LEAVE’S EYES
Njord
Napalm Records – imp.
Confesso, nunca fui fã da nova banda de Liv Kristine Espenæs, mas Njord é excepcional! Sempre achei o Leave’s Eyes muito abaixo do Theatre Of Tragedy, cujos seus discos pós Aegis, eram muito abaixo dos pré Aegis.
Os melhores discos de Gothic Metal que considero, estão neste Top Five abaixo:
1- Widow’s Weed - Tristania
2- Oceanborn – Nightwish
3- Masquerade – Dreams Of Sanity
4- Velvet Darkness They Fear – Theatre Of Tragedy
5- Enter – Within Temptation
Tranqüilamente, Njord, entrou no meu Top Five, no lugar de Enter do Within Temptation! Sim, pois além de ser talvez o melhor disco do ano de 2009, e o melhor disco do Leave’s Eyes, muito provavelmente deva ser o melhor disco deste estilo nesta década de 00! Até porque, todos os discos do meu Top 5, foram lançados na década de 90. Claro, no presente século e milênio, muita coisa boa foi feita, mas estes aí foram marcos! Que sabe, com Njord, seja um novo caminho para que novos clássicos surjam? Inovando, mas sem serem moderninhos e sendo clássicos e tradicionais, sem se repetirem? A banda conseguiu separar as coisas, já que o grupo inteiro é praticamente o Atrocity inteiro, de seu marido Alexander Krull. Hoje o Leave’s Eyes anda com as próprias pernas e põe no chinelo o TOT! Claro, vamos esperar o disco novo do Theatre Of Tragedy, mas Njord é arrebatador! Krull produziu o disco, extraindo o máximo uma grande sonoridade. Aliás, neste gênero de Gothic Metal, ele está se tornando um mestre, suas produções estão sendo excelentes! Também, ele tem uma professora e criadora de um estilo dentro de sua própria casa. A faixa-título abre dando uma amostra do que virá pela frente. Pesada, cadenciada, repletas de momentos que beiram o Black Metal, contrastando com uma sutileza etérea com muito bom gosto e criatividade, que faltam a 90% dos grupos de hoje. My Destiny soa mais Rock e mais acessível, com elementos de Folk e vocais sublimes. Realmente, Liv é uma das maiores cantoras deste segmento, sem dúvida. Esta faixa parece ter sido composta para tocar nas rádios e merecia. Quem sabe abras as portas para o mercado norte-americano. Emerald Island é mais pagã ainda, linda, épica, um clássico do chamado Symphonic Metal. E Take The Devil In Me? Uns dos temas mais intrigantes, climáticos e misteriosos do disco, uma pérola do Gothic Metal. Through Our Veins é  a menos legal, mas ainda boa. Irish Rain é a mais celta possivel, até pelo nome “chuva irlandesa”, pra se ouvir quando estiver chovendo. Aliás, os europeus veneram a chuva, quantas músicas foram feitas em sua homenagem, este fenômeno que é um dos mais belos da Natureza, que os brasileiros só reclamam (me “inclua fora desta”), porque vai molhar a roupa branca, vai ter transito e enchente (isso tudo é incompetência dos homens, pois o fenômeno não tem nada a ver com isso). Northbound é um momento de mais bombasticidade, com uma melodia cativante em seu começo, até que calma, para a entrada do estrondoso refrão. Ragnarok é outro momento grandioso, épico e macabro, com coros grandiosos lembrando os grandes momentos do Nightwish, alternando com os vocais tenebrosos de Krull, numa das faixas mais tensas e dramáticas do álbum. Morgenland é um tema Folk, uma balada quase inteira acústica. The Holy Bond é um Gothic Rock legal, mas abaixo da media do disco. Encerrando... Uma das melhores canções de todos os tempos do estilo. Froyas Theme... Tétrica, sombria, gótica, dark, um show nos vocais, passagens somrbias, coros sinistros, refrao marcante... O que mais um clássico precisa? Aliás, o que mais este disco precisa pra se tornar clássico? JCB – 10
 
Track list:
1. Njord
2. My Destiny
3. Emerald Island
4. Take The Devil In Me
5. Scarborough Fair
6. Through Our Veins
7. Irish Rain
8. Northbound
9. Ragnarok
10. Morgenland
11. The Holy Bond
12. Froyas Theme

ELIS
Catharsis
Napalm Records – imp.
O Elis começou sua carreira com o nome Erben Der Schöpfung em 2000. Após a saída do tecladista Oliver Falk, que saiu por diferenças pessoais e levou os direitos do nome, a banda ressurge em 2003 com o nome Elis e lançam o álbum God's Silence, Devil's Temptation, que até saiu no Brasil e embora vendido como a revelação do Gothic Metal com vocais femininos, sinceramente, não achei nada de mais com relação às centenas de bandas que já existiam na época. O disco ainda apresentava elementos eletrônicos em algumas músicas, querendo demonstrar mais modernismo, querendo atingir a cena eletrônica e Industrial do que a Gótica e Metal propriamente dita. Pela origem do grupo, o principado de Liechtenstein, liberto da Alemanha em 1866, podemos relevar por ser um país que muito provavelmente, a única banda de Metal de lá, deveria ser o próprio Elis.  Banda, anteriormente se chamava Erben Der Schopfung, que também teve disco lançado aqui e era ligeiramente superior ao Elis. Tudo ia bem, quando em julho de 2006, a vocalista Sabine Dünser faleceu misteriosamente devido uma hemorragia cerebral. A banda deu uma parada e o disco que estava em gravação, Griefshire, foi lançado postumamente, produzido por Alex Krull, vocalista do Atrocity e guitarrista da banda de sua esposa, Liv Kristine, o Leave’s Eyes. Todos davam a banda como encerrada, até que a banda ressuscita, “ressuscitando” junto com outra pessoa que estava desaparecida da cena: Sandra Schleret (Siegfried, ex-Dreams Of Sanity e Soulslide). E este disco trás nada mais nada menos do que a própria assumindo os vocais desta e escolhe melhor seria impossível. Sandra é uma das melhores cantoras desta cena, e uma das raras que não apela para visuais rocambolescos nem para “sensualidade”. Ela aparece apenas por sua voz. Este disco, Catharsis, ficou com uma sonoridade muito similar ao do Dreams Of Sanity, o que para mim, é excelente! Sonoramente, seria o quarto disco do DOS, embora em comum, tenha apenas a presença de Sandra. Core Of Live é mais Heavy Metal sinfônico, seguindo a linha de Dark Clouds In A Perfect Sky, que era mais Heavy e direto. O bom que a banda passa longe de querer copiar Nightwish, Evanescence, Whitin Temptation, Epica ou os modernosos e vendidos do Lacuna Coil. Os elementos também modernosos eletrônicos, ficaram no passado. Twinkling Shadow é mais quebrada e algo dissonante, com um refrão mais rápido, pequenas pitadas de vocais guturais masculinos, na medida de um tempero apenas, e muitas vozes dobradas e outras interpostas de Sandra. Warrior's Tale é mediana, e mostra que Catharsis é diferente de outros discos, as primeiras faixas não são as melhores. Des Lebens Traum, des Traumes Leben é bem operística, Progressiva, cheia de mudanças de andamento e velocidade. Vale destacar a produção impecável, que para mim deixou o som limpo até demais! I Come Undone é uma das melhores faixas do disco, uma das mais acessíveis também, mas inspirada, com riffs abafados certeiros, vozes entrepostas legais, melodia cativante e refrão cativante. Aliás, Sandra dá um banho em 90% das vocalistas de hoje, como as Scabbias da vida ou as novatas do Nightwish ou Xandria. Uma coisa que aparece neste disco é a palavra feeling! Coisa inexistente em grande parte das bandas com este tipo de configuração, onde tudo é certinho e composto pra fazer sucesso milimetricamente calculado, sem espontaneidade. Firefly é mais rápida e pesada, em seu começo, também uma das mais bombásticas, lembrando em suas estruturas outra banda conterrânea de Sandra, o Edenbridge, com um refrão marcante! Morning Star beira o Doom, mas lenta e cadenciada, com uma letra enigmática (a maioria das pessoas não sabem o significado oculto de Estrela da Manhã) enquanto Das Kleine Ungeheuer também é cadenciada meio Doom, mais arrastada com várias paradas em seu decorrer. Realmente a banda fugiu de qualquer tendência modista atual, coisa que não fizeram no passado, mas com a entrada de Sandra e a produção de Krull, nortearam a direção musical do grupo. Já Mother's Fire é mais bombástica e tem até uma levada Hard Rock, bem acessível e até poderia tocar nas rádios! Encerrando, Rainbow uma baladinhae The Dark Bridge, que lembra um pouco alguma música do Dio, magnânima! Até dá achar alguma coisa de Holy Diver aqui! Bem oitentista! Enfim, agora a banda tem tudo para decolar e achou sua veia sonora! JCB – 8,5

Track list:
01. Core Of Live
02. Twinkling Shadow
03. Warrior's Tale
04. Des Lebens Traum, des Traumes Leben
05. I Come Undone
06. Firefly
07. Morning Star
08. Das kleine Ungeheuer
09. Mother's Fire
10. Rainbow
11. The Dark Bridge

SIEGFRIED
Nibelung
Napalm Records – imp.
Olha a Sandra de novo, agora com sua até então banda oficial. A banda é da Áustria, seu país de origem, bem como sua ex-banda, o Dreams Of Sanity. Aqui, ela aparece menos que aparecia no DOT e do que aparece no Elis, do qual ela faz parte agora. Confesso, apesar de admirar este tipo de proposta, musicalmente, não curti muito o Siegfried até hoje, este conceito pode mudar hoje com Nibelung. O som é mais extremo, com várias passagens Black e aqui, parece mais uma trilha sonora de filme, já que, é cheio de vinhetas, narrações, passagens como se fosse do filme, o clássico “O Anel dos Nibelungos”, famosa história nórdica. Os vocais guturais aqui abundam, ainda que contrastando com os limpos, dando várias passagens que em momentos, flertam uma quase Ópera, no meio do Black Metal! Sim, sua música e dramática e cantada em alemão, utilizando três vocalistas diferentes, cada uma representando um personagem. Desde os primórdios, Bruder Cle foi responsável pelo canto escuro, agressivo e pagão, assim, retratar o personagem de Hagen. Sua contrapartida é Bialek Werner, que é perfeito para a personagem de Siegfried, o guerreiro jovem e alegre. A interpretação das vozes femininas, em especial o caráter de Kriemhield, é deixada para Sandra Schleret. A coisa aqui funcionou melhor do que em Drachenherz (2001) e Eisenwinter (2003), tirando o lado da história, a música funciona melhor para se ouvir. Só me indago do porquê cantarem em alemão. Ok, é a língua nativa da Áustria, mas a historia não é da Áustria! Então, em inglês entenderíamos melhor, alem do que a musicalidade anglo-saxão é melhor do que a alemã. Sandra ficou um bom período bem doente, do qual foi responsável pelo seu afastamento da cena Metal, voltando com tudo agora. Nibelung é um disco de difícil assimilação e recomendo várias audições para entendê-lo e curti-lo na sua plenitude. RS – 7,5

TRAIL OF TEARS
Bloodstained Endurance
Napalm – imp.
Bloodstained Endurance é o sexto álbum da banda norueguesa Trail of Tears. A banda passeou no fim dos 90 e começo dos anos 2000 pelo Gothic Metal e Black Metal. Discolored In Red é um clássico, depois, a banda, como tantas outras que passeavam nestes estilos e eram legais, se perderam. As mudanças de vocalista feminina atrapalharam e trajetória da horda. Na formação, mais uma mudança: apenas o vocalista Ronny Thorsen ficou de todo o grupo, todos saíram. Thorsen teve que reformular a banda, chamando novamente a vocalista Cathrine Paulsen, que já havia cantado no grupo entre 2000 e 2004. A fórmula é a mesma, um tanto já desgastada. A Bela e a Fera duelando nos vocais, a banda se repetindo. O disco é bom, muito correto, mas por ser muito correto, falta espírito, pegada, como outrora. Eles já foram uma das minhas bandas preferidas no citado tempo. Ao menos, não comercializaram o som, como  Tristania e Within Temptation, que ficaram soft e chatos demais. Enfim, sem alguma faixa que destaque em especial. É um disco que, se você ao menos já gostou da banda ou gosta do estilo, pode por para ouvir enquanto você está no computador, que o tempo passa de boa. A capa do disco, que foi feita pelo aclamado Travis Smith (Amorphis, Opeth, Nevermore), e trabalhou como produtor Terje Refsnes. RC – 7,0

Track list:
01. The Feverish Alliance
02. Once Kissed By The Serpent (Twice Bitten By Truth)
03. Bloodstained Endurance
04. Triumphant Gleam
05. In The Valley Of Ashes
06. A Storm At Will
07. Take Aim.Reclaim.Prevail
08. The Desperation Corridors
09. Farewell To Sanity
10. Dead End Gaze
11. Faith Comes Knocking

LUNATICA
New Shores
Napalm – imp.
A banda suíça tem sido considerada uma das bolas da vez dos últimos anos em se tratando de Metal Sinfônico com vocais líricos femininos com toques góticos, orquestrações e tal. Fables & Dreams, de 2004, foi uma estréia bombástica e eu mesmo achei a banda uma das melhores do estilo. Sua música é fria, melódica, melancólica e ainda bombástica. Já no segundo disco, The Edge Of Infinity, de 2006, achei um passo atrás, não houve evolução naquele misto de Epica, Edenbridge e Nightwish. Mas o estilo estava mantido, mais maduro, mas perdendo aquele punch e aquela inocência da estréia. Agora, com New Shores, a banda fez um disco melhor que o antecessor, mas ainda perde para a juventude da estréia. Até as capas refletem a mudança de direcionamento. Fables & Dreams com sua fria capa azul, dá aquele ar de Gothic Metal e Metal Melódico das bandas da Finlândia, refletia aquilo mesmo. Depois, as capas foram ficando mais para o Progressivo, ainda mais em New Shores. Apesar de mais atual, com mais mercado e mais original, se perderá no meio de tantas mesmices deste filão. Ainda, os duelos setentistas entre teclado e guitarra, permanecem são destaques, sendo que o tecladista Alex Seiberl é um dos fundadores da banda, ao lado do guitarrista Sandro D’Incau. Sascha Paeth, é o produtor de New Shores, como no lançamento anterior. A gravação deixou o som muito limpo, limpo demais. Estão esquecendo que Rock e principalmente Heavy Metal tem que ter um pouco de sujeira, pelo menos. O Lunatica é: Andrea (vocais), Alex (teclados), Sandro (guitarra), Marc (guitarra solo), Emilio (baixo) e Ronnie (bateria). John Payne (ex-Asia) faz participação especial com voz em Farewell My Love. Enfim, o disco é perfeito para o estilo, perfeito demais, faltou feeling.
JCB – 7,0

Track List:
01 - New Shores
02 - Two Dreamers
03 - How Did It Come To This
04 - The Incredibles
05 - My Hardest Walk
06 - Farewell My Love
07 - The Chosen Ones
08 - Heart Of A Lion
09 - Into The Dissonance
10 - Winds Of Heaven
11 - The Day The Falcon Diesb

O QUAM TRISTIS
Les Chants Funestes
Palace Of Worms – imp.
Les Chants Funestes é o novo álbum da banda francesa, que na verdade é o ex-Opera Multi Steel. Lançado em novembro de 2008, este álbum traz mais sequencers eletrônicos mixados com música medieval e instrumentos antigos. Ou seja, bem ao estilo da banda mesmo, num misto de Darkwave, Medieval e Gothic. O Quam Tristis são um bem respeitada coletivo de músicos com dedicado público na Etéreo / Darkwave cena. O seu estilo mistura sutilmente o Electro com limpo, guitarra-driven dentro da música medieval na veia de uma mais down Qntal, cada canção sendo levada à uma combinação de vozes masculinas e femininas que emprestam as músicas uma borda de canto gregoriano. É certamente uma boa idéia, mas como com muitos destes grupos medievais, o que parece fantástico no papel acaba foneticamente como pouco mais do que uma saborosa audiência. Os elementos eletrônicos não estão lá o tempo todo, no entanto. Há números que não apresentam a todos e conter apenas voz limpa, depenadas guitarras (aqui elas são só mais um instrumento e não principal, como nas bandas Gothick Rockers), com características puramente cristalinas nos vocais femininos e sintetizados pianos. O resto do tempo, o Electro existe em pleno vigor, mais do que em versões anteriores, mas não é o tipo de full-on, o tempo todo, mas mais do que antes. O Quem Tristis lembra mais agora o Qntal do que o antigo Opera Multi Steel. O principal problema de O Quam Tristis reside no álbum da natureza para criar canções que são muito semelhantes entre si, sim, o OQT parece menos inspirado que o OMS, onde a diversificação era maior, as músicas eram muito distintas entre si. O violão tocado pode ser feito e ao excelente synth muito realizada, mas os vocais são sombrios demais, mais que o instrumental, e até mesmo por vezes, bastante criando uma aura soporífica. É também comum para ambas as vozes a cair abaixo da nota que eles estão tentando projeto e há poucas coisas menos inspiradoras do que uma canção cantada sem energia ou vigor, e se os vocalistas parecem estar a perder o interesse a cada tantas vezes, não fornecem grande esperança para o resto de nós. Há normalmente uma chance com algumas bandas que as coisas vão melhorar, a longo prazo, mas de O Quam Tristis esse não é necessariamente o caso. Les Chants Funestes é o seu quarto álbum e não dispersar-se em todas as matérias de seus anteriores. Prefira os três anteriores que são melhores que Les Chants Funestes. Mas enfim, se é fã da banda e do estilo, pode completar a sua coleção. PR – 7,0

Track list:
01 Oriens
02 Anna Soror
03 O Caelo
04 Bulla Fulminante
05 Sancta Nox
06 Planctus Samsonis
07 O Vox Prophetica
08 O Abies
09 Soror, Conjux, Gemma
10 Verna Redit Temperies
11 O Meiam Miseram
12 De Ramis Cadunt Folia


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