal em geral e do Doom, claro. Mark atende pelas cordas, enquanto Ricky Vannatta é o vocalista e Chris Johnson na bateria. .Estamos a falar de sua estréia mesmo. Eles estão muito em melodia, usando violões, em muitos casos, aqui e ali, criando uma base para as suas músicas misteriosa. Eles são principalmente flertando com os inevitáveis elementos egípcios, algo na linha Nile, mas com sua própria característica. Vamos parar de achar que tudo que é egípcio, é influência de Nile! Eles não inventaram o Egito nem são faraós, apenas, o maior representante ao falar dos temas de lá. Se você lembrar aqui de Solitude Aeturnus e Candlemass novo, não se assuste. Pois o Solitude Aeturnus é a maior banda de Doom dos EUA e seu vocalista, o legendário Robert Lowe, hoje está no Candlemass. Robert virou “o” cara do Doom do momento! O Sanctus Infernum é uma das bandas menos poderosas do cast da Solitude Productions, mesmo com todo esse background, mas não deixa de ser boa. RC – 7,0 Track list: |
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ECHIDNA Insidious Awakening Rastilho Records – imp. Os Echidna existem desde 2001, surgindo em Vila Nova de Gaia. Foram crescendo na cena underground e em 2006 gravam Tearing The Cloth, saindo para o mercado em 2007. Eles não perderam tempo e um ano depois, 2008 agora, libertara Insidious Awakening. O resultado é um Thrash Death Metal claramente da velha escola européia, com muito do som sueco, ainda mais de Gotemburgo. Nomes como Dark Tranqüility, Soilwork, In Flames, At The Gates entre outros vão pular dos falantes a cada nota, solo, acorde, arpejo, palhetada, riff, batida, virada, blast. Rapidez, agressão e técnica, além de alguma inspiração além mar, fazem desta banda, uma das mais promissoras de nossa terra, opá! Awake, a faixa que abre, já é um pontapé no estômago. Já To The Tomb Of Kings, chegando a ter tonalidades de Progressivo. E assim vai, eles ainda precisam um pouquinho mais de originalidade, mas estão chegando lá, começando a dar mostras de achar seu caminho próprio, como em No Lenience In The Final Judgement, que encerra o CD e a faixa-título. O caminho é esse, que se for nesse ritmo, em 2009 teremos disco novo dos gajos! PR – 8,0 rastilho@sapo.pt Track list: Awake To The Tomb Of Kings Purifier Anger Is My Drug Ephemera Insidious Awakening Juggernaut Evolution. Reload No Lenience In The Final Judgement |
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DEATHBOUND
We Deserve Much Worse Dynamic Arts – imp. Segundo os próprios finlandeses do Deathbound, a proposta da banda é detonar o mais raivoso e possível death metal com traços de grindcore através de uma gravação inteligente e eficaz. Os rapazes não mentem, filho! Sonzeira mixando as melhores vertentes possíveis para bater cabeça: Hardcore, grindcore e death metal! Quer algo mais chutador de balde que isso? Começaram a carreira lançando o álbum To Cure The Sane With Insanity, em 2003, e, em seguida, não pararam mais até os dias de hoje, como nós podemos conferir nessa paulada aqui em questão, lançada esse ano. Não vou dizer que o fato é "infeliz", pois as bandas que citarei a seguir são fodas demais, mas digamos que o fato de o Deathbound soar muito parecido com Nasum e Gadget não anima a escutar tão direto. Mesmo assim, eu recomendo. Quanto às letras, costumam abordar tanto temas políticos quanto a mente humana e suas loucuras. Outra coisa que curti são as capas. A do Doomsday Confort parece retratar um futuro não muito distante, onde as ameaças biológicas predominarão acima de tudo, e todos os seres humanos terão de usar máscaras de gás para continuarem vivos. Ah, essa capa aqui curti bastante também. Adoro quase tudo que critique religião, pois acho que isso é um câncer que atrasa a humanidade e o pensamento até os dias de hoje. Aliás, é tanta banda com “Death”: Deathbound, Deathchain, Deathcult que fico a me perder. Mas todas elas já tiveram seus rebentos anteriores resenhados acá. PR – 8,5 Track list: |
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VERJNUARMU
Ruatokansan Uamunkoetto Dynamic Arts – imp. Enfim uma banda finlandesa que aposta no Thrash Death Metal. A maioria do país tem apostado no Goth Rock e Metal, no Melodic Death, no Melodic Heavy e no Black. Eles são originários de Savo no centro da Finlândia e o grupo chega ao seu terceiro álbum com influências diversas dentro do Metal e fora, como de música folclórica de sua região. Influências diversas como Heavy, Death e Black. Apesar de tantas influências, eles não apresentam muita coisa de novo, ainda que tenha idéias interessantes em sua música. O Savo Metal (como eles se afirmam e auto-intitulam) praticado por eles aliados ao fato de cantarem em finlandês com muitas gírias e dialetos locais junto com alguns arranjos de música folclórica, faz ser uma banda ao menos pitoresca. Mesmo assim, não dá pra colocá-los no Pagan nem no Folk Metal. Apesar de fãs destes segmentos poderem vir a curtir este enigmático Verjnuarmu. Boa sorte! RC – 7,0 Track list: |