THE CURE
4:13 Dream Arsenal – nac. 4:13 Dream é o 13º da carreira da banda e mais uma vez, temos um disco de alto nível. Embora diversificado, passando por todas as fases da carreira do grupo, ele lembra muito High. Os críticos da mídia especializada já estão descendo o pau no disco, mas se vires estas críticas, as ignore. Esse pessoal é paga pau de bandas fracas, que depois passam vexame em festivais e na TV fazendo playback, como Bloc Party. Underneath The Stars abre bem mórbida ao estilo antigo da banda, enquanto The Only One, é mais Pop, mais fácil e “alegrinha”, lembrando algo de High. Em The Reasons Why é daqueles mais dançantes, das mais acessíveis também, com um vocal bem “cantarolado” de Robert Smith. Freakshow tem um swing, poucas vezes visto e ouvido na música do Cure, com refrão bem Pop. Sirensong é uma das que menos se destaca. Já The Real Snow White lembra o Cure mais clássico e mais Gótico, embora não haja neste disco músicas ‘barra pesada”, daqueles Góticos bem deprê, que também era uma das características do grupo. Talvez a um pouco mais assim seja,The Hungry Ghost, ainda que irresistivelmente Pop (sim, pois o lado mais “Pop” do The Cure é uma delícia!). Switch é mais “Progressiva”, enquanto The Perfect Boy é “legalzinha”. Já This. Here And Now. With You é mais cemiterial, mais moribunda, para saudar seus fãs desta era. E Sleep When I’m Dead é o oposto, feita para se dançar. É esse contraponto o lado forte deste álbum, pois além de passar pro quase todas as fases do Cure, é bem diversificado e alternado o estilo de suas composições no track list. The Scream é outra mais mórbida e It’s Over encerra num quase Punk Rock, bem Post Punk do começo de sua carreira. 4:13 Dream é um disco a orgulhar a sua carreira, sem dúvida! ADL – 9,0 Faixas: |
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CREMATORY
Pray Free Mind – nac. Bem, o Crematory passou por muitas mudanças ao longo dos anos, chegando a pausar suas atividade e retorno em seguida. Eles começaram fazendo um saudável e respeitoso Doom DEath que com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais Gótico, mais Gótico e mais Gótico. Aí, entraram naquela onda européia do final dos anos 90 do qual muitas bandas quiseram virar Industrial, como Samael e Covenant fizeram. Não deu certo. Eles se revoltaram, acharam que não estavam tendo o devido retorno e ainda não conseguiam se sustentar apenas da banda, então encerraram as atividades. Mas numa atitude das mais felizes, retornaram suas atividades, mas deixando claro que a banda não era mais o principal, já que todos voltaram aos seus empregos correntes, ou tiveram novos ou ainda, mantiveram nos quais já estavam. E nessa fase em que a banda se tornou “hobby” se deram bem, já que não tinham mais a pressão do mercado, da gravadora e da cena toda de se tornarem comerciais. Agora, poderiam tocar “apenas” aquilo que quisessem. Até o logo antigo, re-estilizado, retornou! Aqui em Pray, eles voltam com a sonoridade do final dos anos 90, aquela mais Gótica, com algo Doom, se no entanto, trazer nada de Industrial (ainda bem!). When Darkness Fall abre bem Doom, lenta, cadenciada, melodia bem melancólica, já Left The Ground relembra aqueles momentos agradáveis bem Góticos, bem tipicamente alemães. Alternando vozes limpas graves com urros guturais tradicionais, com teclados ao fundo como fossem “ventos” lembrando bandas finlandesas como HIM e The 69 Eyes (nestes teclados em específico, pois o Crematory tem seu estilo próprio). Alone e outra mais lenta, pesada, climática e “das antigas” da banda, mais Doom e até algo Death, enquanto a faixa-título é mais Gothic Metal ao estilo da banda, ate´algo dançante, contagiante, e com os dois vocais, os urrados do gordão Felix Gerhard Stass com os limpos e angustiantes de Matthias Hechler, também guitarrista. Completam o time Harald Heine (baixo), Markus Jüllich (bateria) e Katrin Goger (teclados). O Doom volta com Sleeping Solution, que tem uma letra mais Doom ainda! Parece que eles quiserem dosar os dois estilos dos quais a banda fez sucesso: o Doom Gótico e o Gothic Metal. Just Words são apenas palavras mesmo, com um piano de fundo, são entoadas como um poema. Em Burning Bridge, a coisa beira o Death Metal Melódico, com clima soturno e vocais limpos, alternando com os urros de Felix no refrão e nas partes principais, é a mais “alegrinha”. Em Have You Ever, parece que você está na Inglaterra no começo dos anos 90, no meio de tantas bandas Doom fazendo uma sonoridade mórbida quanto contagiante (e de todas aquelas bandas tradicionais do estilo), com guitarras atmosféricas. Matadora! Talvez, a faixa mais pesada do disco. Já Remember traz aqueles irritantes barulhinhos Industriais, desnecessários. Pra que isso, se tava indo tão bem? Além de efeitos nos vocais. O pessoal das bandas gravadoras tem que entender de uma vez por todas que, esse pessoal de “pista” só “usa” a música para dançar e de forma descartável. Antes, eles dançavam com Crematory e tantas outros. Hoje, eles dançam com qualquer outra coisa da moda. Encerrando, a viajante e “on the Road” Say Goodbye, que começa bem Folk depois descamba para um Death Gothic. Tirando a faixa 9, Remember, uma pequena escorregada, Pray é um disco excelente e tem tudo para ser o mais bem sucedido da sua carreira, depois de Believe. JCB – 9,0 Faixas: |
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LIBRA
Até Que A Morte Não Separe Sony/BMG – nac. Parece que a cena nacional começa a se despir de preconceitos, tirar os véus da ignorância e balancear os estilos no custo beneficio com o público. Sendo mais sintético, faltava uma banda Gótica que tivesse o suporte de uma Major, no caso, a Sony/BMG, que cantasse em português e que pudesse atingir o grande público. Sim, pois o Brasil é um dos maiores países na música Dark no mundo, com relação a público. Desde a parte mais Underground, mais concentrada nas regiões metropolitanas, e que curtem mais bandas covers e baladas Open Bar, desde aquela setor mais Gothic Metal, que aprecia mais bandas internacionais e que botam 2 mil pessoas tranqüilo na casas de médio porte, e desde aquela público mais mainstream, que curtem outras coisas, mas que lotam estádios, como nos show do The Cure realizados no Brasil, ou que fazem shows sold out em casas de grande porte para apresentações de Sisters Of Mercy, The Mission, Echo & The Bunnymen e outros estilos paralelos. O ponto em comum entre os três tipos de público é o pouco valor dado e pouca procura para as bandas nacionais. As mesmas, além de serem poucas, têm pouco suporte até de gravadoras pequenas, quanto mais das maiores. No entanto, agora com o projeto Libra a coisa pode mudar. O fato de cantarem em português, para se fazer sucesso aqui se mostra a escolha mais acertada. Para se cantar Heavy Metal, seria um suicídio comercial, mas para um estilo mais mainstream e que pretende atingir um público mais Pop (visto que a casta mais subterrânea só quer saber de Open bar e dançar EBM), foi a melhor escolha. Até porque, embora Emo e Gótico não tenha nada a ver, a molecada pode se identificar, pois ambos têm letras tristes, desilusão com a vida e falam também amores perdidos e crises existenciais. O visual, a proposta e a atitude são diferentes, mas a estética musical se torna semelhante entre o Libra e este público mais novinho. E antes que alguém ache as letras bregas, basta traduzir letras de 90% das bandas de Gothic Rock, Gothic Metal e Doom Metal e verá que eles falam as mesmas coisas. O Libra lembra muito o Imago Mortis nas partes cantas em português dos veteranos cariocas, que são muito mais densos, pesados e dramáticos do que o Libra, que por si, lembra, carrega e está mais perto do clássico Zero, também carioca, hoje um grupo Cult e também venerado pelos revivalistas dos anos 80. Indicado para fãs de todas as bandas acima citadas, mais Imago Mortis, My Dying Bride, Paradise Lost e Anathema. Tétrico, dramático, sombrio, moribundo, desiludido e frio. Assim como o signo que dá nome à banda. JCB – 9,0 Faixas: |
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SECRET DISCOVERY
Pray Dynamo – nac. Este é o terceiro disco destes alemães, que só agora têm um disco seu lançado no Brasil. Pray é de 2004 e só agora sai no Brasil. A banda já lançou um quarto disco Alternate de 2006 e depois disso, encerraram suas atividades, uma pena. Apesar de cantarem em inglês, o disco trás Sieh Nicht Zurück, cantada em alemão, e Une Derniere Fois, cantada em francês. A banda vem da cidade alemã de Bochum, foi fundada em 89, e nestes quase 20 anos, sempre foram ícones do Goth e Dark na cena alemão e do centro europeu. Agora, eles querem ganhar o mundo. Os vocais seguem aquela linha grave, meio Andrew Eldritch (Sisters Of Mercy), Peter Steele (Type O Negative) e Jyrki 90 (The 69 Eyes) e a música segue essa linha mais tradicional, fúnebre, atmosférica e grave. O responsável por estes vocais sombrios é Kai Hoffman. Musicalmente, eles lembram ainda mais Fields Of The Nephilin, bem como os vocais de McCoy. Para que não conhece, o Fields Of The Nephilin é uma forma mais Underground do Sisters Of Mercy, calcado em guitarras lascivas e lisérgicas. Interessante que a Alemanha é o país com maior público gótico e o que mais tem bandas do estilo, superando os progenitores ingleses, e que suas bandas são mais inspiradas em Fields Of The Nephilin do que Sisters Of Mercy, Bauhaus ou Joy Division. Down abre bem sinistra, bem Goth Rock tradicional, nesta linha, com teclados fazendo climas frios e gélidos. To The Moon é melodiosa e melancólica, com aqueles vocais graves e fortes, mas limpos. E assim se alternam as faixas, com todos os elementos e influências já citadas. Destaque ainda para a faixa I Turn To You, cover da ex-Spice Girl Mel C. Interessante como essa música na versão Dance original é murcha (nem como Dance ela é uma música forte) e na versão Rock ficou muito melhor. Antes do Secret Discovery, os Hard Rockers do Wig Wam também haviam coverizado esta música, também ficando legal, mas claro, numa versão Hard Rock. Aqui, a versão ficou bem Goth. Bem, como o próprio nome da banda entrega, trata-se de uma secreta descoberta, pois era secreta essa banda para nós brasileiros até então e foi descoberta agora. E continuará assim, já que a banda acabou. Portanto, aproveite e curta! ADL – 8,0 Faixas: |
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TIAMAT
Amanethes Nuclear Blast – nac. Disco de estréia do Tiamat pela Nuclear Blast, deixando depois de muito tempo sua relação com a Century Media. No meu entender, a banda terá mais suporte. Assim como em trabalhos anteriores, o grupo mixou as gravações no Woodhouse Studios, na Alemanha, com produção de Siggi Bemm. O CD foi produzido de fato por Johan Edlund, gravado principalmente no The Mansion, na Grécia, e adicionalmente no Studio Vega, na Suécia, e Cue, também na Grécia. O álbum foi mixado e masterizado por Siggi Bemm no Woodhouse Studios, na Alemanha, em janeiro de 2008. Ufa! A banda causou furor nos anos 90 pelo seu Metal quase Doom, que se tornou mais Gótico com o passar do tempo, depois colocando elementos eletrônicos e até Pop, tanto que em certos discos, chegou a soar como um Depeche Mode com guitarras. Os fãs mais Die Hard ainda tem em Wildhoney como o seu disco predileto da banda. Em Judas, a banda acerta com o Gothic Metal e Prey, seu último disco de 2003, seguiu essa linha e também produziu momentos legais. The Temple Of The Crescent Moon abre de forma brutal até lembrando algo de Moonspell, naquela fase meio Goth, meio Black, meio extremo. Já Until The Hellhounds é puro Sisters Of Mercy, ainda a maior influência musical e vocal de Johan Edlund. Já Will They Come e Lucienne são meia-baladas ao estilo que o Crematory gostava de fazer. E como hoje, muito do que chamam de Gótico é Prog sombrio e muito do que chamam de Prog tem algo de Dark, as influências sombrias de Progressivo aparecem em Summertime Is Gone, sendo Raining Dead Angels a resposta mais Metal para ela. Não sabemos qual será o futuro do Tiamat e qual direção sonora Johan Edlund dará para o Tiamat. Creio que por ele nunca ter demorado tanto para ter lançado um disco, ele deve ter ficando compondo nestes cinco anos e passou por diversas fases neste tempo e misturou tudo em Amanethes. Eu tenho as minhas favoritas, espero que você tenha as suas também! JCB – 8,0 Faixas: |
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PORTISHEAD Third Universal – nac. Chegamos a mais um disco desta banda tão festejada dentro do chamado Trip Hop. Depois de mais de 10 anos sem lançamentos, o grupo chega com Third, com 11 faixas totalizando mais de 50 minutos. A banda liderada por Beth Gibbons e que conta ainda com Adrian Utley e Geoff Barrow vêem com tudo, mostrando que, apesar do estilo não estar mais na moda, como quando do surgimento do grupo, o Portishead lidera este tipo de música, que agrada fãs de New Age, Ethereal, Goth, Ambient e até Guitar e Alternativo. Claro, Third não vai mais chocar e balançar a cena como quando do surgimento do grupo, mas ainda empolga e as suas músicas emplacam. Em 94 lançaram Dummy, um disco que hoje já é clássico. A musicalidade soturna do trip-hop colocou a cidade de Bristol no mapa da música mundial, um local chuvoso, sombrio e climático. Aliás, cidades como Londres, Manchester, Liverpool, Seatle, Gotemburgo, Birmingham e entre tantas outras que têm este tipo de clima, são as que criam a melhores ondas musicas e as melhores bandas. Em 97 lançaram o segundo CD, Portishead, e em 99 encerraram as atividades com Roseland NYC. Apesar do longo hiato, a banda continua atual e presente na cabeça de todos e no coração de seus fãs. Eles nunca chegaram a anunciar o seu fim, sempre dizendo que lançariam um próximo disco. Este impasse gerou insegurança no grupo e fãs, temendo algo como o que ocorreu com o segundo disco do Stone Roses, que, quando saiu, com mais de cinco anos de atraso, perdeu a onda para o Oasis. E mais ainda, as comparações com o eterno e já clássico Chinese Democracy do Guns’n Roses, que está sendo composto há quase 15 anos e ainda não saiu. A capa é simples e á o único pecado do disco. Como poucos, conseguem ser ao mesmo tempo eletrônicos e orgânicos. Sua música é cada vez mais sombria, e a faixa Silence abre com uma narrativa em português (pasmem), como uma entoação de ritual. Sim, ao ouvir o disco, não ache que é erro, é a música mesmo. Olha que privilégio! Hunter lembra o som da banda nos anos 90. Nylon Smile tem uma batida tribal, hipnótica. The Rip é balada com voz violão descambando depois para o Electropop. Plastic tem um loop de bateria interrompido. No mínimo, pitoresco e excêntrico. We Carry On volta com as batidas tribais. Deep Water é só voz (e que voz) e bandolim (!), num clima quase celta e bem pagão. Machine Gun é a mais pesada do disco. Encerrando, as boas Small, Magic Doors e Threads. Third é mais um clássico, como tudo o que o grupo fez até hoje. Que não demore mais uma década para o próximo disco sair! ADL – 9,0 Faixas: 1. Silence 2. Hunter 3. Nylon Smile 4. The Rip 5. Plastic 6. We Carry On 7. Deep Water 8. Machine Gun 9. Small 10. Magic Doors 11. Threads |
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SIOUXSIE Mantaray Universal – nac. Enfim, temos o disco solo da Siouxsie Sioux, que fez história com a banda Siouxsie And The Banshees. Entretanto, em Mantaray, temos um disco um pouco diferente da música em que ela se habituou a fazer e que nós todos curtimos tanto e respeitamos muito. Into A Swan abre em grande estilo, bem anos 80, cadenciada, com uma veia Pop, já que ela sempre foi uma pessoa que privou por fazer e contar canções de forte apelo. About To Happen é mais dançante, uma quase “discoteca”, com bastante de Alternativo e Guitar dos anos 90, em que ela, foi uma das maiores influências. Já Here Comes That Day lembra algo que o Garbage fez em Queer (claro, outra banda influenciada pela Sioux) com um andamento típico para trilha sonora de filmes de Quentin Tarantino que deveria ter um clipe, bem ao estilo mafioso. Loveless é bem parecida com Here Comes That Day, vindo na mesma toada e levada, como se fosse uma continuação. If It Doens’t Kill You é uma balada. Mórbida, mas balada. One Mile Below é mais “estrada”. Em Drone Zone nem mais quase é Rock, mostrando que em metade do disco, ela abusou do experimentalismo. O lado Dark e sombrio volta em Sea Of Tranquility. Depois, o experimentalismo excessivo volta em They Follow You e Heaven And Alchemy que encerra um disco aguardado por muito tempo, muito curto (10 faixas em pouco mais de meia hora de duração) e que, se não é o melhor disco de sua carreira e de longe lembra os clássicos dos anos 70, 80 e comecinho de 90, ao menos, serve par colocar seu nome em evidência novamente! ADL – 8,0 |
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HIM Venus Doom Warner – nac. Tem bandas que têm uma sonoridade ímpar e se tornam influentes, mesmo nós, jornalistas, insistindo em comparar e rotular. Os finlandeses do HIM é um destes casos. Sim, pois a banda já foi chamada de Gothic Metal, Gothic Rock, Love Metal (este título foram eles mesmos que inventaram) e até de Emo Goth ou Pop Dark. Chame-os do que quiser. Eles são um pouco de tudo isso, pois são sombrios e obscuros por essência, então são Goth e Dark. Também são Metal sim, pois são pesados e até arriscaria a dizer um pouco Hard (mas não tanto quanto o Glam do The 69 Eyes, outra Goth band da Finlândia que mistura o Dark, o Metal e o Hard). Até Emo, pois tem algumas passagens bem emocionais, mas longe da chatice e breguice dos NX Zero’s da vida. E Pop, pois conseguem fazer músicas acessíveis e de qualidade. Na Europa, eles são Deuses, nos EUA são desconhecidos, pois lá só pode fazer sucesso que fizer música negra ou fazer letras de sacanagem. E no Brasil, eles são conhecidos ainda só para os iniciados na música obscura. Mas temos que reverter este quadro e Venus Doom chega para isso mesmo, no disco mais arriscado de sua carreira, com várias passagens de (pasmem) Doom Metal (isso mesmo!). A faixa-título mostra algo disso, ainda bem melódica (como todas as outras daqui e da carreira da banda), podendo estar no Love Metal (o disco, que gerou o auto-rótulo do grupo). Love In Cold Blood, é comercial também, bem Goth, mas as guitarras baixas e lentas, dão esse ar de Doom, deixando sua música ainda mais sombria. O lado Doom se faz mais forte ainda em Kiss Of Dawn, lembrando o final dos anos 90 das bandas inglesas do estilo. Por isso também, no começo de Sleepwalking Past Hope temos uma guitarra gordurosa à Cathedral, bem Stoner, ficando mais sublime depois em seu refrão. A faixa tem mais de nove minutos de duração e várias mudanças de andamento, indo dos estilos citados até o mais puro Gothic Rock oitentista. E assim vão se alternando as faixas seguintes, Dead Lovers´ Lane, Song Or Suicide, Bleed Well e Cyanide Sun. Excelente! JCB – 8,5 |
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RETRATOS SUBTERRÃNEOS |
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MARILYN MANSON |
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SIRENIA Nine Destinies And A Downfall Nuclear Blast – nac. Mais uma banda que chega à Nuclear Blast e muda sua sonoridade e vemos (e ouvimos, principalmente) o grupo decolar. Neste terceiro disco da banda de Morten Veland (ex-Tristania), o primeiro pelo selo alemão, e o melhor de sua atual banda até hoje. O disco que chega mais perto (mas ainda não supera) o que ele fez com o Tristania em Widows Weed e Beyond The Veil. Este Nine Destinies And A Downfall, temos a terceira vocalista, cada um diferente em três discos. Agora, é a vez de Monika Pedersen, da Dinamarca, sucedendo Fabienne Gondamin (França, cantou no primeiro disco, At The Sixes And Sevens, considerado o que poderia ter sido o terceiro disco do Tristania) e Henriette Bordvik (Noruega, cantou no segundo e mais fraco An Elixir For Existence). Seguindo o caminho de bandas como Nightwish, Evanescence e Lacuna Coil que suavizaram seu som para ter um pulo maior atingindo mais rápido o topo da cena “Gótica”, mas sem perder a sua identidade. Ao contrário do Tristania, o Sirenia conseguiu isso em Nine Destinies And A Downfall, que é um disco mais suave, mais clean, mas ainda pesado e Metal. Destaque para a imbatível Sundown, a mais Doom, mais pesada, mais tétrica, mais sombria, mais Dark e a melhor dos dois últimos discos da banda. Confira mais esta formação, essa mudança de direcionamento e mais um vocal diferente. ADL – 9,0 |
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AFTER FOREVER After Forever Rock Brigade/Laser Company – nac. O que acontece com determinadas bandas? Só uma questão de mudar de gravadora que a banda deslancha? O AF saiu da Transmission meio que brigados e assinaram com a grande Nuclear Blast. Claro, numa gravadora maior, a divulgação será maior também. Mas sua música mudou. Está mais acessível sim, mas está melhor! Eu particularmente, nunca tinha sido muito fã da banda, sempre vi qualidades, mas nada que fosse muito grandioso, tanto que a banda era mais sucesso de crítica do que de público. Mas agora a banda volta com um disco certeiro que, ainda soando como o After Forever tradicional, trás músicas mais soltas, mais rápidas e mais bombásticas também. Discord abre num clima de suspensa ao melhor estilo A Bela e A Fera, com os vocais agressivos e guturais (poucos desta vez) de Sander Gommans e os líricos, menos extremos e mais limpos de Floor Jansen. Evoke segue numa linha mais Heavy Metal, atual direcionamento da banda que, aliás, sempre foi classificada por aqui como Gothic Metal erroneamente, pois de Goth eles nunca tiveram quase nada, a não ser vocais femininos, líricos, alguns coros e orquestras e algumas passagens mais sombrias. Mas como o povo os considera ainda como Gothic Metal, cá eles estão. Transitory lembra mais o estilão antigo da banda, e Energize Me mostra a banda numa nova sonoridade, mais leve e intensa ao mesmo tempo. Equally Destructive é pesadona, com Withering Time mais Epica (ops, épica – a música) ao velho estilo da banda. A segunda metade do CD é menos eletrizante, mas ainda tem bons momentos como Envision (calma e sutil), Who I Am (outra bem rápida e destoando de tudo que já fizeram até hoje, pois é bem caótica) e encerrando as lentas (deixaram as baladas para o final do CD, que bom!) Dreamflight e Empty Memories. Agora sim, de uma vez, de fato e de direito, o After Forever com o disco After Forever ruma ao topo da cena pesada e sombria com vocais femininos! ADL – 8,5 |
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POISON BLACK Lust Stained Despair Encore – nac. Os demais veículos especializados desceram a lenha no Poison Black, dizendo que a banda já não era lá muita coisa e que este Lust Stained Despair é ruim, dando notas abaixo de 5,00. Sinceramente achei isso um exagero. Realmente, esta banda, que era um projeto do vocalista do Sentenced, Ville Laihiala, estreou com um bom disco de Gothic Metal, Escapexstacy. Depois que o Sentenced sentenciou o seu fim (essa eu não ia deixar passar batido...), Ville adotou o Poison Black como sua banda de fato, e assumiu os vocais de vez (em Escapexstacy ele apenas tocava guitarra) e fez deste Lust Stained Despair o início de sua vida pós-Sentenced. Este CD fica longe do talento e do brilho de sua ex-banda e fica no mesmo patamar do debut. Nada demais realmente, e nenhuma faixa que vai ficar na sua cabeça depois de deixar de ouvir o CD (no caso do Sentenced, os discos inteiros grudavam em seus ouvidos), mas ainda assim, temos bons momentos, como Hollow Be My Name, Rush, Nail, Raivotar e Never Enough. Gothic Metallers de plantão, mais um bom nome para sua lista e mais um disco ao menos razoável. ADL – 7,0 |
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DELAIN |
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THERION Gothic Kabbalah Nuclear Blast – nac. O Therion sempre inova e sempre se supera a cada disco. Os seus fãs e a imprensa já esperam isso. Mesmo que seus discos novos não sejam os melhores de suas carreiras, ainda assim, todos reconhecem o seu poderio e o seu talento. Em Gothic Kabbalah eles tentam novamente e vem com um disco totalmente diferente de tudo o que a banda fez? E o que tem demais este Gothic Kabbalah? Nada! Justamente isso! A banda fez um CD simples e cru ao extremo, muito pouco para um Therion e se vê que isso foi proposital (ou a gravadora investiu menos dessa vez, pouco provável). Quando uma banda como o Therion lança um disco, todos esperam um show de sonoridade épica, sinfônica, orquestrada e melódica. Quando o Therion lança um disco com o nome de Gothic Kabbalah, ou seja, com a palavra gótica e o misticismo da Cabala, todos pensariam que seria um disco que bateria Vovin, por exemplo. Ledo engano. Posso estar sendo chato, mas tenho o dever de alertá-lo, caro leitor. Gothic Kabbalah é duplo e não tem nenhuma faixa que se destaque, que seja um novo clássico ou um novo hino para se executar ao vivo. Sua música é um Heavy Metal puro e simples. Bom, mas só isso, pouco em se tratando de Therion. Mats Leven fez mais uma vez um grande trabalho nos vocais e as guitarras dão um show. Se fosse outra banda lançando esse disco, levaria nota 9, mas sendo o Therion, fica difícil. Destaques para as faixas The Perrennial Sophia, Son Of The Staves Of Time, Close Up The Streams, que encerra o CD1 e no CD2, The Path To Arcady, Chain Of Minerva e Adulruna Rediviva encerrando tudo. Ouça e tire você mesmo as suas próprias conclusões. ADL – 8,0 |
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THE GATHERING Home Dynamo – nac. A banda começou com vocais masculinos fazendo Doom. Depois, com o advento de Anneke Van Giesbergen nas vozes, a banda caiu no Gothic Metal, indo devagar para o Gothic Rock, depois para o Heavy puro e simples, indo para o Progressive Rock e até chegando ao Ambient e Ethereal. Com Home, banda faz o caminho inverso de trás pra frente, voltando a fica mais Rock e mais pesada, ainda que longe de outrora. Fãs de todas estas fases podem gostar de faixas como In Between, Waking Hours, A Noise Severe, Your Troubles Are Over e The Quiet One. Esperamos que nos próximos, a banda continue a lógica da pirâmide e venha mais rápido, mais pesado, mais Rock, mais Metal e mais Gótico e mais Dark. ADL – 7,0 |
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VIRGIN BLACK |
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EISBRECHER Antikorper Rock Brigade/Laser Company – nac. Já é tradição na Alemanha, surgiram cenas e bandas eletrônicas de lá. Seja no Industrial Rock, ou Metal Industrial (Rammstein é o mais gigante exemplo), seja na EBM, Darkwave e afins. Este Antikorper é o segundo full lenght desta banda formada em 2002 na Alemanha, que debutou em 2004 com um disco homônimo. A sua música tem muito de Metal e de Dark, pois é pesada e sombria. A voz é tenebrosa, as guitarras são pesadas e fabris (Industriais) e a cozinha é eletrônica e a programação geral rola solta. Feito par dançar também, além de se apreciar, Antikorper é composto de 13 faixas em mais de 50 minutos de duração. A banda já devasta a terra dos Godos faz tempo, agora só falta a América do Sul, mas a invasão já começou! O CD ainda tem uma faixa multi-media com o clipe de Vergissmeinnicth. A banda é: Alexx (V), Noel Pix (G/programação), Felix (G), Miguel (B), Renee (D) e Maximator (D/programação). Destaques para Leider, Ohne Dich, Kein Mitleid e Vergissmeinnicth. ADL – 8,0 |