VIPER
All My Life
Eldorado – nac.
Mais que nostalgia, é o mínimo que podemos dizer desta volta do Viper. A banda, que foi uma das pioneiras NO MUNDO TODO em fazer Heavy Metal Melódico e também colocar elementos sinfônicos e passagens de música clássica, lá nos idos dos anos 80. Com a saída de Andre Matos, que se juntaria depois ao Angra, a banda ficaria mais para o Power Metal ou Metal Tradicional mais “duro”, quase Thrash com o excelente Evolution que, quando do seu lançamento na Europa, em vários países, disputou pau a pau as paradas de vendas de discos e execuções nas rádios com AC/DC, Iron Maiden entre tantos. Veio a justa e merecida participação no Monsters Of Rock de 94 e depois, um disco meio Crossover, meio Hardcore, com cara de DRI, que foi o bom Coma Rage. Mas aí, o mercado musical mudou (mais uma vez) e a banda caiu de cabeça no Pop Rock com letras em português, no mal falado “Tem Pra Todo Mundo”. Ainda, no começo dos anos 2000, a banda ameaçou uma volta, vez alguns shows causando um frisson, mas ficou aí. Um de seus líderes e membros originais, o guitarrista Yves Passarell, saiu da banda em definitivo, indo para o Capital Inicial. No ano passado, saiu um DVD da banda, mostrando shows, clipes, bastidores, entrevistas e histórias. Isso fez com que a molecada voltasse a atenção para esta grande banda até que, pela também saudosista Eldorado (a Mecca do Rock e Metal nacional nos anos 80 e 90, lançando clássicos do próprio Viper, depois do Angra, além de Ratos de Porão, Golpe de Estado entre dezenas de outras), sai o excelente All My Life. O disco, mostra uma banda que resgatou suas raízes lá dos dois primeiros discos, Soldiers Of Sunrise e Theatre Of Fate, pulando o Thrash de Evolution, o Crossover de Coma Rage e o Pop de Tem Pra Todo Mundo. Só que, antenada com o que está rolando, fez com que All My Life seja longe de soar datado. A banda hoje é Ricardo Bocci (Vocais com a difícil missão de suceder Andre Matos e Pit Passarel), Pit Passarel (Baixo, o real espírito do Viper, largou os vocais), Felipe Machado (Guitarras, sempre Viper), Val Santos (Guitarras, mais um debutante) e Renato Graccia (Bateria, da formação clássica). Destaques? Serve o disco todo? Ingrata missão de comentar esta pérola que, no mínimo, já é o disco do ano aqui no Brasil! Mas não tem como não destacar duas coisas: primeiro, a capacidade que a banda ainda tem, mesmo depois deste tempo todo, de compor músicas que se tornarão novos clássicos no futuro; a segunda, Ricardo Bocci é a grade surpresa. Ok, quem já conhecia a sua antiga banda, o Rei Lagarto, sabia de seu potencial, mas aqui, em All My Life, ele se superou e é, ao lado de Edu Falaschi (Angra) e o já citado e folclórico Andre Matos, um dos três maiores vocalistas do Brasil! JCB – 9,0 |