STEVE GRIMMETT
Personal Crisis
Independente – imp.
O disco saiu no finalzinho de 2007, mas só recebemos nos primeiros dias de 2009. Mas pode ser considerado um lançamento de 2008. E cara... O que é isso aqui? Mais um a ganhar o troféu puta-que-o-pariu? Fazia tempo que não dava esse troféu, e de uma tacada só, nesse comecinho de 2009, já dou 3: para o novo do Grave Digger, para o novo do Tygers Of Pan Tang e agora para Steve Grimmett! Alguns vocalistas quando saíram em carreira solo, fizeram discos de arrepiar. Afinal, lembre de Accident Of birth de Bruce Dickinson, Resurrection de Halford, todos do Dio, os primeiros do Ozzy, Never Let the Bastards Wear You Down de Dee Snider e até com boa vontade, Silicon Messiah de Blaze (sim, é um grande disco e surpreendeu na época) e mais alguns, como o disco solo do Tribuzy. Pode colocar Personal Crisis nesta lista! Bom, o cara cantou em bandas lendárias como o saudoso Grim Reaper e no histórico Onslaught, além dos bons Chateaux, Medusa e o atual Lionsheart. A banda de apoio de SG é: Ian Nash (Lionsheart) na guitarra, Pete Newdeck (Paul Di’Anno, The Shock) na bateria e Ritchie Walker no baixo. Há alguns convidados especiais, como Eric Ragno (Jeff Scott Soto) no teclado, Bob Daisley (Ozzy Osbourne, Rainbow) no baixo, Carsten Schulz (do ainda novato Evidence One) e Tony Mills (Shy, TNT). Karma abre com teclados bem na linha Prog Metal, mas depois vem o Heavy Metal puro e simples, finalizando com uma voz gravada de uma menina, no estilo da faixa No More Tears de Ozzy por Ella Dooney. Seguindo, um petardo Power Metal, Wait For Ever! Melódico sim, mas sem aquelas firulices dos anos 90! Aqui percebemos duas coisas: a gravação estrondosa do disco, poderosa, deixou o som na cara, com tudo bem equalizado, você ouve todos instrumentos! E a segunda o vocal de Mr. Grimmett. Como ele está cantando, talvez até mais do que no passado! Seja nos momentos mais agudos e altos, quanto nos mais rasgados! Freedom tem uma levada mais cadenciada, mais puxada para o Prog Metal mesmo, com teclados ao fundo, e alguma virtuose. Neste caso, Mr. Grimmett. Fez um disco bem moderno e atual, sem resgatar o passado. E quando a coisa é boa, tanto faz se é moderno ou Old School. O Tygers Of Pan Tang fez um disco totalmente fincado em suas raízes nos anos 80 e ficou do caralho! E agora, Mr. Grimmett, fez um disco nos moldes do Metal de hoje e ficou também do caralho! Ah, esqueça groove, muito swingue e qualquer diabos de core que seja (Metalcore, sei-lá-o-que-core). É Heavy Metal Tradicional! Ao vivo, como estas faixas vão soar? Lonely é mais uma que atende o lado Prog da coisa, bem lenta, mas ao mesmo tempo sombria. Aliás, Personal Crisis é um disco sombrio! Seguindo, Afterglow, já tem um lado no Metal clássico de suas antigas bandas, com Steve cantando e oscilando na mesma faixa, momentos mais suaves e limpos com os agudos característicos alternando ainda com vocais agressivos e rasgados. Faixa nascida para ser clássico! Seguindo, outra porrada: Enemy. Atente que a maioria das faixas tem apenas uma palavra em seu título. Aqui, além de ser um belo de um Power Metal, tem a participação especial da vocalista Joanna Ruiz, fazendo um belo contraponto, com sua voz angelical, com a agressão de Grimmett. Mais ou menos que nem a Bela e a Fera das bandas de Gothic Metal? Só que sem urros e sem vocais líricos, tudo dentro da seara do Heavy Metal apenas (sem influências e estética Goth, Black ou Symphonic). Seguindo, Promises, que tem uma pegada Prog, com tanta classe, apesar do peso, que lembra algo como The Sygnet, Royal Hunt ou Silent Force, e aí, vejo que a produção foi feita pelo novo mago do Heavy Metal e Hard Rock: Dennis Ward, também baixista do Pink Cream 69. Ele sabe como pegar a veia música de uma banda e, sem descaracterizá-la, ele realça e a deixa mais forte, na roupagem das produções dos discos de hoje em dia. São poucos os discos de hoje em dia que não soam pasteurizados nem sintéticos, com tanta tecnologia atual. E grande parte destes discos atuais que não soam pasteurizados nem sintéticos teve a assinatura de Dennis Ward. Ele faz uma produção atual moderna e encorpada, sem mexer na musicalidade do músico, mesmo que seja um Old School como Grimmett. Ao contrario, ele deixa essa característica mais poderosa ainda! Voltando, Invincible segue essa linha também, mais cadenciada, pesada, com algo Hard, bem sombria e com um refrão tão assimilável e pegajoso, que beira o AOR e até as propagandas de cigarro dos anos 80. Strength é meio climática, enquanto o Metal tradicional volta a tona com Wrath Of The Ripper, talvez a que mais lembre o Grim Reaper, caso estivessem lançando disco novo com músicas inéditas. Bem Power Metal! O interessante que, ao fazer as resenhas de Grimmett e do Tygers Of Pan Tang é: Grimmett fez um disco atual e revigorado, enquanto o TOPT fez um disco anos 80 total. E os dois discos são maravilhosos! E enquanto o Tygers é americano, mas soa mais inglês do que nunca, Steve Grimmett é inglês, e fez um disco bem Metal à EUA! E os dois são maravilhosos! Encerrando, Fallen, bem Power Metal. Espetacular! Que venha outro disco novo esse ano! JCB – 9,0
Track list:
01. Karma
02. Wait For Ever
03. Freedom
04. Lonely
05. Afterglow
6. Enemy
07. Promises
08. Invincible
09. Strength
10. Wrath Of The Ripper
11. Fallen |