SECOND SKIN
Illa Exuro In Silentium
Palace Of Worms – imp.
Illa Exuro Em Silentium é o quarto comprimento da banda. Embora esta banda é essencialmente no domínio da escrita de compilações e trilhas sonoras de filmes, eles também são uma banda propriamente dita. Illa Exuro Em Silentium tem sido apresentado como um Gótico ocidental e isso é algo surrealista como definição. Eu não sei exatamente o que eu tenho a figura de um tal rótulo, ouvindo um som lembrando a boa Old New Wave Cold Rock Post Punk da década de 80. Algumas guitarras à Sisters Of Mercy pairam sobre este álbum, que será definitivamente a favor para alguns nostálgicos. A maioria das canções continua calma enquanto algumas músicas não contêm muito vocal, meio que se fossem trilhas sonoras, habitue da banda. Eu gosto de algumas das linhas de baixo, Blood And Glass (The Impact) certeza é uma referência aqui. Vai com certeza evocar algumas boas novas memórias no gênero aqui. Como curiosidade, eles tocaram no tributo à David Bowie organizado pelo selo Cleopatra Records além de tributos à The Cure e The Mission. E essas coisas não chegam no Brasil, nem conhecimento disto nós temos! A banda foi buscar a mão do diretor Pearry Teo para trabalhar em um filme baseado em um script pelo falecido Jim Morrison dos Doors, e a banda se reuniu com a lenda do Rock, Ray Manzerak, tecladista do The Doors. Segundo o próprio "Isto é exatamente o tipo de banda que Jim teve descrito no seu script, Dark, moderna. É uma banda que na minha opinião não deve soar como uma cópia de alguma outra banda fazendo Dark Gótico. Enfim, quer recomendação maior do que esta? PR – 8,5

Track list:
She Burns
The West
Kick And Scream
The Narcissist
London Bridges
Blood And Glass (The Impact)
A Methunderstanding
Black Picket Fence
Unwritten
Prince Harming
Birthday Girl

NIKOLAEVKA
V/A

Palace Of Worms – imp.
A Batalha de Nikolaevka foi travada em 26 de janeiro de 1943 como pequena parte da maior Batalha de Stalingrado. A batalha reuniu forças do italiano 8º Armys Alpini Corpo contra os quatro exércitos da ex-União Soviética. Os soviéticos já tinham ocupado todas as aldeias e amargas batalhas foram travadas pelos soldados da Tridentina para limpar o caminho. Em quinze dias os soldados cobertos 200 km a pé, lutaram 22 batalhas com temperaturas durante a noite caiu -30 ° C e -40 ° C. um pouquinho do que é essa palavra, uma das mais sangrentas batalhas da segunda guerra mundial. Esta coletânea é feita pelo selo italiano Palace Of Worms, com bandas italianas de todos os estilos obscuros dentro do Dark e Gótico. Esta compilação traz marchas e hinos do exército Italiano desta batalha, em versões Dark Ambient, Etereal, e outros estilos conhecidos como Apocalyptic Neofolk e Martial. Aliás, abundam pelo mundo bandas Dark’s deste estilo Martial resgatam hinos e músicas de guerra dentro da ambientação do Ambient (sem ser redundante). É engraçado, mas em tempos de paz na Europa e união de seus países, os ranços de guerras passadas foram superados e hoje são anais da história apenas. E eles relembram aqueles tempos com estas músicas, que para os brasileiros mais incultos, soam incompreensíveis. Muitos dirão: que graça tem regravar músicas de guerras? Mas na Europa tem se cultuado. Apenas a se tomar cuidado para que novos grupos não insurjam perturbando a paz perene de outrora. Enquanto pesquisa histórica ou apenas exaltar orgulho de seu povo está ok! Impossível, mas impossível mesmo citar destaques, pelo nível alto das bandas e músicas (estamos apenas nos atendo ao lado musical apenas, sem adentrar dentro da história de cada faixa) e também, que ouvir pedaços aqui é a mesma coisa que pegar um filme dessa mesma guerra no final ou no meio, você não vai entender nada. Caso queira aumentar um pouco sua cultura e entender porque algumas coisas aconteceram e ainda acontecem até hoje, bom proveito! Também aproveite e viaje e dance bastante também! PR – 9,0

Track list:
1-Albireon - Il deserto dei tartari
2-All My Faith Lost - Icy Dawns
3-Rose Rovine e Amanti - Noi ritorneremo
4-Der Feuerkreiner - Der Morgen
5-L'Effet C'Est Moi - Bellica virtus in Itinere
6-Das Lange Messer - Lie's hour
7-Sala delle Colonne - Un'Impresa di Valore
8-Hexperos - The Warm Whisper of the Wind
9-Lia Fail - In This Square (Night Version)
10-The Green Man - The Joys and Toils of Warfare Under Tempestuous Reign of Archidamus II
11-The Well of Sadness - Like Before
12-Calle della Morte - Cartoline dall'Inferno
13-The Growing Crystals Lab - Death of a dark angel.
14-Symbiosis - Il Trionfo della Caducita'
15-At The Funeral Of My Violet Rabbit - Bird Of Ill Omen
16-Gregorio Bardini - Hic Manebimus Optime!
17-Si Vis Pacem Para Bellum - Un Impero di Pace!
18-Sir Logla feat. Coro Dell'Innominato - Bombardano Cortina

ALIEN SEX FIEND R.I.P.
A 12" Singles Collection
Cherry Red – imp.
Esta é uma coletânea de singles, faixas raras, unreleased tracks, mixes, remixes, lados B de singles e discos, e várias esquisitices do esquisitão Alien Sex Fiend.  Estes singles datam de 1983 a 1995. O trabalho de coletagem foi exaustivo, para trazer com muita dedicação e carinho este compilado aos seus fãs. Realmente, um trabalho indicado apenas para fãs die hard do grupo, pois as músicas deixam mais estranha ainda sua música que é pra lá de estranha. Há faixas extremamente dançantes, enquanto outras são mais reflexivas, para se ouvir num quarto sozinho e no escuro. O psicodelismo, psicosismo, industrialismo, Noise, Garage, barulho e aura Dark prevalece! Estas faixas são da fase da gravadora Anagram, cujo grupo fez seu maior sucesso e adentrava as MTV’s e rádios do mundo, ainda que de forma pestilenta, subversiva e Underground. O pacote vem com um livreto com toda a discografia, capas de discos e uma boa biografia. Se faltava algum disco, era este! Ainda, mostra a versão dada por todos integrantes da banda para todos os 17 singles da banda! Como muitos grupos Góticos e Batcave’s como ASF, e na época do vinil, onde existiam muitos singles (chamados no Brasil de compactos), o grupo, a exemplo do Sister Of Mercy, tem mais singles (compactos) lançados do que discos cheios. Até grupos como Rolling Stones tiverem sucessos antes só encontrados em singles, nunca antes lançados em discos cheios (só posteriormente em coletâneas). Impossível citar destaques, já que além de coletânea, ela é de faixas raras, remixes e etc. O disco que faltava para sua discografia, e que venham mais inéditos de estúdio! São 28 faixas de paranormalidade e anormalidade! ADL – 9,0

Disc 1
Ignore The Machine (Electrode Mix)  
Under The Thunder (Ignore The Dub) 
Lips Can't Go (Toytown Mix)  
30 Second Coma
R.I.P. (Blue Crumb Truck)  
New Christian Music 
Dead And Buried  (12" version)
Attack!!!  
E.S. T (Trip To The Moon) 11" version 
I'm Doing Time In a Maximum Security Twilight Home (Football Mix)  
In And Out Of My Mind 
I Walk the Line 
School's Out (Completely) 
Smells Like... (Shit Mix)  

Disc 2
Hurricane Fighter Plane
It Lives Again
The Impossible Mission (Mix 2)
My Brain Is In The Cupboard Above The Kitchen Sink
Here Cum Germs (Ravi Mix 1)
Camel-Camel
Stuff The Turkey
Bun-Ho! (Cranium Mix)
Satisfaction
Haunted House (Dub Mix)
Now I'm Feeling Zombiefied
B.I.M
Magic
Inferno (Off The Scale Mix)

BY BLOOD ALONE
Seas Of Blood
Two Side Promotion – imp.
Nada é melhor do que rever um álbum com uma banda de Metal na área da Nova Inglaterra! Por Blood Alone vem de Portland, Maine e Seas Of Bloody é a primeira banda do álbum cheio de comprimento que se segue-se a sua gravação de estréia, as quatro músicas do EP de 2005. Com um nome como por sangue Sozinho, você espera que a banda de ser uma brutal e feroz banda de Death Metal, mas não é esse o caso. By Blood Alone é uma cantora na linha de frente em Gótico / Metal Progressivo estilo, como After Forever e Epica, por exemplo. Não muito original, o grupo tem um punhado de boas canções. Que vai empolgar os fãs de Metal e Gothic Metal com vocais femininos. Eu diria que há um pouco de Celtic / Renascentismo na influência da música também, posso ouvir um toque do Blackmore's Night em algumas das canções. O som não é realmente pesado, e penso que a produção poderia ser sido melhor. Há faixas muito longas, com mais de sete minutos e que chegam as vezes soarem dispersas e soporíferas. Enfim, quem gosta do estilo, é mais um para a coleção. Destaque paraSerpentarius e Wants Me Dead. PR – 6,5

Track list:
Serpentarius
Wants Me Dead
Undead Friend
Nidhogg
Lovely Lies
Seas Of Blood
Deny Yourself
Little Lady Lillit

WHERE ANGELS FALL
Marionettes
Two Side Promotion – imp.*
Este é o novo disco dos Where Angels Fall não traz muito que faça o investimento valer à pena, exceto para aqueles que gostam muito - mas muito mesmo - do estilo em questão: Gothic Metal contemporâneo com vocais femininos suaves e andamento lento e cadenciado, naquele jeitão meio etéreo e melancólico, corais ao fundo e tal. Não que o som seja ruim - embora também não seja nada prodigioso ou que já não se tenha ouvido vezes sem conta nos últimos anos - mas o fato é que poucos vão querer adquirir algo cujos benefícios se limitam a quatro composições de duração mediana, trabalho vocal um tanto quanto enfadonho, instrumental sem explosão de criatividade ou energia e um gênero musical que demonstra fortes sinais de desgaste nos últimos tempos. Ainda se houvesse aqui os habituais vocais masculinos guturais deste tipo de proposta (embora também seja um clichê excessivamente utilizado), provavelmente teríamos em Dies Irae um produto mais atraente, em virtude da maior pegada que tal expediente costuma proporcionar aos temas. O Where Angels Fall tem uma vocalista e músicos razoáveis, mas sem nada de excepcional que chame a atenção. Junte-se a isto o fato de praticarem um som saturado, sem acrescentar nada de novo, e temos aqui um trabalho que, apesar de curto, consegue ter tempo de cansar o ouvinte. Indicado (apenas) aos fanáticos por esta linha do Gothic que sempre estão interessados em conhecer novas formações. RS - 7,0

Track list:
01. Marionettes (Again) (4:12)
02. Freeze Me (4:39)
03. Feed on Depression (4:17)
04. Kyrie (5:08)
05. Mystifying Grief (6:02)
06. Invisible (4:24)
07. Freedom is Finite (3:24)
08. Path of Sorrow (5:36)
09. Female Stigma (5:06)

COLLECTION D'ARNELL ANDREA
Exposition Eaux Fortes Et Meanders
Palace Of Worms – imp.
Esta é uma das bandas mais cultuadas pela galera Dark. Exposition Eaux Fortes Et Meanders trás 11 melodias de sensibilidade onde tentam traduzir, através das letras e da música, 11 pinturas do séc. XIX. Pinturas essas, caracterizadas, segundo os próprios da banda como pinturas de tons escuros, céus cinzas. Claro que muitas vezes na músicas, com o advento dos videoclipes, quer se transmitir em imagens, o que é música, assim como é feito no cinema, onde tiram histórias dos livros para as telas. Na maioria das vezes, as pessoas não gostam. Gostam mais dos livros do que seus filmes feitos para eles. E preferem as músicas sem videoclipes, pois, assim como nas escrituras, você pode imaginar e viajar no que quer ver em sua mente sobre o que está lendo ou ouvindo. O interessante que aqui foi feito o caminho inverso e se, quem conhece as obras, que são pouquíssimos, diga-se de passagem, podem não terem gostado, já que não conhece as pinturas, não só vai se deliciar com este disco, como vai querer ver e conhecer estes quadros. Muito se fala em resenhas hoje em dia, classificando e adjetivando como “tons”. Aqui, nada mais apropriado do que isso. Temos aqui algumas faixas em francês, outras em inglês, todas etéreas, com algo de New Age, mas principalmente de Dark Ambient e Dark Folk. Sutileza, melodia, docilidade, obscuridade em músicas feitas para se dançar, se apreciar, fazer rituais, meditar, relaxar, curtir, se emocionar! Em vez de detalhar mais o disco, preferimos fazer uma pesquisa e trazer para você, caro leitor, as obras em questão que a banda se refere, bem como o ano e o pintor de cada uma delas. Ouças as cores das telas!
ADL – 9,5
 

Track list:
1 Les sombres plis de l’âme
2 The monk on the shore
3 Les herbes mortes
4 Les méandres
5 The long Shadow
6 I can’t see your face
7 Les catacombes
8 Into flowers
9 Crowns of golden corn
10 L’eau des mauves
11 The island of the dead

Obras:
1. Les sombres plis de l’âme
inspired by "La neige" (1873)
from Charles-François Daubigny

2. The monk on the shore
inspired by "The monk on the shore" (1809-1810)
from Caspar David Friedrich

3. Les herbes mortes
inspired by "Femmes portant du foin sur une civière" (ca 1874)
from Camille Pissaro

4. Les méandres
inspired by "Crépuscule sur la Loire" (1999)
from Richard Boutin

5. The long Shadow
inspired by "The long shadow" (ca 1805)
from Johann Heinrich Wilhelm Tischbein

6. I can’t see your face
inspired by "Twilight fantasy" (1911)
from Edward Robert Hughes

7. Les catacombes
inspired by "Loire, tristesse des Mânes" (1988)
from Nicolas Mecheriki

8. Into flowers
inspired by "l'Angélus" (1858-1859) and "Le printemps" (1868-1873)
from Jean-François Millet

9. Crowns of golden corn
inspired by "Le rappel des glaneuses" (1839)
from Jules Breton

10. L’eau des mauves
inspired by "Ophélie" (1852)
from John Everett Millais

11. The island of the dead
inspired by "L'île des morts" (1880)
from Arnold Böcklin

CONTRASTE
A Live Coal Under The Ashes
Tesco Germany – imp.
Relançamento de ouro da Tesco Germany. Sim, pois esta banda é uma daquelas obscuras e com status de banda cult. A Live Coal Under The Ashes é o resultado de turnês que a mesma fez durante 1989 pela Europa inteira, de Leste a Oeste. E marca a mudança de foco e conceito musical da banda, para um lado mais político, de acordo com os acontecimentos da época (queda do socialismo, queda do muro de Berlim, fim da União Soviética, libertação de todos seus ex-países, divisão da Iugoslávia, divisão da Tchecoslováquia, fim da Alemanha Orienta, e tudo o mais que você esta careca de saber – tão careca como o próprio Mikhail Gorbatchev). A Live Coal Under The Ashes não vai ser aclamado só pela sua música (resgatada agora com a nova tecnologia), mas pela sua artwork e seu formato digipack, belíssimo. As faixas foram remasterizadas pela Tesco e conta com uma faixa não lançada antes (as famosas unreleased tracks – faixa inédita, mas sem ser nova): Death Follows The One Eyed cow. O disco A Live Coal Under The Ashes é cheio de atmosferas, ambiências, percussão, narrações Dark’s e ritmos diversos. A Live Coal Under The Ashes é poesia em forma de música. A banda foi formada em 1987 e acabou em definitivo em 2000 e foi uma das mais influentes bandas de música experimental, com muita teatralidade e músicas e efeitos eletrônicos. Complexo, original e atemporal. PR – 8,5

Track list:
1- A Live Coal Under The Ashes (Part 1) (9:23)
2- Breaking The Strawmen (7:01)
3- A Live Coal Under The Ashes (Part 2) (9:29)
4- The Fingers Of My Foot (8:48)
5- An End Marked By Pessimism (9:17)
6- Death Follows The One Eyed Cow (6:29)









O QUAM TRISTIS
Funérailles Des Petits Enfants (2000)
Le Rituel Sacré (2002)
Meditations Ultimes (2005)
Palace Of Worms – imp.
A banda francesa é umas maiores representantes de um estilo levado a cabo por bandas como Dead Can Dance e Opéra Multi Steel, por exemplo. Folk, Medieval Neofolk, Dark Folk, Dark Music, Ambient, New Age, Ethereal e tudo o mais que for sombrio de forma sutil e radicado na Europa. O grupo trás o multi-bandas Hugues Dammarie. O cara é a história em pessoal do Dark francês (e de todos os estilos citados). Afinal Hugues Dammarie toca no O Quam Tristis e ainda no Thy Violent Vanities. Além destas bandas, ele atende pela alcunha do Franz Torres-Quevedo no Collection d'Arnell- Andrea e como Franck Lopez nos Bleeding Like Mine, Opéra Multi Steel e 3 Cold Men. Sim, é ele mesmo e por mais diversos fatores, o O Quam Tristis é considerado o sucessor natural Opéra Multi Steel, e de todas as bandas posteriores, o O Quam Tristis é a que mais se assemelha com o OMS. Em alguns lugares, o O Quam Tristis é sua banda mais bem sucedida depois do OMS, já em outros, é o Collection d'Arnell- Andrea. Aqui no Brasil, todas elas são Underground, mas as mais conhecidas das pistas daqui são Opéra Multi Steel, e depois, O Quam Tristis. A sonoridade do OQT (posso abreviar para fica mais fácil todas as citações daqui em diante?) lembra ainda muito a do Ataraxia. Instrumental Folk com alguns vocais gregorianos, com as doces e sutis melodias de Anna e Katrina, com alguns raros eletrônicos masculinos, remetem ainda a Rosa Crux. As letras em francês dão um toque mais suave ainda, mais pagão ao mesmo tempo que mais sacro, com aquela cara cosmopolita de World Music. Funérailles Des Petits Enfants é o debut do OQT e é de 2000, época que este estilo estava estourando no mundo todo, ainda que num nível mais Underground. As vozes de Anna e Katrina beiram o celestial, enquanto os masculinos fazem a parte “burtal” (dentro deste conceito de música) muitas vezes em latim. Além de instrumentos alienígenas ao Rock convencional, como baterias tribais, gaitas de fole, flautas, dulcimer, e vários outros instrumentos naturais e acústicos dão o molho especial. Aqui, em Funérailles Des Petits Enfants, a banda ainda tinha muito de Opéra Multi Steel e ainda soava menos inspirado, menos criativo e mais cru, ainda que genial, mas na cola da sua antiga banda. Já Le Rituel Sacre, de 2002, é mais uma interpretação moderna da música antiga e medieval, mais lapidada, já dando uma cara de banda ao grupo de fato e de direito. Ainda assim, as influências de OMS perseguem o grupo, mas já antenando com o novo tipo de sonoridade que ainda estaria sendo formulada neste novo século, milênio e década. Mas o melhor de todos é Meditations Ultimes de 2005, o terceiro, mais maduro e mais certeiro disco do grupo, com uma cara mais nova e com um estilo mais próprio, deixando de lado de vez a sombra do OMS e do DCD. Relançamentos históricos, para quem quer ser profundo conhecer da música Dark e suas profundas subdivisões. ADL – 9,0

Funérailles Des Petits Enfants (2000)
Omnes Generationes (Real audio)
Gloria Patri (Real audio)
Ad Te Ad Altare
Oremus (Real audio)
Sit Nomen Domini
Benedicite
A Deo Salutari (Real audio)
Ultima Confessio
Hic Accipiet
Deum est Tu Phantu
E lucis Ante
Kyrios
Prudens
Beati Immaculati
Dirigatur Domine (Real audio)

Le Rituel Sacré (2002)
Offerimus tibi (Real audio)
Separari permitas
Venerabiles manus suas
Simili modo
Domini Nostri Jesu Christi (Real audio)
Gratias Agimus Tibi (Real audio)
Per Christum
Credo
Suscipe sancte pater (Real audio)
Perceptio Corporis Tuis
Apostolis tuis
Placeat Tibi
Et incarnatus est (Real audio)

Meditations Ultimes (2005)
Benedicimus te (Real audio)
O langueo (Real audio)
Non eripit mortalia
Anno, mense, die
Et in spiritum Cubum
Ipsa vivere
Quoniam tu solus
Terrae
Jube Domine Benedicere
In senectute querula (Real audio)
Confiteor
Philistei
Ad esse infernum
Creator

BLEEDING LIKE MINE
Never Again Will I Dream
Palace Of Worms – imp.
Aqui temos outra das várias bandas de Hugues Dammarie, que aqui se chama Franck Lopez, mesma alcunha de que é chamado no Opéra Multi Steel. Aqui a coisa é mais suave e mais densa ao mesmo tempo do que nos seus outros projetos. Claro, sempre com a obscuridade do Dark, sendo mais aperfeiçoado e continuando ao seu debut e antecessor In The Eyes Of Lovelost. Quase não há vocais, e quando os há, são angelicais, quase sussurrados, praticamente inexistindo instrumentos pesados e distorcidos como guitarra, baixo e bateria. A coisa é quase toda nos teclados e voz. No entanto, como a capa já demonstra, a música aqui contida é pura desolação, angústia e sofrimento, como uma doce morte. Além de Hugues Dammarie (ou Franck Lopez), contamos com Curt Emmer e Holy Emmer nos vocais, responsável pela parte celestial aqui. E na verdade, o lado mórbido e funesto que as músicas trespassam, nas 16 faixas, é abordar o único tema da renúncia ao amor perdido. O sutil estilo neo-clássico é a música ambiente perfeita para o acompanhamento triste, letras reflexivas, tornando e clima relaxante. A percussão é geralmente muito moderada, com o canto tomar em oscilando dos Balcãs ou do Médio Oriente. Conheça esta outra faceta do multi-bandas Dark’s, Hugues Dammarie ou Franck Lopez, não importa, chame-o de Dark French Man! ADL – 8,0

Track list:
Untitled #8: Chapter 4
Denial
In you flesh lies the key
Untitled #18
Shallow and beyond (Phrases 5 & 6)
Waiting for the harvest never to come
Untitled #23: Chapter 1
And now it's gone
10,000 years... or tomorrow
Did we ever know love at all?
Waiting...: Chapter 3
Untitled #27: Renewal
Faith Abandoned
In your flesh lies the key (v.2)
Never again will I dream
The hardest to let go

BEYOND THE VOID
Gloom Is A Trip For Two
Independente – imp.
Este é o terceiro disco desta banda alemã de Dark Gothic Rock, com algumas pegadas de Gothic Metal. Embora importado, está tendo alguma divulgação aqui no Brasil, bem como promoção e distribuição. Gloom Is A Trip For Two tem 12 faixas em cerca de 50 minutos. Quase todas as faixas são legais, ainda que lembre muito, mas muito mesmo The 69 Eyes (que porventura lembra The Sisters Of Mercy, Type O Negative, etc.). Será que ainda vamos ouvir uma banda nova que não lembre The 69 Eyes, The Sisters Of Mercy e HIM? Mas as faixas são legais, e como ninguém lança Angels  no Brasil, que é a continuação de Devils do The 69 Eyes (e também não é lá essas coisas, já que é o disco mais fraco deles), curta Gloom Is A Trip For Two. O estilo é aquele: vocal grave, baixo e bem grosso, guitarras lisérgicas, músicas que alternam o extremamente lento com o empolgante. E assim vai. Repito, nada original e nada muito bombástico, mas mais um novo nome a permanecer na cena. JCB – 7,0
mail@beyondthevoid.com

Track list:
01.Her Dive into Midnight
02.Seductora
03.Faminine
04.Cyanid Eyes
05.Gloom is A Trip for Two
06.Nihilism
07.Let Me Reap
08.Rid of the Earth
09.Hateworld
10.My Life is A Lie
11.Unwanted
12.A Minute Before Dawn

BIONIC ANGEL
Digital Violence
Schwarzdorn – imp.
Este é o nosso primeiro “lote” de materiais enviados pela gravadora alemão Schwarzdorn Records, uma das maiores de seu país e uma das mais representativas na Europa, nos estilos mais frios e sombrios existentes que são o Dark, o Gothic, o Folk, o Doom e o Black Metal. Quem foi que disse que o Dark, o Gothic, o Folk, o Doom e o Black Metal não podem andar juntos? Se ambos tem origens pagãs e longes do cristianismo e ambos são longe das friezas eletrônicas descenessárias? Aqui esta banda celebra uma mistura de Dark e Gothic com Rock e Metal, com algumas bases eletrônicas as vezes, que podem atender aos fãs de Industrial também. O disco é como se fosse uma trilha sonora sombria e macabra. Vocais sombrios, masculinos, graves e limpos. O disco é quase interminável, com 14 faixas, sendo que nem todas são boas. Dez faixas traria um resultado melhor. Isso na minha humilde opinião. Fãs de The Kovenant e Deathstars vai crutir este combo. Digital Violence é a estréia desta banda que faz um estilo alemão-americano numa espécie de Metal Gótico sombrio com uma pitada relacionadas com sons eletrônicos. Eles usam e abusam do visual ao vivo, e as vezes ouvimos (e vemos) algo de Rammstein, mas sem ser tão bombástico nem tão grandioso. Legal que cantam em inglês na maioria das faixas, fazendo serem impulsionados para o mundo todo. Destaques para End Of Days, Burn Down The Witches e Killing Myself Today. ADL – 8,0

Track list:
1. Living a lie
2. End of days
3. Du mein Gott
4. Stars & Dust
5. Burn down the Witches
6. Du (Nur Du)
7. Another day
8. Live to die
9. Transit to hell
10. Pink
11. Bitch like you
12. Killing myself today
13. Clone your soul
14. Revolution X

 
SILENCED WITHIN
Inside Your Eyes
Two Side – imp.
O Gothic virou moda no mundo todo. Apesar de nos EUA ser muito Underground, virou moda mesmo, pautando mais pelo visual do que pela importância musical. No caso, não significa que eles não tenham bandas tão sombrias quanto as inglesas. O Sicend Within é um delas. Interessante notar que muitas delas copiam o Evanescense, muitas outras misturam o Goth com o New Metal e outras ainda, com os sons mais garageiros como o Guitar, o Indie e o Alternative. Como é o caso aqui. A banda for formada por Davion e Sloan em Santa Clarita, na tórrida Califórnia. Por isso, não são tão Dark’s nem sombrios, mas o são, pelo fato de virem de onde vieram. O som acaba soando mais Underground e Alternativo, com algo ainda de Post Punk e Power Pop, ainda que tenha toques de Metal. A banda não faz nada demais, mas tem um som legal, ainda que não original. PR – 7,0

END OF YOU
Mimesis
Spinefarm – imp.
Este segundo disco dos finlandeses do End Of You traz uma miscelânia de Gothic Rock, Dark Ambient e Gothic Metal. Em muitos momentos, lembra a frieza impiedosa do Lacrimas Profundere, também finlandês e também da mesma gravadora. Seu debut Unreal de 2006, trazia uma banda imatura e ingênua, mas agora eles firmam mais a direção que eles querem seguir. Mesmo assim, de longe a banda soa original, mas as músicas agora são mais legais. Mimesis é bem emotivo, e a atmosfera do Rock Gótico combina com as vozes de Jami Pietilä, com aqueles vocais limpos, mas bem graves. Em certos momentos, lembra aquela emotividade quase Emo Metal, mas que não chega a ser que nem o HIM (em que eles se chamam como Love Metal). Better God é bem tradicional, enquanto Goldeneye é uma versão interessante do homônimo filme da série 007, originalmente feita por Tina Turner. Over And Out é melancólica e também é outro momento Gothic Rock. Number 8 tem uma caída para o Dark Ambient e Dark Wave, bem para as pistas, bem no lado vampírico atual. Este estilo tem muitas bandas na Finlândia e o End Of You vai ter que ralar muito ainda para fazer sucesso em seu país, quanto mais no resto da Europa e para chegar aqui, será difícil. JCB – 7,0

Track list:
1- Better God
2- Memoir
3- You Deserve More
4- Over And Out
5- Paper Trails
6- Procurer
7- Blind Rhythm
8- Driving Down The Void
9- Number 8
10- In Elegance (Closure)

BRAVE
Monuments
Independente – imp.
Com, quem leu a resenha de Passages, que é o recente disco do grupo, já conheceu um pouco sobre esta banda. Agora temos em mãos o antecessor de Passages, que é o monumental Monuments. Por ser anterior em quase 2 anos, Monuments soa um pouco mais cru e menos trabalhado. Mas justamente por isso, se torna um disco tão cativante, e repito, para as viúvas de Morten Veland, da fase antiga do Tristania e do primeiro disco do Sirenia. Vale dizer que no Brave, inexistem vocais masculinos, sejam guturais, urrados ou limpos, e o vocais femininos não são líricos, são comuns, algo entre o Pop e o Rock. Hold On abre bem Pop Rock destas milhares de bandas de hoje com mulher no vocal e logo querem dizer que é Gótico. Já Hero abre com guitarras ao puro Gothic Rock tradicional, bem dançante. Quando chega a 12 segundos, muda para os violinos “tristânicos”. Quando chega aos 24 segundos entram blast beats e som cheio e embolado, quase Black Metal, aos 36 segundos, mais violinos, agora melancólicos, como qualquer canção do The Sins Of Thy Belowed. Com um minuto, lembra algo Evanescence. Com 1 minuto e 16 segundos, entram os vocais de forma suave. E assim a música ai se alternando, dando a sensação de faltar espontaneidade e ser um disco bem racional na hora de compor, tipo “agora a gente põe isso”, “agora a gente coloca aquilo”. Mas o resultado soa legal e o restante do disco segue essa linha alternando trocentas vezes dentro das próprias faixas. A banda aqui é: Michelle Loose (vocals, keys), Scott Loose (guitars), Trevor Schrotz (drums), Ben Kelly (bass), Suvo Sur (violin, keys) e Matt Kozar (guitars). Sim, o violino é instrumento principal do grupo, presente em todas as faixas e responsável pelos solos de quase todas as músicas. Bem feito, excelente, ainda que menos espontâneo. JCB – 8,0
scott@bravemusic.com

Track list:
1 Hold On
2 Hero
3 Hurt
4 Forgiveness
5 To Remain Unseen
6 Sleepless
7 Without You
8 Here
9 Sooner Or Later
10 Something To This
11 Driven
12 Stronger

TODESBONDEN
Sleep Now, Quiet Forest
Prophecy – imp.
Mais uma banda que vai cair na graça do público Gótico e que vai ser classificada como o delicioso Gothic Metal, apesar de não ser. Mas sua criatividade, sutileza e criatividade transcendental trazida de fora do Rock e do Metal fazem desde já do Todesbonden uma banda única. Vocais líricos femininos operísticos que não irritam e que não querem imitar Tarja Turunen (ex-Nightwish) ou Simone Simons (Epica). Violinos sombrios e na medida certa como em Widow’s Weed, disco histórico do Tristania. Guitarras ao melhor estilo das bandas inglesas de Gothic e Doom. Clima de natureza e esotérico e místico, como o Within Temptation. As vezes o vocal de Laurie Ann Haus lembra o de Sharon den Adel, ainda mais na música Fading Empire, um hibrido de Mother Earth (clássico do Within Temptation) com os violinos de Widow’s Weed do Tristania. Enfim, eles mixam tudo: World Music, Música Sinfônica, passagens épicas, liderado por vocais femininos versáteis com influências do oriente médio, celta, folk, ópera, música moderna e outros estilos. E Ghost Of A Crescent Moon, lado Mother Earth do Within Temptation volta com tudo. Um dos discos mais difíceis de se resenhar, pois você quer mais é ouvir essa maravilha várias vezes! JCB – 10

Track list:

1. Surrender To The Sea
2. Surya Namaskara
3. Trianon
4. Aengus Og's Fiddle
5. Fading Empire
6. Ghost Of A Crescent Moon
7. Flow My Tears
8. Sailing Alone
9. Lullaby [The Wickerman Movie Soundtrack cover]
10. Battle Of Kadesh
11. Sleep Now, Quiet Forest

THANATOSCHIZO
Zoom Code
My Kingdom Music – imp.
Que povo mais Gótico do que o povo português? Portugal é um país de música e cultura triste, bucólica, saudosista, emotiva, chora e se deprime e se culpa por tudo, e isso cria um cenário fabuloso para o surgimento de uma sólida e extensa cena de Goth, Dark, Doom e Gothic Metal, como é o caso do TSO, como é conhecido o Thanatoschizo. A banda tem um estilo próprio, dotado de altas doses de dramaticidade, comuns na música portuguesa e latina em geral, sendo mais depressivas do que melancólicas (que é o caso das demais européias, anglo-saxãs, escandinavas, eslavas e etc.). Claro, toques de Progressivo se fazem presentes, assim como elementos de Dark dos anos 80, Gothic Metal dos anos 90, algo de Doom, e etc. A participação do Zweis, músico de renome que já passou por bandas como Fleurety e DHG acabou por influenciar um pouco o trabalho de samples existente ao longo do álbum como em Shift que abre caminho para um dos melhores temas do álbum Last Of The Few. Numa cena que está pra lá de saturada, pis ninguém tem feito nada de novo, aqui temos uma banda com uma veia diferenciada e sinceramente, se você me perguntar com que banda o TSO parece, eu lhe respondo nenhuma! E olha que a banda tem vocais femininos a cargo de Patrícia, que tem um timbre mais psicodélico e Progressivo do que Doom ou soprano. Já a voz urrada de Eduardo remete um pouco ao Opeth, e um pouco a música com suas mudanças repentinas e diversas de andamento dentro e entre as faixas. Vale conhecer. JCB – 8,0
 
Track list:

1. Thick n´ Blurry
2. L. *
3. Hereafter Path
4. (Un)bearable Certainty
5. Pleasure Pursuit
6. The Shift **
7. Last of the Few
8. Pale Blue Perishes
9. Pervasive Healing
10. Nothing As it Seems
11. Awareness


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