NERVOCHAOS
Battalions Of Hate
Free Mind – nac.
chegamos a mais um disco desta banda paulista e já veterana na cena Extrema nacional. Eles surgiram no começo da década de 90 e logo completam 20 anos de estrada. Sempre no Underground, nunca se vendendo, e apesar do alto profissionalismo, sempre fizeram a banda por prazer e gosto. Seu líder e fundador Edu está sempre aí, lançando discos, as vezes até demos ainda, produzindo shows nacionais e internacionais, uma legenda na cena Extrema e carrega esse estigma e carisma para sua banda, impossível não ouvir nada do Nervochaos sem remeter ao Edu! Eles começaram fazendo Deathcore e ao longo de sua carreira mudaram várias vezes de formação e algumas de estilo, mas sempre dentro do Extreme Metal. Agora, a banda faz mais Death Metal, sem o Core, mais pendendo para o Grind agora, sempre com alusões ao Hardcore e letras que as vezes beiram o Black Metal. O CD é curto, pouco mais de meia hora de duração, como nos velhos tempos, passando a mensagem nua e crua. Destaques para Pazuzu Is Here, Dark Side e Perish Slowly. Destaque para a bela capa by Marcelo HVC (Vader, Gorgoroth, The Ordher) a cobrir o digipack, elaborado de forma a ir se desdobrando até culminar em uma encorpada cruz invertida. Trabalho de primeira. Apóie o Underground e o Extreme Metal! RC – 8,0

Faixas:
01 - Pazuzu is Here
02 - Total Satan
03 - Dark Side
04 - Infernal Words
05 - All-out War
06 - Dark Chaotic Destruction
07 - One From None
08 - I Fucking Hate You
09 - Perish Slowly
10 - The Dead Shall Rise From A River Of Blood
11 - Legiões Satânicas (Vulcano cover)

SANGRENA
Blessed Black Spirit
Free Mind – nac.
A banda paulistana Sangrena lança Blessed Black Spirit em uma parceria entre os selos Sevared Records (EUA) e Darzamadicus Records (Macedônia), e aqui no Brasil, conta com o apoio da Free Mind, a verdadeira gravadora de Metal Extremo que realmente apóia o Metal Nacional de forma incondicional e impulsionando a carreira das bandas, e não terminando com elas como muitos pseudo selos fizeram com muitas hordas daqui, infelizmente. O álbum foi gravado no MixMusic Studio, em Amparo/SP, produzido por Fábio Ferreira, tem 11 faixas e foi finalizado em 2008, e lançado meses atrás apenas. A banda galgou mais reputação pela abertura do show do Nile no Brasil, sendo elogiada pelos caras inclusive. O som do Sangrena é puro Death Metal, aliado ao Brutal e ao Technical, com um pé na Velha Guarda e outro no som atual. Destaques para When The Masks Fall, Infernal Domination, Blessed Black Spirit (a faixa) e City Of Hanged People. Belo começo, conheça esta boa horda. RC – 7,0

Faixas:
01. When The Masks Fall
02. Infernal Domination
03. Cursed By Revenge
04. Land Of Scorn
05. Abyss Of Souls
06. The Ninth Profecy
07. Blessed Black Spirit
08. In Sacrifice
09. Reign Of Ilusions
10. City Of Hanged People
11. The March

UGANGA
Vol. 3 Caos Carma Conceito
Free Mind – nac.
A banda tem um nome que até espanta a comunidade Headbanger, sempre presente com sons das pick-ups e samplers, características do Dub e Hip Hop ainda aparecem neste terceiro álbum, mas desta vez, o Rock falou mais alto, através do Metal e do Hardcore. Muito groove e passagens cheias de swingue e causam estranheza, mas lembre-se que no passada, bandas como Mordred fizeram algo parecido. As letras, em português, contam a realidades das ruas, a vida difícil que as pessoas dos guetos, subúrbios, periferias e favelas passam, com um forte contexto social. Faixas como Fronteiras da Tolerância, Meus Velhos Olhos de Enxergar o Mal (2 Lobos), ISO 666 e Sua Lei, Minha Lei entre outras, conotam a parte real que 90% da população passa e também muitos rockers, afinal, não é só classe media que curte Rock no Brasil. Vol. 3 Caos Carma Conceito  foi gravado no Orbis Estúdio (DF) com o produtor Riti Santiago e masterizado na Alemanha por Harris Johns (Kreator, Helloween, Ratos de Porão), e a banda recebeu convidados como o guitarrista Fábio Jhasko (ex-Sarcófago), o Rapper X (ex-Câmbio Negro) e Johny Murata (Lumina). Se você tem uma cabeça mais aberta ou gosta de estilos mais funkeados, grooveados e swingados, por conhecer Vol. 3 Caos Carma Conceito sem medo.
RC – 7,5

Faixas:
01. Kali-Yuga
02. Fronteiras da Tolerância
03. 3XC
04. Meus Velhos Olhos de Enxergar o Mal (2 Lobos)
05. Asas Negras
06. ISO 666
07. Velas
08. Sua Lei, Minha Lei
09. Encruzilhada
10. Milenar
11. Zona Árida
12. P.A.X.
+ Faixa multimídia

RAVENLAND
…And A Crow Brings Me Back
Free Mind Records – nac.
O estilo Gothic Metal é uma das coisas mais legais que apareceram no fim da década de 90 e que se desenvolveu na década de 00. O estilo cresceu, virou moda, inchou, muitas bandas acabaram, outras trocaram de vocalista e pro motivos extra-palco, muitos não tiveram a seqüência que mereciam ter. Ainda assim, novas bandas surgem todos os dias, e outras nem tão novas assim, como o Ravenland, debutam com discos completos e oficiais agora. A banda, ao menos, já debuta com um disco arrebatador, definitivo, com gravação de nível internacional e composições idem. Não há mais tempo a se perder, quem quer se estabelecer tem que pular etapas. …And A Crow Brings Me Back é um dos melhores discos do estilo nestes últimos anos, pondo no bolso um monte de trabalhos meia boca e cansativos na cena (a cena Gothic Metal tem muita porcaria, acham que é só por uma mulher no vocal cantando alto, que vão fazer sucesso). Difícil dizer quais as influências da banda, embora a gente até saiba, mas musicalmente, eles não copiam ninguém, conseguem também imprimir um estilo pessoal. Aí está a sacada da Free Mind, eles não estão lançando qualquer banda, eles lançam aquelas que sabem que vão vingar, que são de ponta, em todos os estilos. A alternância vocal de Dewindson Wolfheart e Camilla Raven é interessante, pois eles saem do chavão “A Bela e a Fera”. Sem vocais operísticos femininos, e sem vocais masculinos tipo urso. O disco conta com a participação do guitarrista Tommy Lindall (ex-Theatre of Tragedy) e a bateria foi tocada por Ricardo Confessori, que também assina a produção do material, com mixagem de Waldemar Sorychta (Grip Inc., e que já produziu dezenas de bandas de Metal). After The Sun Hides abre numa intro assustadora, seguida da verdadeira abertura, She Will Bleed Again, com um belo instrumental, mas não dá para não citar a semelhança na voz de Dewindson Wolfheart com a voz de Fernando Ribeiro do Moonspell. Seguindo, talvez a melhor faixa do disco, Presage, a mais bombástica e a mais pegajosa, lembrando no instrumental, os momentos mais inspirados do Tristania. The Last Sunset começa bem Gothic Rock e depois descamba para o Goth Metal, num momento inspirado, fugindo, da tendência das bandas do estilo atualmente que é fazer músicas paradas, monótonas, excessivamente Progressivas. Não, aqui é o Rock e o Metal que vale, rapidez, peso, sem frescuras, envoltas em um clima obscuro. E por aí vai. Há uma música em português, Nas Asas Do Corvo, mostrando que nossa língua pode soar densa e funesta neste tipo de música. Recomendado! JCB – 9,0

Faixas
01. After The Sun Hides
02. She Will Bleed Again
03. Presage
04. The Last Sunset
05. End Of Light
06. Velvet Dreams
07. Burning For You
08. Soulmoon
09. Nas Asas Do Corvo
10. The Crow
11. Tragic Romance
12. Zodiac
13. ’till Death Unite Again
14. Regret

Integrantes
Dewindson Wolfheart: Voz
Camilla Raven: Vocal, Teclado e Violino
Albanes Gonçalves: Guitarra
João Cruz: Baixo
Rafael Fermann: Teclado
Fernando Tropz: Bateria
Ricardo Confessori: Bateria

UNEARTHLY
Age Of Chaos
Free Mind Records – nac.
Este já é terceiro álbum da horda carioca Unearthly, já um dos ícones do nosso Black Metal. A cena Black carioca ficou conhecida dentro do nosso Underground por parir excelentes bandas e também por muita polêmica. Alheio a tudo isso, a Unearthly foi fazendo seu nome, calcando apenas no lado musical da coisa. A banda sempre mostrou competência e criatividade para não ficar apenas chupinhando os baluartes do estilo. Mas agora a mesma se supera, com uma produção sonora soberba e produção gráfica idem. A banda também mostra elementos de Death em Age Of Chaos, como um diferencial, mas nunca saindo do Black como veia principal. A gravação feita pelo produtor Ciero e Eregion (vocalista e guitarrista do grupo) no estúdio DaTribo, é de alto nível, como tudo o que é feito por lá. Murder The Messiah abre numa verdadeira cacetada, das mais agressivas de sua carreira, ainda destacando-se Commando XXI, a épica e primorosa Anthems, Marchs And Warsongs, assim como a mais Death Metal de todas (mostrando a versatilidade do grupo, que toca o que quer com propriedade) Revelations Of Holy Lies. Encerrando, Orgy Of Flies, cover do Sarcófago, mostrando reverência aos nossos reis do Black, orgulho nacional, homenageando esta que é uma das maiores bandas de todos os tempos. Legal, melhor do que só pagar pau para gringo. Estamos diante de um dos melhores discos do ano de 2010, que com certeza, estará nas votações de melhores do ano! Age Of Chaos precisa sair lá fora e mostrar que aqui ainda se faz Black Metal de alto nível! RC – 9,0

Faixas
01. Murder the Messiah
02. Rise the Scents of Death
03. Thrust the Flag of Sin
04. Commando XXI
05. Age of Chaos
06. Incarnation of Salvation
07. Lullaby for Lucifer
08. Anthems, Marchs and Warsongs
09. Revelations of Holy Lies
10. Orgy Of Flies

Formação:
Eregion - Vocals e Guitarra
M.Mictian: Baixo
D.Arawn: Guitarra-Solo
Mauro M. Duarte: Bateria

THE ORDHER
Kill The Betrayers
Free Mind Records – nac.
Cá estamos, com os ponteiros do Death Metal brasileiro. Sim, hoje, eles são a maior banda do estilo. Ok, temos Krisiun, Torture, etc. Mas hoje o que está epgando é o The Ordher, que vem conseguindo reputação com muito esforço, shows e CDs bem trabalhados como esse Kill The Betrayers. Se o antecessor, Weaponize, de 2007, já assombrou a todos no Brasil, agora é hora de conquistar o mundo. O CD abre com Progeny mostrando um Brutal Technical Death Metal de prima, mas sem esquecer as raízes tradicionais do estilo, mas ainda, sem copiar ninguém e buscando um estilo próprio, fato raro hoje em dia na cena saturada que se tornou a do Death Metal. Apesar da alta qualidade, eles não estão na olimpíada de quem toca mais rápido, mais brutal, mais técnico, quem é mais malvado, nada disso! Os caras têm feeling e groove e resgatam o espírito de se ouvir um bom álbum de Death Metal como antigamente, fazia tempo que eu não tinha essa sensação. Whiped, Crowned And Dead é outra porrada, candidata a clássico da banda! E olha que a banda também é um trio! É um absurdo o que os caras fazem. Eles podem não ser tão técnicos quanto o Krisiun, nem tão brutais, mas compuseram faixas que vão causar muitas dores de pescoço por aí e fazer muita gente perder um pouquinho mais sua adição. Tem muito grupo na Europa e EUA fazendo Metalcore, Thrashcore, Deathcore, o Caralhocore, Melodic Death Metal, uma onda que infesta a cena, mas que perdem em qualidade para o The Ordher. Basta o público, apoiá-los que eles vão longe! RC – 9,5

Faixas
01. Progeny
02. Whiped, Crowned and Dead
03. Fevered Priests
04. Conspirancy
05. At One With the Darkness
06. Hit The Wealk
07. We Take Revenge
08. Kill the Betrayers
09. Silent Enemies
10. The Devil´s Whip
11. Retaliatation
12. Earth Burns
Earth Burns

Integrantes
Fábio Lentino: Baixo e Voz
Fabiano Penna: Guitarra
Cássio Canto: Bateria

KROW
Before The Ashes
Free Mind Records – nac.
Esta banda pode ser já desde já uma das maiores de Death Metal do Brasil. Como o Krisiun anda meio parado, assim como o Torture Squad, o Krow desperta, ao lado do The Ordher como os nomes da vez do estilo. Vindos da profícua Minas Gerais, o celeiro do Metal extremo do Brasil (sim, lá o Thrash, Death e Black imperam), o grupo desponta atenção até por isso, mas a sua qualidade vai além. Death Thrash ta bom pra você assim? Sim, pois eles são Death Metal em essência, mas com muito de Thrash Metal em sua música. Eles vão desde Vader até Destruction, são impiedosos. Eles vão da linha mais brutal, até a linha mais Technical, sem perder a pegada e o feeling do Thrash, estando sua audição longe de ser enfadonha (como ocorre em alguns casos de Technical Death Metal, que tocam muito por não ter nada a dizer). Apesar dos blasts na bateria e dos vocais urrados e poderosos, o que impera aqui são os riffs frenéticos e alucinantes, com certeza, embebidos na fonte de Slayer também. Enfim, temos um holocausto sonoro aqui! Confira e apóie! Destaques para RC – 8,0

Faixas
01. Conspirancy of Hate
02. Black Wave
03. Our Race Makes Our Misery
04. Abominations
05. Prelude
06. Before the Ashes
07. Living in the Dark
08. Hate Disgrace And Wrath
09. Overwhelmed

Formação:
Guilherme Miranda: Vocal e Guitarra
Mark Sanchez: Guitarra
Raphael Sapão: Baixo
Jhoka Ribeiro: Bateria

GREENSLEEVES
The Elephant Truth
Independente – nac.
Temos em mãos mais um bom disco de Prog Metal de uma banda promissora do estilo. Esta promessa está perto de virar realidade. É um estilo diferente do que tem sido feito ultimamente, flertando com o Gótico e o Doom. Não. Aqui eles vão para as raízes do estilo, bem na linha do Dream Theater. Esquece as revolucionices do Symphony-X. Aqui a coisa vai mais para a virtuose em primeira instância, sem climas densos demasiados. O disco é bem gravado, acima da média para produções independentes. O tema é a confusão mental que sofre um homem em coma, e passa aquele clima de regressão, algo já visto em Metropolis. O vocalista Alirio Netto (Khallice) representa a voz da consciência do personagem principal. O disco é longo, com mais de 70 minutos, mas com 23 faixas. Ou seja, o disco é longo como quase tudo que envolve Progressivo, mas as faixas não são longas, com média de 3 minutos (claro, várias suítes, intros, vinhetas, instrumentais e narrativas intercalando). O guitarrista Victor Schmidlin (ex-Dynahead) foi o responsável pela arte da capa. Promessa ou não, confira esta boa banda! RS – 7,5

Faixas:
01. The Coward’s Refuge
02. Parasites in Paradise
03. Fight my Fear
04. Not so Long
05. Comeback to Myself
06. Exit
07. Touch of Wind
08. Out of Reality
09. Invisible Man
10. Time Should Be an Ally
11. Introspection
12. Crisis
13. Best Friends
14. The Blind Men and the Elephant
15. Blind by Choice
16. Recipes for the Greatest Lie
17. Enginners of the Day
18. Flood
19. Red Ocean
20. Passage
21. Epiphany
22. The Sentence
23. The Coward’s Refuse

KAMALA
Fractal
Free Mind – nac.
A banda foi formada em 2003, e em novembro de 2005 levou à gravação da demo Corrosive. A banda, ainda desconhecida de parte do público, já tocou ao lado dos maiores nomes do Thrash Metal nacional, como Torture Squad, Claustrofobia e o Total Death do Equador. Enfim, veio o debut auto-intitulado. No início de 2007 veio a estabilização do grupo, com a volta do baterista Nícolas Andrade. Agora com Fractal de 2009, e com o novo guitarrista Andreas Dehn, a banda ainda continua Thrash Metal como debutou, mas evoluindo para um outro nível. Com mais melodias e numa linha mais atual, antenado com o que rola na Europa no momento. O vocalista e também guitarrista Raphael Olmos berra como um louco, numa das maiores gargantas para este tipo de música no Brasil. Talvez, ele pudesse explorar ainda mais musicalidade e ao vivo, se só cantasse e a banda tivesse um outro guitarrista. Percebe-se que a banda quis fazer “o disco”, com todos os cuidados possíveis na produção dele, bem como nos detalhes minuciosos nas composições. Falando em produção, e repetindo o sucesso do debut, chamaram novamente o produto Ricardo Piccoli, um dos principais nomes entre os produtores especializados em Heavy Metal no Brasil, que já tocou em várias bandas, a última delas e a mais famosa atualmente, o Gothic Metal do Sunseth Midnight. Ele já produziu Venin Noir, Dead Nature e Scars Souls, e agora novamente foi a vez do Kamala que entre junho e setembro de 2007, produziu, mixou e masterizou o disco em seu estúdio em Campinas. Já fizemos a apresentação, agora é com você! Formação completa: Raphael Olmos (V/G), Andreas Dehn (G), Adriano Martins (B) e Nícolas Andrade (D). RC – 8,5

Faixas:
1. Consequences
2. Stand On My Manger
3. Purify
4. The Fall
5. Push
6. What is that?
7. In Others Mind
8. Determination
9. No Turning Back
10. Fractal
11. Stillbirth

ANDRE MATOS
Mentalize
Azul Music – nac.
O nome Andre Matos é mais que uma lenda é uma realidade, uma instituição. Sim, tudo o que o cara fez com Viper ele já seria cult até hoje. Depois com o Angra, nosso orgulho nacional. Com o Shaman, a longevidade de sempre estar disposta a recomeçar. Agora em carreira solo, já tem dois discos em 2 anos. Sem contar o Virgo, num anexo Pop em sua carreira e várias participações, a maior de todas no Avantasia, fazendo parte da banda de palco. A banda de agora é André Hernandes, Luis Mariutti (fiel escudeiro no Angra e Shaman e agora na banda solo), Hugo Mariutti (mano do Luis e Shaman), Fabio Ribeiro e Eloy Casagrande (o garoto revelação – o moleque senta o braço! O CD foi mixado e masterizado no Gate Studio, em Wolfsburg, por Sascha Paeth e Miro Rodenberg (como quase sempre Mr. Matos faz). As gravações ocorreram durante os meses de maio, junho e julho no Brasil e na Alemanha. Agora, André está na Azul Music, um selo especializado em Jazz e Blues e que lançou aqui muita coisa de guitarristas (Steve Vai, Stanley Jordan, etc.). Sim, o nome dele pesa para negociar com gravadoras. Com o Viper, Mr. Matos passou pela Eldorado, pelo Angra também Eldorado, depois Paradoxx, com o Shaman, pela Universal e Deck Disc e solo, distribuição da Universal e agora Azul Music. Mentalize tem tudo para ter mais sucesso que seu antecessor e debut solo Time To Be Free. Agora está numa gravadora, não é só distribuição. Em Time To Be Free demorei quase um ano para receber o promo, por diversos motivos burocráticos da distribuidora. Agora, recebei em poucos dias (e o mesmo deve se estender ao restante da imprensa). Time To Be Free foi um disco concebido no meio do caos, situações parecidos com Fireworks (Angra) e Reason (Shaman). Agora as coisas estão mais estabilizadas e isso refletiu nas composições. Qualitativamente, ambos são equivalentes, com alguma vantagem para o atual. Porém o lado mental, até para distribuir as músicas no CD, para que o mesmo tenha uma seqüência e uma musicalidade (todo disco precisa ter isso, mesmo os não-conceituais). Ou seja, agora Mr. Matos tem mais repertório para tocar ao vivo (já são dois discos solo) ficando uma pitada apenas para suas ex-bandas. Andre, se compara com Ozzy nesse lance de mudar de banda, mas eu o comparo com o Dio. Pois o mesmo, tocou com Elf, Rainbow, Black Sabbath e só depois partiu para carreira solo. O encarte é vazado, com um tipo de roda ou lamina, do qual em seus buracos, vê-se o CD em cor metal abaixo. Mais Metal impossível! Leading On abre bem estilo Shaman, um belo Power Metal Melódico, característico e propício para abertura de discos. I Will Return é quase Hard Rock, com uma veia com muita influência de AOR, melódica, pegajosa, mostrando como Andre Matos é um dos melhores compositores de Heavy Metal do mundo! A música é fabulosa, algo comercial e acessível sim, e conta ainda com um lindo solo de guitarra! Aliás, esta faixa tem algo de Virgo, projeto Rock Pop de Matos com Sasha Paeth. Someone Else em algumas batidas que se não são tribais, remetem àquela sonoridade brasileira. Shift The Night Away é um Speedy Metal característico de todas as bandas que Andre passou. Back To You é uma majestosa balada, que se tiver investimento da gravadora, pode até tocar nas rádios e ter o mesmo patamar de Lisbon (Angra - Fireworks) ou Fairy Tale (Shaman, que foi tema do vampiro Boris, da novela O Beijo do Vampiro). Potencial para isso tem! A faixa-título tem aquele lado anos 80, daqueles Heavy’s clássicos, quase como hinos, com influência de Queensrÿche pré-Operation Mindcrime. The Myriad é mais Shaman, com aqueles climas e atmosferas típicas desta fase de AM. When The Sun Cried Out seria a menos legal até agora. Já Mirror Of Me é outro momento certeiro, direto e acessível com levadas contagiantes. Violence mescla tudo, desde uma bateria quase Thrash, riffs de NWOBHM, passagens cadenciadas épicas, melodia Prog Metal (sem as quebradeiras) é uma das melhores faixas do CD e um dos melhores momentos da carreira de Andre Matos! Sim! Depois que o outrora menino prodígio fez no Viper, Angra e Shaman, em sua carreira solo, continua com inspiração e talento! Esta faixa mescla momentos melódicos, com outros caóticos, quebrando do nada para apenas piano. Fantástica! A Lapse In Time é uma balada, com voz e piano o tempo todo, e pude sentir uma influência de Beatles e Paul McCartney aqui. Quebrando todo o ritmo, da balada quase celestial, vem o Melodic Speedy Power Fucking Metal de PowerStream, que apesar de uma estrutura já usada a exaustão, ainda Matos encontrou lugar para caber sua inspiração, sendo uma faixa legal. Encerrando, me assustei com Don't Dispair. Peguntei pra mim mesmo, que cacetada é essa? Me parecia familiar e descobri que é uma regravação da música que o Andre compôs para o Angra e que está presente na Demo Reaching Horizons da banda). Ou seja, Andre Matos é o músico mais completo do Brasil, um dos melhore vocalistas, senão o melhor, um dos melhores vocalistas, talvez o melhor e variado. Sabe compor baladas, Power Metal, tudo! Sem soar caricato, datado, repetitivo e sem também sair totalmente do Heavy Metal, como muitos tem feito. Ele sabe evoluir, reciclar e mudar dentro do seu estilo! JCB - 10

01. Leading On
02. I Will Return
03. Someone Else
04. Shift The Night Away
05. Back To You
06. Mentalize
07. The Myriad
08. When The Sun Cried Out
09. Mirror Of Me
10. Violence
11. A Lapse In Time
12. PowerStream
13. Don't Dispair

HANGAR
Infallible
Dynamo – nac.
Infallible já é o quinto lançamento da banda gaúcha, que ficou mais famosa por ser do baterista Aquiles Priester, que saiu do Angra. Mas a banda não vive só de Aquiles, o Hangar conta com o vocalista Humberto Sobrinho, o guitarrista Eduardo Martinez, o tecladista Fábio Laguna e o baixista Nando Mello. Nestes cinco discos, todos são distantes entre si e Infallible considero o disco mais “comercial” da banda, com algumas baladas, uma orientação mais Hard do que Prog e passagens mais clean. Mas claro, o que ainda sobressai é o Heavy Metal e ainda, algo de Thrash. Acho legal um disco diversificado, mas Infallible chegou ao extremo. Pelos momentos mais Speedy Power Metal Melódico temos The Infallible Emperor (1956), A Miracle In My Life e The Garden. Ambas com os bumbos no talo, vocais agudos, ou seja, aquele típico som que a banda sempre fez e a maioria de Melodic Metal. Já Some Light To Find My Way e Handwritten são mais Thrashy. O álbum conta com dois covers. 39, do Queen, e Mais Uma Vez, de Renato Russo (Legião Urbana) e Flávio Venturini (14 Bis), com participação do pessoal do Roupa Nova. Nada contra e tudo a favor, pois admiro e respeito todos os citados, mas seria isso um direcionamento mais Pop para a banda no futuro, algo como fez o Viper anos atrás em Tem Pra Todo Mundo, disco de Pop Rock em português? RS – 8,0

Faixas:
01. The Infallible Emperor (1956)
02. Colorblind
03. Solitary Mind
04. Time to Forget
05. A Miracle in my Life
06. The Garden
07. Dreaming of Black Waves
08. Based on a True Story
09. Handwritten
10. Some Light to Find my Way
11. 39 (bônus)
12. Mais uma Vez (bônus)

STEELY HEAVEN
Far Beyond Heaven...Right Before Hell
Independente – nac.
Este é o primeiro full-length lançado pela banda carioca Steely Heaven, com uma ótima produção, tanto musical como gráfica. A banda defende o Heavy Metal Tradicional, com influências tanto da NWOBHM quanto US Metal, mas pende mais para o lado europeu! Se os músicos não são o Dr. Sin em termos de virtuose, mas são muito técnicos. Tudo aqui é bem feito e algumas das faixas têm boas idéias e funcionam mesmo! Claro, ainda algo de Heavy Metal Melódico ou Power Metal alemão. Algumas faixas têm teclado e deixam uma aura as vezes Prog, as vezes Classic dos 70’s. Destaques para as faixas Battle Of Angels, Arising Freedom, M.W.N.D (o que seria isso?), Flying With An Angel e Holy Light (The Final Battle). Ainda é um CD verde e a banda ainda sta crua, mas nada como anos de estrada, para melhorar isso. Potencial Bernardo Lepore (V), Robb St (G/K), Vin Maia (G), Luiz F. Pagotto (B) e Marcelo Santos (D) tem!  RS – 8,0

Faixas
01. Lexicon (intro)
02. Battle of Angels
03. Last Cry
04. Dark Fate
05. Arising Freedom
06. R.I.P.
07. Face the Fear (Turn to Fray)
08. Flying with an Angel
09. Holy Light (the Final Battle)
10. M.W.N.D.

REMOVE SILENCE
Fade
Dynamo – nac.
Este é um debut de uma banda nova, de músicos já veteranos. Hugo Mariutti (Andre Matos, ex-Shaman) e Fabio Ribeiro (Andre Matos, ex-Angra, Shaman e diversas participações em outras bandas ao vivo e em estúdio) são os cabeças aqui. Completam a banda Alexandre Souza (Baixo e Vocal) e Edu Cominato (Bateria e Vocal, ex-Tempest e atual Jeff Scott Soto). O quarteto mostra o lado vocal de Hugo e esperava-se algo mais na linha Thrash. Sim, pois Hugo, além de ser “quase sósia” de James Hetfield, no Shaman tocava covers do Metallica e era o lado mais pesado da antiga banda. Mas aqui o lance é mais para o Prog Metal mesmo, com muitas experimentações por diversas nuances dentro do Rock. Fade é pesado sim, denso, frio e sombrio, como anda sendo o Prog Metal atualmente, quase Gótico. O som é bem europeu, lembrando em muitos momentos Paradise Lost nestas suas fases de transição, e ainda, muitos grupos mais sóbrios e sombrios como Evergrey e ainda, Pain Of Salvation, que tem um som mais sujo. O disco tem 11 faixas, como maiores destaques para The End Has Begun e Where Will The Children Live, encerrando com Dream Brother, versão do guitarrista Jeff Buckley. Quem é fã das bandas acima citadas pode gostar, pois por mais disparate que seja a música aqui, é inegável o cordão de prata que os liga às suas atuais e passadas bandas. RS – 7,0

Faixas:
1. The End Has Begun
2. Fade
3. Pressure
4. Dirty Ashtrays
5. Fast Turnover
6. Where Will the Children Live
7. Ministry of Ghostland
8. Black Again
9. When the Madness Fills the Space
10. Out of Time
11. Dream Brother (Jeff Buckley Cover)

CLAMUS
Frontiere
Independente – nac.
A banda cearense Clamus já tem dez anos de estrada, e velha conhecida nossa, desde os tempos das demotapes em K7. Seu Press Kit, contém um DVD com clipes e dados em uma caixa decorada com temas ligados ao álbum, além do “informativo”. Realmente matador! Musicalmente, a banda executa um Thrash Death Metal visceral, bruta e mais maduro em seu segundo disco. A produção é moderna e som está antenado ao que está rolando na Europa. A banda está pronta para estourar, alguém precisa enxergá-los, pois se geograficamente eles estão mais perto da Europa do que nós do Sul, economicamente, eles estão mais distantes. Detalhe inusitado é a alternância de línguas portuguesa, francesa e inglesa, feitas por integrantes distintos da banda. Comercialmente pode ser um tiro no pé, mas que ficou exótico, isso ficou! Destaques para Pétrea (com clipe), Abstratas Demandias e Entr´acte. Sem inovações, a não ser nas línguas, que mostra uma musicalidade diferente para ambas, temos mais um bom disco que em nada perde para a media dos lançamentos da Metal Blade, por exemplo. Lucas Gurgel (V/G), Joaquim Cardoso (V/G), Felipe Ferreira (V/B) e Clerton Holanda (D). RC – 8,0

Faixas:
01. Pétrea
02. Abstratas Demandias
03. Irruption
04. Mersault
05. Entr´acte
06. La Frontière
07. Desir
08. Sympatia Malevolens
09. Mid Term

ATHEISTC
Killing My Religion
Averunus Records – nac.
Mais um projeto Dilpho Castro, proprietário da Avernus Records e também líder do Silent Cry. Se o SC prima mais pelo Doom e Gothic Metal, aqui a coisa vai mais pelo Black Metal, ainda que com influências destes dois estilos. É incrível, mas são duas bandas distintas! Bem diferentes! Muitos caras que têm dois projetos não conseguem desassociar com facilidade um do outro, mas Dilpho consegue. Embora eu seja muito mais fã do SC, que acompanho a mais de uma década, o Atheistc é um bom projeto. O duo é completado Joyce Vasconcelos (Tecladista e Vocalista) e é uma espécie de Lacrimosa, só que bem mais Brutal. Na verdade, este grupo já é uma banda de fato, e não apenas um projeto paralelo. O segundo álbum de estúdio, intitulado Killing My Religion, segue a mesma linha do seu antecessor, The End Of The Cristian Age. Mais maduro, bem acabado, melhor produzido e executado. Se em The End Of The Cristian Age Dilpho ainda procurava um norte para a horda, em Killing My Religion o encontrou. Ao contrário do SC, que muda semestralmente de vocalista (espero que ele não me bata por isso – quando fiz essa brincadeira com Morten Veland, ele só não me bateu, pois a entrevista foi por telefone),o Atheistc jamais mudou de formação, Joyce Vasconcelos continua firme e forte. O Black Metal Sinfônico vai agradar fãs de Dimmu Borgir, Cradle Of Filth e demais congêneres vampíricos. Adquira também esta pérola do nosso Metal Underground! Destaques? Difícil, o disco soa coeso e homogêneo, para se ouvir do começo ao fim. Se você pular uma faixa, perde a seqüência. JCB – 8,0
 
Faixas:
01. Xababa
02. Glory Of Armageddon
03. Killing My Religion
04. Lady Of the Night
05. Last Kiss
06. True God
07. Apostasy
08. Cry Not As You Die
09. Heretic Future

ANSATA
Crux Ansata
Independente – nac.
A banda investiu pesado! Poucas gravadoras nacionais iriam colocar tanto carinho e capricho na produção tanto sonora quanto gráfica. Esta ficou aos cuidados de Rafael Romani, guitarrista e principal compositor, líder por assim dizer, mas apesar dos detalhes, e da técnica apurada do grupo, o feeling não falta. Tanto na parte musical como na parte gráfica, sim, é preciso feeling para isso e não fazer algo apenas bonito, mas que não transmita nada. A música vai desde o Hard Rock até o Rock Progressivo propriamente dito, aliados a algo mais pitoresco e de World Music. Influências mais do que notórias de Queensrÿche, Dream Theater e Symphony X mostram o caminho do grupo, ainda bruto que será lapidado ao longo dos anos. Thomás Barcelos mostra inspiração nos anos 70 em seus teclados, com o vocal de Malagueta, com influências notórias de Bruce Dickinson e Rob Halford. O disco tem 60 minutos e tem um clima meio egípcio, até pelo nome da banda e o titulo do disco, já entregariam a proposta. Destaques para a trilogia Crux Ansata, mais Forces e Above Them All. RS – 8,0

Formação:
Malagueta - voz
Rafael Romani - guitarra
Thomás Barcelos - teclados
Daniel Defari - baixo
Thiago Siqueira - bateria

Faixas:
01. Crux Ansata - Part I: Beyond Mortal Life
02. Crux Ansata - Part II: Wrath Of The Gods
03. Crux Ansata - Part III: Redemption
04. Infinitive
05. Choices
06. Lord Of The Dead
07. Forces
08. Sands Of Time
09. Above Them All
10. Misty Fate

SEITA
Imprint Forever
Independente – nac.
O grupo faz um estilo que varia entre o Thrash Metal, o Death Metal e Hardcore, soando desta formam algo entre o Crossover, e o Deathcore, Thrashcore, etc. Um som tipicamente urbano, e mesmo que sua música lembre muitas coisas, eles procuram um caminho próprio, com muito de Biohazard em sua música. Os riffs são em profusão, trazendo o melhor de todos estilos supracitados. A mixagem e masterização são de Danny O'Really (Deicide, Biohazard, Napalm Death), fazendo o grupo ter uma sonoridade que não deve nada aos discos lá de fora. Ou seja, a hora é agora! O projeto gráfico em digipack é de primeiro mundo, e mostra que o grupo investiu pesado e pra valer, num nome que, ainda em português, pode ser pronunciado em todas as línguas com facilidade, como “Sepultura”, por exemplo. Outro caso que valeu a pena fazer uma produção independente, poucas gravadoras daqui investiriam com esmero. Destaques para Not A Matter Of Pride e Speaking With Ghosts. O único defeito é o disco ser curto, sete faixas é muito pouco. RC – 7,0

Faixas:
01. Intro
02. Imprint Forever
03. Not A Matter Of Pride
04. Dethrone The King
05. Drowning In Blood
06. Fire And Pride
07. Speaking With Ghosts

SACRAMENT
Veritas Vos Leberabit
Independente – nac.
Este disco é um EP com apenas 5 faixas. São poucas músicas, provavelmente por ter orçamento limitado, e a gravação parece de demo, um pouco abafada, abaixo da expectativa. Este serve como se fosse um demo, e o trabalho gráfico é legal e parece ser uma banda promissora. Eles mesclam Thrash Metal e Heavy Metal Tradiciona, desde a escola da NWOBHM com algo da Bay Area. I Deny ou The Code, são os destaques, as mais porradas, mas ainda há espaço para a balada Words Of Our Fight. Esperamos um trabalho completo para uma melhor análise. RS – 7,0

Faixas:
01. I Deny
02. From The Sand
03. Words Of Our Fight
04. DragonMen
05. The Code


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