CANDLEMASS
Chapter IV
Peaceville – imp.
Para você ver como são as coisas. Muitos discos dos anos 80 e 90 que foram criticados por “N” motivos, como troca de vocalista e mudança de estilo, hoje são cultuados e são verdadeiros clássicos. Como o Candlemass, a coisa não poderia ser diferente, e não foi quando do lançamento de Chapter IV. Afinal, nele haveria uma mudança de vocalista, com a saída do polêmico e insuportável para a banda, mas carismático para os fãs, Messiah Marcolin, para a entrada de Tomas Vikström (que depois cantaria no Brazen Abbot, no Stormwind, no bom Dark Illusion, e até no Therion, entre outros). A música mudou um pouco, o vocal totalmente diferente e o visual, da banda e vocalista, idem. Hoje, Chapter IV é cultuado e á uma obra-prima do Doom Metal. Aqui, as músicas são mais rápidas na média, os vocais mais limpos e menos característicos do que os de Marcolin. Mas sua música do Candlemass continuou fria, sombria e melancólica. Dying Illusion abre mais rápida, quase Thrash, beirando o Heavy Tradicional, mas com aquele ar seco e melancólico característico das bandas suecas. Já Julie Laughs No More é mais cadenciada, ainda Heavy, mas mais quebrada, com alguns vocais agudos, que também se tornam tétricos. Em Where The Runes Still Speak o lado Doom tradicional da banda vêem a tona de forma angustiante, emotiva e melancólica, mostrando que Tomas Vikström é um vocalista versátil e apesar do visual Hard Rock e do timbre mais Heavy, se encaixa perfeitamente no Doom. Para se cantar Doom deve se interpretar e sentir o que está se cantando. As melodias e fundos de Where The Runes Still Speak lembram muito ainda de Black Sabbath fase Tony Martin, principalmente a faixa Eternal Idol do disco de mesmo nome. Ouça as duas músicas e compare! O lado Sabbático ainda aparece em Ebony Throne, da mesma fase Tony Martin (tem momentos que você acha que Geoff Nichols está nos teclados), mais técnica, diversificada e intrincada. Em Temple Of The Dead você ouvirá um dos momentos mais pesados do disco e aqui chegamos a conclusão que, se na época, a banda contasse com uma produção melhor, este disco alcançaria melhor sorte, já que, com a remasterização que o mesmo recebeu, deu nova dimensão ás músicas. Você chega a ouvir passagens que antes, com a gravação original você não ouvia! Por exemplo, Temple Of The Dead ficou pra lá de portentosa com a masterização! Em Aftermath você ouve um dos maiores Heavy Doom da história! Sim, a perfeita mistura do Doom com o Heavy anos 80. Interessante notar que o baixista, líder, compositor e dono da banda Leif Edling calcou o Doom inspirado no Black Sabbath. E até em suas fases. Quando tinha Messiah Marcolin nos vocais, o Candlemass era quase um clone do Black Sabbath com Ozzy. Com Tomas nos vocais, é puro Sabbath da fase Tony Martin e pós Dio! Os dedilhados e riffs limpos desta faixa remetem a Angry Heart e In Memory, ambas do disco Seventh Star, aquele disco que era para ser solo de Tony Iommi, mas de última hora a gravadora exigiu colocar a tag Black Sabbath no álbum e que teve os vocais de Glenn Hughes. O lado mais tradicional volta em Black Eyes, que embora tenha uma levada bem Heaven In Black do Headless Cross do Black Sabbath, ainda tem aqueles riffs gordurosos do começo de carreira, que marcou a carreira do Cathedroal, que esbarrariam no que seria Stoner um dia mais tarde. E a swingada The End Of Pain? Que faixa! Cadenciada na forma certa, para se ouvir nos dias frios que serão cada vez mais raros daqui pra frente, assim como os dias nublados e chuvosos. Como bônus no CD, o EP Sjunger Sigge Furst, que conta só com músicas esculachadas e cheias de zoeira. Ao menos vale para os fãs terem este material, mas eu ouço até a faixa 9 e paro. O DVD mostra um show de 93 na Suécia, intitulado Live In Uddevallal, em que ele canta música de sua fase na banda (leia-se deste disco até então) e das de Marcolin nos vocais, onde ele detona. Interessante a camisa que Tomas usa com os dizeres “Fuck Hip Hop”. Se aquela época isso fazia sentido, imagine hoje em dia! Enfim, Chapter IV – Remasters é um dos maiores pacotes deste ano. Confira! JCB – 1000 (nota mil mesmo!)
CD:
1. Dying Illusion
2. Julie Laughs No More
3. Where The Runes Still Speak
4. Ebony Throne
5. Temple Of The Dead
6. Aftermath
7. Black Eyes
8. The End Of Pain
9. Bullfest (Bonus Track)
10. Samling Vid Pumpen (Bonus Track)
11. Brollop Pa Hulda Johanssons Pensionat (Bonus Track)
12. Tjo Och Tjim Och Inget Annat (Bonus Track)
DVD
1- Intro
2- Dying Illusion
3- Dark Reflections
4- Ebony Throne
5- At The Gallows End
6- Julie Laughs No More
7- Well Of Souls
8- Dark Are The Veils Of Death
9- The Dying Illusion (Video) |