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SAXON
The Inner Sanctum
Hellion – nac.
Olha, muito tem se falado desse disco na imprensa especializada. Como fã da banda que sou, posso dizer que o Saxon NUNCA fez um disco ruim, então você pode esperar sempre uma qualidade aceitável em seus álbuns. Aqui, eles vêm realmente mais crus e básicos, remetendo ao final dos 70 e começo dos 80. Algumas faixas realmente vão fazer o sucesso e alegria dos velhos fãs, com aquela pegada mais básica e tradicional. Sinceramente, a produção me pareceu muito crua e abafada, as vezes dando a impressão de estar versão demo, sem mixagem e acabamento final (seria o formato recebido pela nossa revista ou Charlie Bauerfeind mais uma vez, esqueceu de como se produz um disco, assim como o fez com Fireworks do Angra? Ou foi proposital?). Mas a música do Saxon ainda fala mais alto, o maior representante em atividade da NWOBHM (pois o Def Leppard deixou de ser logo nos anos 90, o Iron Maiden quer ser Prog Metal e o Judas Priest quer ser modernoso e mais grave). Mesmo após a tragédia ocorrida com Biff Byford (que teve sua casa na França incendiada, perdendo todos os discos de ouro e platina e pinturas originais das capas de discos), The Inner Sactum é uma boa resposta, com uma capa fria, sólida e soturna, uma das melhores de sua carreira. Realmente a trinca que abre o álbum, State Of Grace, Need For Speed e Let Me Feel Your Power é de perder o fôlego, um morro na boca do estômago (esta última então, chega perto do Power Metal, quase Thrash de tão pesada). Red Star Falling é uma balada que, apesar de bela, como quase todas do Saxon, é dispensável. O comecinho de I’ve Got To Rock (To Stay Alive) seria uma Wheels Of Steel (a música) do ano 2000. Going Nowhere possui os riffs mais ingleses possíveis, e uma levada Hard Rock remetendo ao tão criticado na época, mas tão aclamado hoje, Innocence Is No Excuse. It Was You é mediana, enquanto Ashes To Ashes é aquela linha quase Power, rementendo ao moderno Metalhead, sendo Atila The Hun na linha Tradicional oitentista. Encerrando, a versão single de It Was You, que pelo poder comercial poderia virar vídeo-clipe, apesar de não ser a melhor música do disco. Enfim, mas um petardo para sua coleção e que venha um todo ano assim! JCB – 9,0

RIDE THE SKY
New Protection
Nuclear Blast – nac.
O que a raiva não faz. Raiva, não ódio. Sim, pois Uli Kusch ganhou fama sendo baterista do Gamma Ray, do dissidente do Helloween, Kai Hansen (no começo, a rivalidade entre eles era muito maior do que hoje). Do contra, Uli saiu do Gamma Ray para ingressar no rival Helloween. Ali ficou por vários anos e saiu brigado com Andi Deris e Michael Weikath e, junto com o outro egresso, Roland Grapow, montaram o bom Masterplan. Mais uma vez, briga com o outro dissidente e montou uma banda meio Melódica com uma mulher no vocal, o Beautiful Sin. Não contente, Uli vem com mais uma banda, o Ride The Sky, que por ironia, é título de um dos clássicos homônimos do Helloween, justamente, da fase em que ele não fez parte (fase em que nem Michael Kiske estava na banda e Kai Hansen era o vocalista). Contradições afora, o Ride The Sky é muito melhor do que o Beautiful Sin. Não chega a ser bom quanto o Masterplan e muito menos que suas bandas anteriores e que o projetou. Aqui, temos um típico Power Metal alemão, germânico e teutônico por excelência. Sem novidades, mas temos um punhado de boas canções. Só que não soa como qualquer banda, pois experiência Uli tem de sobra. Nos vocais, temos um cara já conhecido, mas que ainda é uma revelação, Björn Jansson (Tears Of Anger e Beyond Twilight), completando os bons Benny Jansson nas guitarras (Tears Of Anger), Mathias Garnas no baixo (X-Savior) e Kaspar Dahlqvist nos teclados (ex-Dionysius, ex-Stormwind). Também pelas ex-bandas de todos, é o disco mais Progressivo que Uli já gravou em sua carreira. A fácil e candidata a hit A Smile From Heaven's Eye é uma das melhores, seguida de Silent War, que lembra aquela fase Prog alemão de bandas como The Sygnet entre tantas outras. Break The Chain lembra muito o Symphony-X da fase Twilight Olimpus. Outro momento sombrio, quase assustador é Far Beyond The Stars, bem Progressiva moderna, sombria e soturna em seu começo, com piques de Power Metal em suas estrofes subseqüentes e refrão alegrinho. Enfim, indicado para fãs dos músicos e bandas e estilos citados, além de colecionadores de tudo o que qualquer um dia Helloween já fez ou está fazendo. RS – 7,5

PYRAMIZE
Legend Of A Bone Carver
Silent Music – nac.
As pessoas se conscientizam e lançam discos de bandas de certo porte no Underground do hemisfério norte por aqui. Os Pyramize tem sua origem na Dinamarca, pelo seu líder e guitarrista Michael Kammeyer. O sexteto faz um bom trabalho em Legend Of A Bone Carver, mesclando com inteligência e sutileza o Heavy Tradicional com o Melódico, com o Progressivo e o Hard também. Lance King é um exímio vocalista, um dos grandes destaques do CD. Ele cantou em outras bandas renomadas, como Balance Of Power, Avian e Shining Star, talvez por isso o Pyramize se assemelhe ou pouco á elas todas também. Diz também em propagandas e por aí também que é a nova banda de Mathew Barlow (ex-Iced Earth, que tinha deixado a música para se dedicar à advocacia). O CD tem dez faixas, com uma introdução marcante. Os Pyramize soam cada vez mais alemães aqui, por vezes, lembrando os momentos mais trampados do Metalium. Sem destaques individuais em termos de faixas, então, se você se interessou por eles e pelo disco, fique a vontade, opa! PR – 8,0

SONIC SYNDICATE
Only Inhuman
Nuclear Blast – nac.
Vencedores do concurso promovido pela gravadora alemã Nuclear Blast, o disco de estréia do Sonic Syndicate era esperada com grande atenção. Only Inhuman conta com uma capa cativante, uma espécie de mosca que curte um Metal, mas ao ouvi o CD, vemos que estamos diante de mais um discípulo do In Flames. Eles vêem com aquela linha tão em voga na Europa, um misto de Death Metal sueco (Gotemburgo de preferência) com o atual Metalcore. Além de In Flames moderno, a banda lembra o também sueco Soilwork. Outra não-coincidência é o fato da capa ser toda em branco. Não sei se vocês lembram, mas no ano de 2002, três bandas lançaram discos com capa inteiramente branca, excursionaram com uniformes brancos e tudo isso num espaço de poucas semanas aproximadamente. Não coincidência, as três bandas era da Nuclear Blast também. As respectivas bandas e discos era: In Flames com Reroute To Remain, Darkane com Expanding Senses e Soilwork com Natural Born Chaos! Voltando ao Sonic Syndicate, não trazem muita coisa de novidade, mas irão fazer sucesso entre os fãs das bandas, discos e estilos citados nesta resenha. Saudosismo do som sueco da segunda metade de 2002? O sucesso do grupo é tanto que farão vários festivais, como With Full Force, Wacken Open Air e Up From The Ground. Destaques para as porradas Blue Eyed Fiend, Double Agent 616, Unknown Entity, Callous, Enclave e Denied. Empolgante, pogante, bangueante e estonteante! RC – 7,5

VAN CANTO
A Storm To Come
Rock Brigade/Laser Company – nac.
No mínimo bem diferente, para não dizer estranho e esquisito. A banda alemã Van Canto é a primeira e única banda de Metal A Capela até o momento no mundo inteiro. Não faltava mais nada! Formada por cinco vocalistas, quatro homens e uma mulher, tendo como instrumentista apenas um baterista. Eles não usam guitarra, baixo e teclado, tudo sendo substituído por harmonias vocais. Se algumas pessoas achavam estranho bandas surgidas no final da década de 90, como Nightwish e Rhapsody, onde, apesar de Rock e Metal, a guitarra era mero coadjuvante, imagina agora então? O resultado é interessante e pitoresco, mas não sabemos se o Van Canto (e como) continuará comercialmente existindo. Ou seriam os pioneiros de uma nova modalidade e uma nova onda, com centenas de bandas surgidas após isso? Enfim, mais do que resenhar A Storm To Come (pois sinceramente, não sei como resenhar um disco desse tipo, até também por não ter como comparar com nada nem ter nada como base ainda), o mais importante é salientar este momento histórico da música pesada! Imagine então, se nos shows deles, forem convidados bangers para fazer “air guitar”? A mistura perfeita! A ficha técnica de A Storm To Come é de bom pedigree: CD foi masterizado por Jürgen Lusky (Axxis e Pink Cream 69), a arte de capa feita por Mattias Noren (Stratovarius, Kamelot entre tantas outras formações melódicas) e das nove faixas, sete são próprias e duas covers, Battery do Metallica e a faixa da trilha sonora de Lindgren “Ronja, The Robber’s Daughter”. Experimenta! Experimenta! RS – 8,0

DORO
We Are All
Rock Brigade/Laser Company/AFM – nac.
A Metal Queen, que detonou no Brasil ano passado no já extinto Live’n Louder lança este CD-single com algumas regravações, covers e 5 video-clipes. Um pacote perfeito! All We Are é a clássica do Warlock, sua banda de origem, de 87, que recebeu uma regravação moldada atualmente. Thunderspell é excelente, um petardo, pertencente ao seu último disco de estúdio, Warrior Soul, de 2006. A inédita, Everything´s Lost, uma bela balada, ao velho estilo da Doro, que só havia saído no álbum ao vivo 20 Years: A Warrior Soul, recebendo a versão em estúdio agora. On My Own é um Metalzão bem anos 80, com participação de Marc Storace (Krokus) e do produtor de filmes Luke Gasser, um clássico, trilha do filme Anuk: The Path Of The Warrior, do qual Doro e Marc Storace atuaram e pelo Luke Gasser. Fechando o áudio, Babe, I´m Gonna Leave You, cover do Led Zeppelin, que ganhou uma versão interessante. No vídeos, temos All We Are ao vivo, mais o clipe da balada Above The Ashes, do álbum Warrior Soul e o clipe da própria Warrior Soul, com imagens do filme citado “Anuk”, cuja música também faz parte de sua trilha sonora. Depois, You´re My Family ao vivo no Sweden Rock Fest, fechando com o clipe de On My Own, com todas as participações juntas no palco, com imagens do filme que você já sabe, Anuk. Enfim, mais um disco a honrar a discografia da Metal Queen! RS – 8,5

NUCLEAR BLAST
All Stars 20th Anniversary Into The Light
Nuclear Blast – nac.
Para comemorar os seus 20 anos, a Nuclear Blast chamou o músico e produtor Victor Smolski (Rage e Mind Obyssey) que convidou artistas da gravadora para participar desse ousado projeto. São eles: Tobias Sammet (Edguy e Avantasia), Peter "Peavy" Wagner (Rage), Tony Kakko (Sonata Arctica), Mats Leven (Therion e Krux), Schmier (Destruction), Hansi Kursch (Blind Guardian), Andi Deris (Helloween), Oddleif Stensland (Communic), Marco Hietala (Nightwish) e Tarja Turunen (ex-Nightwish). Entre tantas faixas, em se tratando de um CD duplo com músicas e músicos do mais alto calibre, os destaques seriam: Dirty Wings onde Tob Sammet detona; Terrified, um Thrash Metal, com a presença de Peavy, que também é responsável por quase todas as letras do projeto; Tony Kakko marca presença em Ruling The World; o Thrash volta com tudo com Schmier com a mortífera Bloodsucker. Mas o que destacamos é só para dar água na boca (ou cera no ouvido) para aguçar sua curiosidade e adquirir esta pérola. RS – 10

CD 1
01 - Dirty Wings (com Tobias Sammet)
02 - Terrified (com Peter "Peavy" Wagner)
03 - Ruling The World (com Tony Kakko)
04 - Death Is Alive (com Mats Leven)
05 - Bloodsucker (com Marcel "Schmier" Schirmer)
06 - Slaves To The Desert (com Hansi Kursch)
07 - A Perfect Day (com Andi Deris)
08 - Eternally (com Oddleif Stensland)
09 - Inner Sanctuary (com Marco Hietala)
10 - In The Picture (com Tarja Turunen)

CD 2
01 - HammerFall - Hearts On Fire
02 - Helloween - The Madness Of The Crowds
03 - Gotthard - El Traidor
04 - After Forever - Sweet Enclosure
05 - Ride The Sky - New Protection
06 - Thunderstone - Forevermore
07 - Threshold - Slipstream
08 - Amorphis - The Smoke
09 - Candlemass - Devil Seed
10 - Sirenia - The Other Side

DOMINICI
O3 A Trilogy Part 2
Dynamo - nac.
Esse cara aí é nada mais, nada menos do que o vocalista original do Dream Theater! Isso mesmo, muito antes de James LaBrie entrar na banda! O3 A Trilogy Part 2 é a volta dele à cena Prog Metal! O veterano cercou-se de músico jovens para seu projeto solo, que deve ser divulgado e ouvido por quem ousa falar que é fã de Dream Theater! Este CD vai agradar a fãs de diversas tendências de Metla, não só do Prog. Claro, há influências de Dream Theater em O3 A Trilogy Part 2, claro, o cara foi fundador do negócio, porra! Charlie Dominici fez nove faixas com várias nuances de Heavy, Metal, Prog e Power. The Monster abre só instrumental, enquanto Nowhere To Hide é um puta Heavy! Daí em diante, começam as quebradeiras Prog e Dream Theaterianas, como em Captured, The Calling e The Cop. Apesar de sua ex-banda e de Dominici estar afastado da música há algum tempo, O3 A Trilogy Part 2 não soa datado, nem nostálgico, soa renovado, revigorado, moderno e atual! Ah! E seu vocal é excelente, arrisco a me dizer, melhor do que do de LaBrie! Enfim, grande disco deste injustiçado, deste Paul Dianno do Prog Metal! RS – 9,0
SYMPHONY X
Paradise Lost
Hellion - nac.
A banda tocou há pouco no Brasil, divulgando este novo disco, sofreu muita especulação. Pois além do nome do disco, que também remete à banda inglesa que começou sua carreira fazendo Death Doom Metal e depois passou a fazer Gothic Metal, muito se falou que a banda viria mais pesada, mais obscura, mais Dark e sombria. Bem, sombria, a banda sempre foi. Discorda? Então você nunca ouviu nada da banda (ou não soube ouvir) ou ao menos, não esteve no grande show que eles fizeram aqui em 2000, no Companhia do Brasil, no centro de São Paulo. Seu Prog Metal intrincado e cheio de quebradeiras, pesado e denso, fez e ainda faz escola. Mas em Paradise Lost, realmente, eles lançaram mais mão ainda destes elementos, ainda que não chegue a ser Gothic Metal, mas Prog Dark até que não vai mal. A banda ainda continua virtuosa e técnica e eles se superaram em Paradise Lost, não só na lição de casa de execução, mas nas composições idem. O álbum não trás nenhuma faixa que seja “hit” imediato, como os seus antecessores traziam, mas o disco inteiro é incontestável. Impossível citar destaques, pois Paradise Lost está muito acima da média e é o melhor disco que a banda já fez até hoje! E olha que, tirando o primeiro disco (o debut homônimo, que até Michael Romeo se envergonha, não por ser ruim, mas por ser muito fraco mesmo), todos os discos são excelentes! Ouça, que é o melhor que você tem a fazer, do que ficar lendo isto! JCB – 9,5

DREAM THEATER
Systematic Chaos 
Warner – nac.
Os nova-iorquinos do Dream Theater extraem de seus instrumentos em seu mais recente lançamento, sons extremamente técnicos (como sempre) e difusos, sempre explorando novos sons, timbres, melodias, riffs e tudo o mais. Quase ninguém percebe isso ao ouvir este “Caos Sistemático”, pois o caos está organizado aqui. Nunca se viu numa banda Progressiva, o exagero de cada instrumento ir para cantos diferentes, em lugares distintos e tempos díspares, lugar comum no Jazz, onde a banda se espelhou tanto. Me arrisco a dizer que as maiores fontes onde o DT bebeu foi no Jazz, restando ao Progressivo e ao Metal apenas a roupagem atual, a parte externa e da superfície, que é o que ouvimos e classificamos a banda. Systematic Chaos é 10º álbum de estúdio e 14º da carreira, incluindo os ao vivo, com 78 minutos 8 faixas. O tom melancólico, frio, urbano e mesmo assim “mediúnico” me remete ao grande Metropolis, mas que fique bem claro, a história é outra e a linha musical também, faço essa comparação apenas no clima que Systematic Chaos emana. Muitos o consideram o melhor disco desde Images And Words de 92. Claro, essa comparação é exagerada, pois Systematic Chaos é muuuuuuito melhor! Ou você acha que nestes 15 anos a banda desaprendeu a tocar ou toca menos do que tocava em 92? E independente de clássicos, este é o disco mais bem executado da banda, beira o absurdo, sem ser chato, auto-indulgente e sem ser um disco de músico para músico. In The Presence Of Enemies partes 1 e 2, com mais de 25 minutos, estão entre as mais longas, Repentance é a mais progressiva e introspectiva, falando dos problemas vividos por Mike Portnoy com o alcoolismo e traz participação especial nos vocais de 11 convidados, como: Joe Satriani, Steve Vai, Daniel Gildenlöw (Pain Of Salvation – calando a boca daqueles que falam que só o Dream Theater presta dentro do Prog Metal) Corey Taylor (Slipknot - surpreendente), Steven Wilson (Porcupine Tree), Mikael Åkerfeldt (Opeth), Jon Anderson (Yes), David Ellefson (ex-Megadeth, F5 e Temple Of Brutality), Steve Hogarth (Marillion), Chris Jericho e Neal Morse. Eles fizeram uma ópera Prog em uma só faixa, dentro de um disco. Quer coisa mais megalomaníaca do que isso? Obrigatório para os fãs! RS – 9,0

REBELLION
Miklagard – The History Of Vikings Vol II
Dynamo – nac.
Uma enxurrada de lançamentos do Rebellion por aqui. Se você ficar neutro na “treta” entre seus integrantes, saídos com briga do Grave Digger, vai saber curtir as duas bandas. Claro, a magia da época áurea está presente, da trilogia Tunes Of Wacken, Knights Of Cross e Excalibur. Aliás, parece que Uwe Lulis levou essa fórmula mágica para o Rebellion, pois desde então, a exceção de The Grave Digger (o álbum homônimo, baseado na obra de Edgard Allan Poe), a banda de Chris Bodenthal caiu num marasmo criativo, não sabendo se voltam as raízes, ou se continuam épicos, revezando seus discos nestes estilos, mas nenhum deles soando a altura de seus clássicos. Quem está chegando perto deste nível é o Rebellion. Este Miklagard é o disco mais recente deles, onde os elementos épicos abundam, faixas como hinos de batalhas, riffs tipicamente alemães, vocais agressivos e roucos como o de Chris (a cargo de Michael Seifert) e letras sobre temas que abrangem tudo o que os fãs de Power Metal (não melódico) gostam! Este Miklagard - The History Of Vikings Vol II não trás destaques individuais, seja musicistas, seja músicas, pois ele é bom como um todo e suas faixas são parte de um todo, não pode ser separadas nem apreciadas em partes (você não vai repetir nenhuma faixa, se fizer isso, terá que repetir o disco todo!). Mesmo assim, podem citar (não destacar) as Vikings Sweden, Free, The Rus, Kiew, Aifur e a título. Enfim, órfãos do velho e bom Grave Digger, continue sua saga com Miklagard - The History Of Vikings Vol II e o Rebellion! Em tempo, este disco é o segundo capítulo, iniciado com Sagas Of Iceland - The History Of The Vikings - Volume I (também disponível pela Dynamo, de 2005) e encerrará o ano que vem. Mais uma matadora trilogia na carreira de Uwe Lulis! RS – 8,5

REBELLION
Born A Rebel
Rock Machine – nac.
Bem todo sabem que está é a banda de ex-componentes do Grave Digger e que seus integrantes querem continuar a sonoridade perdida pela banda de Chris Bodenthal. Então, ei-lo! Este segundo disco da banda, lançado por aqui pela Rock Machine (bela iniciativa e oportuna tacada!) mostra o disco mais diferente de toda a banda. Sim, eles soam como Grave Digger também e são dignos de representarem o Metal alemão, mais do que nunca. Mas de épico, Born A Rebel (de 2003) não tem nada! Isso é ruim? Longe disso! Claro, muitos fãs não curtiram tanto este disco, por isso em seus discos posteriores voltaram à proposta original. No entanto, meu amigo, aqui temos uma ressurreição do verdadeiro Metal alemão oitentista de bandas como Running Wild, Accept e o próprio Grave Digger. O que é isso aqui, meu Deus? A própria capa nos remete à este saudosismo sadio (não aquele saudosismo piegas de “tempo bom que não volta nunca mais” mais sim de “aquele tempo bom continua até hoje”). O disco inteiro é mortal, mas uma faixa é especial: Queen Of Spades remete ao Accept da fase Fast As A Shark! Sensacional! Depois desse disco, a banda iniciaria uma trilogia Viking, mais épica, não tão direta. Então, curta essa delícia que é Born A Rebel. JCB – 9,0

REBELLION
Shakespeare’s Macbeth
Rock Machine – nac.
Este é o tão festejado primeiro disco do Rebbelion, logo quando Uwe Lulis saiu do Grave Digger (como já citado anteriormente). O que chama a atenção, é que Uwe não era um membro tao conhecido e badalado, como eram, por exemplo, Roland Grapow e Uli Kusch, que saíram do Helloween e montaram o Masterplan. Mas o Rebellion tomou tamanha proporção e hoje, na Europa, é quase tao grande como o Grave Digger, estando numa gravadora maior e melhor do que o próprio GD está hoje. Neste Shakespeare’s Macbeth é conceitual, e vem naquele esquema com faixas narrativas entre as faixas de fato, como se fossem vinhetas e introduções para a música seguinte. Não há como citar faixas em destaque, pois o nível de todas é alto e realmente você tem que ouvir Shakespeare’s Macbeth na íntegra, para poder curtir e entender a obra. Para muitos, o melhor disco da banda. De qualquer forma, a coleção está completa e disponível no Brasil! Mais uma vez, parabéns para a Rock Machine! JCB – 9,0

DREAM EVIL
United
Encore – nac.
Em primeiro lugar, United é um disco duplo, que na verdade, o disco 2 é bônus, mas pela primeira vez no Brasil, um CD duplo, sendo o disco 2 bônus, é vendido a preço de simples! Ué, mas esse não é o certo? Sim, mas até então, quase tudo lançado para CD ou DVD bônus, você pagava por ele, mas em United, não! Ponto para a Encore! Voltando ao disco em sim, United resgata a sonoridade de Dragonslayer, o debut da banda, e até então ainda o melhor disco do grupo! Até então, pois United superou Dragonslayer! Aqui, ele fazem Power Metal de verdade (sem frescura melódicas) com toques de Hard Rock, tudo envolto naquela atmosfera oitentista. Que disco, empolgante do início ao fim! Em minha opinião, estes suecos superam o Hammerfall, criativamente falando! Fire! Battle! In Metal! é um daqueles hinos, que fazem odes ao Metal, um Power Metal poderoso! A faixa-título é mais cadenciada, com um refrão cativante, para se cantar junto como em coro! E Blind Evil? O que é isso? Uma das melhores músicas que escutei nos últimos tempos! Riffs poderosos, solos marcantes e melódicos, vocal que alia melodia e agressividade num equilíbrio poucas vezes visto, baixo também, marcante, você ouve cada nota dele nitidamente e bateria diversificada, técnica, colocando cada batida no ponto certo que a música pede e um refrão com algo de Hard Rock. Sinceramente? Devo ter repetido Blind Evil no mínimo umas dez vezes antes de mudar de faixa! Evilution (título bem sacado, mas já vi isso em algum outro lugar antes) e Let Me Out são a cara tradicional já da banda. Higher On Fire é puro anos 80, Power Metal na pura acepção da palavra! Falling tem aquele começo meio Judas Priest, com toques de Hard Rock também. Back From The Dead tem uma levada até acessível, com solos dobrados, melódicos, inesquecíveis. Doomlord é outro momento pegajoso, um misto de Power, Tradicional, NWOBHM e Hard Rock, numa mistura única. No CD 2, que é o CD bônus, cinco bons momentos, que são Calling Your Name, Dynamite, Into The Unknown, I Will Never e Vengeance. Nem as saídas do guitarrista multi-bandas, o grego Gus G. e do baterista Snowy Shaw (ex-King Diamond e Memento Mori) abalaram a qualidade deste grande masterpiece. Enfim, United é o álbum do ano até agora! JCB – 10

DARK ILLUSION
Beyond The Shadows
Rock Machine – nac.
O Dark Illusion é das antigas. Eles podem ter passado batido em meio a tantas bandas que surgiram e tiveram vida curta na década retrasada. Eles vêm da Suécia, foi formada no início dos anos 80 e em 1985 encerraram as atividades, lançando apenas fitas K-7 demo. Em 2003, o grupo retornou à ativa e em 2005 lançou Beyond The Shadows. Eles fazem Power Metal oitentista (esqueça o Melódico e o Power Metal dos anos 90). Mesclam com o Hard Rock e transbordam influências da saudada NWOBHM. A banda, obviamente, voltou reformulada e de conhecido, apenas o vocalista Thomas Vikström, que cantou no Chapter VI do Candlemass. Mas tranqüilize, Beyond The Shadows não tem nada de Doom. Ao todo, temos quinze boas faixas, com destaques para Neon Knight, com um vocal poderoso de Vikström e instrumental lembrando Iron Maiden, Child Of The Night, Into The Depths I Stare, Runaway On The Loose e por aí vai. A banda tem muitos toques de Iron Maiden, em alguns momentos chega a ser chupado. Ao menos, ficaria mais chato se chupassem o Helloween. Nada de novo, mas um bom disco. RS – 7,0

METALIUM
Nothing To Undo - Chapter Six
Dynamo – nac.
E o Metalium resistiu ao tempo! Sim, daquela enxurrada de bandas alemãs de Metal Melódico do final dos anos 90, quase ninguém restou e o Metalium foi um destes. Claro que o nome da banda ajudou, além do mascote guerreiro da banda e de seu líder Lars Ratz, que quer por que quer ser o Steve Harris alemão (baixista, compositor, dono da banda e sempre aparece como estrela da banda). Neste sexto capítulo (até porque, além dos discos serem conceituais, a banda é conceitual e cada CD é uma parte desta jornada), a banda chega com um som próprio e personal. Claro, demonstra influências de diversas outras bandas, alemãs, na maioria, mas nenhuma em específico. Para manter a tradição, a banda gravou outro cover, desta feira para The Show Must Go On do Queen, numa versão Metalium Lars Ratz de ser, dramática e emocional, mas metálica como sempre. A produção de Nothing to Undo - Chapter Six ficou a cargo do baixista Lars Ratz junto com o baterista Michael Ehre. Nas demais músicas próprias, eles continuam evocando os anos 80. E a parte gráfica, mais uma vez, um show a parte, mas agora, fugindo do azul de sempre, apostando em cores mais quentes, assim como a forte ilustração. RS – 8,0

NEVERMORE
In Memory
Rock Machine – nac.
O Nevermore é uma banda que tem um bom público aqui no Brasil e aos poucos, vai tendo seus álbuns lançados e relançados nestas paragens, um pouco por cada selo. No caso aqui da Rock Machine, temos In Memory, de 96 e na verdade, o último disco da banda a sair pelo Brasil, agora a coleção está completa! Na verdade, um EP ou MCD, pois possui apenas cinco faixas. A banda ainda estava longe de ser o que se tornou no final da década de 90: um dos baluartes do novo Metal norte-americano, ou Modern Thrash, etc. Aqui, o som ainda era cru e estes rapazes de Seatle, que formaram o Nevermore das cinzas do excelente e cult Sanctuary (Warrel Dane, Jim Sheppard e Jeff Loomis fizeram parte desta saudosa banda), ainda buscavam sua sonoridade, alcançada enfim em 98 com o clássico Dreaming Neon Black. Num disco curto, fica difícil apontar destaques, então segue o track list do CD. O disco não é tão indispensável, mas por ser o último disco deles que faltava sair no Brasil, passa a ser obrigatório para seus fãs! RS – 7,5
01. Optimist or Pessimist
02. Matricide
03. In Memory
04. Silent Hedges/Double Dare
05. The Sorrowed Man


OZZY OSBOURNE
Black Rain
Sony/BMG – nac.
Sem dúvida, o melhor disco de Ozzy desde No More Tears! Depois de tanto anos, o velho Osbourne acertou a mão e desde começo da década de 90, não fazia tantas músicas de impacto! Claro, Black Rain está longe de clássicos como Bark At The Moon, Blizzard Of Oz, The Ulitmate Sin e do próprio No More Tears, que é o disco mais regular de sua carreira (já que, até Bark At The Moon e Blizzard Of Oz, apresentam desde faixas imortais quanto outras mais fraquinhas). Mas Black Rain trás Ozzy de volta ao que sabe fazer melhor: Heavy Metal. Embora com algumas músicas mais moderninhas, a base aqui é o Velho Black Sabbath de sua fase! Bases e solos marcantes, baixo galopado, denso e sombrio! Abrindo a meio Industrial e modernosa Not Going Away, seguida da melhor do disco e da melhor faixa feita por Ozzy desde Perry Mason (única faixa decente do fraco Ozzmosis): I Don’t Wanna Stop! Que música! Pesada, porrada, rápida, ao velho estilo Ozzy, refrão que não irá sair da sua cabeça por semanas após tê-la ouvido! A faixa-título quer resgatar o Sabbath dos anos 70, seja pela sua levada lenta, melancólica e densa, com uma gaita no começo (uma pequena lembrança de The Wizard) e no final totalmente “Sabbathico”! The Almighty Dollar é mais climática, canastrona, legal, mas não a entendi até agora. 11 Silver é outra rápida, pesada e parece que o alcoólatra Zakk Wylde não quis aparecer muito aqui em Black Rain, talvez por isso, o disco seja tão bom! Nada daqueles riffs embebedados, psicóticos, lisérgicos do tipo “mamãe, eu gosto dos anos 70” que ele tem feito a exaustão em seu Black Label Society, que toda vez que marca show no Brasil, cancela em cima da hora! Então, fique com sua ideologia sulista lá nos EUA mesmo! É importante citar isso, pois sua influência na música de Black Rain é pouca! Se antes, os discos de Ozzy pareciam extensões do BLS, Black Rain remete ao Black Sabbath totalmente! Civilize The Universe é acessível, para tocar nas rádios, um Heavy levinho, mas ainda legal. Aí você pula a dispensável balada Here For You para ir direto à Countdown’s Begun, outra Sabática, outra grande faixa do disco! Destaca-se nela o fraseado de guitarra acompanhando o vocal de Ozzy. Encerrando com a fantástica Trap Door. Enfim, um disco que dignifica e honra o nome Ozzy Osbourne. JCB – 8,5


PHARAOH
The Longest Night
Free Mind – nac.
Esse trabalho teria tudo para passar batido, por isso, depende de nós, da imprensa especializada não deixar isso acontecer! Só para relembrar ao leitor quem e o que é o Pharaoh: o vocalista Tim Aymar, que gravou o último disco do Control Denied, projeto Power Metal do saudoso Chuck Schuldiner (Death), montou a banda, que chega agora ao segundo álbum. Apesar do que a banda busca, procura e almeja seja o Heavy Metal Tradicional, vemos várias outras nuances pra lá de interessantes em sua música. Estes vários aspectos serão citados nas faixas de destaque a seguir. Sunrise é um petardo Power Heavy sem ser Melódico (e conta com a participação do guitarrista Chris Poland, ex-Megadeth), In The Violet Fire é a mais Iron Maiden de todas, com guitarras dobradas e tudo o mais. Em By The Night Sky lembra o Iced Earth, com grandes vocais por parte de Tim. Já em Endlessly vem o lado mais épico da banda, com Fighting chegando a lembrar em seus riffs a saudada NWOBHM, que puta som, que puta guitarra, num dos melhores vocais de Tim no CD todo! Never Run encerra em ritmo de Total Metal, instrumental, com belos solos, bases sólidas e consistentes e uma melodia que empolga, e por ser a última do disco, te faz ter a vontade de colocar no repeat antes do CD acabar. Completam a formação, além de Tim: Matt Johnsen (Guitarra), Chris Kerns (Baixo) e Chris Black (Bateria). Confira este grande disco, um dos melhores do ano que se passou (pois saiu lá fora em 2006). RS – 9,0

CAGE
Hell Destroyer
Dynamo – nac.
A banda responsável pelo projeto de Tony Martin e Dario Mollo ter o seu projeto mudado de nome para The Cage I e II (e sucessivamente para os demais álbuns) ao invés do original Cage (estes aqui chegaram primeiro) lançam mais um disco pesado e pela primeira vez no Brasil, para nossa sorte! Tendo em sua formação Sean Peck (vocal), Dave Garcia (guitarra), Anthony Mc Ginnis (guitarra), Mike Giordano (baixo) e Mike Nielsen (bateria), eles desenvolvem um bom Power Metal no real significado “power” (poder) da palavra. Esqueça o Power Metal dos 90, com suas enjoativas melodiquices. Aqui, eles pegam fundo no verdadeiro True Metal dos anos 80: sem frescuras, direto, pesado, cru, sem virtuose (ainda que sejam bons instrumentistas), enfim tudo aquilo que os fãs mais gostam! Grande influência de Thrash Metal e do US Metal se perfazem presentes também. Eles ainda escrevem suas letras como se tivessem compondo hinos de batalha; seus refrãos são palavras de ordem contra os falsários; as músicas são odes ao real Metal; os músicos são guerreiros nesta infindável batalha, seus instrumentos são as suas armas nesta luta, e o fogo, demônios, e o inferno são nossos aliados nessa batalha! Quem ainda não conhece o Cage, uma referência seria o Painmuseum de Metal Mike. Sean Peck é um dos poucos a seguir a escola de Rob Halford a chegarem perto da destreza de seu mestre. Outro ponto para Hell Destroyer é que o disco tem nada mais, nada menos do que 21 faixas, sendo apenas uma bônus! E o melhor, a qualidade de Hell Destroyer se mantém ao longo do CD inteiro! Nessa forma, difícil apontar destaques musicas, pois Hell Destroyer soa como se fosse uma coisa só, praticamente, um disco conceitual, mas alguns títulos devem ser citados, como Final Proclamation, Fall Of The Angels, Fire And Metal, Born In Blood e a bônus, King Diamond, uma homenagem à ele mesmo, fazendo nos transportar ao começo dos anos 80, com aquela sonoridade dos discos do Mercyful Fate e de Fatal Portrait, primeiro da banda de King. Corra atrás do seu, pois Hell Destroyer vai esgotar logo, logo! JCB – 9,0

LEATHERWOLF
World Asylum
Dynamo – nac.           
Após 15 anos parada, a veterana banda californiana de Heavy Metal Tradicional volta com este bom disco World Asylum, que marca mais uma boa volta de mais uma banda clássica e cult dos anos 80. World Asylum tem um ar meio despretensioso, do tipo :”vamos fazer um disco e ver no que vai dar”. E com certeza, a resposta de crítica e público será boa tão qual, que renderá ainda mais frutos no futuro. World Asylum foi gravado com dois membros da formação original, Dean Roberts (bateria) e Geoff Gayer (guitarra), completando a formação os novos membros Wade Black (vocal), Eric Halpern (guitarra) e Patric Guyton (baixo). O Leatherwolf se reuniu há alguns anos e chegou a lançou um CD ao vivo em 99. Para eles, parece que o tempo não passou, pois World Asylum é um sucessor a altura de Street Ready. Só que World Asylum, apesar de suas raízes oitentistas e uma produção básica (dá-se a impressão de que você está ouvindo um disco de vinil – tamanho deja-vu), a banda soa moderna e atual. Apesar do vocalista Wade Black não ser da formação original, parece que ele sempre foi da banda, pois se entrosou e imprimiu seu estilo ao grupo. Wade, que já cantou Crimson Glory e Seven Witches, trouxe um pouco destas bandas para o reformado Leatherwolf. Enfim, pouco a dizer e muito a ouvir. Não perca mais um bom disco de mais um bom retorno de mais uma boa banda! World Asylum está bem acima da média entre tanta tranqueira que temos lançado (no Brasil inclusive, um desperdício) por aí. RS – 8,0


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