THE CULT
Born Into This
Warner – nac.
Depois de seis anos do lançamento do seu antecessor, Beyond Good And Evil, temos mais um disco de inéditas deste que é um dos maiores e melhores grupos de Rock da história. Este disco está mais para The Cult e Ceremony do que Love, Electric ou o anterior e excelente Beyond Good And Evil. É menos Rock, menos Hard, menos Metal, menos Gótico, mais Rock’n Roll, mais acessível, mais simples e algo intimista as vezes, embora ainda Rock na acepção da palavra. Então vamos logo ao assunto, senão vamos falar da carreira e da trajetória, impossíveis de se resumir, e não falamos deste bom disco. A faixa-título abre cheia de swingue, com muito groove no baixo e guitarras mais graves, bem moderna, mas ainda The Cult. Citizen tem uma batida bem anos 80, lembrando seus riffs e andamentos em certos momentos a Love Removal Machine, lembrando a fase Electric. Diamonds e Dirty Little Rock Star segue a linha mais dançante, enquanto Holy Mountain é uma bela balada. O lado Rockão volta com tudo em I Assassin, mostrando que Billy Duff ainda é um dos maiores “riffeiros” do Rock. Já Illuminated é candidata a clássico e hit eterno da banda e a entrar definitivamente no set list dos seus shows! Fácil, acessível, guitarra inspirada de Billy Duff, a maior performance vocal de Ian Astbury no disco (como ele canta nessa faixa, aqui ele não economizou um tom sequer, uma nota, uma corda vocal!). Se tivéssemos MTV’s e rádios decentes, estaria entre as mais votadas e em todas as paradas! Tiger In The Sun confesso ser meio chatinha, já Savage, apesar de inofensiva, é um bom Rock de FM. Encerrando, outra excelente e bem sacada Sound Of Destruction, que poderia estar em qualquer disco clássico da banda, seja o Gótico Love, o Hard Electric, o Heavy Sonic Temple e o furioso Beyond The Good And Evil. Ela mistura as melhores fases da banda em uma única só música! São os medalhões reagindo e fazendo ainda música da mais alta qualidade! Ok, sou meio suspeito para falar deles, pois além de fã, foi o primeiro show de banda internacional que assisti, no longínquo ano de 91 no Ginásio do Ibirapuera em SP. Mas isso só atesta tudo o que eu disse sobre o disco e a banda! Podem confiar! JCB – 9,0

Track list:
01. Born Into This
02. Citizen
03. Diamonds
04. Dirty Little Rock Star
05. Holy Mountain
06. I Assassin
07. Illuminated
08. Tiger In The Sun
09. Savages
10. Sound Of Destruction

NEIL YOUNG
Chrome Dreams II
Warner – nac*
Embora seja um verdadeiro mito da música americana, Neil Young não vinha agradando a todos com seus últimos lançamentos. Agora, com “Chrome Dreams II”, o cantor, guitarrista e compositor pretende provar que ainda tem a mesma energia dos velhos tempos. O resgate ao melhor do passado começa já no título, uma alusão ao álbum “Chrime Dreams”, de 1977, que acabou não sendo lançado oficialmente, mas seu repertório acabou sendo encaixado em trabalhos posteriores. O repertório conta com três faixas que já haviam sido compostas há muitos anos e mais outras sete novas, o que traz um equilíbrio bastante interessante. Mesmo assim, “Chrome Dreams II” tende a ser bem mais suave do que estamos acostumados a ouvir do músico canadense. As acústicas “Beautiful Bluebird” e “Boxcar” abrem o trabalho no melhor estilo Folk e Country, com direito a guitarras ‘clean’ e fraseados de gaita. Logo em seguida temos a exagerada “Ordinary People”, que mesmo tendo boas melodias e passagens, perde-se nos seus mais de 18 minutos de duração. Como se não bastasse ainda há “No Hidden Path”, com quase 15 minutos. “Chrome Dreams” é mais despretensioso e não tem a mesma coesão e cuidado do anterior “Living With War”, de 2006. Mas como a proposta é outra, vale a pena ouvir o disco e tirar suas próprias conclusões sobre o álbum e a atual fase do veterano músico. RS - 8,0

Faixas:
1-Beautiful Bluebird                                                    
2-Boxcar
3-Ordinary People
4-Shining Light
5-The Believer
6-Spirit Road
7-Dirty Old Man
8-Ever After
9-No Hidden Path
10-The Way

SERJ TANKIAN
Elect The Dead
Warner – nac.
Depois da carreira meteórica com o engajado Sytem Of A Down, o vocalista Serj Tankian parte para a carreira solo. Seu álbum de estréia é Elect The Dead e já dá conta boatos e mexericos de que ele já é um ex-SOA. O disco foi todo produzido por Serj Tankian, que também tocou quase todos os instrumentos. Entre alguns convidados nas gravações estão John Dolmayan (o batera do SOAD) e Brian "Brain" Mantia, que já tocou com Guns N' Roses e Primus. Empty Walls abre o álbum prometendo um som mais trabalhado que o da banda do cara, prometendo algo realmente diferente (mas nem tanto) e legal. The Unthinking Majority já lembra mais o som de SOAD, mas como os caras sumiram, você nem vai querer pensar neles, ainda mais com um puta com como esse. Feed Us começa com violão e abre espaço pra um riff pesado de guitarra. Saving Us, mais violão, dessa vez um som mais melódico. Sky Is Over traz um piano na introdução, como Tankian havia prometido. Sinceramente, eu esperava por um álbum de música erudita, até. Mas o cara calou minha boca, e taí mais um som sensacional. Baby, um som meloso, tranqüilo, até que a porradaria começa de novo! Lie Lie Lie começa com uns backing vocals fracos, mas você já aprendeu a não subestimar o cara, certo? Mais uma pedrada, mantenha sua cabeça longe de objetos pontudos que não sejam sua própria coluna. Praise The Lord And Pass The Ammunition é uma das faixas mais extremas que já ouvi até hoje! Beethoven’s C*nt quer superar isso na faixa Elect the Dead, Serj Tankian solta a garganta como nunca. Enfim, se o futuro do SOAD é incerto, o present de Serj é mais do que concreto! Concreto é mais leve do que sua música!

Track list:
01. Empty Walls
02. The Unthinking Majority
03. Money
04. Feed Us
05. Saving Us
06. Sky Is Over
07. Baby
08. Honking Antelope
09. Lie Lie Lie
10. Praise the Lord and Pass the Ammunition
11. Beethoven's Cunt
12. Elect the Dead

FOO FIGHTERS
Echoes, Silence, Patience & Grace
Sony/BMG – nac.
Parece que neste sexto disco de estúdio, Dave Grohl acertou a mão de novo. Seus últimos discos não tinham sido tão bombásticos, quanto os três primeiros. Este aqui fica num meio termo, longe de ser clássico, mas longe de ser fraco, como os mais recentes. Ainda assim, Echoes, Silence, Patience & Grace não é um CD fácil. Ele não possui nenhuma faixa fácil, grudenta, hit, clássica, imortal como do começo de carreira. Mas apesar disso, Echoes, Silence, Patience & Grace vem repleto de músicas agradáveis, com menos peso e distorção de outrora. Aqui, mais uma vez, Mr. Dave consegue fazer um doce balanço entre o peso e a distorção do Rock (seja ele Alternativo, seja ele Grunge, Indie ou o que for) com o Pop e melodias acessíveis e assoviáveis. Que nem na década de 80, onde cada banda tinha o seu estilo sem ter rótulo nenhum, apenas Rock, mas cada uma com a sua particularidade, o Foo Fighters é uma das únicas a fazer isso. O estilo deles é Foo Fighters Rock. The Pretender é o primeiro single e já está tocando a pino nas rádios e emissoras de TV (e Internet). Mas Echoes, Silence, Patience & Grace está longe de ser só isso. The Ballad Of The Beaconsfield Miners é instrumental, composta por Grohl em homenagem aos mineiros de Beaconsfield, que em abril de 2006 ficaram soterrados na Austrália e pediam músicas do Foo Fighters em seus mp3 players, enquanto aguardavam o resgate. Politicamente correto (e chato) ou respeito aos fãs? Fico com a segunda opção. As demais canções se nivelam (por cima) e fica impossível destacar mais algo em um disco homogêneo, retilíneo, e que mostra que, ao contrário de tantos álbuns de hoje em dia (e dos anos 80 também) onde 3 ou 4 músicas eram legais (lado A) e o resto (lado B) eram dispensáveis, Echoes, Silence, Patience & Grace é mais um disco completo de boas canções. LT – 8,5

MOTÖRHEAD
Iron Fist
Dynamo – nac.
Motörhead, Ramones, AC/DC. Três bandas eternas, que sempre fizeram a mesma coisa, ou seja, Rock’n Roll com pouco acordes, solos simples, mas muito punch, peso e energia. A banda liderada pelo canastrão (no bom sentido) mor, Lemmy, fez história nos anos 70, colocando peso, distorção e swingue no seu Rockão naquela década e também colocando o baixo no primeiro plano, compondo todas suas músicas primeiro no seu BC Rich, para depois instrumentos de fundo entrarem como a bateria e, pasmem, a guitarra. Eles já bateram vários recordes de tocarem mais alto, além da distorção e saturação onipresentes. Nos anos 90, com 1916, se mantiveram no topo. E nos comerciais, mas maravilhosos anos 80? Eles não passaram batido e Iron Fist é tido por muitos, como seu melhor disco. O trio composto por Clarke nas guitarras, Lemmy no baixo e vocal, e Philthy “Animal” Taylor na bateria, Iron Fist mostrou ao mundo um lado mais acessível do grupo. A música de abertura, a faixa-título do disco, até hoje está em seu set list e nunca mais vai sair. Outras faixas como Loser e (Don’t Need) Religion são melódicas, fáceis de se ouvir e até acessíveis, por isso atraindo fãs de todos os estilos para o grupo, desde o Death e Black, passando pelo Thrash até o Punk e Hardcore (e até pessoas que nem são muito fãs de Rock). Como bônus, apresenta a música Remember Me, I’m Gone, lado B do single que continha ainda Iron Fist. Obrigatório. RS – 9,0






























































































MADINA LAKE
From Them, Through Us, to You
Warner – nac.
O Madina Lake é a banda Indie do momento. Não é uma banda garagem ou muito underrated, mas é uma banda que não tem grandes frutos no Brasil (ainda). Mas agora com este disco saindo pela grande Warner por aqui e a gravadora divulgando o CD (enviando a revistas, como a nossa), a coisa pode mudar. A Madina Lake é sinônimo de simplicidade barrada com gramas Indie e refrões energéticos! Uma banda que poderá realmente ter um bom futuro às costas. Enfim, coisa nova na área que não é Emo, nem New Metal, nem Metalcore e nem misturam Rock com Hip Hop. Sem destaques individuais. Pegue o track list. LT – 8,0
1. Here I Stand
2. In Another Life
3. Adalia
4. House of Cards
5. Now Or Never
6. Pandora
7. Stars
8. River People
9. One Last Kiss
10. Me Vs. the World
11. Morning Sadness
12. True Love

COBRA STARSHIP
While The City Sleeps We Rule The Streets
Warner – nac.

O primeiro CD, While The City Sleeps We Rule The Streets é puro glamour! Aquelas batidinhas super dançantes, valendo lembrar que a faixa The Ballad Of Big Poppa And Diamond Girlte faz viajar no tempo. Esta é mais uma banda desta nova safra de bandas que lutam para inovar e ser algo diferente no meio de dezenas de milhares existentes. O nome meio esquisito dá um ar de exoticidade ao grupo, um atrativo a mais. O grupo já lançou o segundo CD, Viva La Cobra!, parece não ser muito diferente, mas já está fazendo muito sucesso, puxado também pela participação de Patrick Stump, do Fall Out Boy na faixa Guilty Pleasure. Mas fique atento: o Cobra Starship não é Emo! Como eles representam uma safra que ainda está se definindo musicalmente e ninguém sabe como rotulá-los mais (o que todo artista batalha, ser livre de rotulações e todo jornalista tanto adora fazer), aconselho a ouvir a banda e começando por este disco, já disponível no Brasil. Segue o track list. LT – 7,0  

Track list:
1. Being From Jersey Means Never Having To Say You're Sorry
2. Send My Love To The Dancefloor I'll See You In Hell (Hey Mister D.J.)
3. The Church Of Hot Addiction
4. The Kids Are All F***ed Up
5. It's Warmer In The Basement
6. Keep It Simple
7. It's Amateur Night At The Appollo Creed!
8. Bring It (Snakes On A Plane)
9. The Ballad Of Big Poppa And Diamond Girl
10. Pop-Punk Is Sooooo '05
11. You Can't Be Missed If You Never Go Away

THE USED
Lies For The Liars
Warner – nac.
The Used, a mesma banda  que abriu as portas para bandas como Underoath e Funeral For a Friend, veio a ser conhecido pelo mundo há alguns anos atrás, com o sucesso de músicas como A Box Full Of Sharp Objects e Taste Of Ink. Após 2 álbuns, o The Used lança Lies For The Liars. Novos experimentos que fazem o som fugir do velho estilo da banda, em alguns momentos. Introdução de várias bases eletrônicas nesse álbum, que no meu ponto de vista, não foram bem colocadas. Mais uma tentativa, frustrada de inovação, de alguma banda. O single The Bird And The Worm, foi a única faixa que veio e chegou mais perto do meu agrado, mesmo que possua uns elementos em sua musicalidade que lembrem muito Panic! At The Disco. Escute The Ripper (repare nos efeitos eletrônicos sem necessidade empregados nessa faixa), e se pergunte: “Esta é a mesma banda que compôs A Box Full Of Sharp Objects?”. Está meio longe de parecer ser. Resumo para quem ainda não conhece, já que a banda é pouco conhecida por aqui. A banda norte-americana The Used foi formada na cidade de Orem, Utah, em 2001, por Bert McCracken (vocais), Quinn Allman (guitarra), Jeph Howard (baixo) e Dan Whitesides (bateria). Em 2002, lançaram o CD The Used, com o qual percorreram o mundo em várias turnês, conquistando fãs com um novo estilo de música, que aliava vocais dinâmicos, letras sentimentais e uma boa dose de gritos. Para esse álbum foram gravados quatro videoclipes. O primeiro, Box Full Of Sharp Objects é um mix de vários outros vídeos da banda. The Taste Of Ink, o segundo single, conta a própria história do grupo. Buried Myself Alive, lançado logo em seguida, mostra o quarteto tentando fugir de seus medos e Blue & Yellow, assim como Box Full of Sharp Objects é uma junção de diversas gravações anteriores. No ano seguinte, após o grande sucesso da estréia, a banda lança um CD/DVD com toda sua história, o Maybe Memories. O segundo disco, In Love In Death chega em 2004 e com a produção de John Feldmann mostra o amadurecimento musical dos garotos. Contendo letras que falam sobre amor e morte, esse álbum é menos pesado que o primeiro, porém mais trabalhado. Em 2005, The Used liderou a Tour Taste Of Chaos, que contou com a participação de bandas como My Chemical Romance, com quem chegaram a gravar uma música. Continuam a frente do projeto, agora com 30 Seconds To Mars e Senses Fails, entre outros. O último disco, Lies For The Liars, novamente leva a assinatura de Feldmann, que inova trabalhando com efeitos sonoros inéditos e novos instrumentos. O CD está entre os mais vendidos da Billboard e é a base do show que a banda apresenta no Brasil no final de 2007.
PR – 8,0

THE ACADEMY IS...
Santi
Warner – nac.
Este é o segundo álbum dos The Academy Is…, que foi lançado este ano. Tem o nome de Santi e conta com 11 novas músicas. Não se pode criticar a sua produção, mas a banda não mostra nada de novo. Os pólos neste disco são quase inexistentes, agarrando-se a Same Blood, Bulls In Brooklin ou We’ve A Got Mess On Our Hands, o single deste novo trabalho. Marcado notoriamente por estilos como o Emo, o Indie Rock ou o Punk Pop, a banda não se consegue destacar, ficando na sombra do mundo Emo que se vem a formar há já algum tempo, talvez pelas imposições de bandas como Fall Out Boy. Um trabalho apático, irregular no seu todo, dá-lhes questões para mudarem aquilo que têm vindo a fazer. Histórico: Originalmente chamados apenas The Academy, banda teve o seu inicio em 2002 a partir de William Becket e Michael Carden que passaram a sua adolescência a tocar em bandas rivais. Os dois acabaram por se juntar depois de as suas respectivas bandas terem terminado e por terem ambos ambições semelhantes. A partir daí as coisas decorreram depressa e pouco depois a banda estava completa com a entrada de Adam Siska, Adrian LaTrace Jr e Mike Del Principe. Foi com esta formação que gravaram o primeiro EP intitulado The Academy. Pete Wentz ouviu o EP e convenceu a sua editora a ir ver a banda. Esta concordou e assinou a banda de imediato. Em 2004 a banda foi para a Florida gravar o seu primeiro álbum Almost  Here. Antes do inicio das gravações do segundo álbum , o alinhamento sofreu algumas mudanças depois de 3 dos membros terem sido substituídos por Adam T. Siska, Andy Mrotek e Michael Guy Chislett. O segundo álbum intitulado Santi foi lançado este ano e o primeiro single We've Got A Big Mess On Our Hands tem sido tocado com alguma freqüência na MTV2. Entretanto a banda está no top 10 das bandas a ouvir da Rolling Stone. PR – 7,5

THE RIPPS

Long Live The Ripps
ST2 – nac.
Bem, a palavra ripp está em moda hoje em dia. No Underground há uma cadeia de troca de informações (uma espécie de SPC dos subterrâneos) onde todos se alertam sobreos malfadados ripp-offs, que são pessoas mal-intencionadas. Hoje, na Internet, a ripagem ou o ripeamento é comum, todo mundo pegando música de todo mundo. Lamentável. Apesar do nome ser atual, e a banda nova, eles querem resgatar o Rock dos anos 60 (mais um, como The Hellacopters, The Hives, The não sei o que, The não sei o que lá). Mas de todas estas bandas, o The Ripps se mostra uma das mais interessantes, resgatando de fato a atmosfera e a aura da época. Eles fazem um Power Pop com influência de bandas como Monkees, The Kinks e algo do Punk e pré-Punk, como Sex Pistols, The Clash, Stooges e Buzzcocks. O trio britânico formado por Pach Ripp (guitarra/vocal), Raul Ripp (baixo) e Rachel Ripp (bateria). A banda nasceu em Coventry e cultiva uma relação de amor e ódio com sua cidade natal fato expresso em suas letras. Uma boa estréia, com destaque para o single, hit que está bombando por aí, Loco. LT – 7,5

THE SMASHING PUMPKINS
Zeitgeist
Warner – imp.
Nos idos anos de 98, quando Adore sucedeu guitar-ópera de Mellon Collie And The Infinite Sadness, de 95, com um som mais calmo e experimental, muita gente torceu o nariz, achando que a banda viraria comercial puro. Só com MACHINA/The Machines Of God de 2000, foi decretado seu final, com um disco fraco, tentando soar “atual e contemporâneo” para a época, esquecendo suas raízes. Billy Corgan inventou o Zwan (Rock psicodélico) e depois lançou seu primeiro disco solo, Future Embrace de 2005, meio eletrônico para desespero dos fãs garageiros. Teria Billy enchido a cabeça de êxtase e só queria fazer coisas na linha Techno? Nesse meio tempo ainda saiu Friends And Enemies Of Modern Music e 2000, gratuitamente na internet, contendo raridades. A expectativa em torno de Zeitgeist era grande, visto que a maioria não acreditaria que a banda voltaria, e muito menos, fazendo Rock pesado. Este é um daqueles raros casos em que a pessoa torce para estar errada e comemora tendo a certeza de que sua opinião estava equivocada! A primeira faixa, Doomsday Clock mostra a que veio a banda. Outros destaques que relembram os velhos momentos são 7 Shades Of Black, Tarantula (uma música aracnídea) e United States, retomando a criatividade, energia e talento fazer músicas legais. A produção lembra seus primórdios, um pouco mais suja e menos límpida e cristalina, mostrando que os Pumpkins ainda querem ser os líderes das Guitar Bands da América! O ex-guitarrista da banda, James Iha, fez um pouco de falta, mas Jimmy Chamberlain imprimiu o peso necessário que esse disco precisava. Enfim, grande volta, mais uma para ajudar a combater o fétido Hip Hop ou Black Metal norte-americano atual lá na terra do Tio Sam! LT – 8,5

THE WHITE STRIPES
Icky Thump
Warner – nac.
Detalhe: o sexto disco do White Stripes, Icky Thump, foi lançado em três formatos: CD, vinil de 180 gramas e num mp3 player, com capacidade para 512 Mb. Coisa de quem pode, que ta com tudo e não ta prosa. Muitos criticam, achando a banda muito simples e muito mal acabada. Mas eles são a bola da vez ainda. A dupla Jack e Meg White, deram uma nova roupagem ao novo Rock no novo milênio. Eles vieram ao Brasil em 2005, teve o casamentode Jack no meio da Amazônia e a gravação de um DVD que contou com cenas de seu show no próprio Teatro Amazonas. Depois disso, boatos tomaram conta, dizendo que a banda se separaria, por conta da incursão de Jack em uma banda propriamente dita, os Raconteurs, em 2006. Fizeram turnês, lançaram um bom disco, e tiveram muita atenção da mídia lá fora (aqui, isso passou batido), muito mais do que um simples projeto paralelo. Mas, Jack e Meg estão de volta. Claro, esperar invencionices no som da banda seria burrice contumaz, apesar de que o duo adora um experimentalismo. Em Icky Thump, temos o que aquela famosa frase fala, temos “mais do mesmo”. Sem nenhuma novidade, uma despretensão pretensiosa, e um punhado a mais de boas músicas para fãs a admiradores da dupla. O Pop pesado, o Rock leve, com ar de garagem, cheiro de Underground, mas com produção de megastar, é a tônica novamente aqui. A outra banda de Jack, o Raconteurs, deu uma leve influenciada aqui, mais pesada e com mais punch, talvez como única novidade. A candidata a hit, You Don´t Know What Love Is, atesta isso. As influências de Led Zeppelin em Jack White continuam, com sua guitarra à Jimmy Page e vocais à Rob Plant (sim, ele juntou os dois em uma só pessoa, mas sem o mesmo brilho, claro). Conquest mostra uma certa latinidad em sua música, enquanto Pricky Thorn, But Sweetly Worn é quase Country. St Andrew (The Battle Is In The Air) é cantada por Meg White, quase uma vinheta. Enfim, nessa miscellanea setentista que é Icky Thump com roupagem de anos 2000, repito, vai agradar muita gente, e dar ainda mais úlcera e gastrite em quem apontou que o Rock estava morto, que a simplicidade estava ultrapassada e que a música do futuro era o Techno, chegando com cúmulo da arroz-de-festa dizer que os Beatles estavam no Brasil quando o Prodigy veio tocar aqui. Cadê você para falar isso agora, rebenta? LT – 8,5

MAROON 5
It Won´t Be Soon Before Long
Arsenal – nac.
Sim senhor, hoje em dia as bandas passam dos limites e lançam um disco a cada 5 anos! Isso já foi falado várias vezes aqui, e o pior: os medalhões cinquentões e sessentões fazerem isso, vá lá. Mas não, alguns marmanjos já fazem isso. O Maroon 5 é um deles. Será que, por causa do nome da banda, só vão lançar discos a cada 5 anos agora? Pena dos fãs. Mas não é nada disso, pois muita coisa aconteceu nesse tempo e a espera chega ao fim. Após cinco anos do lançamento do aclamado Songs About Jane, os californianos do Maroon 5 estão de volta com o surpreendente It Won´t Be Soon Before Long. São 12 faixas no melhor de seu Pop Rock com influências de ícones dos anos 80 como Prince, Michael Jackson e Talking Heads. Ou seja, é Rock sim, mas com um forte acento Pop. Que bom que é Pop dos anos 80 e não dos dias de hoje. Destaques para If I Never See Your Face Again, Won´t Go Home Without You e Back At Your Door, que são de cara, as melhores! Qualquer um que ouvir pode comprovar isso! LT – 7,5


QUEENS OF THE STONE AGE
Era Vulgaris
Arsenal – nac.
A banda que tem a responsabilidade de ser a continuação do Faith No More (pelos críticos de jornal e MTV), devida sua estranheza sonora, chega com mais um bom disco, com uma capa tosca, mas divertida e que vai marcar época. O QOTSA vem com várias referências aos anos 70, como Black Sabbath e Deep Purple, aliás, este é o disco que mais remete ao Kyuss, banda que originou o grupo atual. Aquela coisa vintage, meio Stoner, meio Metal e meio Punk as vezes até. A banda ainda é bem vista pelos jornalistas da mídia intelectual do Rock e Era Vulgaris vai fazer com que a mesma continue com o seu intento. Eles ainda não têm um grande público no Brasil, mesmo tocando no Rock In Rio III em 2001. O CD abre com Turning On The Screw, com uma batida hipnotizante. Sick Sick Sick é primeiro single e conta com a participação de Julian Casablancas, vocalista do The Strokes. O experimento (que é a palavra de ordem da banda) continua com I´m Designer. Já Into The Hollow tem uma linha de baixo hipnótica, afinação grave, swingue. E assim as faixas vão se alternando entre momentos pesados quase Metal e outros mais Pop, tudo cuidadosamente feito para agradar aos fãs, sem ser Metal demais nem de menos. O que acaba perdendo um pouco da espontaneidade do disco, meio que feito para ser isso mesmo. Outros destaques são 3´s e 7´s (que lembra Nirvana), a viajante Suture Up Your Future bem setentona, encerrando com Running Joke, melancólica, meio Gótica, quase remetendo à Nick Cave. Tirando alguns momentos premeditados para serem alternativos e agradar à essa galerinha, o resultado é satisfatório. Afinal, falando em música pesada, não há como ignorar um disco, banda e público como esse. Pois Era Vugaris é pesado sim! PR – 8,0


JULIETTE AND THE LICKS
Four On The Floor 
ST2 – nac.
Four On The Floor já é o segundo álbum desta banda liderada pela atriz e cantora Juliette Lewis. A banda agora conta com Todd Morse e Kemble Walters nas guitarras, Jason Womak no baixo e Ed Davis na bateria, além de Juliette Lewis, claro, nos vocais. São “apenas” 10 faixas neste disco, que contou com a participação especial de Dave Grohl, do Foo Fighters, na bateria. Juliette quer resgatar aquela alma perdida de uma geração de cantoras, vocalistas e front leaders dos anos 70, onde elas colocavam a fúria e agressividade para fora de qualquer jeito, da maneira mais suja possível. A faixa Smash And Grab é isso: suja, Punk, distorcida, pesada e poderosa e não menos do que furiosa. Hot Kiss e o novo single Purgatory Blues, cabem mais ao Rock Alternativo. Juliette por mais natural que possa soar, ela acaba resvalando em outros ícones como Courtney Love e PJ Harvey. A gente até questiona tanto rebuliço em cima de seu nome, mas ela tem méritos. São dez faixas apenas, curtas e diretas, com destaques para ainda Sticky Honey, Killer, Get UpInside The Cage. LT – 8,0

UB40
Live At Montreux 2002
ST2 – nac.
Este é único registro do UB40 no Festival de Montreux, neste caso aqui, gravado no ano de 2002. Ao todo, são 16 faixas com os maiores clássicos desta que é uma das mais bem sucedidas bandas da Inglaterra, só que de Reggae. Eles são os ícones do estilo em seu país e mais na Europa do que nos Estados Unidos. No Reino Unido apenas 3 grupos (Beatles, Queen e The Shadows) possuem mais singles do que eles, a ainda atingiram 14 vezes com seus discos o Top 10 local. Ainda não tanto conhecidos por aqui (apesar de terem tocado no Brasil na primeira edição do Hollywood Rock, em 88, e terem feito sucesso aqui junto com o Afrika Bambaataa, na época), a ST2 faz mais uma tentativa. Destaques para faixas como Don´t Break My Heart, (I Can´t Help) Falling In Love With You e Many Rivers To Cross. LT – 7,0

LINKIN PARK
Minutes To Midnight
Warner – nac.
Para o bem ou para o mal, o Linkin Park alcançou o primeiro escalão do Rock. Já há alguns anos, eles estão no mesmo nível e patamar de importância, vendas, público e execução de Bon Jovi, U2 e etc. Hoje, eles estão pau-a-pau com medalhões deste naipe. Com embalagem em digipack, eles vêm agora com Minutes To Midnight, com letras politicamente corretas e engajadas. O primeiro single, What I´ve Done já é sucesso em todo o mundo. Não sou daqueles Metalheads que odeiam a banda, por isso tenho que admitir que, dentro deste estilo que a molecada de hoje curte, eles são os melhores. E entre gostar de Forró, Funk pancadão e a horrenda nova Black Music/Miami Beat, curtam o Linkin Park! Porque ao menos, além de ser Rock e ter guitarras, é pesado. Depois da introdução instrumental Wake vem a paulada Given Up, com influência Thrash (sim senhor). A balada Leave Out All The Rest deixa a desejar, Valentine's Day é quase Emo (será que o LP vai virar Emo tipo Fall Out Boy e My Chemical Romance?). Ainda sobre peso e gritaria em No More Sorrow e Hands Held High. E ainda continuo com a mesma opinião: das bandas da safra New Metal, o LP é a que mais se sobressai. LT – 7,0

TRAVIS
The Boy With No Name
Sony/BMG – nac.
Sim, isso mesmo, The Boy With No Name é o quinto álbum de estúdio dos escoceses do Travis, formado pó Fran Healy (vocais), Andy Dunlop (guitarra), Dougie Payne (baixo) e Neil Primrose (bateria). A banda é rotulada como Britpop, por ter músicas leves, não pesadas, introspectivas, tristes, melancólicas, melodiosas, púbicas, foggycas, lentas, sublimes e sempre com algo lá atrás de Beatles, de preferência, da fase Sargent Peppers, o maior orgulho inglês de todos. Mas não mudo de opinião: o Travis soa como uma versão renovada do velho James. Seu antecessor 12 Memories da ta de 2003, parecendo que a banda entra no time daquelas que só lança disco a cada 4 anos agora. Claro, o forte aqui, são as baladas e temas acústicos e mais calmos, coisa que os seus fãs deliram ao ouvir, mas os demais detestam. A veia Pop rola solta. Sem enrolações, destaques para Eyes Wide Open, Under The Moonlight, Closer e Out In Space.
LT – 7,5

INCUBUS
Light Grenades
Sony/BMG – nac.
Parece que não, mas Light Grenades já é o sétimo disco destes californianos. O tempo passa rápido e a banda passou pela prova do tempo, visto que, muitas alternativas de sua geração naufragaram. Após o grande sucesso de A Crow Left of the Murder, de 2004, a banda dificilmente o repetirá em Light Grenades. Mas mesmo assim, Brandon Boyd, Mike Einziger, Ben Kenney, Jose Pasillas e DJ Kilmore fazem um bom disco que vai agradar aos seus fãs. Faixas como A Kiss To Send Us Off, Diamonds And Coal e Pendulous Threads, são alguns dos destaques. Arranjos excelentes, riffs marcantes, vocais e backing vocals em sintonia perfeita. Realmente, levemente diferente do seu antecessor, mas ainda assim, tem café no bule. LT – 7,5

AVRIL LAVIGNE
The Best Dawn Thing
Sony/BMG – nac.
Sim meus amigos, é o disco dela mesma. Antes de jogarem pedra (na gente) saibam que quase todos os sites falaram desse disco dela, e como nos foi enviado, tentaremos ser o mais imparcial possível. Radicalismo? Problema das gravadoras e bandas que não enviam material para nós! Problemas deles, não nosso! Voltando, este deve ser o CD mais Rock e mais pesado da cantora. Poucas baladas e temas Pop Rock algumas vezes pesado, beirando o Puppy Punk e o New Metal. O que se tratando de Avril Lavigne é muita coisa! Mas podem ficar tranqüilos que nunca colocaremos na capa da ROCK UNDERGROUND. No entanto, detalhes técnicos valem serem citados. O CD teve 8 produtores envolvidos no processo; vários convidados especiais como Trevis Baker do Blink 182 (ela precisava de tanto?). Girlfriend é o hit do momento, grudenta ao seu melhor estilo.  I Can Do Better (lembra o próprio Blink 182). Runaway é mais Pop, When You´re Gone, balada típica que cantoras canadenses gostam tanto de fazer, e a Punkizinha Keep Holding On. Ainda se ouvem bons momentos de Poppy Punk como Hot, I Don´t Have To Try e One Of These Girls. Nenhuma novidade, mas a cantora continua fazendo sucesso passando da síndrome do segundo disco, terceiro disco, etc. Ela ainda continuará a ser a eterna mina adolescente. LT – 7,0

THE LONG BLONDES
Someone To Drive You Home
Trama – nac.
A Inglaterra não sossega e não pára. Ok, os maiores expoentes de quase todos os estilos do Rock vieram de lá. Nos anos 60, Beatles e Rolling Stones entre tantas bandas deste estilo na época. No progressivo, Pink Floyd, Yes e Genesis. No Rock pesado (depois chamado de Hard Rock, depois de Pauleira, depois de Heavy Rock e depois de Heavy Metal) com a trinca Led, Sabbath e Purple, Punk com Sex Pistols e The Clash, a NWOBHM com Iron Maiden, Saxon, Def Leppard, o Dark com Bauhaus, Sisters Of Mercy e The Cure, Guitar Band (cena de Manchester) com Stone Roses, Happy Mondays, The Charlatans, o Britpop com Oasis e Blur. Isso, só para ficar no resumo do resumo mais simplista e clichê possível. E nasce uma nova geração de badas, como o The Long Blondes. Someone to Drive You Home é o álbum do quinteto, que conta com a vocalista Kate Jackson, o guitarrista Dorian Cox, a tecladista Emma Chaplin, a baixista Reenie Hollis e o baterista Screech Louder. Os grandes destaques são Once And Never Again, Heaven Help The New Girl e A Knife For The Girls. Ao contrário do que o Oasis tentou fazer (e tentarem que eles fossem), que era “salvar” o Rock, o The Long Blondes soa desencanado e despretensioso. Talvez por isso Someone To Drive You Home seja tão legal! LT – 8,5

BRAKES
The Beatific Visions
Trama – nac.
A parceria entre Trama e o selo britânico Rough Trade rende cada vez mais frutos para nosso bem aqui no Brasil. Depois do The Long Blondes, agora é a vez do Brakes. O disco anterior, Give Blood, foi uma boa estréia pela porta da frente, e agora com The Beatific Visions, a banda inglesa vai se estabilizar de vez. As melodias são bem sacadas, despretensiosas por querer, arranjos sintomáticos e bases criativas. Existem momentos mais pesados sim, mas é na sutileza que a banda promove impacto. Hold Me In The River abre o disco já como destaque e mostrando o que você vai ouvir: Eamon Hamilton e Tom White fazem barulho e promovem sujeira com as suas guitarras, com muito punch. Exceto faixas como If I Should Die Tonight, meio country (o CD foi gravado em Nashville). De resto, um bom Punk Rock Pop que passeia pelo melhor dos 70, 80, 90 e 00. Eles não inovam tanto, sabendo que não adianta reinventar a roda, e oniscientes disso, fazem um bom disco de Rock. E que disco, bota bom nisso! Destaques ainda para Porcupine Or Pineapple e On Your Side. Ouça, curta, confira e se delicie. LT – 8,5

SONIC YOUTH
The Destroyed Room
Universal – nac.
Coletânea do Sonic Youth, ao melhor estilo Sonic Youth. Afinal você conhece alguma banda mais lado B do que o Sonic Youth? Pois é, a sua coletânea é no estilo lado B, fazendo jus à sua carreira e estilo e ainda mais, importância. Thurston Moore e Lee Ranaldo nas guitarras e vocais, Kim Gordon no baixo e vocais e Steve Shelley na bateria. Este quarteto foi responsável por ditar quais seriam as diretrizes do Rock Alternativo (e Rock em geral) dali em diante. São 11 faixas que reúnem raridades e lados B, como Razor Blade, Beautiful Plateau e The Diamond Sea. Com certeza, este disco é indicado para os fãs mais Hardcore da banda, garageira e barulheira pura, nos moldes mais Noise do que College Rock ou Garage Rock ou ainda Indie Rock. Track list:
1. Fire Engine Dream
2. Fauxhemians
3. Razor Blade
4. Blink
5. Campfire
6. Loop Cat
7. Kim´s Chords
8. Beautiful Plateau
9. Three-Part Sectional Love Seat
10. Queen Anne Chair
11. The Diamond Sea
Repito, altamente indicado para fãs Hardcore. LT – 8,5


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