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A CHINESE FIREDRILL
Circles
Independente - imp
A Chinese Firedrill é um projeto a solo do baixista Joey Vera. Este veterano músico Norte-americano faz parte de Armored Saint e Fates Warning, tendo já passado por bandas como Anthrax, OSI, Tribe After Tribe, Seven Witches, Engine e Chroma Key. Este disco faz jus ao epíteto de álbum solo, visto que Joey Vera toca todos os instrumentos (guitarra, baixo e teclado) e canta. Isso mesmo, um “one man project”, mostrando que além de baixista, é um baita de um músico e musicista também! É claro que o homem não pode saber tocar todos os instrumentos, daí a bateria ter sido gravada por Greg Studgio, um amigo do músico. Os sete temas que compõem Circles atingem a marca dos 46 minutos, portanto, são poucas faixas, mas todas elas longas e o que, por si, já é de louvar, pois a maior parte dos músicos do gênero usam e abusam das capacidades dos CDs, tornando-se por vezes monótonos e aborrecidos de tão extensos. Por isso muita gente achava mais legal e clássico os discos de vinil, pois estes não passavam dos 50 minutos de duração. Na era do CD, os caras querem fazer 15 faixas, e aí os trabalhos ficam dispersos. Lembram-se dos antigos discos de vinil? Tinham uma duração apropriada de 40/45 minutos. Quanto à música em si, temos aqui um Progressive Rock/Metal de alto calibre, influenciado por nomes como Pink Floyd, Peter Gabriel, Rush, Marillion, Porcupine Tee, Tool, King’s X e, é claro, pelo próprio passado/presente do músico, em particular Fates Warning, OSI e Chroma Key, as bandas mais Progressivas e menos Heavy. Algumas passagens mais Rock outras mais melódicas e algumas ambientais ou operísticas até, tudo complementado por uma voz suave e melódica. Um excelente disco de Hard Rock de tendências Progressivas que irá agradar aos fãs do músico e das bandas já citadas. Grande trabalho! RS – 9,0

Track list:
1. Circles (6:15)
2. Automatic Fantasy (7:26)
3. Insane (4:11)
4. Siucra (6:18)
5. Never Say Never (5:30)
6. Grass and Stone (Ethereal) (6:50)
7. Rock, Paper, Scissors (9:22)
http://www.joeyvera.com
wormmail@joeyvera.com

STAR CASTLE
Song Of Times
Independente – imp.
Quinto álbum para os rockers progressivos Starcastle que surge, curiosamente, quase 30 anos após o último Real to Reel que havia sido lançado em 1978. Na sua composição Versão Séc. XXI, constam todos os membros originais que nos finais dos anos 60 do Século passado fundaram o coletivo, destacando-se o seu líder Gary Strater. Se há 30 anos as comparações com Yes já se faziam sentir, agora noutros tempos, com outras tecnologias, as comparações continuam a fazer-se sentir muito por culpa das linhas vocais e de baixo. De resto, o álbum vive essencialmente do trabalho de teclados de Matt Stewart e Bruce Botts, deixando pouco espaço para as guitarras brilharem. se você pegar as faixas Red Season e a seqüente Babylon, elas seriam continuações do clássico Hold On do Yes. Aliás, Song Of Times seria como um disco feito baseado num desdobramento de Hold On. O restante do disco, segue a mesma linha e poderiam ser também uma “parte 2” de 90125 do Yes, ressaltando a fase mais “Pop” e comercial do grupo nos anos 80, com músicas menos longas, com maior apelo e menos egocêntricas. O vocal, com aqueles agudos em que se parece uma mulher cantando, típicos de Ian Anderson (Yes), resgatam esta fase e sonoridade tão esquecida nos dias de hoje, onde as bandas só querem copiar o Dream Theater. Que não demorem mais 30 anos para o Star Castle lançar seu sucessor! RS – 8,0


PROGRESSIVE EXPERIENCE
X
Independente – imp.
Este é mais um álbum com elementos de Progressivo (sério?), só que com uma direção mais Progressive Rock do que Prog Metal. Obviamente, eles apresentam influências de Dream Theater, pois tem algum peso e hoje, Dream Theater virou sinônimo de Progressivo em geral. A banda ainda precisa de maior identidade musical, mas apresenta mesmo assim boas idéias. Afinal, X,não é de todo ruim, a maior identidade da banda são pianos ao longo do disco quase que inteiro, dando um charme especial e o que não podemos negar em X é que a banda saber ser elegante e ter caráter para fazer este tipo de música. Alguns desafetos podem achar o disco muito Soft, mas esse é o jeito dos caras. Destaques para faixas como Stream Of Sensations e Unlogical Dimension, que são também as mais pesadas, ainda assim, os melhores momentos do disco. RS – 7,0

Track list:
1 -  X Intro
2 -  I Crossroads of Mystery
3 -  II Remainder of Myself
4 -  III Stream of Sensations
5 -  IV Moments of Creation
6 -  V Short Essay of the Universe
7 -  VI One Day Wiser
8 -  VII Involution
9 -  VIII ProgressiveXperience Pt.2
10 - IX Unlogical Dimension



NEMO
Si Parte 1
Si Parte 2
Independente – imp
Os Nemo são franceses e tocam Progressive Rock / Metal com muitas influências jazzísticas, de Fusion e toques sinfônicos, totalmente cantando em Francês. As capas dos CDs anteriores dá a entender-se que eles tenham se inspirado obra de Jules Verne, como As 20.000 léguas submarinas (com o personagem mais famoso, o Capitão Nemo). Aqui temos dois discos intitulados singelamente de Si, divididos em duas partes. Procedendo ao aclamado Immersion Publique de 2005, a primeira parte de Si que é um trabalho conceitual, baseado numa história fictícia sobre a manipulação genética (ou seja, a temática é bem moderna e atual). A primeira parte,lançada em 2006, com 5 faixas que chegam aos 58 minutos de duração. A abertura com Douce Morte tem 2 partes, e é bem sinfônica. Na linha Progressiva Ici, Maintenant, mais lenta e introspectivo, ficando bem pesada em seu final. Em Miroirs, tema ligado ao anterior, a linha Progressiva e sinfônica permanece. Si, a faixa-título, tem 8 minutos, e mostra a característica principal da banda: iniciar de forma lenta a sua música e terminar de forma pesada. Fechando com a grande Apprentis Sorciers com 20 minutos divididos em 5 partes ou capítulos.
Já Si Partie II é lançada no ano seguinte, 2007, com 10 faixas em 56 minutos, e é mais fácil sua audição, mas nem tanto acessível. O CD pode ser ouvido faixa a faixa ou como um todo, pois apesar de que todas as faixas estão ligadas entre si, dá para ouvir elas soltas. O estilo não muda muito, mas esta segunda parte é mais Rock, mais direta e pesada, agradando a fãs que vão além do Progressivo. Também é mais experimental e segue uma orientação mais clássica do estilo. A produção também é melhor e ouvindo os dois, apesar de um ser continuação do outro e com espaço de um ano apenas entre eles, é gritante a melhora na segunda parte. Coisa não tão comum. Recomendo. PR – 8,0

FRAISE
A New Beginning
Independente – imp.
Segundo disco desta banda sueca de Prog Metal, muito boa e criativa por sinal. Eles debutaram em 2004 com Hellicornia. Se a sua estréia superou todas as expectativas do que se exige do estilo, agora com Even though I haven't heard a single note from that debut, the fact that until that very day I was completely unaware of their existence suggests that "Hellicornia" wasn't good enough for them and by extension the heavy/power metallers.A New Beginning, eles foram ainda mais longe e agora vão alçar vôos ainda mais altos, como uma ave de rapina. A New Beginning pode representar um novo começo para a banda, que talvez busque um caminho mais aceito no centro da Europa, algo como o Prog Metal alemão ou italiano, para fazerem maior sucesso na França, seu maior mercado. Por isso, o disco soa tão poderoso, cheio, intenso e pesado, beirando muitas vezes o Power Metal. A New Beginning, me arrisco a dizer, é mais Power do que Progressive Metal. É mais anos 90 do que anos 2000. É mais pesado do que clean, é mais sujo do que cristalino, afinal eles tem consciência de que antes de ser Prog, são de fato Metal. E antes de ser Metal, são Rock, pois o Metal é um dos sub-estilos do Rock. Influências patrícias são bem vindas, com lances de Firewind, Nocturnal Rites além dos vizinhos finlandeses do Stratovarius. Mas estas bandas são de Power Metal e não de Prog? Exato! Claro, há momentos mais intrincados, virtuosos, quase auto-indulgentes, algo jazzístico, com bastante teclados e uma interpretação vocal muito boa. Recomendo e espero que sigam este estilo! RS – 8,0

Track list:
Fall A Prey
Heal Me Now
Colours Of Sin
Light My Flame
Sign Of Victory
In Luxury
Midnight Moon
Arian And Arador
Take Me Away
Always Hope
Where Angels Fly
Euphoria
http://www.fraise.se/

MELY
…Leave And Enter Empty Rooms…
Black Bards – imp.
A banda, que tem um nome que cai para o feminino, pode enganar você. Pois eles fazem Folk Metal com algo de Gótico sim, mas de sutil não tem nada. A capa que pode sugerir uma aurora boreal, ou um portal para um mundo mágico, de fundo verde, faz um som agressivo. Tanto, que a banda não tem nenhuma mulher em sua formação. Eles abordam também o lado negro do paganismo. Criei uma enorme expectativa em ouvir este CD, pensando ser uma coisa e era outra. Mas o pior, esta outra coisa, que poderia ser legal, não é. A banda vem da Áustria, terra do Edenbridge entre tantas outras formações, são doze faixas no total, sendo que três delas são bônus, e de todas as bandas lançadas até hoje pela Black Bards, esta é a mais fraca delas, ou a menos boa, se posso dizer assim. RS – 6,0

01.) Dead Shelf
02.) Fail While I Try
03.) What Am I Doing Here
04.) Still Ask Why
05.) You Smell Like After
06.) Rememberance
07.) The Lunatic I Bear
08.) God Nowhere
09.) High Five

ANUBIS GATES
Andromeda Unchained
Locomotive – imp.
Temos mais um grande disco desta banda excêntrica e uma das mais criativas da atualidade. A sua música pode ser chamado de um misto de Power Metal com Prog Metal. Freak Storm At Post Zeta...One Child Missing... é a famosa intro, enquanto Snowbound vem aquele som cheio de pompa, virtuose, mas muito acessível de se ouvir (e muito legal também), nos refrãos, fazendo nos lembrar do glorioso Royal Hunt. Emendando sem descanso, a Speed Prog Waking Hour, com um refrão grudento também. Cabe destacar que, ao inverso do antecessor A Perfect Forever, que era mais sombrio, denso e sóbrio, agora o Anubis Gate vem com Andromeda Unchained bem mais realista, menos épico, mais veloz e menos melancólico. A Encore Records lançou o antecessor A Perfect Forever no Brasil e será um crime ninguém lançar este Andromeda Unchained, com tanta porcaria saindo em nosso mercado. Beyond Redemption começa meio cósmica, meio espacial (a maioria das faixas começa desta forma, como numa trilha-sonora de um filme de ficção cientifica) e descamba numa quebradeira de fazer inveja ao Symphony-X. Já Resurrection Time volta aquele Prog mais com cara de Dream Theater. Ainda destaco a sombria, nórdica e gelada The Final Overture, linda, Dark, mais cadenciada e cheia de variações rítmicas. O vocal chega as vezes a lembrar Ian Anderson do Yes nos momentos mais altos e agudos. Olha, tem que cantar muito bem e tem que saber fazer a música se encaixar muito bem para o resultado não sair irritante! Mas ainda temos a cheia de suspense The End Of Millenium Road. Um excelente disco de Prog Metal, talvez o melhor do estilo de 2007! JCB – 8,5

Track list:
1. Freak Storm At Post Zeta...One Child Missing...
2. Snowbound
3. Waking Hour
4. Andromeda Unchained
5. Banished From Sector Q
6. Beyond Redemption
7. Resurrection Time
8. Escape Pod
9. This White Storm Through My Mind
10. The Final Overture
11. Take Me Home
12. Point Of No Concern
13. The End Of Millenium Road
14. The Stars Of Canis Minor
15. Bonus Track 1

MARRILION
Somewhere Else
Intact Records – imp.
O Marillion aqui retorna para as músicas curtas e aquela sonoridade prog pop estilo Radiohead que estamos acostumados desde o Holidays In Eden. The Other Half, que abre o disco, é um ótimo exemplo disso. É uma música up tempo arrastada, com aquela sonoridade dissonante que conhecemos e os vocais chorosos e melancólicos de Steve Hogarth. See It Like A Baby é o single do álbum, tem um clima misterioso e uma batida compassada, o tipo de som que a banda vem praticando desde Brave. Thank You Whoever You Are é uma balada bem calminha, com um refrãozinho mais choroso e melódico, daquelas pra se ouvir em fim de noite. Most Toys é um rock up tempo mais curto e direto, remetendo novamente a trabalhos como Radiation ou Marillion.com, mas apenas funciona como ponte para a faixa título do disco, de quase 8 minutos. Esta por sua vez, soa como uma continuação de Ocean Cloud, do Marbles, algumas passagens a lá Beatles, a guitarra sempre viajante de Rottery, algumas passagens mais modernosas lá pelos 4:40 e fica por isso mesmo; simples, bonita e eficiente. Em A Voice From The Past, novamente o Marillion retorna à seu estilo mais intimista, onde a música, uma balada bem tranqüila, quase que um sedativo, é praticamente um background para acompanhar o canto melancólico de Hogarth. No Such Thing segue praticamente o mesmo caminho, com a diferença que a voz de Hogarth e a música não se sobrepõem um ao outro. The Wound, com seus quase 7 minutos e meio, pode ser considerado como o único momento mais dinâmico e roqueiro do disco, mas também segue a fórmula padrão do resto das músicas. Neste disco, o Marillion apostou bastante em sons de background para criar climas. Lá pelos 3:50 de faixa ouvimos alguns sons mais modernos de percussão e só. The Last Century Of Man novamente é uma balada bem sossegada e viajante, praticamente sedativa, com Hogarth cantando de forma bem melancólica e Rottery criando linhas melódicas e efeitos em sua guitarra. E como já era de se esperar, o disco fecha com Faith, uma balada acústica bem calma, que já tinha sido tocada pela banda no ao vivo Mirrors. Totalmente despretensioso, o Marillion nesse novo disco aposta bastante em melodias calmas, reflexivas, climáticas, deixando um pouco de lado o seu rock progressivo e suas músicas mais agitadas. Não é um disco que se pode indicar a um novo fã, mas sim, feito especialmente para um que já é fã. Bom para se ouvir num dia chuvoso ou para quando se precisa de música de background para pensar. PR – 8,5

POVERTY'S NO CRIME
Save My Soul
Inside Out – imp.
A banda já tem mais de década e meia de estrada. Já teve até disco lançado no Brasil, via Rock Brigade Records na época, no começo dos anos 2000, anos de ouro para o Metal brasileiro, seu melhor momento, criativo, comercial e em todas as circunstâncias. Agora, eles vêem com Save My Soul, que é o seu quinto disco e o melhor até o momento (uma pena, pois parece que não vai sair por aqui). Aqui, eles exploram o lado negro do ser, sendo responsável por fazer um som e uma atmosfera sombria, sóbria, densa, grave, amedrontadora, psicótica e as vezes psicológica, como 99% das bandas pretensa de Prog Metal têm feito nos últimos dois ou três anos. O quinteto alemão, formado por Volker Walsemann (V/G), Marco Ahrens (G), Heiko Spaarmann (B), Jörg Spingub (K) e Andreas Tegeler (D) está no auge de sua forma e deve ser uma das bandas de ponta no estilo, atrás de... Ah, nem vou citar, você já sabe quais são, senão toda resenha tenho que falar delas, fica maçante. O quinteto está ainda mais técnico, mas inversamente na proporção, suas músicas se tornam mais “fáceis” de se ouvir, ou digamos assim, o talento cresceu com a técnica e a banda fez composições mais certeiras. As bases são pesadas, contrastando com melodias mais leves, que fazem com que os refrãos sejam explosivos. Enfim, o melhor disco da banda até hoje, e um dos melhores deste estilo.
RS – 8,5

DEAD SOUL TRIBE
A Lullaby For The Devil
Inside Out – imp.
Banda predileta para os serões de Outono, os Dead Soul Tribe são o projeto de Devon Graves que compõe a totalidade de A Lullaby For The Devil. Aqui ao contrário dos anteriores, The January Tree e The Dead Word, este apta para uma postura mais eclética e Progressiva, sendo um álbum dificílimo de digerir. Este projeto, na verdade, hoje é a banda principal do senhor Devon Graves (ex-Psychotic Waltz) e alia ao seu Prog Metal/Rock, influências da NWOBHM (pasmem, sim!), Frank Zappa (aqui tem várias maluquices), e etc. A Lullaby For The Devil é o quinto disco do grupo, completado por RollzKerschbaumer (G), Roland Ivenz (B) e Adel Moustafa (D), que, diga-se de passagem, além de debulhar seu kit como um elefante quando necessário, é capaz de tocar nele em outros momentos com uma pena no lugar das baquetas, tamanha diversidade de movimentos e alternâncias, quebradas e viradas. O cara sabe explorar cada timbre de seu instrumento! Como se tem feito no momento, o som também é bem sombrio, alternando com momentos mais belos, dignos de se apreciar em uma borboleta. Destaque para Here Come The Pigs, Fear e a faixa-título. Nada excepcional, mas muito bom!
RS – 8,0

STEVE MILLER / LOL COXHILL
The History So Far... Oh Really?
Cuneiform – imp.
Esse é um lançamento inédito em CD de um vinil fora de catálogo há mais de 25 anos, contendo dois álbuns ‘The Story So Far…’/‘Oh Really?’ entre o saxofonista Lol Coxhill e o pianista Steve Miller, numa parceria que se iniciou em ‘Delivery’, e que prosseguiu por muitos anos. Esses álbuns são uma grata lembrança para aqueles sortudos que os possuíram por sua abordagem única do improviso e composição e conta com os convidados Phil Miller, Richard Sinclair, Pip Pyle, Archie Legget, Laurie Allan e Robert Wyatt. Incluímos ainda a última entrevista conhecida com Steve e fotos raras num encarte de 20 páginas. Além dos álbuns, há quase uma hora de material inédito, sendo 20 minutos de material pré-Hatfield And The North, mais quatro curtas faixas com solos de Steve e 25 minutos de improvisações ao vivo com Steve, Lol, Richard Sinclair e Laurie Allan, em dezembro de 1974! Um registro essencial do eixo de Canterbury do rock progressivo inglês dos anos setenta. PR – 7,5

UPSILON ACRUX
Galapagos Momentum
Cuneiform – imp.
Tecnicamente brilhante, ritmicamente inacreditável, com a quantidade certa de melodia… para fãs de rock esquisito e jazz rock alucinado. O Upsilon Acrux já existe há dez anos e com diversas formações, desde duo até octeto. Sua formação atual tem duas guitarras, baixo e bateria. Esse é seu quinto álbum de pós-punk intrumental, em uma fusão de punk rock animalesco com complexa técnica de sonoridades instrumentais incomuns. Uma renovada habilidade de reverenciar músicos como Robert Fripp e John Coltrane com áspera irreverência. Talvez a última das guitar bands legais. Seja Progressivo, seja Punk, seja Guitar, seja Indie, seja Prog, seja Rock, seja Metal, seja Blues, seja Jazz, seja Rude! PR – 7,0

THOUGHT CHAMBER
Angular Perceptions
Inside Out – imp.
A banda foi formada pelo exímio e multi-bandas Michael Harris, com o vocalista Ted Leonard (Enchant), numa proposta notória em se fazer Prog Metal/Rock. A banda muitas vezes, soa como uma formação Heavy Metal, talvez pelo passado dos dois músicos, com vocais melódicos e suaves (as vezes soft demais) de Leonard, sublimes realmente, aliadas as guitarras de Harris, com muita técnica, mas sobretudo, musicalidade. A dupla começou a trabalhar neste projeto desde 2001, completando os trabalhos só em 2004, e saindo só no final de 2006. Faixas como Sacred Treasure e A Mind Beyond, onde combinam a bombasticidade do Prog com a sutileza de um piano. Ouça mais esta obra de bom gosto. RS – 8,5

1. Premonition
2. Sacred Treasure
3. A Legend´s Avalon
4. Balance of One
5. Mr. Qwinkle´s Therapy
6. Transmigration of Souls
7. God of Oblique
8. Silent Shore
9. Accidently on Purpose
10. A Mina Beyond

CIRCUS MAXIMUS
Isolate
Frontiers – imp.
O Circus Maximus é considerada a grande revelação do Prog Metal dos últimos tempos e possui grande influência de bandas famosas como Symphony X, Pain Of Salvation e Liquid Tension Experiment. Este Isolate é o segundo álbum de estúdio da banda, já com muito respeito e gabarito por parte da cena Prog em geral. A Darkened Mind abre no estilo do primeiro disco da banda, The 1st Chapter. A seguir, Abyss, mostra uma grande performance impecável do vocalista Mike Eriksen que demonstra habilidade fantástica. Aliás, a sobriedade e “sombriedade” de seu vocal e de sua música, colocam o ponto em comum onde todas as bandas de Prog Metal querem almejar. Nada de alegria, nem festa, nem também disputar Grandes Prêmios para ver quem faz mais notas por minuto. O clima aqui e de todas as bandas citadas acima é frio, sombrio, sóbrio, taciturno e bem Dark. Outros destaques ficam para Mouth Of Madness, Ultimate Sacrifice, Wither e Zero. As faixas são longas (Wither, a mais curta, tem mais de cinco minutos de duração) e mesmo assim, cativa e envolve o ouvinte. Se as novas bandas continuarem assim, o Prog Metal está longe de se desgastar, como ocorreu com o Heavy Melódico. Se o Melodic Metal tivesse seguido a linha Hard do Helloween em Better Than Raw ou a linha “Gótica” de The Dark Ride, o estilo teria crescido ainda mais. Azar deles, sorte do Prog, e para encerrar, o Circus Maximus prova que nem só de Black Metal e bacalhau vivem a Noruega! RS – 8,0

KOSMOS
Kosmos
The End Records – imp.
O pessoal do VoiVod se afastou do Metal e passaram a fazer uma musica mais próxima do Rock Progressivo e muito experimentalismo. Basta ver o Thrash ensêmblico dos anos 80 do começo de carreira e ver o som futurista, robótico, Industrial e “muderno” que começaram a fazer. Até a entrada de Jason Newsted (ex-Metallica e Flotsam & Jetsam) não aliviou muito a coisa. Sendo assim, o baterista Michel 'Away' Langevin foi movido para este seu novo projeto musical. Aqui, ele cai de cabeça no Rock Progressivo e do Rock Psicodélico, principalmente o setentista e o resultado final é insólito. A maior parte das músicas são puramente instrumentais, só algumas tem alguns vocais apenas, somente em Indu Kush, Much Too Old e Amerique Innavouable. O release da banda, diz que se trata de música Dark e até é, mas não chega a ser Ambient nem Darkwave, pois apesar de denso, é bem leve e nada dançante. Estranho, esquisito, exótico e pitoresco. RS – 7,0

WINDS
Prominence And Demise
The End Records – imp.
Os Winds são uma agradável proposta plena de idéias frescas. Ao quarto trabalho de originais, os noruegueses compostos por Lars E. Si, Carl August Tidemann, Jan Axel von Blomberg e Andy Winter que aparecem acompanhados por uma série de convidados de renome como Dan Swano, Agnete M. Kirkevaag, Lars A. Nedland e Oystein Moe, bem como um enseble de cordas da Oslo Philharmonic Orchestra, parecem terem, definitivamente, atingido a maturidade artística. A base da sonoridade deste coletivo situa-se numa área progressiva assentando em virtuosos solos de piano e guitarra (ouça-se a abertura do álbum com Universal Creation Array e confirmem-no) e numa base rítmica forte. Os vocais têm algo teatral são um dos aspectos que distancia este projeto de outros na mesma área. É, aliás, nos vocais que se nota mais aquela citada estranheza pelo fato de serem, realmente, efetuados de uma forma habitualmente pouco escutada dentro do gênero. O trabalho do ensemble de cordas, apesar de subtil, é magnífico demonstrando ora fragilidade ora imponência e ajudando de forma perspicaz a preencher os temas. O freqüente recurso a guitarras acústicas, a par dos pianos, cria, por sua vez, atmosferas de rara beleza. O final com The Last Line resume na perfeição a essência dos Winds abertura soberba com cordas, riff de eleição ao longo do tema, trabalho polifônico ao nível vocal, guitarra acústica a criar um momento de introspecção a meio do tema. Pena que entre a abertura e o final, alguns temas não atinjam o brilhantismo dos citados. Ainda assim, vale a pena descobrir este álbum. PR – 8,0

INSEKT
Carptree
Independente – imp.
Ser do ser humano deve muda um diapasão, planeia uma invasão, massacra um porco, conexão um navio, projeta um edifício, escreve um soneto, clientes de contrapeso, constrói uma parede, ajustou um osso, conforto em morrer, faz exame de ordens, dá ordens, coopera, age sozinho, resolve equações, analisa um problema novo, manure do passo, programa um computador, cozinha uma refeição tasty, luta eficientemente, dado gallantly. O Specialisation é para insetos. Tempo de Robert Heinlein de bastante para o amor. Carptree é Carl Westholm e Niclas Flinck. Nenhum orchestra futuro: Ulf Edelönn, Stefan Fandén, Jejo Perkovic, Cia Backman, Jonas Waldefeldt. Todo sabidos de outros atos suecos. Também aparecendo: Choir da câmara de Trollhättan. Carl pode também ser ouvido em registros com liberações precedentes de KRUX e de Candlemass. PR – 7,0

01. Taxonomic days (5:29)
02. Mashed potato mountain man (6:52)
03. The secret (6:20)
04. Pressure (7:13)
05. Sliding down a slippery slope (4:59)
06. My index finger (6:27)
07. Slow corrosion of character (5:53)
08. Evening sadness (5:57)
09. Where your thoughts move with ease (4:59)
10. Big surprise (6:54)
11. Stressless (4:07)

SYMPHONY X
Paradise Lost
Inside Out – imp.
A banda tocou há pouco no Brasil, divulgando este novo disco, sofreu muita especulação. Pois além do nome do disco, que também remete à banda inglesa que começou sua carreira fazendo Death Doom Metal e depois passou a fazer Gothic Metal, muito se falou que a banda viria mais pesada, mais obscura, mais Dark e sombria. Bem, sombria, a banda sempre foi. Discorda? Então você nunca ouviu nada da banda (ou não soube ouvir) ou ao menos, não esteve no grande show que eles fizeram aqui em 2000, no Companhia do Brasil, no centro de São Paulo. Seu Prog Metal intrincado e cheio de quebradeiras, pesado e denso, fez e ainda faz escola. Mas em Paradise Lost, realmente, eles lançaram mais mão ainda destes elementos, ainda que não chegue a ser Gothic Metal, mas Prog Dark até que não vai mal. A banda ainda continua virtuosa e técnica e eles se superaram em Paradise Lost, não só na lição de casa de execução, mas nas composições idem. O álbum não trás nenhuma faixa que seja “hit” imediato, como os seus antecessores traziam, mas o disco inteiro é incontestável. Impossível citar destaques, pois Paradise Lost está muito acima da média e é o melhor disco que a banda já fez até hoje! E olha que, tirando o primeiro disco (o debut homônimo, que até Michael Romeo se envergonha, não por ser ruim, mas por ser muito fraco mesmo), todos os discos são excelentes! Ouça, que é o melhor que você tem a fazer, do que ficar lendo isto! JCB – 9,5

ASHENT
Flaws Of Elation
Lucretia Records – imp.
Banda de Prog Metal bem calcado na veia européia. O peso é tão absurdo que as vezes beira o Thrash Metal (Prog Thrash?) e em alguns momentos há backings urrados e guturais, quebrando o gelo. Não há muita virtuose nem auto-indulgência, nem disputa para ver quem toca mais rápida, mais técnico e com mais complicações. Também passa longe de qualquer resquício do Metal Melódico, apesar de ainda trazer muitas influências de Dream Theater, no entanto, sem tantas quebradeiras e soando mais da escola européia mesmo. Os vocais lembram um pouco o de James LaBrie, e em quase nada tantas bandas oriundas da velha bota, seu país natal. Nesta busca por originalidade híbrida (esqueça as misturebas do Pain Of Salvation, que vão para outra linha), destaques para Mhysteric, Fallen Angel, Illusosy e Silent Remedy e o final sublime e Lilithiano com Eden. RS – 7,5

OUTWORLD
Outworld
Massacre – imp.
Os Outworld superaram todas as expectativas. Na NWOAHM (New Wave OF American Heavy Metal), bandas como Dark Empire, Cellador, Benedictum e agora o Outworld estão a orgulhar os norte-americanos. Rusty Cooley é um novo líder nessa cena. O disco auto-intitulado abre com Raise Hell, em uma rifferama de dar gosto. A banda nos trás momentos de Progressivo também, resultando num bom Prog Metal. Mas esqueça Dream Theater e Symphony-x. A banda soa bem mais européia do que suas conterrâneas. A banda teve no vocal o Kelly Sundown Carpenter, polêmico vocalsita, expulso da banda. Ele quase chegou a ser vocalista do Masterplan no lugar de Jorn Lande, pois o cara é muito bom! Mas seu temperamento atrapalha um pouco sua carreira. Para se lugar, um orgulho nacional: Carlos Zema (ex-Vougan), que enfrentou centenas de candidatos. No entanto, quem cantou aqui foi Kelly, que também cantou Section X dos Beyond Twilight. The Grey Tide é estonteante. Vemos ao longo do disco também um Metal neoclássico, com influência de Yngwie Malmsteen. Em I. Thanatos é a que mostra as mais fortes influências do Prog atual, que é ser denso, pesado, quase Gótico, bem Dark, sombrio, beirando o Thrash. Enfim, um dos melhores discos de 2007! RS – 8,5

Track List:
01. Raise Hell
02. Riders
03. Warcry
04. Outworld
05. City Of The Dead
06. The Never
07. Prelude To Madness
08. The Grey Tide
09. I Thanatos
outworld@charter.net

DEVIN TOWNSEND
Ziltoid The Omniscient
Inside Out – imp.
O cantor que ficará imortalizado por ter sido vocalista de Steve Vai (chamem essa fase de Vai ou de Sex & Religion) e tenta ser reconhecido em carreira solo em vez de montar ou entrar em alguma banda de fato. Isso fará ele ser cult pro resto da vida, mas sem maiores vôos. Previsto inicialmente para se chamar The Mighty Masturbator, acabou saindo totalmente diferente, Ziltoid The Omniscient. A capa e a história combinaram melhor, uma referência aos desenhas e gibis dos anos 70 e 80 de ficção científica, com um vilão carismático e gozado (e um nome esquisito também, “Ziltoid, o Onisciente” em bom português). Ziltoid The Omniscient é descrito por Townsend (cantor/compositor/produtor) como um mix entre seus principais grupos, o The Devin Townsend Band e o Strapping Young Lad (banda onde ele poderia dar mais atenção, ainda que as duas sejam parecidas e são de Prog Metal).. A gravação das guitarras, vozes, baixo, sintetizadores, assim como a mixagem e produção fiaram a cargo do próprio Townsend, ou seja, ele fez tudo sozinho (haja ego!). Ele revela que, a bateria foi usada um set do Meshuggah em seu último registro de estúdio, Catch Thirty-Three, desenvolvido pelo próprio batera do conjunto, Tomas Haake. Isso emprega mais peso e faz um atrativo a mais em Ziltoid The Omniscient.
RS – 8,0

BILL BROVOLD and LARVAL
Surviving Death / Alive Why?
Cuneiform – imp.
Larval é uma banda instrumental de pós-rock de vanguarda com uma formação em constante mudança e com alguns dos melhores músicos de Detroit. Liderada pelo compositor Bill Brovold, seu rock experimental combina o som de guitarras explosivas, baixo, e bateria com saxofones e violino, e é bastante direto e poderoso. Fundada em 1996, após Bill ter passado cinco anos se apresentando com a lenda do experimental/no wave, Rhys Chatham, esse é o quinto álbum do Larval e os dois discos mostram duas facetas do trabalho da banda. O disco 1 é seu novo trabalho de estúdio, uma mistura de estilos e abordagem da música: de passagens suaves a uma barreira dissonante de saxofones gritantes, guitarras e cordas, se movendo de passagens controladas para um quase caos completo e retornando, sempre mantendo um plano pré-estabelecido. O disco 2 é compilado através de 7 anos de gravaçães ao vivo. Essas gravações refletem o esforço dos mais de 45 músicos que já passaram pelas fileiras do Larval. Várias apresentações foram gravadas, algumas com equipamentos melhores do que outros, e de grandes shows com equipamento de baixa qualidade. PR – 8,0


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