NOTURNALL
First Night Live Voice Music – nac. Bom, a banda dispensa apresentação. Se você não a conhece ou não sabe do que se trata, leia a resenha do seu mais recente disco de estúdio em http://rockunderground-mag.com/metal-nacional.html. Assim nos centramos mais no DVD em si. O registro foi centrado em seu debut lançado em 2014 (sim, discos num intervalo de um ano apenas, os caras querem trabalhar!). eles são tarimbados, então tocar ao vivo é o habitat natural de todos eles. O que poderia melhorar e vai melhorar é o entrosamento que todo Dream Team precisa e isso só o tempo trás. E trouxe rápido! First Night Live foi registrado executando o debut ao vivo do grupo, no dia 29 de março de 2014, no Carioca Club de São Paulo. Quase executado na íntegra, faltou apenas The Blame Game e a cover do Tears For Fears, Woman in Chains. A ordem das faixas também foi trocada, não segue a do disco de estúdio, o que deu maior dinâmica e menos previsibilidade ao show. Num DVD comentamos mais a performance da banda do que as faixas em si. Bem, a banda toda é boa de palco. Thiago Bianchi é um monstro ao vivo, um dos maiores performencers do Brasil, além do vocal privilegiado, cada vez mais raro. Na bateria, outro monstro, Aquiles Priester (esse dispensa comentários mesmo, é o nosso melhor baterista, atualmente também no Primal Fear). O baixista Fernando Quesada está cada vez melhor, ele já detonada no Shaman. Mas quem chama a atenção é Leo Mancini. Se no começo de carreira, mostrava uma performance tímida, aqui ele mostra como a estrada forma o músico. Junior Carelli fez sua parte, afinal, é difícil se destacar nos teclados, exceto figuras como Rick Wakeman, Jon Lord e Tuomas Holopainen. A captação do áudio e do vídeo é boa e o ar intimista do Carioca Club ajudou nesse caso. A embalagem é digipack e luxuosa. O pacote conta com participação especial de Russell Allen (Symphony X), detonando nas três últimas faixas e incendiando o Carioca Club em Nocturnal Human Side e nos covers de Stand Up And Shout (Dio) e a dispensável War Pigs (Black Sabbath). Citando ainda a manjada mas sempre inevitável, Symphony Of Destruction do Megadeth e a participação de Luiz Fernando Venturelli em Last Wish e na cover citada. Belo (re) começo. RS – 8,0 Faixas: 01. Intro02. No Turn At All 03. St. Trigger 04. Inferno Veil (Shaman cover) 05. Zombies 06. Master Of Deception 07. Hate! 08. Psychoctopus Drum Solo (Aquiles Priester) 09. Last Wish 10. Symphony Of Destruction (Megadeth cover) 11. Léo Mancini Guitar Solo 12. Fake Healers 13. Sugar Pill 14. Nocturnal Human Side 15. Stand Up And Shout (Dio cover) 16. War Pigs (Black Sabbath cover) |
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JOE BONAMASSA
Muddy Wolf At Red Rocks Voice Music – nac. Joe Bonamassa é o artista mais profícuo em atividade. Ele já gravou discos com várias bandas, projetos e artistas consagrados. Agora, homenageia Muddy Waters e Howlin’ Wolf em novo DVD. Com apenas 37 anos de idade, já tem uma vasta discografia e videografia. Sim, num momento em que as gravadoras não estão quase mais lançando DVDs, eles não está nem aí e registra seus momentos ao vivo, até porque, o cara sabe o que faz. Além de dono de uma apurada técnica, e uma grade virtuosidade, Mr. Bonamassa possui algo que os guitarristas modernos perderam: feeling. Em sua carreira, ele varia do Rock ao Hard Rock, as vezes se arrisca no Heavy Metal e sua tendência maior é a Classic Rock e também o Progressivo. Mas aqui, ele mostra a raiz do Rock, do qual todo guitarrista teria obrigação de começar: pelo Blues. Menos de um ano depois de lançar Diffrerent Shades of Blue e um ano e meio depois de lançar quatro DVDs duplos com os shows de sua passagem por quatro casas de shows de Londres em 2013, num dos projetos mais ousados e megalomaníacos da história da música. Aqui, o novo trabalho foi registrado em um lugar bastante especial: o anfiteatro rochoso de Red Rocks, no Colorado. O U2 gravou ali, em 1983, o seu primeiro registro ao vivo em áudio e vídeo, Under A Blood Red Sky. Aqui, o guitarrista o repertório em músicas nas vozes de Muddy Waters e Howlin' Wolf, duas lendas do Blues. Mr. Bonamassa com isso, imortaliza a obra de ambos, trazendo direto do túnel do tempo para as gerações mais novas. O Bues não pode e não vai morrer! A banda que o acompanha nesta empreitada é formada por Anton Fig na bateria, que volta a trabalhar com Bonamassa, assim como o tecladista Reese Wynans, que integrou a Double Troube, do saudoso Stevie Ray Vaughan, outro mestre do Blues. O baixista Carmine Rojas dá lugar a outra lenda do blues de Chicago, Michael Rhodes aqui. Na gaita, Mike Henderson. Sim, no Blues, gaita é quase um instrumento obrigatório. E agora, tudo disponível pela Voice Music! Obrigatório! RS – 10 |
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MORRISSEY
Your Arsenal Warner – nac. O Morrissey é um dos poucos caras que está se lixando para a cena atual. Tampouco preocupado com cifras e conseguir fãs novos. Eles faz o que quer e quem gostou, gostou. Ele ignora totalmente seu passado com o The Smiths, uma das grandes bandas inglesas dos anos 1980. Por rancor e desinteresse, para desespero nosso, jamais vai haver uma reunião entre ele e o guitarrista Johnny Marr, outro mentor do The Smiths. Vamos falar a real? Mesmo que eles se odiassem e voltassem por dinheiro, seria uma opção mais para a molecada, que está perdida curtindo Hip Hop no mundo todo! Morrissey tem seu público cativo e ele está bem, mas não sairá disso, infelizmente. E seu repertório solo apesar de bom, passa longe do Smiths. Esta edição especial com DVD bônus, apresentando um concerto totalmente inédito gravado nos Estados Unidos em Outubro de 1991, com aquela que seria a futura banda de "Your Arsenal". Para fãs hardcore dele. LT – 8,0 DVD 01. November Spawned A Monster '05:14 02. Alsatian Cousin '02:34 03. Our Frank '03:54 04. The Loop '03:40 05. King Leer '02:56 06. Sister I'm A Poet '02:34 07. Piccadilly Palare '03:39 08. Driving Your Girlfriend Home '03:56 09. Interesting Drug '03:38 10. We Hate It When Our Friends 10. Become Successful '03:06 11. Everyday Is Like Sunday '03:44 12. My Love Life '04:25 13. Pashernate Love '02:54 14. The Last Of The Famous 14. International Playboys '03:35 15. Asian Rut '03:36 16. Angel, Angel, Down We Go Together '02:08 17. Suedehead '04:11 18. Disappointed '03:08 CD 01. You're Gonna Need Someone On Your Side '03:36 02. Glamorous Glue '04:03 03. We'll Let You Know '05:13 04. The National Front Disco '04:23 05. Certain People I Know '03:09 06. We Hate It When Our Friends Become Successful '02:28 07. You're The One For Me, Fatty '02:57 08. Seasick, Yet Still Docked '05:05 09. I Know It's Gonna Happen Someday' 04:20 10. Tomorrow ' 04:17 |
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SCORPIONS
MTV Unplugged - Live Athens Sony Music – nac. Sim, ainda existe MTV lá for a (aqui tem, mas ficou menor do que já era). Ainda existe a série MTV Unplugged e este é o primeiro gravado ao ar livre desta série, lembrando que, não é porque é acústico que tem que ser da MTV, mas desta série o primeiro ao ar livre da MTV. A banda já havia gravado um show acústico em 2001, em Lisboa, e foi lançado no DVD e CD Acoustica. Como toda série do formato, há músicas inéditas em versão acústica. Dancing With The Moonlight, Delicate Dance, Love Is The Answer, Follow Your Heart e Rock'n'roll Band são elas, sendo que a última, a quinta, só está disponível em DVD (confira track list abaixo). A performance da banda não é mais tão energética quando antigamente nos anos 70 e 80, claro, mas eles ainda estão dando no couro. Se aposentando, últimos shows (desde 2010 eles estão se despedindo), sem discos de estúdio mais e a forma de colocar músicas novas na praça foi esta. E também de colocar disco novo. A voz de Klaus Meine é um show ainda, põe muita gente no bolso. Instrumentalmente também, embora o formato acústico tire o peso e a energia dos músicos. Também o som fica menos técnico, mas mais detalhado, o que também é legal. Claro, os mesmos hits de sempre e faltam muitos, pois estamos falando de uma banda com mais de 40 anos de atividade... Para fãs, obrigatório. Se você gosta de Hard’n Heavy, indispensável. Se você gosta apenas da banda ou do estilo, há outros lançamentos mesmo em DVD mais instigantes. JCB – 8,0 CD DVD |
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BLACK SABBATH
Live... Gathered In Their Masses Universal – nac. Sabbath é Sabbath. E ponto. Quem me lê de longa data, sabe da resistência que tenho com esse lance de que só presta Sabbath com Ozzy. Para mim, quem pensa assim não conhece a banda e não entende de música. E também nunca ouviu as outras fases. Gostar mais dessa fase é até normal, pois é o vocalista original, mas dizer que só ela é boa, e que todas as outras são ruins é exagero. Bem, Ozzy votou ao Sabbath em 1997 e só gravou duas faixas fracas, nunca saiu o disco de estúdio. Mas foi só Dio se reunir com a banda, que gravaram 3 faixas para uma coletânea, e não 2. E em menos de um ano, um disco novo e cheio, sob a alcunha de Heaven & Hell, onde nos shows, só tocavam músicas da fase com Dio. Um deleite! Mas interrompido pelo destino... Ozzy retornou em 2012 (com anuncio em 11/11/11) e em 2013 soltaram 13, um disco fraco em se tratando de Sabbath. Mas veio a reunião da reunião de novo, pois desde 2007 eles não tocavam juntos. O DVD traz a primeira apresentação da turnê de 2013 do Black Sabbath, que começou no início de 2013 na Austrália, e que teve passagem pelo Brasil, em São Paulo, o show foi no dia do meu aniversário (mas não fui). Gravado entre Abril e Maio de 2013, em Melbourne, na Austrália, quando a banda iniciou sua turnê mundial promovendo o álbum 13. Desculpem, mas a banda não é mais a mesma. Só um cego não vê que Tony Iommi e Geezer Butler estão lá só para fazer história e levar algum, é visível que eles não tem mais a mesma satisfação que estavam tendo quando tocaram com Dio entre 2007 e 2009, e com a conformação de que nunca mais vão tocar com ele. O show tem as mesmas faixas previsíveis, com algumas novas, que não tem mais o mesmo vigor quando tocaram na década de 1970 e de 1990. Tem bandas que envelhecem (todas envelhecem) e que continuam detonando, como Aerosmith, Iron Maiden, Scorpions, Rolling Stones. Outras parecem múmias no palco, como os DVDs do Led Zeppelin, Judas Priest e agora o Sabbath. Espero que parem e respeitem tudo o que fizeram juntos e com outros vocalistas. Ozzy é ícone, mas haja correção em estúdio e overdub na voz de Ozzy na edição do DVD! Mandem seus e-mails me xingando como sempre, quando falo de Sabbath ou de algum integrante ou ex-integrante. JCB – 5,0 Faixas: 1. War Pigs 2. Into the void 3. Loner 4. Snowblind 5. Black Sabbath 6. Behind the wall of sleep 7. N.I.B. 8. Methademic 9. Fairies wear boots 10. Symptom of the universe 11. Iron man 12. End of the beginning 13. Children of the grave 14. God is dead? 15. Sabbath bloody Sabbath (intro)/Paranoid Faixas do CD: 1. War pigs 2. Loner 3. Black Sabbath 4. Methademic 5. N.I. B. 6. Iron man 7. End of the beginning 8. Fairies wear boots 9. God is dead? 10. Sabbath bloody Sabbath (intro) / Paranoid |
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RUSH
Clockwork Angels Tour Universal – nac. DVD duplo Este DVD foi gravado em novembro de 2012 na arena American Airlines em Dallas, Texas. A apresentação teve apoio, durante algumas músicas, da Orquestra de Cordas da Clockwork Angels e esta foi a primeira tour que Rush foi com músicos adicionais no palco. Ok, o power trio sempre se virou sozinho, mas dessa vez quiseram explorar mais. No set, estão vários clássicos da banda, mas também o trio tocou o seu último disco de estúdio, Clockwork Angels, praticamente na íntegra, pois das 12 faixas, foram tocadas 9! Isso prova a relevância do grupo e de seus composições, pois para quem está conhecendo agora o Rush, verá uma homogeneidade nas suas músicas, elas têm o mesmo nível por cima. O Rush é mais um caso de bandas antigas que ainda detonam ao vivo e continuam gravando disco em alto nível. E não para por aí. Nos “extras”, há: um documentário sobre a turnê, entrevistas e vídeos dos bastidores da apresentação filmada. Clockwork Angels Tour é um dos melhores álbuns/vídeos ao vivo de 2013 sem dúvida! RS – 9,5 Faixas: Set Two: |
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CANNIBAL CORPSE
Global Evisceration Voice Music – nac. DVD ao vivo é DVD ao vivo, né?. Pode ter diversos recursos de estúdio, overdubs e edições, mas em DVD dá pra sacar muita coisa. E o Cannibal detona ao vivo. E muito. Seu Brutal Death Metal Tradicional ao vivo é executado a perfeição. Embora a banda sempre fale do mesmo tema (assuntos Gore em geral) e musicalmente não varie muito, a banda executa com maestria o que sabe fazer. Global Evisceration foi lançado em 2011 lá fora pela Metal Blade, mas chegou agora a pouco via Voice Music. O set conta com cerca de duas horas e 40 minutos de duração, incluindo imagens do concerto no Gothic Theatre, em Englewood, Colorado, do dia 03 de maio de 2010, e no Sunshine Theater, em Albuquerque, Novo México, dia 08 de maio de 2010. O DVD tem material bônus extra, bem como imagens de bastidores cobrindo a turnê Evisceration Plague, turnê esta que originou este DVD ao vivo, em que há muitas faixas deste disco, ao lado dos clássicos da banda (e olha que mutia coisa ficou de fora!).. As filmagens para o Global Evisceration foram feitas e dirigidas por Denise Korycki (Wild Wind Productions), que também dirigiu o DVD Centuries Of Torment - The First 20 Years. Sem destaques, o DVD todo é Brutal! Confira! RC – 9,0 Faixas: 1. Evisceration Plague 2. Scattered Remains, Splattered Brains 3. Make Them Suffer 4. Death Walking Terror 5. Devoured by Vermin 6. Priests of Sodom 7. Scalding Hail 8. I Will Kill You 9. Staring Through the Eyes of the Dead 10. Hammer Smashed Face 11. Stripped, Raped, and Strangled 12. The Cryptic Stench 13. Disfigured 14. Pit of Zombies 15. Pounded Into Dust 16. A Skull Full of Maggots 17. The Wretched Spawn |
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JUDAS PRIEST
Epitaph Sony – nac. Este é um pré-canto do cisne da banda. Esta é considerada sua última turnê oficial. Bem, tantas bandas como Ozzy, Running Wild e Scorpions vivem anunciando sua aposentadoria, mas acabam voltando ou esticando as mesmas. Mas aqui parece ser verdade mesmo. Primeiro, marca a saída oficial e definitiva do guitarrista K.K. Downing. Ok, seu substituto Richie Faulkner segura a bronca bem e sendo muito mais novo (mas muito mesmo) do que o restante da banda, terá esta marca em seu currículo e um belíssimo futuro. Mas a dupla sincronizada dos guitarristas era a marca da banda. Então, isto está perdido. A banda que já está bem mais velha, pouco se movimenta no palco. Vão me desculpar, mas Rob Halford até canta bem para a sua idade, mas ele parece uma múmia, não se mexe e canta olhando para baixo o tempo todo, parecendo ler o telepronter com as letras das músicas. Ok, é a idade e ela chega para todos, e cada de uma forma, mas outros contemporâneos seus ao menos andam no palco, mexem os braços, cantam sem óculos escuros. O instrumental tocado continua impecável e o vocal de Rob também, mas ao vivo, a performance perdeu muito, ainda mais o Judas que sempre foi uma banda de muita dinâmica, interação, carisma, com correria para todos os lados. Este foi o registro do último show de uma turnê de 120 shows em quase um ano - o início da turnê aconteceu no dia 07 de junho de 2011 e este show, escolhido para ser gravado e lançado - o último - foi realizado no dia 26 de maio de 2012. A banda tocou na Europa, América do Sul, América do Norte, Ásia e Europa novamente, fechando em sua terra natal, no Hammersmith Apollo (antes Hammersmith Odeon), um show mais intimista, num local com capacidade um pouco mais reduzida que as arenas que os receberam. Para esta turnê, a banda foi forçada a correr atrás de um substituto para K.K. Downing, que anunciou aposentadoria. A ideia da turnê foi a de uma última grande excursão de despedida pelos palcos do mundo. A banda já está na estrada há uns 40 anos e resolveu parar enquanto ainda entregam um grande show. Bem, tudo muito bonito na teoria, mas em entrevistas recentes, os integrantes já confessaram ter um novo álbum a lançar, que devem excursionar para promovê-lo... Mais um grande nome que anuncia aposentadoria e não cumpre. Ainda assim, foi uma turnê muito interessante, pelo repertório abrangente escolhido: pelo menos uma canção de cada álbum da banda, além de mais alguns clássicos que não podem ficar de fora de um show deles. Algumas escolhas recaíram sobre canções nunca executadas ao vivo, como Blood Red Skies, do álbum Ram It Down, e Never Satisfied, do primeiro álbum do Judas, Rocka Rolla. No DVD não há nenhum extra nenhum documentário, vídeo-clipe, entrevista. O track list esta abaixo para você conferir, mas nenhum destaque, pois todos foram executados no padrão que relacionei acima. O encerramento com Living After Midnight com várias fitas e adereços feéricos ficou muito Boate Kiss pro meu gosto. Não combinou para uma banda de Heavy Metal. Para colecionadores e fãs Die Hard da banda. Se você quer ver o bicho pegar, leia a resenha abaixo, onde a banda em seus tempo áureos, detonou. JCB – 7,0 Faixas: |
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IRON MAIDEN
Maiden England ’88 EMI – nac. Mais um lançamento de peso do Iron Maiden que revisita o passado. A banda foi tão grandiosa nos anos 80 que, pois mais extensas fossem suas turnês, por mais diários que tenham sido seus shows, por mais exposição que tenha tido nas rádios e TVs, por mais que os seus discos vendessem, que é como se uma década não tivesse sido o suficiente para o mundo absorver sua grandiosidade, por isso é o gigante que está aí. Sua música era tão grandiosa que seus discos recentes parecem ruins mediante a inspiração do passado. Este vídeo, lançado na época em VHS não causou tanto furor quanto merecia por dois motivos: 1º que todos o comparavam com o Live After Death e o achavam inferior. 2º, pois o set desde vídeo era o disco em divulgação, Seventh Son Of A Seventh Son, que sucedeu outro clássico, Somewhere In Time. O que tem de errado nisso? Nada. Mas apesar de hoje serem considerados tão clássicos quanto seus antecessores, na época foram criticados, tanto pela maioria dos fãs quanto pela imprensa especializada. A mesma que hoje baba ovo para estes trabalhos, era a mesma que desceu a lenha neles na época (eu lembro, pois estive lá...). Agora, tempos passados e com tantos discos ruins lançados pela banda (sim, todos lançados depois de Fear Of The Dark até The Final Frontier, são excelentes, acima da média para 99% das outras bandas, mas para o Maiden, perto dos seus sete primeiros de estúdio, são ruins, pouco inspirados, chatos e sonolentos, salvo uma faixa ou outra), o momento é oportuno para o relançamento desse vídeo para DVD, com direito a extras e faixas que não saíram no VHS, Run To The Hills, Running Free e Sanctuary, Oportuno ainda, pois estes dois discos citados, hoje são tidos como clássicos, e não criticados e mal compreendidos como foram na época. Inclusive antes de anunciar Seventh Son Of A Seventh Son, a faixa, Bruce faz um pequeno discurso falando sobre esse assunto, pois se em Somewhere In Time, eles foram criticados pelas famosas guitarras com sintetizador, dando um efeito mais moderno para a época e mais futurista, agora em Seventh Son Of A Seventh Son, o disco, eles estavam sendo criticado por usar teclados e ele demonstrou que está pouco se importando com estas críticas. Bem, este relançamento vem acompanhado da saga The History Of Iron Maiden - Part 3, do vídeo 12 Wasted Years e clipes desta fase da banda, fechando este ciclo. A capa foi “remodificada”, pois se no VHS aparecia Eddie usando o monóculo presente em todas as suas aparições de músicas e tudo relacionado a Seventh Son Of A Seventh Son, e montado em uma moto, agora quem aparece é o Eddie de The Trooper montado em um cavalo, com um exército de Eddies atrás dele. Quanto ao DVD em si, ele é sensacional. As imagens parecem ter sido capturadas em um show de hoje e o áudio está perfeito. Os músicos, impecáveis, tanto em vestimenta e cabelos (dá para ver o salto de qualidade de Live After Death até aqui, pois mostra os músicos com imagem mais limpa, roupas idem e cabelos escovados, afinal, a banda tomou dimensões universais). A performance dos mesmos é talvez a melhor de toda a carreira, me arrisco a dizer que foi o auge. Tecnicamente, em postura de palco, movimentação, eles esbanjavam energia, carisma e tudo o mais. Além de toda a parafernalha que a banda não largaria mais e que muitas “big bands” passariam a ter para sempre em suas apresentações (AC/DC, U2, ROLLING STONES, entre outros), ou seja, tudo passou a ser faraônico desde Powerslave. Impossível citar destaques, a não ser um detalhe para os fãs de Eddie. Ele aparece duas vezes, mas não anda no palco, obedecendo a temática do disco e de todos os Eddie’s do mesmo. O palco te faz estar no Polo Norte, em meio a aterrorizantes Icebergs. O set list, sensacional, claro, focado nesta fase e algumas faixas não tão tocadas na trajetória da banda até hoje, como a paulada de Die With Your Boots On, ponto alto do show, junto com a execução da tétrica e assustadora faixa-título. Ao vivo, com toda a pirotecnia, a performance dos músicos, iluminação e o palco se transformando de acordo com as suas várias passagens, com direito a teclado de tubos, após a aparição do Eddie, durante a última fala de Bruce e daí em diante, no desenrolar épico e assustador. Também foi lançado um CD duplo desta nova versão, e a banda está divulgando a turnê de Maiden England '88 este ano, com direito a shows no Brasil e também no Rock In Rio. Imperdível! JCB – 10 DVD 1: Maiden England '88: |
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DIO
Finding The Sacred Heart - Live In Philly 1986 ST2 – nac. No ano de 1986 Ronnie James Dio chegava ao auge de sua carreira. Ele rivalizava com Ozzy em termos de vendas de disco, de bilheteria e de megalomanias. Dio, assim como Ozzy, superava sua ex-banda, o Black Sabbath e sozinho em carreira solo, era um gigante (o baixinho crescia no palco). Chegava ao terceiro disco de sua banda, que na verdade não era banda solo, mas sim, banda mesmo, a banda Dio, com vendas altíssimas, turnês em ginásios, estádios e arenas “sold out” e com um passado de respeito (Elf, Rainbow e Black Sabbath). Seus shows, além de muita pirotecnia, iluminação e luz de laser em exaustão (em meados dos anos 80, era a moda, todo show grande tinha esses lasers, mostrando ostentação de quem usava, e o público pirava – depois de algum tempo, esses efeitos de laser virariam “brega”), a banda composta por Jimmy Bain (baixo), Vinny Appice (bateria), Craig Goldy (guitarra) e Claude Schnell (teclado) mostrava muita técnica. Seu set list continha, além de músicas da banda Dio, que vivia um momento de inspiração plena, clássicos do Black Sabbath e do Rainbow, ou seja, garantia de diversão e boa música. Mas por mais que se tenham músicos talentosos, fogos, luzes, lasers, dragões, e o que fosse, o destaque mesmo era o Dio, com sua voz invejável, carisma e talento para dominar o público, uma figura histórica da música. Não vou citar destaques, pois se você olhar o track listing, não há faixa que não se destaque. Mas com relação ao show deste DVD, que retrata esta época tenho algumas ressalvas. Mas antes, quero deixar claro algumas coisas. Sempre fui fã de Dio, eu pessoalmente o vi ao vivo em todas as vezes em que ele veio ao Brasil: na primeira vez que o Black Sabbath veio para cá em 1992 (no Olimpia e na pista de atletismo do Ibirapuera) na turnê de Dehumanizer, depois com a banda Dio em 1995 (Palace), 1997 (Skol Rock), 2001, 2004 e 2006 (estas três últimas no Credicard Hall), contando ainda sua participação com o Deep Purple e Orchestra em 2000 no Via Funchal e com o Heaven & Hell em 16 de maio de 2009 no Credicard Hall, exatamente um ano antes de sua morte em 16 de maio de 2010, do qual chorei muito e até hoje isso me entristece. Sempre defendi sua fase no Sabbath contra aqueles debiloides que acham que Sabbath é só com Ozzy, e sempre o elogiei quando a carreira dele não ia tão bem e muitos o acusavam de decadente. Jornalisticamente falando (tirando o lado pessoal de fã) também sempre reconheci seu trabalho. Mas assistindo Finding The Sacred Heart - Live In Philly 1986 caiu uma ficha do que poderia ter causado a queda em sua carreira. De tão grandioso que Dio era (assim como seu ego) e sua esposa sendo sua empresária, talvez tenha faltado alguém para lhe dar alguns toques (e se tivesse aparecido esse alguém, o baixinho o teria escorraçado). Ele trouxe dos anos 70 aquele maldito hábito (na minha opinião) de, além de todos os músicos fazerem solo (coisa que até hoje quase todas as bandas fazem e até tem seus porquês, mas eu e 90% do público detesta e em DVD, nós pulamos estas partes ou faixas), os solos eram longos, muito longos, alguns beirando os 10 minutos. Outro maldito hábito dos anos 70 que Dio manteve e, estando nos anos 80, disputando o mercado americano como todos, faltou ele se atualizar, era de fazer medley. Até hoje não entendo porque ele e outros artistas fazem isso. Ok, quando King Diamond foi convidado pelo Metallica para fazer um medley do Mercyful Fate, até ok, pois eram tocadas 7 ou 8 músicas em menos de 20 minutos, e sendo um convidado especial. Mas para que fazer medley de suas próprias músicas? Ainda mais músicas seminais, como na faixa 6: Medley: 'The Last In Line / Children Of The Sea / Holy Diver / The Last In Line (reprise) . Três clássicos tocados pela metade. Por que não tocá-los inteiros e nesse caso, deixar Children Of The Sea de fora? Ou esta mesma faixa, que é longa, esta sim fazer uma pequena parte (assim como o Heaven & Hell, a banda, mais tarde fez com Country Girl/Neon Nights). Mas os maiores hits de sua carreira não tocar eles inteiros? Na faixa 12 tem mais Medley: Rock 'n' Roll Children / Long Live Rock 'n' Roll / Man On The Silver Mountain / Rock 'n' Roll Children (reprise). Pra que? Poderia fazer um rodízio nas apresentações, mas tocasse a faixa inteira! Outra mania amaldiçoada (mesmo) dos anos 70: o vocalista cantar a música num ritmo diferente das métricas da original, pra fazer os milhares de pagantes quando vão cantar juntos, o vocalista dar uma de sabidão e mudar a forma de cantar e em vez de todos cantarem juntos, cantor e público, não, fica aquela coisa espalhada. Outra coisa, em Heaven And Hell, a faixa. Ela já é longa (mas obrigatória, ok). Só que aqui, fica mais da metade do tempo com Dio cantando “So it's on and on and on, it's heaven and hell”, sendo que a maior parte era só “on and on”, não tocou a música inteira na sequência (outro assassinato, no caso de Dio, suicídio, pois ele assassinava as próprias músicas). Se você ver o track listing, é o show dos sonhos, mas acompanhe a sequência: o show vai legal até The Last In Line, até começar as interrupções e músicas pela metade. Quando ele encerra o medley (já to ficando com raiva dessa palavra) entram 4 minutos de solo de bateria. Aí vem quase 7 minutos de Heaven And Hell do qual quase 4 deles só com“So it's on and on and on, it's heaven and hell”. Seguindo, mais 6 minutos de solo de teclado, e pra matar de vez, quase 8 minutos de solo de guitarra. Cara fala sério... Bem no meio do show, quase meia hora jogada fora. A prova de que estou certo é que, de todos os shows que vi ao vivo Dele (sim em maiúsculo, pois Dio literalmente virou um Deus, apesar de eu estar criticando), tudo isso foi aparado. Seus shows não tinha mais solo de teclado, e mesmo os de guitarra e bateria eram mais curtos, sem medleys e sem mudar a métrica vocal e, apesar de interagir com a plateia em Heaven And Hell, não tem tanto“on and on”. Ou seja, ele teve que aprender a duras penas. Bastava ele ter feito um pequeno update, como fez o Whitesnake, o próprio Rainbow, o próprio Sabbath pós Dio e etc. Enfim, apesar disso, o show é imperdível e obrigatório para fãs e não fãs. JCB – 7,0 Faixas: |