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Mais Um Épico!


Entrevista: Júlio César Bocáter
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A banda responsável pelo “verdadeiro” Power True Metal lançam mais uma pérola de sua carreira. Sucedendo o mediano Rheingold, vem o grande The Last Supper, um dos discos mais fortes da história da banda. Quem conversou mais a respeito foi o lendário, simpático e cada dia mais brasileiro Jens Becker (ex-Running Wild, ex-X-Wild, ex-Roland Grapow, ex-etc!), de férias no Brasil com sua esposa brasileira, semanas antes dos shows aqui.

RU – Fale-me a respeito de The Last Supper.
Jens Becker – Em Março do ano passado começamos a trabalhar no disco novo e entramos em estúdio em outubro do mesmo ano. Estamos muito contentes com o resultado.

RU – Fale sobre a linda capa, com Cristo ao centro e sobre a conexão dela! The Last Supper é uma das melhores capas do Grave Digger, ainda mais se comparado com a feia capa de Rheingold.
Becker – A arte é linda, com o Cristo preocupado ao centro e representa bem o que o disco quer dizer, a conexão é imediata. Só discordo de você achar feia a capa de Rheingold, ela é menos bonita apenas. (risos)

RU – Como a temática do álbum é sobre os últimos momentos de Cristo, gostaria de saber se você assistiu ao polêmico filme A Paixão de Cristo.
Becker – Assisti sim! Ele é muito duro, muito pesado! (risos) Tão pesado que não acho real, pois nenhuma pessoa suportaria tudo aquilo.

RU – Há alguma conexão com o filme ou com a parte da história do filme? Pergunto isso pois tenho em mãos apenas o promo que recebi um dia antes da entrevistas e não tenho as letras inteiras.
Becker – Não, não tem influência alguma.

RU – The Last Supper trouxe de volta aquele Grave Digger épico sim, mas bem direto. Para mim as melhores faixas deste disco são a faixa-título, Desert Rose e Grave In The No Man’s Land. O que as pessoas tem achado?
Becker – Bem, cada um tem a sua preferida, mas estas que você citou são algumas das mais comentadas. Isto mostra que o disco inteiro é bom e não composto apenas de duas ou três boas faixas.

RU – Os riffs iniciais de Soul Savior lembram muito Two Minutes To Midnight do Iron Maiden e The Power And The Glory do Saxon, ou seja, NWOBHM puro! Vocês se consideram influenciados por eles?
Becker – Sim, realmene lembra um pouco. Afinal, temos muitos anos de estrada e muitas influências, então é comum ao longo de nossa carreira compormos músicas que lembrem alguma faixa que nós mesmos ou que outra banda antiga já tenha feito sem ser proposital.

RU – A banda foi grande nos anos 80 e depois deu uma caída, como quase toda banda de verdadeiro Metal, voltando ao topo com Tunes Of War. Você concorda com isso e Tunes Of War é o disco mais bem recebido pela mídia e mais vendido até hoje?
Becker – Sim, Tunes Of War é isso mesmo. Mas depois de Tunes Of War, a banda continuou na mídia especializada e continuo vendendo bem, nunca teve uma queda depois de Tunes Of War. Mais difícil do que chegar ao topo é se manter no topo e o Grave Digger está conseguindo isso.

RU – Vocês fizeram uma fantástica trilogia com Tunes Of War, Knights Of Cross e Excalibur, que, na minha opinião, é a melhor trilogia da história do Rock e do Metal! Vocês pensam em fazer outra trilogia à altura?
Becker – Eu ainda não sei, acho que não pensamos, pois queremos ter liberdade de gravar álbuns espontâneos, de escolher um tema só e finalizar este tema no mesmo álbum, sem ter que ficar preso a uma história. Mas também não posso descartar totalmente também! (risos)

RU – No entanto, para mim o melhor álbum individual do Grave Digger é o The Grave Digger. Mais pesado, mais frio, mais sombrio, mais cru, mais direto. O que você acha dele hoje? Para mim, ele é o meu preferido!
Becker – Para mim também! Desde que entrei na banda, é o disco que mais gosto, ele é diferente de tudo que fizemos até hoje, e é o resultado de termos liberdade e espontaneidade de fazer um álbum só sem ficar preso a nada antes e depois dele.

RU – No entanto, o sucessor Rheingold é o álbum que eu menos gosto. Eu o acho dispersivo, não é direto como The Grave Digger e não é apaixonante como a trilogia Tunes Of War, Knights Of Cross e Excalibur.
Becker – Também concordo, foi um álbum em que tivemos problemas de mudanças na formação e ameaçamos fazer outra trilogia em que decidimos não dar continuidade. E tudo o que não pudemos fazer e executar em Rheingold, nós fizemos em The Last Supper, que é um dos álbuns mais fortes de nossa carreira.

The Last Supper – Nuclear Blast – nac.
Mais um grande clássico da banda de Chris Boltendahl. Sucedendo o mediano Rheingold, o “último suspiro” vem num misto de álbuns épicos como todos da clássica Trilogia, Tunes Of War, Knights Of Cross e Excalibur com a crueza, peso, cadencia e todo o lado do Heavy Metal Tradicional Alemão (com influência da NWOBHM) do The Grave Digger. A faixa-título abre lenta, pesada, épica, crua, seguida de Desert Rose, faixa típica, com riffs secos, alternância de andamento durante a música, refrão tipo hino de batalha. Já Grave In The No Man’s Land trás toda a força do Metal Tradicional alemão, com riffs cortantes e refrão facilmente memorizável, que som! Hell To Pay é anos 80 puro, enquanto o começo de Soul Savior lembra Two Minutes To Midnight do Iron Maiden e The Power And The Glory do Saxon, depois se tornando mais um momento épico. Crucified é a mais lenta e cadenciada de todas, para na seqüência Divided Cross vir com um puta Power Metal emagador. The Night Before fará você bangear até ficar com torcicolo, encerrando com Black Widows, Hundred Days e a melancólica Always And Eternally. Um suspiro emagador! JCB – 9,0

Leia também a primeira entrevista feita com a banda clicando aqui!