THEUDHO
Cult Of Wuotan
Det Germanske Folket – imp.
A maravilha do Viking Metal assola a Europa e passa desapercebido pelo Brasil. Não é possível! Ou tem que ter ancestralidade para curtir algo que enaltece o passado de um povo e regia, e retrata musicalmente isso? Aqui, o Theudho mostra um som pesado sim, mas nem tanto agressivo musicalmente, está mais para Pagan do que para Black o instrumental, no entanto, o vocal é mais agressivo, urrado e gutural do que o normal para o Viking. O vocal é mais pesado para o Viking convencional e o instrumental, mais leve para o Viking convencional. Esse é o diferencial desta banda. Isso fica ainda mais evidente em Terror Cimbricus. Já Thumelicus é mais Black mesmo, ainda que bem épico. A pena é que o vocal é reto, não varia no disco inteiro, fica sempre no mesmo patamar de guturalidade. Cult Of Wuotan já é o terceiro disco da banda, que conta com uma das capas mais belas já produzidas pelo estilo. A banda é belga e mostra talvez por isso, um jeito diferente de retratar o sue passado e a Glória de seu povo. Harjaz e Silence Reigned Over the Bog mostram o lado sombrio, úmido e épico do Bathory, banda mãe de todas do Viking, Pagan e Epic Metal. Esta última, conta com vocais femininos gélidos, quase góticos, com sua melodia as vezes caindo num Polk, misturando a passagens do mais esporrento Black, tudo numa mesma música! Os pratos ressoam em Veleda, numa tentativa de fazer algum clássico e orquestral, com uma narrativa feminina (dá até vontade de andar de navio, depois de ouvir a marejante e melancólica melodia aqui imposta), enquanto The Fall Of Rome é quase um Death Metal melódico. Ahnenkult é arrepiante, temerosa, assustadora, bombástica e explosiva, e aqui conseguimos ver que o Metal Belga tem sua característica, sua melodia própria, assim como o Metal grego. É diferente. O Bathory dos anos 90 (praticamente só Viking, quase nada de Black) retorna em Prophecies In Flames (Quorthon deve estar orgulhoso neste momento de ter gerado tantos filhos bastardos por aí!). Um grande e épico disco, de mais uma grande banda, a surpresa veio da Bélgica desta vez. JCB – 9,0           

Track list:
1 ) Zeitenwende. (2:15)
2 ) Terror Cimbricus. (5:52)
3 ) Thumelicus. (4:42)
4 ) Harjaz. (4:38)
5 ) Silence Reigned Over The Bog. (4:48)
6 ) The Fall Of Rome. (5:50)
7 ) Veleda. (5:00)
8 ) Ahnenkult. (4:18)
9 ) Wuotanes Her. (5:30)
10) Prophecies In Flames. (4:10)
11) Ergriffenheit. (1:56)

CRYSTALMOORS
Antiqvam Exqvirite Matrem
Blood Fire Death – imp.
Mais uma banda de Viking, desta feita, lançada pela gravadora Blood Fire Death. Cloar, tinha que ser, afinal, este é o nome de um clássico disco do Bathory e ali, Quorthon começaria a fazer Metal Épico, saindo do puro Black, e no laod mais épico, resgatando as raízes nórdicas e criando o Viking Metal. E se na natureza temos quatro elementos, terra, fogo, água e ar, que juntos formam o quinto elemento, o éter, que é a quintessência, os três elementos do Metal são Sangue, Fogo e Morte. O CrystalMoors tem feito em Antiqvam Exqvirite Matrem através da mistura de elementos, tais como flautas celta e chanting com algum modo geral do Black, claro. Certamente ele é uma versão atualizada maravilhosamente de música Folk para aqueles que a sua música pesada como gostaríamos de ver no bar de uma pousada no meio de uma floresta nativa do país, a Espanha. Banda maravilhosa, que prima pela primazia e detalhista, perfeccionista e minuciosidade. Sem destaques individuais, pois o CD inteiro é como se fosse uma trilha sonora fabulosa dentro de uma floresta no meio dos Vikings e sua entidades e Deuses. RC – 8,0

Track list:
1. Mons Vindivs
2. Wrath of Centvries
3. Heathenwood
4. Tras la Galerna
5. Brotherhood of the Three Banners
6. Bellvm Cantabricvm
7. The Enchantment of Lugnassad
8. Ibervs Flvmen
9. Lvnarian

BATTALION
Welcome To The Warzone
Shiver – imp.
Arrepio Records é o nome da gravadora em português. E temos mais um expoente para o War Metal. Sim, eles são bélicos. A capa, o encarte (que se transforma num belo pôster), o nome da banda e o título do disco atestam para isso. E a música, claro, eles estão mais para o Bolt Thrower do que qualquer outra coisa. De todas as ramificações do Extreme Metal, a maioria vem do Black Metal, como o Viking, Pagan, Barbaric, Epic e etc. E o War Metal, vem mais para o lado do Death. Ao menos, aqui a coisa é assim. Tudo aqui é um exército bélico em toda a parte lírica do álbum, mas de acordo com a banda também há espaço para horrores médicos, opressão religiosa, tumultos e erros de logística em uma guerra. Embora mais importante para mim sobre este tipo de álbuns são os meados passeando entre a agressão, o impiedoso riffing e apertado drumming, com blast beats, idem para o contrabaixo e o melhor, que é o que marca também o Bolt Thrower: o mix perfeito entre músicas rápidas (mas nem tanto) e músicas mais lentas. Alternância em passagens mais velozes, com outras mais cadenciadas, gerando músicas matadoras. Isso faz com que esta guerra tenha dez capítulos, ou melhor, dez batalhas, que são as faixas que compõe Welcome To The Warzone, um disco perfeito para quem curte Metal extremo que valorize climas, melodias e atmosferas e não apenas olimpíadas entre quem toca mais rápido e brutal, apenas por tocar. JCB – 9,0

Track list:

01. Mechanized Blitzkrieg
02. Cracks Of My Coffin
03. Ten-Thousand-Corpse Ditch
04. Throne Of Lies
05. Blunt Force Trauma
06. Curb Stomp
07. verdun Meat Grinder
08. Radiation Holocaust
09. Opening The Blastdoors To Hell
10. Mass Incinerator

AGUYNGUERRAN
Perverting The Nazarene Cult
Shiver – imp.
Mais uma boa banda belga, como o são todas as bandas do selo belga Shiver. Eles soam como outros belgas, o mais famoso de todos dentro do Extreme Metal, o Enthroned. O que não é nenhuma surpresa, visto que como eles vêm da Bélgica, e seguem os passos de outra banda belga, Huldrefolk, na medida em que têm um som que, apesar de matérias-primas brutais e satânicas, além de anti-cristãs, é ricamente melódica e texturizada com os bons e velhos Thrashy guitar riffing. Eles fazem ocasionais faixas mais Doomy, assim como algumas passagens mais atmosféricas. Os riffs são seu ponto forte, seja para criar atmosferas Doom, seja para a brutalidade do Black Pagan, seja para o tradicionalismo mais Thrashy. Nos momentos mais crus, remetemos ao Dark Funeral, influências até de Oriente Médio, e há espaço ainda para alguns violinos (e aquilo que soa como um violoncelo), em algum lugar aqui! Há também um sólido cover do Nifelheim para The Final Slaugther, de tanto soar épico e Viking, de deixar qualquer fã de Bathory orgulhoso. Esta estréia é uma agradável surpresa e um excelente exemplo de como o Black Metal tradicional podem ser polvilhado com toques experimentais sem perder a sua alma no processo. Bravo! RC – 9,0  

Track list:
01. Anathema Maranatha
02. Perverting The Nazarene Cult
03. Deathstab
04. Christreign Annihilation
05. Nazarenus Peritens
06. Epitome Of Your God
07. Mysterium Tremendum et Fascinans
08. Manifest
09. Assyria
10. Oath
11. Into Ataraxis
12. The Final Slaugther ( Nifelheim cover )

THARAPHITA
Lidsetel Sünkjatel Radadel
Nailboard – imp.
Belíssima banda de Pagan Metal. Tem todo aquele aparato e esporro do Black, aliada a melodias depressivas e angustiantes. A faixa Lidsetel Sünkjatel Radadel abre épica, enquanto a Vahkturm vem mais Black do que nunca, já a Ristikatk tem umas nuances perto do Metal Tradicional, com sua rifferama descaradamente Thrash. As palhetadas a velocidade da luz impressas aqui são de arrepiar! A Surmatalv é puro Doom, sendo a Loodusviha tão épica, tão War, tão bélica, impossível não associá-la com o Viking e suas melodias em alto mar, no balanço de uma grande embarcação. Nela, em seu meio, o clima fica tão intenso que você vai ser ver num meio de uma batalha e não terá para onde correr. O Thrash Black War Pagan Brabaric rola de forma assustadora na Hullusesse!É o ponto alto do disco e da guerra! A formação destes bárbaros é Ank (guitarra e voz), Viking (viola baixo), Benton (guitarra), Draconic (guitarra) e Melu (bateria). Um grande artefato de história e de guerra antigos! Olha a cruza da capa e veja se você lembra de onde ela é. Melhor, qual capa de disco de qual banda ela foi?
JCB – 8,0

Track list:
1. Lidsetel Sünkjatel Radadel
2. Vahkturm
3. Ristikatk
4. Surmatalv
5. Loodusviha
6. Hullusesse
7. Raudses haardes

OCTOBER FALLS
The Streams Of The End
Debemur Morti – imp.
Um grande Dark/Folk Metal finlandês, mais uma ‘one man band’, desta feita, feita por Mikko Lehto. Soa brutal em certos momentos, de forma bem Black mesmo, em boa parte do tempo, com passagens com clima dramático, uma cadência mais arrastada, do outro lado, soando as vezes Goth, as vezes Epic, as vezes Dark, bem Folk, bem pagã. Maravilhoso esse tipo de música e essa combinação. Pena que é só um EP! Um belo violão e flauta, com a arte da capa totalmente ligada à música, bem etérea, viajante, sublime e crepuscular. Como se fosse uma aurora boreal. Uma boa audição para o outono que chegou de vez e de fato parece, depois de um mês só (perdemos um mês de frio no hemisfério sul, que saco!). O disco remete-nos à idéia do frio, algumas bandas definitivamente têm condições de nos conduzir por essas idéias com apenas sua sonoridade e cânticos. Muitas bandas tentam e não conseguem. Melancólico, frio e depressivo, angustiante, pluvial e névico. Ultra-recomendado. PR – 8,0

Tracklisting:
1 - Shores Of Fire 06:36
2 - White Northern Soils 05:51
3 - Funeral Pyres 06:28
4 - The Streams Of The End 03:03























METSATÖLL
Hiiekoda2004
Terast Mis Hangund Me Hinge 10218 1999-2005
Iivakivi 2008
Nailboard – imp.
Hiiekoda foi um bruto pedaço de música. A produção era precária e as idéias da banda eram muito primitivas ainda, para o que iriam se tornar depois, uma das referências do Folk Pagan Metal. Eles têm uma vasta gama de instrumentos tradicionais e tornaram-se um dos mais bem sucedidos comercialmente da cena Metal da Estônia. Alta técnica nas guitarras e intrincada drumming, acompanhado por uma sonoridade natural e vocais limpos e uma abundância de instrumentos tradicionais – quase não há urros. E é a crueza e ingenuidade que faz de Iivakivi tão especial. A magia viria nos discos seguintes, mas aqui já havia elementos épicos em profusão. O fato de cantarem na língua nativa da um ar mais nativo e Folk local possível.
RC – 7,5
Terast Mis Hangund Me Hinge 10218 ressurgiu em 2005, sendo que é original de 99. A banda tem mais edições relançadas do que lançadas de formas inéditas. Quase todas as versões tiveram três relançamentos pelo menos. A batalha nas canções são todos escritos em estônio e são construídos em torno de melodias simples, mas extremamente cativantes. Uma série de instrumentos autênticos (bagpipes, vários canis, órgão de boca e flautas) são utilizados em todo o álbum e adicionar à atmosfera nostálgica e anciã. Eles trazem de volta as idílicas imagens de todos os momentos em que andou na terra, em ostentar peles e à noite iríamos no retiro para os nossos barracos e reunir ao redor do fogo com uma mão-cheia de chifre auto-produzidos. Terast Mis Hangund Me Hinge 10218 é mais do que Folk Metal, os vocais são mais do que um rugido, a separá-los da cena moderna Viking Metal (Ensiferum, Moonsorrow, Amon Amarth e similares). Este foi o debut da banda, isto explica o número 10218, pois esse é o ano de 2005 no cômputo estônio do tempo. RC – 8,0
Iivakivi apresenta a banda em excelente forma. Para além de ter o habitual alegre e enérgico tradicional em Folk Metal canções como Merehunt e Rauast Sonad, onde eles revelam seu apreço aos pioneiros do gênero Skyclad, o Metsatoll estão a incluir em abundância de canções épicas de Epic Metal como a Veelind, Isa Suda e do ritualístico Metsaviha 3. O álbum termina com duas faixas acentuadas, a saber, Lendva Va e Äikesepoeg, com a tarde a ser o melhor momento do álbum inteiro, enquanto que o Sõjasarv sublinha a banda de competências, em especial na bateria e percussão. O problema com Metsatoll não está relacionada com o seu valor, mas a sua capacidade de "comunicar" com os fãs fora do seu próprio contexto nativo. A utilização do estônio por vezes se torna um fator de prevenção, especialmente nas faixas menos interessantes. Pode parecer exótico aos estrangeiros, mas detalhes o ouvinte a partir de uma parte significativa da sua música, acaba perdendo um maior entendimento. É claro que este não é um problema que só Metsatoll enfrenta, mas uma questão geral deste gênero. Se você pode ignorar este problema, Iivakivi é uma sugestão muito boa, especialmente se você gerenciar para encontrar a edição limitada woodpack, emitida pela Nailboard Records (isso mesmo, woodpack. Ficou curioso? Escreva para a gravadora querendo comprar!). RC – 9,0
Lahinguväljal näeme, raisk! CD/DVD
Folk Pagan Metal da Estônia, cantando em Estônio, lança um CD ao vivo. Realmente, discos ao vivo do estilo deixam a desejar, pois é difícil reproduzir toda a maquinaria e miscelânea entre instrumentos acústicos e plugados. Ao você assistir um show ao vivo, não há problemas, já que você se contagia com a energia. Mas para ouvir ou ver um DVD tal, perde o impacto. O show foi gravado em 2006 em 11 de novembro no Rock Café, Tallinn. Para além dos 75 minutos de show, o DVD contém uma hora de duração do filme sobre os fazeres e práticas de Metsatöll a partir de 2000 até o gig no finlandês Tuska Festival do mesmo ano, perante uma platéia de dezenas de milhares de pessoas. O DVD tem também entrevistas com os membros da banda, as suas opiniões, pensamentos e confissões sobre si próprios e à banda. E um CD áudio-gravação ao vivo do show é incluído também. RC – 8,5

Iivakivi
1. Iivakivi
2. Merehunt
3. Hetk enne lahingut
4. Sõjasarv
5. Veelind
6. Isa süda
7. Metsaviha 3
8. Rauast sõnad
9. Va lendva
10. Äikesepoeg

Hiiekoda
1. Ma laulaks seda luguda (This Lay I Would Sing)
2. Lahinguväljal näeme, raisk! (See You On the Battlefield!)
3. Rauavanne (The Iron Oath)
4. Saaremaa vägimees (The Giant-Hero of Ösel)
5. Hundi loomine (Creation Of the Wolf)
6. Kui meid sõtta sõrmitie (When Recruited Into War We Were)
7. Sõjahunt (War-Wolf)
8. Merepojad (Sons Of the Sea)
9. Merimees menneb merele (A Seaman Goes To Sea)
10. Hundi süda sees (Heart Of the Wolf Within Me)
11. Velekeseq noorõkõsõq (Young Brethren)
12. Raiun kui rauda (I Strike As If Upon Iron)
13. Alle-aa
14. Eestimaa vabadiku laul puu oksa peal (The Song Of An Estonian Cottar Upon A Tree-branch)
15. Sajatus (An Execration)
16. Kotkapojad (Flight Of the Eagle)
17. Hiiekoda (My Home, My Sacred Grove)
18. Ussisõnad (The Charm Against Snakes)

Terast mis hangund me hinge 10218
1. Sissejuhatus
2. Veresulased
3. Hundiraev
4. Terasetuli
5. Mõõk
6. Terast mis hangund me hinge
7. Metsaviha 1
8. Metsaviha 2
9. Põhjatuulte pojad ja tütred
10. Oma laulu ei leia ma üles

Lahinguväljal näeme, raisk! CD/DVD
1. Sissejuhatus
2. Veresulased
3. Oma laulu ei leia ma üles
4. Metsaviha 1
5. Hundiraev
6. Sõjahunt
7. Mõõk
8. Terast mis hangund me hinge
9. Metsaviha 2
10. Hiiekoda
11. Rauavanne
12. Saaremaa vägimees
13. Hundi loomine
14. Lahinguväljal näeme, raisk!

INVICTUS
Imperium Paganum
No Colours Recrods – imp.
Meu isso aqui é lindo! Música espiritual, espiritualista, pagã e ancestral. Cara, você fará uma viagem astral com Imperium Paganum do Invictus. Chamem-nos de Pagan, Black, Atmospheric, do que você quiser! Música plenamente instrumental, sem vocal. Imperium Paganum é pesado, agressivo, frio, trilha sonora para filmes, sonhos, fatos históricos, viagens astrais e alucinações de guerra, luta, navios, medo, perigo, coragem, bravura, orgulho, morte, sofrimento, solidão, tudo o que nós gostamos! Classifiquem-nos também de Folk, Viking, War, Barbaric, Monumental Heathen Music! O Invictus foi formado ainda em 2007 por Astaroth, guitarrista e compositor do Bornholm. Imperium Paganum ajuda a relatar o passado dos ancestrais europeus. Em Invictus, Astaroth atende pela alcunha de Sahsnot, mostrando um lado místico, histórico e pagã, além do seu lado satânico em seu outro projeto. Soberbo! JCB – 9,0

Track list:
1. Hegemony
2. Towards To Asgaard
3. Sol Invictus
4. Imperium Paganum
5. Black Sun
6. Ariosophy (Blood Of Martyrs)
Bonus tracks:
7. Die Liebe Nerthus (Burzum cover)
8. Song Of The Runes (demo)

METAL MESSAGE
IV
Metal Message – imp.
Desta vez, a série Metal Message, onde em cada compilado homenageia um estilo, e desta vez o Pagan Metal, o Viking Metal e Folk Metal dão caras. São algumas bandas das melhores do momento, algumas das que mais estão acontecendo. No entanto, esqueça o lado mais dançante do estilo como os Korplikaani. Aqui, o negócio é mais embaixo! A capa é uma das mais lindas, com dois druidas ou bruxos, num imenso caldeirão que representa o útero da Deusa e dentro dele surge o Deus Cornifero, o Cernuros e muitos acreditam também ser o próprio bode Black Goat Baphomet.
1-GJENFERDSEL Svik – aqui temos um Viking de predominância Black Metal, agressivo, pesado e denso.
2-FOREFATHER Engla Tocyme – esta grande banda irá você viajar pelos mares nórdicos e polares, em meio a tempestades, muito frio, gelo, neve, no balando de uma embarcação Viking, com seus riffs hipnóticos, viajantes, melancólicos e vocais limpos, mas graves. Os coros são matadores e são o diferencial. Me lembrou algo do Thyrfing.
3-THARAPHITA Lidsetel Sünkjatel Radadel – esta grande banda remonta diretamente aos nórdicos. Aqui eles começam bem Folk, com instrumentos acústicos numa bela cantiga para dançar em volta da fogueira. Quando entra o peso do Black, a melodia permanece, distorcida em guitarras e baixo, com a agressão dos vocais, dos mais agressivos e guerreiros que já ouvi na minha vida!
4-GALAR Hugin Og Munin – aqui já temos um som menos produzido, mais tosco, mais cru, com vocais urrados estranhos alternando com vocais limpos bem cantantes e bem Folk. Alternam momentos de alto peso com outros bem melódicos.
5-OAKENSHIELD Ginnungagap – uma das menos legais. A gravação é muito ruim, baixa e abafada, apesar das flautas alternarem e contraporem os guturais, que são realmente cantados e não urrados.
6-IRMINSUL Vinterskald – bem Black e bem Pagan, com uma produção abaixo da média, com idéias muito legais, mas ainda cruas.
7-SLECHTVALK On The Eve Of Battle – aqui o bicho pega. Pagan Black com pegadas melancólicas do Viking Metal. Vocais depressivos e desesperadores, ainda que bem agressivos e quase guturais. A guitarra é uma das mais tristes que já ouvi. Dá uma sensação de solidão desesperadora.
8-FOLKEARTH The Riding Of The Queen Boudiccea – estes aqui são velhos conhecidos nossos e de quem acompanha esta cena. Iniciando com uma bela flauta, imediatamente você entrará nas mais densas florestas européias. O peso do Black é latente, mas sempre melodicamente Viking e sempre com a preocupação de soar épico o tempo todo!
9-THEUDHO The Journey Of Lyngvi – uma das mais fluviais e pluviais bandas daqui. Para você ouvir e embarcar. Boas idéias, precisam de uma melhor produção.
10-ALKONOST Darkness – Linda! Thyrfing puro! Melodias belíssimas no teclado, que fazem você viajar realmente, alternando vocais guturais com líricos femininos, bem legais. Uma das maiores surpresas e das mais emocionantes bandas deste compilado. Uma ode, um hino à natureza!
11-SLARTIBARTFASS St. Cuthbert – gaitas de foles abrem de forma bem saxão esta música. Lembraria os tempos de glória dos soldados galeses e escoceses? Levadas bem Folk Black vem depois, com gaitas e flautas, riffs bem Black, bem 80’s. Old School medieval? Muito bom! Excelente.
12-SKYFORGER A Crested Bird Sings – outro velho conehcido nosso e de quem já acompanha a ROCK UDNERGROUND por um bom tempo. Power Epic Viking que dispensa apresentações, busque a resenha dos full length resenhados aqui.
13-SIROCCO Forsaken Shores – outra surpresa com um nome engraçado para nós, alternam vocais agressivos e limpos, bem frios e melancólicos. Com bons riffs de guitarra que remetem ao Heavy Tradicional, com enfoque na NWOBHM, sendo os solos bem épicos, progressivos e Folk. Excelente banda!
Resultado final, boas bandas e bons discos. Claro, muita coisa ficou de fora, não tinha como caber tudo. Excelente para quem queira conhecer a fundo estes estilos, responsáveis pelas maiores surpresas na cena Metal nos últimos anos. JCB – 9,5

Track list:
1-GJENFERDSEL Svik
2-FOREFATHER Engla Tocyme
3-THARAPHITA Lidsetel Sünkjatel Radadel
4-GALAR Hugin Og Munin
5-OAKENSHIELD Ginnungagap
6-IRMINSUL Vinterskald
7-SLECHTVALK On The Eve Of Battle
8-FOLKEARTH The Riding Of The Queen Boudiccea
9-THEUDHO The Journey Of Lyngvi
10-ALKONOST Darkness
11-SLARTIBARTFASS St. Cuthbert
12-SKYFORGER A Crested Bird Sings
13-SIROCCO Forsaken Shores

NARJAHANAM
Undama Tath'hur Al Shams Mn Al Gharb
Haarbn – imp.
Extreme Metal do Oriente Médio é e sempre será, provavelmente, um fenômeno incomum, mas de vez em quando alguns deles fazem o seu caminho em todo o tempo e espaço para a nossa parte do mundo, desta vez sob a forma de Narjahanam (Hell Fire), um porjeto de dois homens do Bahrein. Ou seja, two-man-band, ou o famoso duo. O registro é chamado de Undama Tath'hur Al Shams Mn Al Gharb, num belo Black Death Metal épico, com veias pagãs. E o interessante. Uma coisa é o paganismo dentro do Ocidente que foi predominado pelo cristianismo. Para os cristãos, pagã é tudo aquilo anterior à Cristo e tudo o que vem do Oriente é pagão também. Agora, imagina paganismo no mundo árabe! Ou vocês acham que os países mulçumanos sempre seguiram Maomé, hein cara-pálida? Antes de Maomé, eles já tiveram outros cultos e religiões. E é a isto que estas bandas se referem e querem resgatar, o que é proibido até certo ponto por seus governantes, coisa que no Ocidente, foi proibido na Idade Média e hoje não é mais pelos seus atuais governantes, mas são passíveis de preconceito e discriminação pela sociedade demagoga. O clima é incrível e eles conseguiram lançar algo que seja proibido pelo Islã, justamente por serem do Bahrein, talvez, o país mais acessível ao capitalismo e ao Ocidente. Sim cara pálida, os países árabes são diferentes entre sim, com regimes, governantes e leis distintas entre si e até aplicações diferentes do Alcorão. O som aqui tem muitos teclados, dando um clima mais tétrico ainda. Há a atmosfera abertamente árabe, com percussão árabe e outros instrumentos tradicionais e os citados teclados. Estamos diante dos pioneiros do Arabic Folk Black! JCB – 9,0

Track list:
1. Taht Alamat Al Nujoom
2. Laheeb Al Nar
3. Al Jihad
4. Al Shar Wa Aljan
5. Rayat Al Mowt
6. Nehaya Wa Bedaya
7. Huroob Al Zaman Al Akheer
8. Yowm Al Maw'oud
9. Al Aukhera

THE HORN
Dawning Of An Ancient Sun
Haarbn – imp.
A banda vem da Austrália e faz um Ancient Egyptian Occult Black. Ou seja, canguru falando de faraó! Tome bafo de múmia! A banda chega a lembrar em alguns momentos o Nile, mas de uma forma menos Death e mais Black, menos negra e mais épica o tempo todo. Tanto que o disco é um manual de feitiços, como você poderá ver no track list abaixo. É engraçado e assustador ao mesmo tempo. Leia abaixo, pois é diferente e fora do usual. A música é interessante, mas não me senti muito apto para esta resenha, pois as faixas são parecidas e em certos momentos a banda viaja muito, se preocupando mas nas letras do que em fazer músicas legais de se ouvir. Confira e se assuste! PR – 7,0

Manual prático de feitiços faraônicos:
1. Spell 81A: for being Transformed into a Lotus
  2. Spell 29A: for not taking away the heart of one whose conduct has been vindicated in the Realm of the Dead
  3. Spell 31: for driving off a Crocodile which comes to take away one's Magic in the Realm of the Dead
  4. Spell 28: for not permitting one's Heart to be taken in the Realm of the Dead
  5. Spell 70: for being the Successor of Osiris, otherwise said
  6. Spell 32 (part 1): for repelling a Crocodile which comes to take away a spirit's Magic in the Realm of the Dead
  7. Spell 69: for being the Successor of Osiris
  8. Spell 125: the Declaration of Innocence
-Introduction
-The Declaration of Innocence before the Tribunal
-Adress to the Hall of Justice
-The Dead Man is Questioned
-Rubric

BONUS-CD
The Silent Land Ltd.100

  1. Spell 93: for not being ferried over to the East
  2. Spell 32 (part 2): for repelling a Crocodile which comes to take one's Magic in the Realm of the Dead
  3. Spell 53: for not eating Faeces or drinking Urine in the Realm of the Dead
  4. Spell 29B: for a Heart-Amulet of Sehret-Stone
  5. Spell 79: for becoming an Elder of the Tribunal
  6. The Eastern Side of the Sky
  7. Spell 7: for passing by the Dangerous Coil of Apep
  8. The Awakening of the Ammut
  9. Spell 84: for being transformed into a Heron
10. Spell 5: for not doing Work in the Realm of the Dead
11. Spell 104: for sitting among the Great Gods
12. Across the River of Stars

Track list:
1. To The Shrines Of Ancestors (Pt.I)
2. Pagan
3. Father Fire mp3
4. The Everquest
5. To The Shrines Of Ancestors (Pt.II)
6. Ruins Of Faith mp3
7. Mournbringer
8. Solar Eclypse
9. Murvan Kru

GROVES IN MIST
Mood Diary
Haarbn – imp.
Banda russa de Psycho Ambient e Acoustic. Os caras daqui participaram dos projetos Ethnico, Raxa, Sea Of Desperation e este disco é o terceiro de sua discografia. Não apenas melancólico como a maioria das bandas russas. A insanidade e a versatilidade deles lembram muito o Sopor Aeternus. Baseado no piano e teclado, ainda que com guitarras. Circense do mal, comédico, e teatralmente trágico, chamado por eles de Evil Fun. Fall Through The Window é o maior exemplo disso. Remomtando aquele período da metade dos anos 90, quando este estilo começou a tomar forma. Sua música é muito atmosférica. Abordando sobre Les Joyaux de la Princess entre 1920 e 1930, eles tentam resgatar o que houve de música e história na época. Um trabalho muito difícil de se entender na primeira ouvida, são necessárias várias audições. Eu ao menos estou tentando. ADL – 7,5

Tracklist:
1. Intro
2. Fall Through The Window
3. Amnesia
4. Murder And Confession
5. Remission Tide
6. Luna Comes In Pain
7. Too Last Elegy mp3
8. Sick
9. Join To Misery mp3
10. Madman's Diary
11. Providence With Blake

HELHEIM
Kaoskult
Dark Essence/Karisma Records – imp.
Mais uma marco dentro do reinado do Viking Metal e indispensável a qualquer seguidor de musica extrema e meio ancestral. Épico ao extremo, te leva para dentro de uma Drakkar no meio do oceano recheado de Icebergs e bacalhaus. Claro, lembra muito do que o Enslaved vem fazendo, e Kaoskult não chega a superar o grandioso antecessor The Journeys And The Experiences Of Death, mas vai cativar a você incontinente. Melodia enigmática, gélida, fria, cruel, vocais esganiçados como o bom e velho Black Metal, com instrumental com alguma melodia, e repito, épico. Uma aura milenar cerca esta banda, realmente, eles se inspiram em seus ancestrais para isso. Claro, os componentes pagãos não poderiam ficar de fora neste sexto disco de estúdio da banda (bem, experiência conta muito aqui). Sua música é Dark, esqueça aquelas bandas mais alegres de Pagan e Folk e alguma de Viking. Aqui, a dualidade entre velocidade e cadencia está presente, nutrindo este estilo como sempre, aqui no caso, as passagens mais cadenciadas são em maior parte. O tema aborda sobre a Criação Nórdica e tudo o que a cerca, e a banda voltou a cantar em norueguês. Mais um legado deste grande estilo, desta grande banda. RC – 8,5

FOLKEARTH
Drakkars In The Mist
Stygian Crypt – imp.
O Folk Metal é um estilo apaixonante e tem crescido muito na Europa e só o Brasil está vacilando. Drakkars In The Mist é mais um trabalho do Folkearth, que reúne músicos do mundo todo, todos tocando Folk Metal e resgatando as lendas da Europa. Drakkars In The Mist conta com mais de 30 músicos participando. Seria uma Ópera Folk? Drakkars In The Mist oscila entre sons mais violentos, como Before Battle I Embrace, lembrando o Wintersun até momentos mais calmos com partes acústicas, como When Long Ships Arrive. Drakkar era uma embarcação usada pelos Vikings e as letras e a sonoridade é levada para esse lado épico. Mist significa brumas. Musicalmente, as vezes temos um Death Melódico. Realmente, não há uma linha sonora do começo ao fim, há muitas mudanças entre as faixas. As vezes, parece uma coletânea de varas bandas, tamanha variação rítmica, estilística e musical. E as vezes parece, pois com 30 músicos reunidos, nunca as faixas vão soar iguais. O projeto conta com mais de 10 nacionalidades diferentes e integra elementos de várias bandas dentro do Folk e do Viking Metal. Os FOLKEARTH surgiram em 2003 e contava com 20 músicos de bandas como Yggdrasil, Forefather, Uruk Hai e The Soil Bleeds Black. O primeiro álbum A Nordic Poem saiu em 2004, com By The Sword Of My Father em 2006 já com 31 músicos. E agora, a obra Drakkars In The Mist. Quem participa desta vez são membros de Cruachan, Finntroll, Falkenbach, Thryfing, Otyg, Vintersorg, Eluveitie, Korpiklaani, Turisas, Ensiferum, Moonsorrow, Wintersun e Amon Amarth entre muitas outras. Ou seja, reuniram toda a Folkaiada, a Paganada e Vikingzada! Por isso ao longo de Drakkars In The Mist sentimos malhas mais rasgadas de Ensiferum e Finntroll até mais melódicas e suaves Eluveitie e Korplikaani. Este épico começa com Before Battle I Embrace, com vocalizações rasgadas a Finntroll, onde sentimos uma certa Polka. Aliás, quem inventou o Punk foi quem inventou a Polka! É a mesma coisa! Hoplites Awaiting Command poderia ter sido tirada dum qualquer filme épico, com direito a piano. Hugin & Munin é mais pesada e voltamos a ter vozes mais rasgadas, com outras femininas. Grimnismol é mais rápida quase Power Metal, com teclados, e instrumentos mais clássicos, como o piano e a flauta. Hogtyd é viajante. Sworn To The Raven tem coros femininos e Great God Pan a flauta mais uma vez se faz presente. A faixa-título tem vozes limpas, vozes agressivas e coros femininos. Midgard Farewell tem vocalizações femininas constantes e o instrumental um pouco progressivo. De Tause Fjell é Folk Metal mais tradicional, lembrando Turisas. If I Should Fall e Thunders Of War vêem com vocais femininos e piano. When Long Ships Arrive com flauta e guitarra acústica. Chega a lembrar algo dos anos 70 no Progressivo, onde o mais conhecido seria Jethro Tull. On Wings Divine tem vozes femininas e com um instrumental mais clássico. The Bane Of Giants alterna vocais femininos e masculinos, algo como Therion mais antigo. Kingdom Of The Shades é um épico, trilha sonora de filme também! Fechando, The Riding Of The Queen Boudiccea, lembra Corvus Corax. Ou seja, obrigatório! JCB – 10

Track list:
1. Before Battle I Embrace  
2. Hoplites Awaiting Command  
3. Hugin & Munin  
4. Grimnismol (Ballad Of Grimnir)  
5. Hogtyd  
6. Sworn To The Raven  
7. Great God Pan  
8. Drakkars In The Mist  
9. Midguard Farewell  
10. De Tause Fjell  
11. If I Should Fall  
12. When Long Ships Arrive  
13. On Wings Divine  
14. Thunders Of War  
Bonus Tracks:
15. The Bane Of Giants  
16. Kingdom Of The Shades  
17. The Ridding Of The Queen Boudiccea


Próxima Página