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O PLANO 2!

Mais uma vez, tivemos o prazer de entrevistar o simpático e carismático guitarrista Roland Grapow, que hoje lidera o Masterplan sozinho e fez história substituindo Kai Hansen no Gamma Ray. Aqui, ele dá uma entrevista reveladora, falando do disco novo de sua banda, MKII, falando das recentes mudanças de formação e muito mais!

Entrevista: Júlio César Bocáter. Foto: divulgação.
RU – Roland, não teria como começar com essa entrevista sem falar das recentes e drásticas mudanças de formação da banda. Primeiro, por que Jorn Lande deixou o Masterplan?
Roland Grapow –
Bom, quando começamos a gravar o disco novo em setembro do ano passado, Jorn nos pegou de surpresa dizendo que nos deixaria. Era claro que, ele estava com propostas musicais diferentes e comentava sobre isso em turnês, gravações de discos, ensaios e conversas informais, já que ele é muito eclético e muito versátil também. Ainda bem que ele nos avisou antes de começar a gravar o disco, até nisso ele foi profissional. Tivemos uma grande perda, mas foi tudo na boa e desejo boa sorte para ele!

RU – Seu substituto, Mike DiMeo era vocalista da lendária banda Riot, dos anos 80. Cheguei a ler em outras entrevistas suas que você não conhecia o Riot, isso é verdade?
Roland Grapow –
Sim, quando se falava Riot eu pensava ser o Quiet Riot, que realmente, era bem conhecido! Eu sempre via entrevistas e coletâneas com o nome Riot e achava se tratar do Riot, que talvez tivesse mudado de nome como o Morgana Lefay, que por uns tempos se chamava só Lefay, ou outras bandas que saem alguns membros e continuam comum nome parecido ou pela metade, as vezes por motivos contratuais.

RU – Mais ou menos como falamos de outras bandas clássicas que tem nome composto. Por exemplo: “você ouviu o novo disco do Judas (Priest)?” ou “quando o (Iron) Maiden vai tocar aqui?” ou ainda “prefiro (Black) Sabbath com Dio” e assim por diante. Aqui no Brasil isso é comum. (risos)
Roland Grapow –
Não só no Brasil, mas na Alemanha e acho que no mundo todo também.

RU – Quando Mike entrou na banda, Uli ainda estava no Masterplan? Foi decisão de quem? Sua ou dele, ou de comum acordo?
Roland Grapow –
Sim, fomos nós dois que escolhemos. Eu tinha pensado em outros nomes, como Kelly Carpenter (ex-Outworld, atual Beyond Twilight – na vedade, já deixou o BT também), mas Uli não quis. É difícil quando esse tipo de decisão teve ser tomada por duas pessoas que pensam diferente. Também teve o Patrik Johansson do Astral Doors, mas realmente ele não estava disponível. Então, depois de ouvirmos centenas de CDs e vocalistas, chegamos a Mike DiMeo. Depois disso, passei a tomar conhecimento sobre o Riot melhor do que antes. (risos)

RU – Eu conheço o Bobby W., tecladista do Thought Chamber e do Outworld, ex-banda de Kelly Carpenter. E ele me falou muitas coisas a respeito de Kelly, dizendo que é um grande cantor, mas não é muito profissional, tanto que ele já saiu do Beyond Twilight...
Roland Grapow –
Sério?

RU – Sim, e segundo Bobby pelos mesmos motivos. Contei a ele que iria entrevistar você e iria falar sobre isso e ele disse que você teve sorte em não ter escolhido Kelly. (risos)
Roland Grapow –
Bem, prefiro não comentar. (risos) Por outro lado, estamos muito satisfeitos com Mike, que é grande vocalista e muito profissional!

RU – Por que Uli Kusch saiu do Masterplan?
Roland Grapow –
Ele também me pegou de surpresa, pois eu não esperava, apesar de termos algumas desavenças há algum tempo, alguns pontos de discordância muito fortes! Mas tudo bem, já tínhamos iniciado o trabalho do disco novo e já tínhamos vocalista novo. O ruim foi ler coisas não muito legais e também não muito verdadeiras sobre mim na imprensa, faladas por Uli.

RU – Você chegou a ouvir o Beautiful Sin, nova banda de Uli? O que você achou? Até porque, eles estão na mesma gravadora que o Masterplan, a AFM records.
Roland Grapow –
Sim e achei uma boa banda. Lá tem muita influência do Masterplan, o que seria natural, apesar de ser bem mais Progressivo e mais leve. Também eles têm uma boa cantora e desejo sucesso para eles. O fato de estarem na mesma gravadora que a gente, é até natural.

RU – Em MKII, há alguma música ou composição de Jorn e Uli?
Roland Grapow –
Nada. Tudo foi feito do zero, assim que Jorn e depois Uli deixaram a banda.

RU – E Beautiful Sin, há algo seu?
Roland Grapow –
Também não.

RU – Como Beautiful Sin tem uma vocalista mulher, me veio uma idéia na cabeça. Como o Uli montou uma banda com uma mulher nos vocais, seria idéia dele ter uma cantora no lugar de Jorn? Pois se ele saiu e montou outra banda, é porque queria um rumo diferente do que o Masterplan estava fazendo.
Roland Grapow –
(pensativo, demora um pouco para responder) Olha, eu não tinha pensado nisso e nunca ninguém me perguntou sobre isso. Eu nunca parei para sequer pensar nisso, até porque, é estranho, pois Uli comentava informalmente que não gostava muito de vozes femininas, e na nossa banda, realmente nunca cogitamos uma mulher, nem antes nem depois de Jorn. Realmente é engraçado, pois ele não gostava de mulheres no vocal, mas montou uma banda com uma. (risos)

RU – Você saberia me responder porque os bateristas de maneira geral vivem trocando de banda? Isso ocorre em quase todos os estilos musicais, e me parece que na maioria dos casos, quanto melhor eles são, mais bandas eles trocam. Bandas como Testament, Dimmu Borgir entre tantas, nem tem mais bateristas fixos, são quase como músicos contratados ou convidados, pois vivem saindo. E outros casos, como o falecido Cozy Powell, que já tocou em centenas de bandas, projetos e discos...
Roland Grapow –
Realmente isso é verdade. Não sei te dizer, talvez por eles ficarem solitários atrás de seus kits ou por também terem menos bons bateristas do que guitarristas, baixistas e até vocalistas. Na sei também.

RU – E como você conseguiu Mike Terrana? Mais um baterista que adora trocar de banda… (risos)
Roland Grapow –
(risos) É verdade. Bem ele é um amigo meu de longa data, já trabalhei com ele e sem dúvida, é um dos melhores da cena atualmente.

RU – Sabendo como são os bateristas e também Terrana, que já mudou várias vezes de banda, até quando ele deve ficar com vocês?
Roland Grapow –
Bem, tenho certeza absoluta que até hoje ele está na banda! (risos) Falando sério, apesar dessas trocas, a maioria deles são profissionais e quando saem, geralmente ou depois de gravar um disco ou terminada uma turnê. São raros os que largam no meio das gravações e ou meio das tours.

RU – Inclusive, posso dizer que, quando vi Mike Terrana ao vivo em 99 na sua banda solo, abrindo para o Gamma Ray, me surpreendi e pela sua performance, o Masterplan deve ter ficado melhor ainda ao vivo! Pois Terrana é excepcional, bem visceral e bem animal!
Roland Grapow –
Bem, todo na Europa e Japão nos tem dito isso. Então, acho que fizemos uma grande escolha.

RU – Além do mais, Terrana é o que podemos chamar de um verdadeiro showman!
Roland Grapow –
Sim, isso engrandece ainda mais nossas apresentações e nosso nome!

RU – Falando sobre essa apresentação de sua banda solo, vocês nunca cogitaram chamar Michael Víscera para os vocais, visto que ele cantava nela?
Roland Grapow –
Não, nem de minha parte nem de Uli, pois ele tem um estilo totalmente diferente do que queríamos fazer com o Masterplan, apesar de ser um excelente vocalista.

RU – Ouvi comentários que você, Kai Hansen e Michael Kiske estariam se reunindo para fazer novas músicas. O que tem de verdade nisso?
Roland Grapow –
Sim, é verdade. Temos conversado sobre isso há muitos anos já e por enquanto só está na base das conversas. Até porque, as músicas clássicas do Helloween são tocadas a exaustão pelo próprio Helloween, claro e pelo Gamma Ray, e também por estarmos ocupados com o Masterplan e Kiske por sua carreira solo. Se isso rolar, terá disco de inéditas, turnês e tudo mais, mas também você sabe da dificuldade em compor e trabalhar com Heavy Metal sabendo do que ele pensa. Mas isso é para... não sei quando. (risos)

RU – Hoje, alguns meses depois de MKII ter sido lançado, fale sobre a repercussão dele e o que voce acha do disco hoje.
Roland Grapow –
Eu fiquei surpreso com a recepção, pois sempre quando se tem uma mudança de mais de um integrante, as reações dos fãs são inesperadas, ainda mais quando se perde um vocalista como Jorn e um membro fundador, como Uli. Eu pensava e até ouvi boatos na Internet de que estariam falando por aí que o Masterplan viraria minha banda solo, mas isso não é verdade. As reações tem sido ótimas até agora.

RU – Eu acho MKII mais Progressivo do que os outros álbuns. Esta é a nova direção para o futuro do masterplan?
Roland Grapow –
Sim, isso também é verdade, pois não tenho limites para compor e tocar. Quando componho, faço quase de tudo, desde Heavy Metal, até Rock Blues, balada, e enfim. Talvez pelas mudanças de formação, tenha tido esta característica.

RU – E quando veremos o Masterplan no Brasil novamente?
Roland Grapow –
Isso é uma vergonha! Além de termos pulado o Brasil na turnê de Aeronautics, ainda não marcamos nada. Mas devemos marcar sim, pois quando estive aí em carreira solo e na primeira vez e única com o Masterplan, ambas as vezes abrimos para o Gamma Ray e queremos ver se quando formos aí, fazemos uma turnê como Headliner.

RU – Finalizando, você esteve aqui no Brasil em 96, 98 e 2001 com o Helloween, em 99 com sua banda solo e em 2003 com o Masterplan. Qual destas vezes foi a que você lembra com mais carinho, que tenha sido a mais especial para você?
Roland Grapow –
(pensa) Olha, difícil responder, pois todas as vezes foram legais. Mas creio que a primeira vez, com o Helloween em 96 tenha sido a que tenha marcado mais. Pois foi a primeira vez, a banda vivia um grande momento, e o público nos esperava ansiosos por aqui. Mesmo tocando de dia e com um set curto no Monsters Of Rock.

Nota do E: festival histórico, pela qualidade das bandas que se apresentaram e pela escalação estapafúrdia no ordem das mesmas tocarem: pela primeira vez, Helloween, Mercyful Fate e King Diamond se apresentavam em solo brasileiro, tocando ambos menos de uma hora e as duas horas da tarde com um sol escaldante, enquanto o Raimundos (que não deu me nada, pois acabou poucos anos depois, e que se podia assisti-los a qualquer semana por aqui) e Skid Row (que não estava num bom momento e deslocados num festival de predominância pesada) tocando depois, com mais tempo, mais som e mais iluminação. Tanto, que a fúria do público, misturada ao “povinho” que foi para ver a m... do Raimundos (que também foi ver o Iron Maiden fechando, só conhecendo uma música da Donzela, a brega Wasting Love), foi despejada contra Sebastian Bach de forma tão deselegante e grotesca que o mesmo acabou saindo do Skid Row e a banda nunca mais foi a mesma. Fato parecido aconteceu no Monsters de 94, quando o público teve a mesma reação com Tony Martin quando na apresentação do Black Sabbath. Isso mostra que a voz do povo NÃO é a voz de Deus e que o cliente (os pagantes) nem sempre tem razão. No final, onde estão hoje estas pessoas e o seu “Raimundos”? Onde está vocês que só estragaram nossa imagem e ajudaram a dois excelentes vocalistas a sair de suas respectivas bandas então? Onde estão estas pessoas agora? Ouvindo Forró, esse Funk pancadão com apologia ao sexo sem conseqüência e ao tráfico, ou essa nova Black Music nefasta! Caiam fora da cena e não voltem nunca mais e nem seus filhos, não precisamos de vocês!

Leia também a primeira entrevista feita com a banda clicando aqui!