SLASH
Slash Music Brokers – nac. Primeiro CD solo de fato e direito de Slash. Sim, pois além do Guns’n Roses, ele tocou no recém finado Velvet Revolver e no Slash’s Snakepit, que era uma banda e não um projeto solo. Interessante, pois hoje Slash é uma unaminidade entre os músicos em geral, mas quando o Guns surgiu, não era assim. Quase todos criticavam a banda, ainda mais Slash, dizendo que ele era um guitarrista medíocre. Sim, me lembro disso. Hoje, todos viraram amiguinhos. Vamos à música aqui. Gostei muito do CD, mas poderia ser melhor. Se a banda que projetou o Slash foi o Guns e esta fazia parte da cena norte-americana do Hard Rock, cadê o pessoal de lá? Cadê o pessoal do Metal? Do verdadeiro Metal só tem Ozzy e Lemmy, e Alice Cooper no bônus. Ou seja, mais manjados e clichês impossível. A maioria aqui são conchavos de gravadora e empresário, muitos dos convidados aqui têm suas bandas empresariadas pela mesma pessoa do que cuida de Slash. Vamos caso a caso. Ghost tem Ian Astbury o vocal e lembra muito o The Cult, poderia estar em qualquer disco do grupo. Crucify The Dead é com Ozzy Ozbourne e é lenta, bem chatinha. Poderia ter aproveitado a voz do Madman para fazer algo mais pesado. Beautiful Dangerous conta com Fergie, vocalista do Black Eyed “Argh” Peas. Na boa, não desce. Vê se esse pessoalzinho faria algo pelo Rock. Nunca! Então, por que perder tempo com ela? Não é radicalismo. Se Slash fosse chamar alguma mulher do Rock para participar do disco, nossa, quantas “minas firmeza” não poderiam estar aqui no lugar dessa Fergie? Poderiam estar Doro Pesch, Lita Ford, Joan Jett, Chrissie Hynde (Pretenders), Tarja Turunen, nossa, tem tanta gente. Dar espaço para alguém fora do meio e ainda mais de uma banda totalmente modista que não esta nem aí para o Rock’n Roll foi de doer. A próxima, Back From Call tem o vocal de Myles Kennedy, do Alter Bridge, em uma música até dispensável diria eu. Já Promise tem Chris Cornell (ex-Soundgarden e Audioslave) e essa sim, além de boa faixa, caiu como uma luva para este grande vocalista. By The Sword conta com Andrew Stockdale do Wolfmother e ficou excelente! Grande vocal, grande banda e a música ficou legal, com um ar de estrada. Gotten tem Adam Levine do Maroon 5. Música, vocalista e banda dispensáveis também. Doctor Alibi tem Lemmy do Motörhead, ficou com a cara dele, sensacional. Apesar de uma das melhores faixas do disco, acho que poderia ter sido convidado outro vocalista. Porque, qualquer coisa que se fale de Heavy Metal, que é de fora do meio chama Lemmy. É a mesma coisa quando se fala do Santos dos anos 60 ou da seleção brasileira de 58, 62 e 70 falar só em Pelé, e esquecer todo o entorno. Watch This tem Dave Grohl (Foo Fighters, ex-Nirvana) e o maior parceiro de Slash Duff Mckagan (Duff, ex- Velvet Revolver e Guns’n Roses). Essa faixa é instrumental, e é muito boa, ainda que não tenha virtuosismo algum quase, apenas uma bela sonoridade com muito feeling. I Hold On tem Kid Rock e ficou legal, algo Southern, bem Bluesy com muita ginga. Nothing To Say tem M Shadows do Avenged Sevenfold e ficou uma cacetada, uma das melhores do disco! Dever ser a faixa mais Heavy Metal que Slash fez na vida! O final dessa música é bem Black Sabbath. Que oportunidade Slash perdeu de ter chamado o Dio para cantar em seu disco… Agora só em outra dimensão, enquanto esses moleques ainda poderia ser feito muito no futuro. Mas quando a coisa é Business por Business... Tanto, que pra que fazer outra com Myles Kennedy, do Alter Bridge (Starlight no caso)? Poderia ter chamado um Billy Idol, Danzig, Billy Milano, tanta gente do Punk, HC, ou alguém do Hard Rock... Saint Is A Sinner Too tem Rocco de Luca, um músico desconhecido por aqui, a música é chatinha, mas vale a revelação. Encerrando We´re All Gonna Die com Iggy Pop, parece uma faixa tirada de algum single perdido do Stooges, perfeita! Se tivesse mais faixas assim... Como bônus, temos Paradise City com Fergie e Cypress Hill... meu Deus (ou Diabo), o que fizeram com essa música? Deveria ser proibido algumas coisas... E ainda Baby Can’t Drive com Alice Cooper e Nicole Scherzinger do grupo Pop Dance Pussycat Dolls. A música é até legal, mas Slash... Dizer que ela é uma grande cantora de Rock? Caro Slash, você já ouviu Blondie, Runaways, Girlschool, Warlock, Hole, Babies In Toyland, L7 entre trocentas outras bandas? No quesito comparação, Probot de Dave Ghrol, que infelizmente nao saiu no Brasil, era nem melhor, mais homogêneo e menos comercial, pois tinha Cronos (Venom), Max Cavalera (Sepultura, Soulfly), Mike Dean (Corrosion Of Conformity), Kurt Brecht (DRI), Lee Dorrian (Cathedral), Scott Wino Weinrich (St. Vitus, Obsessed), Tom G. Warrior (Celtic Frost), Snake (Voivod), Eric Wagner (Trouble) e King Diamond (Mercyful Fate), ou seja, quase todo mundo da nata oitentista do Metal. JCB – 7,0 Faixas: |
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GOTTHARD
Need To Believe Nuclear Blast – nac. Estes suíços são os mais bem sucedidos dentro do Rock do seu país no momento. As bandas Hard de lá tem um som característico, inclusive com os vocais, acho muito similar o vocal de Steve Lee com o do vocalista do Shakra, seus conterrâneos. Eu já gostei mais de Gotthard, aqui, a banda não mostra muita diferença com os discos anteriores, não inova e trás um punhado de canções legais, mas menos marcantes que nos discos anteriores. Direção essa que no trabalho anterior, Domino Effect, a banda ficou mais Pop e mais acessível. A sonoridade arrastada e mais pesada e moderna, resgatando algo do Lipservice. Need To Believe é um disco pesado e denso, mas acessível e baladas, muitas baladas. Shangri-la é a faixa de abertura e tem a inclusão de elementos eletrônicos, fugindo do padrão dos discos de Hard. Depois temos Unspoken Words, com bases pesadas, mais melodiosa e um refrão com os tons agudos de Steve Lee. Need To Believe, a carro-chefe, tem uma roupagem moderna, com andamentos mais cadenciados e arrastados. Unconditional Faith é a primeira balada. Depois, I Don´t Mind, bem ao estilo Whitesnake 80’s. Break Away não diz a que veio, e Don´t Let Me Down é... Outra balada... Right From Wrong é talvez o melhor momento do disco, um petardo arrasa-quarteirão, como falávamos antigamente. Um baita Rockão! I know, You Know é outra faixa mais moderna, e Rebel Soul remete ao já considerado clássico do Lipservice. Em Tears To Cry, outra balada! Eles fizeram este disco para as mulheres, com certeza, como já fizeram isso no passado, lançando uma coletânea dupla, no CD1 só Rock e no CD2, só baladas. Quando os entrevistamos, eles confirmaram o que perguntamos, fizeram o disco 1 para “meninos” e o 2 para “meninas”. Potencial comercial a banda esbanja, resta saber que estando na gravadora em que está, especializada em Metal, ver se esse potencial não está sendo desperdiçado, pois que adianta criar tantas baladas, se elas não vão tocar nas rádios? RS – 7,5 Faixas: |
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GUNS'N ROSES
Chinese Democracy Universal – nac. Até que enfim, saiu Chinese Democracy, depois de 13 anos de espera. Até a própria China mudou muito nesse período, e o disco também é muito distinto da concepção original, que era para ser mais Metal Industrial mesmo, moda no final dos anos 90. Inclusive, no Rock In Rio de 2001, Axl apresentou algumas destas músicas que seriam do novo disco, que são diferentes das expostas aqui. Chinese Democracy abre num Hard Rock moderno, atual, refrescante e sem perder o jeito de se fazer música Guns’n Roses. Seria como se a banda não tivesse parado e continuado lançado discos nestes anos todos de pausa. Já Shackler´s Revenge é um Hard Rock como os musicólogos e críticos dos Grammy’s da vida chamam de Hard Rock: é um Rock pesado, mas sem lembrar o Hard Led Zeppelin (influência de Axl) e sem lembrar o Hard dos anos 80. Better tem umas bases Industriais, vocais e refrão Pop, mas ainda Rock pesado, embora leve. Apesar do disco trazer desde músicas novas até feitas ainda nos anos 90, a produção cristalina deu uma unicidade á música. Com um refrão que remete algo a Kid Rock, com gritaria, sujeira e swingue, é uma boa canção. Street Of Dreams é aquelas baladas meio estradeiras, on the road, que nem Axl fez em Yesterday (aliás, porque toda música chamada Yesterday, desde o Guns até Beatles tem que ser balada?). If the World trás algo meio World Music, com muito beat e uma guitarra flamenca, numa música intimista. Além da influência Industrial, já datada, pois este disco era para ter saído ainda no final dos anos 90, auge do estilo, me parece que Axl tenha ouvido muita música negra, como Soul, Funk e disco. Pois a levada If the World para mim, poderia ser trilha Sonora de algum filme revival da SWAT em alguma cena de investigação. There Was a Time é outra meia balada, tentando soar épica e grandiosa. Temos que convir: apesar de Axl ao vivo ser meio fraco, em estúdio, ele é muito versátil e consegue fazer mil vozes e tons. Catcher in the Rye parece continuação de If the World. Em Scraped condensa tudo o que Axl quis fazer neste disco: Metal, Hard Rock, Funk, Industrial e Pop. Realmente, ele criou um estilo novo e próprio e mais original do que o próprio Guns’n Roses original! Aqui, umas guitarras (elas apareceram agora!), remete à esta fase inicial, que, embora não fosse inovadora, era explosiva e bombástica! E que saudades desta fase! Enfim, temos um bom solo de guitarra. E as faixas vão se perdendo, indo para o final do CD sem causar grandes surpresas, e em Madagascar, Axl tenta fazer novamente aquelas baladas progressivas, épicas, orquestradas, parecendo trilha sonora e com influência de Elton John. Encerra a melancólica Prostitute. Enfim, Axl é o líder do Guns’n Roses e sua voz, mas Gun’s n Roses sem a figura e o feeling da guitarra de Slash, sem a imagem e a pegada Punk Rock de Duff McKagan e principalmente, sem as composições de Izzy Stradlin, não é Guns’n Roses, ainda que Chinese Democracy seja um bom disco de Pop Rock. JCB – 7,0 Faixas: |
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SINNER Crash & Burn Laser Company/AFM – nac. Hoje não sabemos se a banda principal de Matt Sinner é o Primal Fear (que até hoje, foi a que mais fez sucesso de sua carreira) ou se é o Sinner. Se o Primal Fear saiu da Nuclear Blast e foi para a Frontiers, já o Sinner permeneceu na AFM. Qualitativamente, hoje, posso afirmar que a carreira de Sinner é mais linear e em termos musicais, melhor. Ok, Crash & Burn, não trás nada de novo, nada de inovador. Mas um punhado de grandes canções a mais de Hard’n Heavy para curtirmos. Aqui, Matt não economizou nas composições, nem no vocal (bem diversificado, e cada vez melhor), muito menos nos refrãos e passagens bem sacadas. A faixa-título abre bem ao estilo germânico de se fazer Metal, com riffs secos e batidas idem. Break The Silence tem aquela musicalidade pegajosa tipicamente alemão também, tão em voga nas bandas de Hard contemporâneo. Já The Dog é uma das faixas mais pesadas da carreira de Matt! Dessas pra você bater palmas nos shows, com uma guitarra lisérgica e também contagiante. Você vai se lembrar dessa música para o resto do seu dia! Que som! Já Heart of Darkness, com todo respeito, com aquela melodia meio melancólica, me lembrou algo perdido de Running Wild. Claro, de longe isso é uma falta de respeito! Apesar da carreira da banda Sinner passe de duas décadas, ele não conseguiu impor um som próprio, até porque seus discos são muito variados e ecléticos, dentro deles e entre si! Como não se deixar contagiar com o Rockão de Revolution? Aliás, que Rockão! Me lembrou do The Cult dos tempos de Sonic Temple e Electric. Unbreakable é outro Rockão, totalmente anos 70! Alias, se no final dos anos 90 e começo dos anos 00, Glenn Hugues foi responsável por forjar grande parte dos temais mais bem sacados e legais do Hard Rock, Hard’n Heavy e Hard’n Roll, acho que esse posto agora está nas mãos e cabeça (e também voz) de Matt Sinner. Quantas bandecas de hoje em dia que a MTV e o pessoal “In” fica babando ovo tentam fazer esse tipo de música e não conseguem! Já Fist To Face poderia estar em algum disco do Primal Fear. Acho que Matt compos essa faixa pensando na voz de seu companheiro de PF, Ralph Scheepers, pois é um típico Metal alemão. Until It Hurts é mais cadenciada, mais lenta, mais climática, sem ser uma balada, no entanto, mas agradável e gostosa de se ouvir, com uma letra boa e um vocal emotivo de Matt. Como canta Matt! Connection é mais festeira, quase um Punk Rock, ou ainda uma daqueles Hard’s “safados” de LA meio lado B. Mas safadeza vem com Connection, que conta com riffs iniciais e com bateria no começo que remetem (de leve) a Detroit Rock City do Kiss. Para mim, uma surpresa, uma influência até então antes não detectada. Claro, o restante da faixa, muda de ritmo. Já Like A Rock, lembra aqueles Rockões do Scorpions dos anos 80, pela sua pomposidade, clima e bateria. Isso é o que falta no Rock hoje em dia. Detalhes simples, mas que marcam uma música, com essas batidas iniciais de uma música. Quantos clássicos não começam assim e que descobrimos que música é logo em seu começo? Em tempo, Crash & Burn é o décimo quinto álbum do Sinner. Será que ele e as suas gravadoras já pensaram em relançar todos os discos, inclusive no Brasil? JCB – 9,0 Faixas: 1. Crash and Burn 2. Break The Silence 3. The Dog 4. Heart of Darkness 5. Revolution 6. Unbreakable 7. Fist To Face 8. Until It Hurts 9. Little Head 10. Connection 11. Like A Rock |
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EVIDENCE ONE The Sky Is The Limit AFM/Rock Brigade/Laser Company – nac. Depois de ter Tattooed Heart ser lançado aqui no Brasil pela finada Big Rock Music, agora a banda chega com The Sky Is The Limit, saindo pela Rock Brigade/Laser Company. Com uma melhor distribuição e divulgação, a banda vem para cristalizar uma tendência: o Hard Rock, mais uma vez, dá nome para uma outra sonoridade. Vejamos: Deep Purple, Van Halen, Poison, Tesla, Aerosmith, Pink Cream 69 e The Darkness são todos Hard Rock. Mas todos diferentes entre si, cada um de um jeito na sua época. O caminho que o Pink Cream 69 trilhou, acabou redefinindo que sonoridade o estilo iria ter no século 21. Frio, não tão alegre, sóbrio, nem sempre festeiro, com bastante de Heavy Metal, discrição visual. Em The Sky Is The Limit é aquela coisa: não apresenta nada de novo, mas mais uma vez, apresenta várias boas canções para os fãs. A capa é interessante mostrando como o jogo da vida é macabro e você pode ficar milionário ou perder tudo, até a sua vida. A carro-chefe que abre o disco é excelente, com um belo solo de guitarra que me lembrou pelo feeling os de Eddie Van Halen, com outro refrão esmagador (o pessoal está voltando a fazer bons refrãos, que bom!). Mr. Madness mostra que eles flertam também (e bem) com o Power Metal, voltando o Hard Rock malicioso em The Luxury Of Losing Hope. Já Won't Sleep Alone é mais lenta, cadenciada, densa, pesada, como muitas bandas de Hard’n Heavy faziam nos anos 80 (esta faixa é pura nostalgia!). Propaganda é um bom Hard’n Heavy também, mais atual e contemporâneo, enquanto Can't Fight The Night é quase um AOR de primeira! Em Gallery Of Broken Glass volta o Power Metal, em Rain Road volta aquele Hard Rock gostoso, pegajoso, delicioso de se ouvir. Enfim? Mais um bom disco. Divirta-se sem compromisso! RS – 8,0 |
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PRIVATE LINE Evel Knievel Factory Dynamo – nac. Boa banda e eu me surpreendi ao ouvir Evel Knievel Factory, que apesar do título estranho, sua música disso não tem nada. Eles fazem algo perdido entre o Hard Rock moderno e o Goth Metal atual. Um Hard sombrio ou um Glam Goth? Enfim, muitas bandas na Europa têm seguido essa direção. E representando esse segmento, temos no Brasil o grande Sunseth Midnight. Aqui, o Private Line cerca um misto de Backyard Babies e Brides Of The Destruction, com algo dos finlandeses The 69 Eyes e Heaven And Hell (não confunda com a nova encarnação do Black Sabbath com Dio no vocal) com os também finlandeses, mas altamente Glam, do Wig Wam, que soam um misto de Van Halen com The Darkness. Enfim, neste caldeirão, eles resgatam os anos 80 de forma fresca, atual e renovada. Prozac Naiton é o que chamávamos nos anos 80 de “Arrasa-quarteirão”: docemente caótica, pesada, melódica, riffs certeiros, solos melodiosos e grudentos, refrão eficiente e vocais rasgados. Sem dúvida, a melhor faixa deste disco e uma das melhores do estilo dos últimos tempos! Resumindo, o lado californiano da banda fala mais alto, mas de forma mais séria e sóbria, como feita a partir dos anos 90. Destaques ainda para Sound Advice, Uniform e Billion Star Hotel. Recomendo! RS – 8,0 |
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SHAKRA Infected Rock Brigade/Laser Company/AFM – nac. A banda vem com seu terceiro disco, com a sorte de ter tido todos eles lançados no Brasil. O engraçado é que, como todos sabem, o Shakra vem da Suíça. Este país tem revelado ao longo das décadas centenas de bandas de Hard Rock, e das melhores! E quase todas elas têm o mesmo tipo de vocal. Gotthard, Crystal Ball e o Shakra têm vocalistas com timbres parecidos. Infected não supera Rising, mas é bem melhor do que Fall. A faixa Make Your Day abre no estilo típico da banda, quebrando tudo, com bases pesadas, atuais, mas sem esquecer as raízes dos anos 80, melódica, forte, vigorosa, pegajosa e refrão funcional. Assim também segue Inferno, mais cadenciada, swingada, sempre pegando a escola européia como base. Já The One é hit imediato! Melódica, acessível, quase comercial, de fácil assimilação, excelente faixa! Playing With The Fire e Dance With Madness lembram muito o Crystal Ball. A primeira balada vem só na setxa faixa (ainda bem), que é Love Will Find A Way. Vertigo tem aquela cara de Hard frio, climático, sóbrio e sério, tipicamente europeu, bem no feitio alemão, mas sutil, emotivo e cheio de feeling. The Conquest é mediana, Higher Love tem aquele pique Pink Cream 69. Muitas bandas confundem o Shakra, pensando ser uma banda alemã, até porque o Hard Rock suíço tem algo de germânico, por laços históricos e culturais até. Outro petardo é a excelente Look At Me, lembrando o Hard Rock do começo dos anos 90, quando começavam, a surgir bandas que faziam algo mais sério e menos festeiro, mas jeans e menos Hair Metal. E assim vai este ótimo Infected em seu total de 13 faixas, mais um grande disco de Hard Rock lançado no Brasil e ainda bem que tem a Rock Brigade pra salvar a pátria nesse quesito! JCB – 9,0 |
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WINGER IV Encore – nac. É isso aí, mais uma grande banda dos anos 80 de Hard Rock está de volta! Apesar do furor e terem surgido no pico do “movimento” e explodiram quando o mesmo já tinha saturado, e terem lançado apenas três, mas bons discos, o Winger marcou época. Em meados dos anos 90 foram ridicularizados como o mor do escracho pelo desenho do Beavis & Butthead, com o personagem mongol do Stwert. No fim das contas, o B&B acabaram e o Winger continua. Em IV não há nenhum hit à cigarro Hollywood como Miles Away, nem nenhum clássico como Madalaine. Por outro lado, Kip Winger teve o mérito de alcançar ou chegar o mais perto possível de fazer o que a maioria das bandas contemporâneas galgam hoje em dia que é: fazer um disco acessível, que mantenha as suas raízes, mas que soe moderno, com uma produção atual, com faixas em potencial para tocar nas rádios e que marque a legião de seus fãs. IV começa na manha, com faixas agradáveis e legais, como Right Up Ahead, Blue Suede Shoes (não é a que você está pensando), seguida de Four Leaf Clover, que é bela, com um refrão marcante! Marcante também é Your Great Escape, com seu começo estonteante, num bom Hard’n Heavy (é bem pesada), riffs quase Heavy e refrão grudento também. Diga-se de passagem, Reb Beach matou a pau nesse CD! Outro destaque é o baterista, Rod Morgenstein, preciso com uma pegada imprescindível para o estilo. Temos ainda as modernas M16 e Disappear. Já Livin’ Just To Die é outro petardo oitentista, assim como a pesadérrima, maliciosa, gostosa e insinuante Short Flight To México, que faixa, meu Deus! Outro momento de arrepiar que leva de volta ao final dos 80 e começo dos 90 (com uma produção nos moldes atuais) é Generica, que tem uns vocais cheio de efeitos dando um tom mais sombrio, e um refrão matador, para variar. On A Day Like Today é a balada, mas que passará batido dentre tantos temas rápidos e pesados! Enfim, grande volta, grande disco, grande banda, grandes canções, mais uma bola dentro da Encore/Metal Maximum! JCB – 9,5 |
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16/07/07 |
BON JOVI Lost Highway Universal – nac. A banda de Hard Rock mais bem sucedida de todos os tempos está de volta. Sim, aí você inclua tudo o que vier na sua cabeça com relação a Hard Rock, anos 70, 80 e 90. pois o Bon Jovi nunca parou de lançar discos, nunca acabou, mesmo nos tempos em que Jon fez filmes e discos solos bem sucedidos. Eles sempre venderam bem e ainda tocam para estádios lotados e Lost Highway vai manter a banda nesse status por mais alguns anos. Musicalmente, falando do disco, esqueça sua fase áurea dos anos 80, de discos inesquecíveis como Bon Jovi, 7800 Fahrenheit, Slippery When Wet e New Jersey. Esqueça também a fase sóbria de Keep The Faith. No entanto, ao longo do disco, Lost Highway, é mais consistente e regular do que Crush, Have A Nice Day e Bounce. Como o nome do disco, seu encarte e fotos, a capa do disco, a música de Lost Highway remete a estrada mesmo. Tem um pique meio Southern (mais do que Country – teria Jon desistido de ser o Cowboy do Rock Pesado?), ainda que sem exageros sulistas, caipiras e provincianos. A faixa-título abre poderosa, single, clipe e é o carro-chefe do disco mesmo. Summertime tem aquela pegada acessível e Pop dos discos anteriores do Bon Jovi. Whole Lot Of Leavin’ é mais estrada ainda, para suas fãs viajarem delirando. Já We Got It Going On é uma das que remete aos 80, com riffs fantásticos, solos inspirados, refrão pegajoso, coros fortes e poderosos, vocalizações característica de Jon! Any Other Day quer ser mais Progressiva e também intensa e dramática, meio “viagem” na linha These Days. Já Everybody’s Broken é a melhor balada do disco, a menos açucarada e com uma melodia legal. Encerrando, com a “bairrista” I Love This Town, meio sulista (essa sim). Enfim, Lost Highway está longe do que a banda produziu nos anos 80, mas é o melhor disco desde Keep The Faith de 92, ou seja, é muita coisa! RS – 7,0 |
SCORPIONS Humanity - Hour 1 Sony/BMG – nac. É incrível como bandas históricas conseguem ultrapassar todas as barreiras do tempo, das ondas e modas musicais e criativas. O Scorpions passou imune a todas elas. A banda foi grande na década de 70 e gigantesca nos anos 80! Na década passada, a banda se perdeu, tentando fazer inovações, experimentalismos e até incursões eletrônicas. A banda estava mudando de rumo por ouvir besteiras dos outros, do tipo que o Rock na época estava morto, ou realmente não sabia mais fazer boa música como antigamente? Com o lançamento de Unbreakable de 2004, mostraram que ainda sabiam fazer Rock e dos melhores! Mas seria só fogo de palha? Não! Humanity é a prova disso! Depois de muito tempo, temos de fato o Scorpions fazendo Hard Rock e Heavy Rock de verdade! O CD abre com o petardo com Hour I, pesada, moderna, atual, mas sem trair suas raízes, apesar do peso, distorção e afinação grave. Seguida de The Game Of Life, que lembra os grandes momentos vividos pela banda nos anos 80 em seu refrão, com começo denso, sombrio e climático! Já 321 é uma das melhores canções já feitas pela banda sim senhor. candidata a estar em seu set list pro resto de sua carreira! Moderna e atual sim, pesada e grave sim, mas com a cara do Scorpions, ainda mais no seu refrão. Aliás, pouquíssimas bandas na história da humanidade conseguiram fazer refrãos marcantes como estes alemães aqui! Aliás, a melodia inteira dessa música é soberba e marcante! E como canta Klaus Meine! Sem dúvida, uma das maiores vozes da história do Rock. Como canta e como interpreta, parece que ele canta com o corpo inteiro e com sua alma e espírito, é de se emocionar. O que dizer então de Love Will Keep Us Alive? Quem me acompanha de longa data está careca de saber que odeio baladas. Mas esta aqui é de levar qualquer um às lágrimas. Linda! O restante do álbum também contém belos momentos, e outros mais pesados. Fico na dúvida qual é melhor, Unbreakable ou Humanity. O que interessa que os dois são bons pra cacete! JCB – 9,0 |
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EUROPE Secret Society Dynamo – nac. O Europe volta com tudo mesmo, esquecendo aquelas bobagens faladas nos anos 90, onde este tipo de Hard Rock era ridicularizado pelos metidos a Grunge, e onde foram parar as bandas e os fãs de Grunge que tinha essa mentalidade? Bandas e fãs alienados, que compraram a idéia que a mídia queria passar na época, principalmente a MTV? Onde estão vocês, que malharam o Hard e o Heavy em geral? Nos EUA esse pessoalzinho foi pro New Metal, pro Emo ou estão na onda da moda ouvindo esses Black Music de última categoria, achando que vai catar muita mina só porque começaram a gostar dessa porcaria? E no Brasil, esse povinho está fazendo o que hoje? Curtindo Cachorro Grande, Emo ou Funk pancadão? Fala sério! Espero que mais nenhum fã real de Hard e Heavy e suas respectivas bandas dêem mais ouvidos para isso, pois as bandas que não acabaram por conta disso, mudaram radicalmente seu estilo, produzindo grandes fiascos como fizeram Scorpions e Queensrÿche na década perdida. Agora que esse bla-bla-bla acabou, os já citados Scorpions e Queensrÿche voltaram a fazer discos grandiosos e outros grupos que haviam acabado, como o próprio Europe retornam fazendo seu melhor. Secret Society não é o melhor disco da banda, nem é melhor que o magnífico Start From The Dark de 2004, álbum que marcou sua volta (que não sei porque ninguém lançou no Brasil até hoje). Mas em se tratando destes caras estarem junto compondo e tocando, como Joey Tempest nos vocais, John Norum nas guitarra, Mic Michaeli nos teclados, John Leven no baixo e Ian Haugland na bateria (só Haughland não compôs), sempre podemos esperar música de qualidade e bom gosto. A faixa-título abre num som agradável, sendo Always The Pretenders mais rápida, moderna, atual, mas ainda Hard com cara de Europe. Love Is Not the Enemy é uma paulada em seu cérebro, caótica, pesada, densa, com cara de Europe novo, na linha do Start From The Dark. Nesta mesma linha vem The Getaway Plan. Já Forever Traveling lembra os anos 80 da banda, com aqueles temas feitos para você ouvir na Estrada a noite. Se Tempest é um dos melhores vocalistas da sua geração, John Norum é injustiçado. Pois em técnica ele não deve nada aos seus contemporâneos. Seria ele menos poser, por isso nunca teve tanto alarde? Ou por primar mais pelo sentimento e em colocar o que a música pede em cada nota, ao invés do que ele quer colocar? Nessa linha “viagem” ainda temos a bela climática Brave And Beautiful Soul. Encerrando, Devil Sings The Blues, mais leve e acessível e falando a real, o que Robert Johnson sempre falou: o Diabo é o pai do Blues! E, digo eu, avô do Rock! Mas, musicalmente, esta fSeria o caminho para o próximo disco do Europe? Espero que não e que eles retornem ao sensacional Start From The Dark na próxima! JCB – 8,0 |
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KROKUS Hellraiser Rock Brigade/Laser Company – nac. Os reis da Suíça, donos do Hard Rock de lá que revelou ao mundo bandas como Gotthard, Crystal Ball e Shakra, só para citar algumas, está de volta. Depois de muitos anos tem um disco seu lançado no Brasil, este excelente Hellraiser. Neste 15º álbum, eles não mudaram seu estilo, continua o estilo AC/DC de ser, com a voz rouca de Marc Storace e as guitarras vibrantes e contagiantes dos irmãos Young. A faixa-título abre o CD num Rockão sem precedentes. Seguindo, Too Wired To Sleep, grudenta, pegajosa e com refrão marcante! As demais não são tão bombásticas, mas continuam com a sua veia oitentista, como Angel Of My Dreams, com riffs certeiros e a pesada Spirit Of The Night. Além destas, as animadas e bem Hard Tradicional, como Rocks Off! e No Risk, No Gain. Daqueles discos que nem bandas como Ramones, Motörhead e o próprio AC/DC, em que time que está ganhando não se mexe. Não muito o que se falar, mas a se ouvir e se divertir, com este gostoso Hellraiser. JCB – 9,0 |
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TALISMAN 7 Encore – nac. Último disco de estúdio desta banda. Sim, apesar de 7 ser número/conta de mentiroso (segundo dito popular), isso é verdade, pois o Talisman anunciou o seu fim, fazendo sua last tour, passando pelo Brasil para uma despedida. E eles capricharam, pois 7 em minha opinião, é seu melhor disco! Falling abre, como sempre, um disco do Talisman da melhor forma: pesada, rápida, poderosa, portentosa, refrão forte, estrofes marcantes, guitarra incandescente, e Jeff Scott Soto dando um show de como se interpreta o que está cantando! Essa faixa seria um Power Hard? Seguindo, Nowhere Fast, swingada e cheia de ginga, com aquele gingado latino típico de JSS. End Of The Line segue a linha da primeira, meio Progressiva em sua evolução, vocais marcantes e guitarras que remetem aos anos 80! Anos 80 puro também é On My Way, com um ar mais festeiro, quase Mötley Crüe da fase nova. Succumb 2 My Desire é outro momento cheio de swingue, tipicamente americano, mais uma faixa maliciosa! Shed A Tear Goodbye é leve, acessível e legal pra caramba. Aliás, como canta JSS nessa música e no disco todo! Enfim, você que já tem a coleção toda ou quase, não pode ficar sem 7! RS – 8,5 |
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GOTTHARD Domino Effect Nuclear Blast – nac. A veterana banda suíça vem galgando espaço cada vez maior no mundo todo. Apesar de já ter nas costas vários anos de bagagem e serem grandiosas em seu país. Noutras partes da Europa eles têm crescido e no Brasil mais ainda, com seus últimos lançamentos aqui via Nuclear Blast. Sua música é acessível e não toca nas rádios e MTV’s da vida, pois eles acham que esse tipo de música não “vira” mais. Se fosse verdade por que estas bandas ainda estão na estrada com shows lotados e vendendo discos razoavelmente? A capa de gosto discutível, apesar de proposital (aqui o Ego falou mais alto, em colocar a espiral de dominós em forma de G de Gotthard – conceito intelectual mais para Progressivo do que Hard Rock) não reflete o conteúdo do produto. Sua música é muito mais do que isso! Seu Hard Rock oitentista tipicamente europeu, mais frio e introspectivo (sem ser festivo) atinge sua melhor forma! Ao contrário de muitas bandas quando seus estoques criativos se esgotam, o Gotthard melhora cada vez mais em suas composições, seja para forjar temas mais pesados e rápidos, seja para lentas e baladas. Master Of Illusion abre sendo um “arrasa-quarteirão” (gíria usada para músicas fudidas na década de 80!), seguida da bombástica Gone Too For. A faixa-título é suja e agradável ao mesmo tempo, fazendo jus ser a carro-chefe (outra gíria ointetista) do disco. Bem como The Oscar Goes To... (título bem sacado), outro tema certeiro, nem tão pesado para as meninas, mas também nem tão balada para os meninos (no passado, eles lançaram uma coletânea dupla com um disco só de músicas pesadas e outro só de baladas, para meninos e meninas respectivamente, segundo eles próprios). Heg I Me lembra as bandas californianas do estilo em seus momentos mais swingados e bluesy, ainda que pesada e mais “adulta”. Bad To The Bone é mais rasgada, mais oitenta ainda, dos momentos sem farofa. Por falar nisso, o pouco de influência que percebemos destas bandas aqui é o Cinderella. Now é outro grande momento deste grande disco, desta grande banda, talvez uma das melhores de Hard Rock no momento. Encerrando, a bela balada Where Is Love When It’s Gone, de longe piegas muito menos brega. Apenas bonita! JCB – 8,5 |