OVERKILL
Ironbound Nuclear Blast – nac. Enfim, o Overkill chega na maior gravadora de Metal do mundo, merecidamente. Enquanto vários ícones do estilo se perderam ao longo dos anos (Metallica, Slayer,Megadeth, Anthrax), que foram só se redimir de alguns anos para cá, o vocalista Bobby ‘Blitz’ Ellsworth e o seu assecla, o baixista ‘D.D.’ Verni, nunca se venderam, nunca se renderam a modismos e continuaram fazendo seu Thrash Metal peculiar, sem dar bola para o mercado e tendências. É o que temos em Ironbound, em seu disco melhor produzido até agora. Esqueça qualquer coisa Core, com groove, modernosa, como muitas bandas novas vêm fazendo. Aqui o negócio é Old School, meu chapa! Quem foi ao show deles sabe o que estou dizendo. Comemorando 30 anos de carreira, neste que é o 15º trabalho na discografia da banda, o disco abre com The Green And Black, que tem uma intro, dentro da própria faixa, de forma quase épica (dentro do estilo Overkill), uma faixa poderosa e algo bombástica. E a velocíssima faixa-título? Pogante, bangueante, melódica (dentro do estilo da banda), e provavelmente uma das faixas mais rápidas de toda a sua carreira. E o vocal característico de Bobby Blitz, o que dizer? Se fosse outro cara cantando, não teria o mesmo apelo! E o solo bem melódico na sua metade? E as guitarras dobradas? O que é isso! A dupla de guitarristas Derek Tailer e Dave Linsk, stão mais afiados e entrosados do que nunca! Bring Me The Night é alucinante e mostra claras influências de Heavy Metal Tradicional. Neste álbum, a banda soa mais rápida, mais pesada, mais melódica e mais entrosada do que nunca! Bring Me The Night é um autêntico Speedy Metal! The Goal Is Your Soul começa lenta, densa e sombria e depois descamba para um quase Crossover. Impressionante como suas faixas são grudentas, repito, dentro do estilo. Give A Little possui no refrão aqueles backings que remetem ao excelente Necroshine, de 1999, disco este que considero o melhor da banda, criticado na época pela mídia e parte dos fãs e aclamado hoje como clássico do grupo. Eu tinha razão! Endless War é rápida, enquanto The Head And Heart é mais densa, sombria e mais cadenciada, poderia estar no Necroshine também. In Vain deve ter influências de Metallica e Megadeth antigo, o solo inclusive, você imagina Marty Friedman tocando. Resumo da ópera: para mim, até agora, o melhor disco de 2010! JCB – 10 Faixas: |
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MEGADETH
Endgame Warner – nac. O melhor disco do Megadeth desde Cryptic Writings, sem dúvida. De lá pra cá, depois dos pavorosos Risk e United Abominations (que teve uma promoção péssima com a gravadora meia boca que o lançou no Brasil) e dos bons The World Needs a Hero e The System Has Failed, a banda (quer dizer, Dave Mustaine) ressurge das cinzas criativamente com Endgame. O novo álbum é um misto daquela veia ainda clássica de Youthanasia com o mais moderno e acessível, na época, Cryptic Writings. Vamos as faixas! Dialectic Chaos é um instrumental inspiradíssimo, daqueles típicos dos anos 80 das bandas verdadeiras. This Day We Fight! poderia tocar facilmente nas rádios, se as rádios fossem que nem na época dos anos 90 ao menos. Poderia entrar num Cryptic Writings ou Youthanasia, tranqüilamente. Um semi-Thrash. 44 Minutes é a mais melodiosa, também poderia estar nestes dois discos, os mais comerciais de sua carreira. Já 1,320 é uma paulada, rápida, melódica, com guitarras as vezes dobradas e com solos impressionantes. Esse é o Megadeth! O final é longo e épico, nos solos, com eram os bons discos da banda de outrora, daqueles de você ouvir e querer repetir de novo. Bite The Hand mostra o caminho do Megadeth “novo”: ainda com a pegada Mustaine, ainda algo Thrash, mas próximo do Heavy Metal Tradicional, com guitarras dobradas, mais melódico, mas igualmente sensacional. Bodies é quase que continuação de Bite The Hand, na mesma linha, só que menos rápida, mais cadenciada e mais pesada. Aliás, não sei quais são as melhores, se as faixas mais rápidas ou as mais cadenciadas, ambas ficaram matadoras. Aqui, Bodies é cadenciada pesadona, até chegar nos solos, uma verdadeira corrida entre os guitarristas, um verdadeiro GP São Paulo 300 da Fórmula Indy. E encerra o disco, como fazia o Megadeth nos anos 90, encerrando com solos. A faixa-título tem um começo épico, tétrico, grandioso, quase Doom ou Goth, e depois descamba no bom e velho Speedy Metal de fazer orgulho ao Rust In Peace. Até a guitarra solo surge com o mesmo timbre do Rust In Peace, lindo! The Hardest Part Of Letting Go... é uma balada (dentro dos parâmetros do Megadeth, claro). Algo sinfônico, pomposo, lenta, melancólica, linda. Head Crusher apesar de ser a mais clichê do disco, ainda é um bom momento e não deixa a poeira baixar, mas sem nada a se destacar. Já How The Story Ends tem um dos mellhores riffs que Dave Mustaine já fez na carreira, dando aquela sensação de deja vu, de ser um clássico antigo, mas não, é um clássico que acabou de nascer! Encerrando, talvez a mais fraca (ou menos boa)The Right To Go Insane que até poderia ficar de fora do disco, mas que também não compromete. Endgame trás o melhor do Megadeth, para nossa alegria! Só falta virem ao Brasil de novo! JCB – 9,5 Faixas: |
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SUICIDAL ANGELS
Sanctify The Darkness Nuclear Blast – nac. Banda grega formada em 2001 que toca Thrash Metal na linha Slayer, com algo ainda de Kreator e Destruction. A banda mescla a velha escola alemã com a norte-americana com maestria e apesar da pouca tradição de seu país no estilo. A Grécia é mais forte no Black Metal e no Power Metal, mas mesmo assim o grupo desponta como uma revelação. A banda participou do Rock The Nation Award 2009, ganhando mais de 1.200 bandas e com isso, o contrato com a Nuclear Blast. Depois de três demos, dois EPs e um CD cheio antes do novo álbum, tudo isso em não mais de oito anos, e no currículo apresentações abrindo e dividindo palco para Tankard, Rotting Christ (claro, são os veteranos conterrâneos), Onslaught, Nile, Anvil, Kreator, Massacre e Celtic Frost, a banda agora começa a tocar como headliner. Com produção de RD Liapakis (Mystic Prophecy, Valley's Eve - também um renomado produtor de bandas como Firewind, Inner Wish, Winter's Bane), a banda tem uma produção moderna, atual, revigorada, mas sem deixar de lado a veia Old School. Falando em Firewind, seu agora ex-guitarrista e multi-bandas Gus G é o atual guitarrista de Ozzy Osboune! Apesar da enorme crise econômica que o berço da civilização atravessa, ao menos vive alguns bons momentos a se comemorar. Gus G na banda de Ozzy, a participação da Grécia na Copa do Mundo desse ano, o Panathinaikos avançando na Liga da Uefa e agora, este grande Sucidal Angels.Num total de onze canções com um total de 38 minutos, a banda mostra como o Kreator deveria soar hoje, com guitarras à Onslaught, passagens à Sepultura, e claro, lembra muito o Slayer, sua principal fonte. Claro, a banda ainda raspa no Death, em alguns momentos mais tradicionais de Bolt Thrower e por aí vai. Não perca mais tempo, adquira já o seu! RC – 9,0 Faixas: |
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SLAYER
World Painted Blood Sony – nac. Puta que pariu! Você leitor da ROCK UNDERGROUND já sabe desde os tempos de revista impressa, que o selo Puta-que-o-pariu é garantia de qualidade, a palavra mais perfeita pra se descrever um disco foda e World Painted Blood é! Estou indeciso se escrevo um livro ou se faço uma resenha curta e grossa para World Painted Blood. Este é o melhor disco da banda desde Reign In Blood de 1986! Sim, World Painted Blood é melhor que o lento South Of Haven, Seasons In The Abyss e todos os outros que vieram depois. Sim eles sabem fazer Thrash Metal e ainda sabem dar uma aula de pura violência. Bom, ao vivo, eles sempre foram grandes professores. Mas em estúdio, eles se superaram! Se o bom Christ Illusion era o melhor desde Seasons In The Abyss, agora, o mundo pintado de sangue ressurge do regar sangue. O disco abre coma faixa-título, uma das melhores faixas do Slayer! Inteira foda, mas o mais foda, são os riffs proferidos enquanto Araya canta as estrofes. Unit 731 vem na mesma linha, antecedendo a mais caótica de todas, Snuff, com um refrão gritado por Araya, como se o mundo tivesse acabando e alguém fosse o porta-voz anunciando aos gritos a “anunciação”. Beauty Through Order é cadenciada, mais lenta, mas também destruidora, com viradas de bateria em ritmo marcial. Parece que estamos indo pra guerra. O andamento é lento, até chegar na pancadaria do solo, haja fôlego. Kerry King e Jeff Hanneman continuam a maior dupla de guitarristas do Metal! Eles são inesgotáveis em termos de criatividade, e para mim superaram Murray/Smith do Iron Maiden e Downing/Typton do Judas Priest, pois estes fizeram muita pouca coisa legal de Seventh Son Of Seventh Son e Painkiller, respectivamente, para cá. Dave Lombardo está mais rápido, mais técnico e descendo ainda mais o braço. Parece impossível, mas não é. Já Araya, além de se esgoelar e estar cantando cada vez mais, seu baixo acompanha toda essa loucura sonora com precisão. Hate Worldwide é uma das faixas mais rápidas que já ouvi na minha vida. Public Display Of Dismemberment tem um puta groove e muito de Hardcore que a banda sempre teve (estou falando de Hardcore e não estas babas de hoje em dia). Human Strain tem um começo lento e mórbido que dá até medo, pois quando eles começam assim, é porque vai vir chumbo do grosso. Mas a faixa é mais cadenciada mesmo, com melodias psicóticas e batidas hipnóticas. Já Americon é algo moderna, e queria saber de onde tiraram essa distorção de guitarra? O que é isso? É legal quando você ouve um disco e você percebe que os caras quiseram fazer o melhor disco da carreira. E para mim fizeram seu terceiro melhor disco e o que eu mais gosto desde já! Na minha opinião (repito, na minha opinião), este disco pulverizou tudo o que fizeram até hoje. Claro, que os primeiros trabalhos são clássicos e sempre serão. Mas World Painted Blood pulverisou eles todos! E Araya berrando em Psychopathy Red? Cara, se ele fizer isso ao vivo, vou desacreditar. Ele consegue berrar e urrar agudo, um timbre só dele. Aí vem essas bandinhas de New Metal, Metalcore Screamo, e muitas de Death Black, com aqueles gritos ou guturais terrives que estragam a música. Araya humilha aqui! Em tempo: de longe, sou fã número um do Slayer, meu Thrash predileto é o da bay Área (Testament, Exodus) além de Anthrax, Nuclear Assault, Municial Waste, D.R.I. e tal. Sempre respeitei o Slayer, mas nucna fui fã. Então, antes que alguém pense que estou babando ovo, tirem o cavalo da chuva. Playing With Dolls tem umas partes masi narradas com guitarra monocórdica quase, para dar um clima. Acho que, como o Slayer já experimentou bastante em Diabolus In Musica e God Hates Us All, agora eles já tem feedback para ousar, sem se descaracterizar. Encerrando, Not Of This God, uma faixa que trás um pouco de tudo o que foi falado já. Será o disco do ano de 2009? Estou propenso a votar nele sim! JCB – 10 Faixas: |
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DESTRUCTION
The Curse Of The Antichrist - Live In Agony AFM/Laser Company – nac. O Destruction faz parte da “santa” trindade do Thrash Metal alemão ao lado de Kreator e Sodom. Sua importância é inegável. Eles ficaram um pouco atrás das outras duas bandas, pois ficaram parados vários anos, voltando só no fim dos anos 90, para nossa alegria. A banda sempre foi um Power Trio e da formação original, continuam o vocalista e baixista Marcel Schmier e o guitarrista Mike Sifringer. Na bateria está desde 2001, Marc Reig. The Curse Of The Antichrist - Live In Agony é duplo e me remeteu à uma época saudosa, de 2003, quando metade das bandas lançaram discos duplos ao vivo. Um dia faço a relação de todas. The Curse Of The Antichrist - Live In Agony comemora os 25 anos de banda e com resultado melhor que o Alive Devastation de 2002. As músicas não foram tiradas de um show só, mas a maioria foram extraídas do show de 2007 no Wacken Open Air e outras gravadas em Tóquio, Japão. Na parte do Wacken, vários membros anteriores participaram da festa, trazendo uma sensação de nostalgia, amizade e tornando este evento em algo histórico. De pitoresco, o cover de The Damned do Plasmatics. Enfim, grande parte dos clássicos estão aqui e executados de forma magistral, então é perca de tempo falar algo mais. Compre! RC – 9,5 CD 1 1. The Butcher Strikes Back 2. Curse The Gods 3. Nailed To The Cross 4. Mad Butcher 5. The Alliance Of Hellhoundz 6. D.E.V.O.L.U.T.I.O.N 7. Eternal Ban 8. Urge The Greed Of Gain 9. Thrash Till Death 10. Metal Discharge CD 2 |
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NIGHTRAGE
Wearing A Martyr’s Crown Paranoid – nac. Marios Iliopoulos, que é o único integrante original, reformulou seu grupo com Antony Hamalainen (voz), Olof Morck (guitarra), Anders Hammer (baixo) e Jo Nunez (bateria) para integrarem essa nova formação do Nightrage. Os gregos também sabem fazer barulho, não só coisas melódicas. Quer dizer, a banda é grega, mas o resto vem da Suécia, Bélgica e Finlândia. Essa ONU do Thrash Death Metal poderia ter descaracterizado seu som, mas não. Se formou em algo maior e supra. Aliás, em seu novo disco, a banda pendeu mais para o lado do Death Melódico sueco, algo até de Gotemburgo. Nomes como Soilwork, At the Gates, ARch Enemy e In Flames (antes de virar new Metal ou Metalcore) nos vêem à cabeça. A produção ficou a cargo do mago Fredrik Nordström (dezenas de discos extremos produzidos). A capa feita pelo brasileiro revelação em artes extremas Gustavo Sazes, é bem feita, moderna e brutal. Destaque para a participação do grego (esse sim é grego) Gus G., ex-integrante e que agora é nada menos que o guitarrista da banda de Ozzy, na faixa instrumental que encerra o disco, Sting of Remorse. Enfim originalidade não há muita, mas se você curte estas bandas suecas citadas acima, pode comprar sem medo! RS – 7,5 Faixas: |
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WARBRINGER
Waking Into Nightmare Paranoid – nac. Mais uma banda do chamado Retro Thrash ou como foi chamada na Europa no começo da década, Retroblackdeathrash. A maior influência da banda sem dúvida é o nosso Sepultura. Principalmente dos melhores discos deles, Beneath The Remains e Arise. Apesar da banda ser californiana, não tem nada de ensolarado no seu som, como as bandas de Hard Rock e Hardcore Melódico de lá. O som é frio, sujo e urbano. Lembra algo do banguin’ da Bay Area e a rispidez do Thrash alemão, principalmente Destruction e Kreator. Já li gente dizer que a banda é alemã, se enganado, pois musicalmente está muito perto. Seu debut é de 2008, War Without End, sucedido agora por Waking Into Nightmare deste ano. Quem produziu foi Gary Holt, o mentor do Exodus. E que bom que apenas produziu, pois a banda não lembra muito o Exodus. As guitarras são os destaques e a produção, apesar de boa, ficou a desejar em alguns momentos. As músicas não se parecem muito entre si, mas não há tanta variação. Destaques para Living In A Whirlwind, Abandoned By Time e Shadow From The Tomb. Acho que no terceiro disco eles acertam a mão e virarão os novos reis do estilo, como estão sendo SSS, Municipal Waste e Evile. RS – 7,0 Faixas: |
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CHIMAIRA
The Infection Paranoid – nac. Uma banda polêmica e que divide opiniões. Muitos a rotulam como Thrash Metal puro e simples e é. Outros, como Modern Thrash e também o é. Alguns como Metalcore, também inevitável e outros ainda, New Metal. Seu último disco, Resurrection de 2007, era Thrash Metal mesmo, ainda que bem moderno. Aqui o som é mais pesado, sombrio e moderno, se assim podemos dizer. Quem produziu The Infection foi novamente Bem Schigel, deixando o som mais moderno com mais groove, menos técnico, e mais grave e os teclados de Chris Spicuzza são um fator importante para isso. O Chimaira soa mais caótico possível em The Infection. Muitos pensaram que a banda ficaria mais comercial, ledo engano, ela está mais pesada, agressiva e intrincada. Mark Hunter tem um dos melhores vocais para o estilo. The Venom Inside é algo de Thrash alemão, Kreator, Sodom, já, Frozen In Time é grudenta, com um refrão tipo chiclete, gruda mesmo! The Heart Of It All é instrumental, mas é outro destaque, bom dar um tempo no vocal, pra ouvir só os instrumentos. Impending Doom tem vocais sussurrados que podemos pensar em New Metal perigosamente. E assim vai o disco, eclético, diversificado e criativo. Da nova safra destas bandas de Metal (só Metal, pois não dá pra rotular direito, para desespero de nós jornalistas), o Chimaira é uma das melhores! Parabéns à Paranoid, pela ousadia e a iniciativa, deixando preconceitos de lado. É Metal, é Paranoid! Quero royalties se usar o slogan... RS – 8,5 Faixas: |
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BULLDOZER
Unexpected Fate Paranoid – nac. Banda italiana, clássica, histórica que lança um disco novo depois de mais de 20 anos de pausa! E os caras não se esqueceram como se toca um Heavy bem pesado. A banda tem aquele ar macarrônico, mas que bebeu muito da água das bandas inglesas. Nuances de Black Sabbath, Judas Priest e Saxon são ouvidos aqui facilmente, e já eram nos anos 80, quando a banda lançou um disco por ano: The Day Of Wrath (Roadrunner/1985), The Final Separation (Roadrunner/1986), IX (Discomagic/1987) e Neurodeliri (Metalmaster/1988). Perceba que até com a Roadrunner eles conseguiram contrato e ainda nos anos 80, já decairam, lançando por gravadoras menores. Ainda assim, produziram um disco por ano. Banda parou quando Dario Carria (baixista) se suicidou. De lá apra cá sairam Eps, discos ao vivo, boxes e tal. Mas disco de estúdio, só Unexpected Fate. O som atual remete ao de outrora com algo de Speed Thrash Metal, ou as vezes puro Heavy Metal. Faixas como a título e Aces Of Blasphemy já falam por is só, misturando estes dois elementos oitentistas. E o disco contou com várias particiações para celebrar a volta do grupo, que hoje é formado por Alberto Contini (vocal e baixo - não é a bebida concorrente do Martini não), Andy Panigada (guitarra) e Manu (baeria). As participações são variadas e ecléticas, como nosso Kiko Loureiro (Angra), Olaf Thorsen (Labyrinth e Vision Divine), Andres Rain (Labyrinth) e Billy Sheehan (Mr. Big, David Lee Roth) e Jennifer Batten (pasmem, Michael Jackson). Enquanto muitas gravadoras dizem que só lançam o que é “real” e lançam só um disco por ano e não divulgam, outras como a Paranoid, tenta atualizar o Brasil no que está acontecendo lá fora. Já se foram os tempos em que 90% do que saía lá fora, saía aqui também. Graças aos malditos downloads. RS – 8,0 Faixas: |
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THE HAUNTED Versus Paranoid – nac. Olha, já gostei muito do The Haunted. Em seu início, eles ajudaram a resgatar o Thrash Metal “com bolas” no final dos anos 90 e Versus já é o sexto álbum deles. Seu começo de carreira foi avassalador, um murro no estômago, mas hoje, eles começam a ficarem derivativos. Eles continuam “crossoveando” Thrash (ainda estilo principal) com Death Metal e Hardcore, agradando o público Crossover, com aquela sonoridade sueca bem barulhenta (o oposto de Gotemburgo), que agrada em cheio o público norte-americano, tanto que no Ozzfest de 2005, os suecos invadiram os EUA com Arch Enemy, In Flames, Soilwork e o próprio The Haunted. Desde então, o grupo que foi formado das cinzas do At The Gates, deixou aquele lado mais melódico e europeu e apostou num som mais americanizado. Apesar de não causar mais o mesmo impacto, faixas comoMoronic Colossus, Pieces, Little Cage, Trenches e Ceremony não decepcionarão os fãs do estilo. A segunda parte do disco (seria o lado 2 ou lado B de um vinil) o ritmo cai e o som fica mais lento e com menos inspiração. Segundo a banda, a disco foi gravado ao vivo no estúdio, e apenas solos de guitarra e vocais foram adicionados depois. De qualquer maneira, a primeira metade do CD vale o investimento, pois apresenta a banda mais perto da sua sonoridade tradicional, e os que gostam de mais modernidade, vão se deleitar com a segunda metade. Tem pra todo mundo! JCB – 8,0 Faixas: 1. Moronic Colossus 2. Pieces 3. Little Cage 4. Trenches 5. Ceremony 6. Skuld 7. Crusher 8. Rivers Run 9. Iron Mask 10. Faultline 11. Imperial Death March |
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ONE MAN ARMY And The Undead Quartet Grim Tales Paranoid – nac. Com o atual revival do Thrash Metal, bandas como os One Man Army ficam um pouco ofuscados com os inúmeros projetos que todos os dias aparecem, sejam de bandas novas, sejam de bandas antigas que estão retornando, seja, de bandas antigas, que criaram vergonha na cara e voltaram a fazer música de verdade (alguém aí pensou no Metallica?), seja de bandas midback, nem tão antigas, nem tão novas, mas que ganham atenção agora. Esse revival polui e cena e muita coisa chamada de Thrashcore, Deathcore e New Metal é associada ao Thrash e bandas reais como os One Man Army, e outras tantas boas e reais, passam batidas da maioria. Ok, Grim Tales não é nada original, apenas trás músicas de tempos tradicionalistas e Old Schoolers, as é Thrash Metal, é de verdade e dos bons! A banda foi formada pelo vocalista Johan Lindstrand (ex-The Crown) em 2004 na Suécia. Após a demo When Hatred Comes To Life, a banda assina com a Nuclear Blast que lançou seus três disco até agora, ambos no Brasil licenciados pela Paranoid. A banda, ainda desconhecida por aqui, terá um grande berço de fãs alucinados por este estilo, um Death Thrash Mortal com grande influência de Slayer dos anos 80. Além de Johan Lindstrand, nos vocais, completam a banda: no baixo, Valle Adzic (dos Impious, onde é guitarrista), inclusive foi no estúdio dele que a demo foi gravada. Na bateria Marek Dobrowolsk dos Reclusion, e nas guitarras encontramos Mikael Lagerblad e Pekka Kiviaho (ex-Persuader e Auberon). Grim Tales não difere tanto de seus antecessores 21st Century Killing Machine (de 2006) e Error In Evolution (de 2007). Como pode ver, a produção da banda é incessante, um disco de estúdio por ano. Que venham ao Brasil, que lancem algum ao vivo e um DVD também! Destaques para Saint Lucifer, Death Makes It All Go Away, Bonebreaker Propaganda e The Frisco Reaper. RC – 7,5 Faixas: 1. Black Clouds 2. Misfit with a Machinegun 3. Saint Lucifer 4. Cursed by the Knife 5. A Date with Suicide 6. Death Makes It All Go Away 7. Dominator of the Flesh 8. Bonebreaker Propaganda 9. Make Them Die Slowly 10. The Frisco Reaper 11. Bastards of Monstrosity |
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DESTRUCTION D.E.V.O.L.U.T.I.O.N. Laser Company/AFM – nac. Comemorando 25 anos de fundação (e não 25 anos de carreira nem atividades, visto que o Destruction ficou parado quase uma década), o trio de Thrash Metal clássico alemão, volta com mais um disco que honra sua carreira. Bom, o estilo é quase o mesmo, aquele Thrash alemão, que é mais pesado a agressivo que o norte-americano da Bay Area. Com os mesmos gritos agudos de Schmier, uma lenda dentro do estilo e de seu país. O título é até bem manjado, démodé, mas ficou legal e é bem sacado. A produção de Jacob Hansen deixou o disco bem atual, a capa é característica do grupo e aqui, os riffs estão mais mais graves e quebrados, por parte de Mike Sifringer, que empresta algum groove à música, entretanto, apesar de soar moderno e atual, o básico é o estilo de raiz. Last Desperate Scream é um exemplo disso. Podemos dizer que D.E.V.O.L.U.T.I.O.N. é o disco mais diversificado da história do grupo, como um Best of revisitado, trazendo todos os estilos da banda, deixando a audição deste CD mais empolgante. O disco ainda, é recheado de participações especiais, como Gary Holt (Exodus) e Jeff Waters (Annihilator) em Urge (The Greed of Gain), além do solo de (pasmem) Vinnie Moore (isso mesmo!) atualmente membro do UFO em Vicous Circle - The Seven Deadly Sins. D.E.V.O.L.U.T.I.O.N. não é o melhor disco do Destruction e ainda está longe de ser um clássico, mas honra sua discografia e ao vivo, por ser bem direto, terá um grande resultado. RC – 7,5 Faixas: 1. Devolution 2. Elevator to Hell 3. Vicious Circle - The 7 Seven Deadly Sins 4. Offenders of the Throne 5. Last Desperate Scream 6. Urge (The Greed of Gain) 7. The Violation of Morality 8. Inner Indulgence 9. Odyssey of Frustration 10. No One Shall Survive |
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DEATH MECHANISM
Human Error... Global Terror Morbid Tales / Under Rock Records – nac. A banda faz Thrash Metal, isso é notório. Sem antes de ouvi-la, chegamos a essa conclusão, seja pelo nome da banda, seja pela capa e principalmente pelo título composto, feito de duas frases, separadas da pausa das reticências. Ou você se esqueceu dos títulos So Far, So Good... So What!, Peace Sells... But Who's Buying? e Killing Is My Business... And Business Is Good! do Megadeth? Coincidência, homenagem ou cópia, tanto faz. O que interessa é que esta banda italiana, que teve Human Error... Global Terror lançado no Brasil via os selos Morbid Tales e Under Rock Records, trás um Thrash Metal com algumas pegadas Death bem Old School, bem norte-americano, bem Bay Area. A aposta efusiva em cima de riffs e mais riffs (que estilo além do Thrash que é feito basicamente de riffs? Quase todos têm, mas o Thrash é pura rifferama!) faz deste disco, apesar da sensação de deja-vu, dar a alegria de saber que existem bandas que querem apenas fazer boa música, sem invencionices tolas de Metalcore e New Metal! O absurdo que a banda é um trio, e você jura estar ouvindo duas guitarras em muitos momentos. Destaques para Anthropic Collapse, Necrotechnology e Blood Engine, a trinca inicial do disco (claro, depois da tradicional intro). RC – 7,5 Faixas: |
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LEGION OF THE DAMNED
Feel The Blade Nuclear Blast – nac. A produtividade do Legion Of The Damned é impressionante. Mesmo depois de pouco tempo de ter lançado um álbum 2007, Sons Of Jackal, a banda manda às favas a pirataria e os downloads de já lança outro disco e a Nuclear Blast bancando. Agora a banda volta com Feel The Blade e se distancia daquela imagem que a acoplava ao Dew Scented, na sonoridade, criando cada vez mais uma identidade própria. Som avassalador, poderoso, misturando Thrash Metal com Death Metal mais Thrashcore, Deatrhcore, Crossover, Metalcore e toda a sorte de estilos agressivos. Aliados a riffs cortantes, bateria frenética e o vocal à lá urso de Maurice Swinkels. A urgência sonora que emana de Feel The Blade é incessante. O novo CD soa ainda mais moderno e preciso, ainda que, sempre tentando resgatar o lado Old School (como todas as bandas destes estilos têm tentando flambar). O estilo do Legion Of The Damned permance intacto, variando pouco com relação aos antecessores, talvez pela seqüência de discos um atrás do outro. Mas para quem é fã, tem-se mais uma dezena de faixas estrondosas para se ouvir, pogar e banguear. Nuclear Torment abre o disco, na linha do antecessor Sons Of Jackal, já sentindo a artilharia que vai vir do kit de Erik Fleuren. O guitar Richard Ebisch riffa como poucos dentro desta vertente musical que começa a dar sinais de desgaste. Mas com o Legion Of The Damned, o desgaste está longe, muito longe. O guitar Richard Ebisch promete mais riffs e menos solos, fazendo a música do Legion Of The Damned soar um pouco menos “melódica” do que seus companheiros de estilo, menos técnica e mais na porrada mesmo! Slaughtering The Pigs é outro destaque dentre as 10 faixas principais. Tem-se ainda mais três bônus especiais, com destaque para o cover do Pestilence, Chronic Infection. O Legion Of The Damned honra seu passado, já que hoje é um Occult remodelado (com algumas pequenas mudanças de membros e musicais, além da mudança de alcunha). A edição nacional vem com um DVD de bônus, tornando o combo um CD duplo no formato CD+DVD. Mais é disco bônus mesmo, pois ele custa o preço de um CD simples! Muitas gravadoras chafardanasno passado lançavam discos com DVD ou CD de “bônus”, mas cobrava o preço de um CD duplo! Com a Laser Company e a Nuclear Blast Brasil não tem disso! RC – 8,5 CD: |