GOLPE DE ESTADO
Direto Do Fronte
Substancial – nac.
Uma das maiores bandas do Rock Nacional está de volta. O Golpe, que já foi rotulado de Rock Pauleira, Rock Paulista, Hard Rock, Heavy Metal, Heavy Rock, Rock’n Roll, Hard’n Roll, e por aí vai. Pela amplitude de sua música e por sempre fazerem músicas em português. A figura de Catalau foi marcante e ainda é a cara da banda, uma pena que tenha tido uma vida de excessos e foi para o outro extremo, virando pastor evangélico. O Golpe perdeu muito com a sua saída em 1996 (noticiada em primeira mão pela ROCK UNDERGROUND edição #4, com exclusividade). A banda teve outros vocalistas substitutos, mas nunca deixou a peteca cair. Neste novo disco, Direto Do Fronte, Dino Linardi é quem faz os vocais. O estilo é parecido com o de Catalau, aquele jeito sacana de cantar, que combina com as letras, mas a voz é diferente, e ao vivo, ainda não sei. Outra baixa considerável aqui é a do baterista Paulo Zinner, um dos melhores bateristas da nossa história, que também tocava com a Rita Lee. Para o seu lugar, veio Robby Pontes, que não compromete. Permaneceram os “heróis da resistência”, o guitarrista Hélcio Aguirra (com influências nítidas de Tony Iommi, ainda que com aparência de Tony Martin, mas ambos, “sabbháticos”) e o baixista Nelson Brito. As composições são do mesmo estilo sacana, manjados, com trocadilhos, ideias bem sacadas, antagonismos, ironias e diversões. Musicalmente, o disco também é inspirado. E até para atualizar com a moçada de hoje, fizeram uma música para a blogueira e ex-MTV Marymoon. Enfim, confira, compre o disco, apoie a banda e vamos fazer voltar a estar onde nunca deveria ter saído! Até porque, tem relançamentos aqui que você, jovem, deve ter e você das antigas, também! JCB – 8,0

Faixas:
1. Falo que Não Faço
2. Marymoon
3. Feira do Rato
4. Um de Nós
5. Onde Há Vida
6. Rockstar
7. Fora da Ordem, Dentro da Lei
8. Notícias do Fronte
9. Gente Pirata
10. Perfurme de Jasmim
11. Numa Bolha
12. Fogo nos Olhos

GOLPE DE ESTADO
Nem Polícia, Nem Bandido
Substancial – nac.
Lançado em 1989, é o terceiro álbum do Golpe de Estado e o primeiro a ser lançado pelo Estúdio Eldorado, catapultando a banda ainda mais. Se antes e mesma estando no respeitado, mas menor selo Baratos Afins, agora ela exploraria o mundo e a Lua!. Nem Polícia, Nem Bandido é também, o melhor disco. Coloco ele entre um dos 5 melhores discos do Rock nacional. Musicalmente, liricamente, a banda estava tinindo e em sua melhore fase, em seu auge. Ela sozinha, lotava casas de shows e tinha uma legião de fãs fiéis que os seguiam. Suas músicas tocavam nas rádios rock, e até outras rádios. Programas de TV. Apesar de sempre ser Underground, e nunca abriram mão disso, fizeram sucesso. Rivalizam com bandas como Capital Inicial, Camisa de Vênus entre outras do Rock Nacional cantado em português, contabilizavam e ganhavam fãs do Heavy metal. Contavam com shows bombásticos e lotados. Que época! Que fase! Seu público, tinha de tudo! Conselho: se você não conhece o Golpe, ou ouviu falar, comece por este disco. O que dizer da vibrante abertura com Na Vida? E a sua letra? Vivenciando a vida? “...Se sua vida não presta, ah então empresta, Pra quem quer viver”... Precisa falar mais? Filho de Deus também tocou muito nas rádios e era obrigatória. O estilo do Golpe, apesar de várias referências, uma das maiores eram Deep Purple e Black Sabbath, com uma pegada de Uriah Heep, embora sem teclados, era único. Esta era mais lenta e mais cantada.
“O que é meu está bem guardado
Quando vier não será por acaso
Se vier muito, sei que mereço
Pois toda espera também tem seu preço”
Quer maior cacetada do que essa? Velha Mistura também sucesso, principalmente na noite e quem curtia um alucinógeno. Alucinógeno este, que afastou Catalau da música “secular”. Paixão tocou exaustivamente nas rádios. Linda! Impressionante como Catalau era talentoso em fazer letras grudentas e inteligentes, que passam mensagens com diversão, e como a banda toda conseguia musicar tudo isso, de forma pesada, melódica e funcional. Janis fala de Janis Joplin, lógico, um baita rockão, que fechava o lado A (sim na época do vinil). Abrindo o lado B, que de lado B não tinha nada, a faixa-título, que também tocou muito, que abria os shows da banda e soa mais atual do que nunca! Essa marca mais do que nunca as paráfrases que Catalau fazia com os contraditórios. Aliás, a banda abusava da temática do Yin-yang. Não é Hora também tocou muito, está nos shows até hoje, lenta e pesadona, bem Sabbath. Ignoro é triste, mas real e atual, falando dos problemas que nós encarnados vivemos, e também fazendo críticas sociais e econômicas. Fechando com chave de ouro, As Aparências Enganam, um puta Rockão, com uma letra mais do que sacada (e musicada):
“As aparências enganam 
Só acredito no que fala e faz 
Quem sabe a vida me ensina 
E nessa não caio mais” 
Quem nunca caiu numa roubada? E falando também do que as bandas passam na estrada. Enfim, compre a coleção toda, mas se quer começar aos poucos, ou pelo melhor, sem dúvida, Nem Polícia, Nem Bandido. JCB – 10

Faixas:
1. Na Vida
2. Filho de Deus
3. Velha Mistura
4. Paixão
5. Janis
6. Nem Polícia, Nem Bandido
7. Não é Hora
8. Ignoro
9. As Aparências Enganam
GOLPE DE ESTADO
Quarto Golpe
Substancial – nac.
Lançado em 1991, é o quarto álbum do Golpe de Estado. A banda já estava estabilizada e precisava ampliar para sobreviver. A época ainda aceitava este tipo de música e Rock sincero, principalmente no Brasil. O Bicho já pegava dentro da banda, mas isso parecia fazer a banda ter o desafio de usar as desavenças como motivação para fazer boas músicas (não era assim que Beatles, Rolling Stones e Aerosmith funcionavam?). Música rápida, curta, típica de abertura de disco de lado A, letra curta, direta, que se repete, certeira.
“Vou vivendo meus dias de glória, Que um passado ainda não enterrou 2x
Se foi minha culpa
Então me desculpa
Minha alma já nasceu pagã
Ontem foi ontem
Hoje é hoje, amanhã eu me preocupo amanhã”
Mais Catalau, mais Golpe impossível. Aqui se destacaria mais o lado instrumental do que vocal e lírico. Mal Social é bem sacada, também acessível. Na sequencia, a mais acessível de toda a carreira da banda, a mais conhecida, toda e mais comercial, Caso Sério. Muitos acusaram a banda de ter se vendido (antigamente tinha esses lances) e, embora lenta e balada, a música não era de romântica, ainda que incluísse o tema “amor”, mas o amor está ligado ao planeta e o amor contra a guerra, lembrando que o disco foi lançado no ano da primeira guerra no Iraque e o mundo vivia incertezas ainda com o fim da URSS. Ecologia? Estava engatinhando. Plantar árvore e proteger o meio ambiente era considerado coisa de hippie. Destacando ainda, Faço o Que Posso, com uma letra realista e a música é até obscura, com ênfase no instrumental, num show de inspiração na guitarra de Hélcio Aguirra. O restante do disco é bom, também recomendável. Se você já escolheu Nem Polícia, Nem Bandido, e quer um segundo para comprar, pegue Quarto Golpe. JCB – 9,0

Faixas:
1. Dias de Glória
2. Mal Social
3. Caso Sério
4. Não Faz Mal
5. Faço o Que Posso
6. Real Valor
7. Retorno
8. Sanguessugas
9. Ela Foi Feita
GOLPE DE ESTADO
Zumbi
Substancial – nac.
Lançado em 1994, é o quinto álbum do Golpe de Estado, o último a contar com a formação original. Sim, era o começo do fim. Em 1994, o grunge não tinha apenas surgido, como Kurt Cobain já tinha se suicidado. O mundo da música mudava rapidamente, ainda mais dentro do Rock. O CD já era realidade. Os discos anteriores tinham sido lançados em vinil ainda e depois em CD, aqui já era em CD. Os discos de vinil em geral até então tinham de 7 a 10 faixas, ou seja, era o supra-sumo. Com o advento do CD, as faixas tinham que ser mais de 10, e aí, a qualidade caía. Não é melhor 9 excelentes faixas do que ter 15, sendo que 6 são boas e o resto, encheção de linguiça? Foi o que o CD trouxe, e nisso, a banda se perdeu, mas além de tudo, se perdeu em si mesma. Zumbi está longe dos 4 primeiros discos do Golpe, onde um era melhor do que o outro. Claro, tem boas faixas, como Quantas Vão e Zumbi, mas se for falar em disco inteiro, deixou a desejar (ainda que estivesse acima da média do restante). Se quiser comprar um terceiro, prefira o novo para atualizar. Mas se puder, complete a formação, pois depois de Zumbi, o Golpe nunca mais foi o mesmo, nem a nossa cena. E falando graficamente, o Golpe sempre teve capas primorosas. A mais linda de todas, é a do Quarto Golpe. As dos dois primeiros discos, são magnânimas e a do Nem Polícia, Nem Bandido é mais comercial, trás a foto da banda e aquele fundo amarelo é vivo e vívido, a coisa tinha desandado aqui até na capa do disco. JCB – 7,0

Faixas:
1. Quantas Vão
2. Zumbi
3. Mal a Pior
4. No Entanto
5. My Generation
6. 35MM
7. Mais ou Menos
8. Olhos Vendados
9. Hino de Duran
10. Sociedade Brasil
11. Slow Down
12. Gostar de Você
13. Banda de Rock




KIARA ROCKS
Daqui Por Diante 2013
Todos Os Meus Passos 2012
Kiara Rocks 2010
Substancial – nac.
A banda Kiara Rocks é uma das postulantes ao sucesso com o maior potencial a alcançá-lo no momento. Aproveitando a evidência de seu vocalista e líder Cadu ter participado do reality showSolitários no SBT, fora aparições do grupo duas vezes seguidas, 2008 e 2009, no programa Astros também do SBT, chegando as finais do mesmo, a banda decola, ainda que ainda no Underground. O disco debut auto-intitulado saiu de forma independente mesmo, e claro, choveu gravadoras interessadas. Pois, além da exposição do reality show, e além da banda estar com a agenda estorricada, o som do grupo convence, ao menos a galera teen. Sua música tem um viés próprio e particular, passeando por várias tendências do Rock. A banda vai cair na graça de fãs de Emo, Screamo, Hardcore Melódico e New Metal, ainda que não faça necessariamente estes estilos. Mas seus públicos vão curtir, tanto pelo visual tal qual o apelo musical, mas na verdade, entendo a banda como Sleaze, que é o Hard Rock do novo milênio, um misto do Hard dos 80’s com algo Hardcore. As letras são em português e visam atender apenas ao nosso mercado, e potencial para isso, lhes sobra. Acrescente uma Charm de bandas como HIM e você tem a fórmula do grupo! Se você gosta de tudo, ou de alguns estilos comentados, não perca tempo, aproveite o bom momento da banda e compre o CD ou vá a algum dos shows que os caras estão fazendo. Apesar de não ser um CD demo e sim um oficial, prefiro esperar um próximo álbum, provavelmente por uma grande gravadora e ali sim, teremos o verdadeiro Kiara em ação! Músicas fáceis, falando de problemas existenciais e do dia-a-dia de nossos jovens. Cadu Pelegrini nasceu um Rock Star nato (inclusive com todos os defeitos que isso carregue) e sua banda é tida por muitos como o HIM Brasileiro, mais pela imagem do vocalista do que pelo som, embora o público seja fã de ambos, muitas vezes. Todos Os Meus Passos é de 2012, e já achou na Substancial Music seu porto-seguro para conquistar o Brasil, seguido do Daqui Por Diante de 2013 e que foi lançado às vésperas do Rock In Rio, onde a banda tocou no mesmo, no ultimo dia, na segunda noite do Metal. Essa atitude foi ousada e divulgou a banda para o mundo todo, ainda que um pouco deslocada, na mesma noite de Iron Maiden, Slayer, Krisiun e Destruction, tocando depois do Helloween (que fez um show irrepreensível), e antes do Sepultura. Você já viu a banda no Rock In Rio, seja lá ao vivo, seja pela reprise da Globo, seja pelo Multishow, seja pelo Youtube, enfim, você já sabe do que se trata. Se você gostou, complete sua discografia. O álbum traz as participações de Rafael Bittencourt e Dinho Ouro Preto. Eles ainda vão dar muito o que falar! LT – 8,0

KIARA ROCKS:
CADU PELEGRINI – vocal e guitarra
ANSELMO FÁVARO e PHIL – guitarras
JUNINHO – baixo
MARCOS GREVY – bateria

Daqui Por Diante 2013
1. Intro
2. Sinais Vitais
3. Não Vai Adiantar
4. In Coma
5. Com Ódio e Gasolina
6. Mr. Scarecrow (Herbert Vianna cover)
7. Falso Alarme
8. Alice
9. Últimos Dias
10. Nada a Perder
11. Quanto Menos Esperar
12. Save a Prayer (Duran Duran cover)

Todos Os Meus Passos 2012
1. Marcas e Cicatrizes
2. Mais Uma Noite
3. Com Ódio e Gasolina
4. Todos os Meus Passos
5. Assim Que Você Acordar
6. O Som
7. Careless Whisper (Wham Cover)
8. Não Vai Adiantar
9. Meu Melhor Caminho
10. Invisivel
Bonus Tracks:
11. Assim que Você Acordar (Acoustic)
12. Mais uma Noite (Acoustic)

Kiara Rocks 2010
1. Últimos Dias
2. Até que se prove
3. Todos os meus passos
4. Mais uma noite
5. Antes de tentar
6. Pode Apostar
7. Incertezas
8. Falso alarme
9. Outro Alguém
10. Nada a perder

CULPADOS INOCENTES
Histórias Do Cotidiano Da Juventude Urbana
Independente – nac.
A banda já tem mais de 10 anos de atividade, fundada em abril de 1999 na Zona Norte de Porto Alegre e que conta hoje com Gabriel Tomazzoni (Vocal e Guitarra), Ed (Guitarra e Backing Vocal), Rato (Baixo e Backing Vocal) e Rafa Serratti (Bateria) na sua formação. Eles já abriram para os norte-americanos do No Use For a Name. Em 2004 debutaram com Uma Razão Para Continuar e desde então expulsaram aquele maldito estigma que o Brasil tem de rotular as bandas gaúchas como engraçadinhas. Sua música beira o Hardcore Melódico e agora lança seu segundo álbum de estúdio. A banda bebeu na fonte do Hardcore Californiano, e suas letras da banda falam da realidade dos adolescentes e que servem para adultos também. Letras em português, para passar a mensagem para os jovens de nosso país mesmo, lançaram o disco de forma independente mais uma vez, uma pena falta de gravadoras, para investirem em realidades do nosso Underground. Destaques para as inteligentes e pegajosas Vinte e Oito, Quando Eu Lembrar e Procurando Alguém. E antes que alguém atire pedras, dizendo que a banda copia Fresno e NX Zero, se liguem, pois eles fazem esse tipo de música desde que surgiram, e muito antes desta moda estourar, então, sua música é sincera sim. LT – 7,5

Faixas:
1- Vinte e Oito
2- Quando Eu lembrar
3- Adrenalina
4- Certezas
5- Atitude
6- Procurando Alguém
7- Enlouquecendo
8- Barcos ao Longe
9- The Same Old Boy
10- Talvez

BLUES RIDERS
A Sagrada Seita do Rock’n Roll
Independente – nac.
A banda paulistana de Blues e Hard Rock Blues Riders chega ao seu segundo CD intitulado A Sagrada Seita do Rock’n Roll. O disco não chega a ser conceitual, mas há um tema que o norteia, no caso relacionando o Rock’n Roll como religião. As músicas são sombrias, e estão longe do lado festivo inerente ao estilo, ainda que as músicas falem disso. O instrumental é de arrepiar e de cara, destaque para a belíssima capa, talvez a melhor de 2009, e o caprichado encarte. A capa e o encarte, me lembrou as dos dois primeiros discos do Golpe de Estado, e sua música lembra algo também da turma de Hélcio Aguirra e companhia. O disco é muito bem produzido, e a banda formada por Augusto Marques (guitarra e voz), Áureo Alessandri (guitarra), Álvaro Sobral (baixo) e Marcos Kontis (bateria) tem muito swingue, feeling bluesy e Rock’n Roll nas veias. A Sagrada Seita do Rock’n Roll é muito superior ao seu antecessor Blues Riders na Cidade Rock e é um dos discos com idéias mais bem sacadas dos últimos anos em nossa cena. Não perca mais tempo e confira! LT – 9,0


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