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DIO – Credicard Hall/SP – 15/07/06.
Texto e fotos: Júlio César Bocáter.
O grande mestre do Heavy Metal volta ao Brasil pela sexta vez (quinta com sua banda solo) para divulgar Holy Live, seu último disco/DVD ao vivo. Mas ao contrário dos discos, em que é tocado o Holy Diver na íntegra, nos shows daqui ele fez um set diversificado, ainda que com a proposta de Holy Live, ou seja, só tocando músicas antigas, da década de 80 para trás. Num abarrofado Credicard Hall, Dio entra com a mesma formação da última vez em que vieram aqui, em 2004: Craig Goldie na guitarra, Rudy Sarzo no baixo, Simon Wright na bateria e Scott Waren nos teclados. Sinceramente, foi a melhor apresentação de Dio no Brasil que eu vi (incluindo sua vinda com o Black Sabbath em 92)! Claro que o set ajudou, mas a banda estava inspirada naquele dia! Abrindo com a tétrica Children Of The Sea (quando ele começa cantando “In the misty morning...” todos se arrepiaram!), seguida de rápida I Speed At Night, junto a One Night In The City. Demais! Temos um medley com Stand Up And Shout, Holy Diver (uma das mais ovacionadas) e Gypsy. Solo de bateria de Simon Wright, que tem uma das marcações na caixa mais precisas e pesadas do Heavy Metal, para retornar com Sunset Superman, a primeira do Dream Evil (uma pena não ter tocado a faixa-título do mesmo). Os anos 80 total de fazem presentes com a dobradinha Don’t Talk To Strangers e Rainbow In The Dark, sempre um dos pontos altos do espetáculo, emendada ao solo de guitarra de Craig Goldie, duelando em seu final com Scott Waren. Diga-se de passagem, Craig, que já tocou aqui em 2001 e 2004, se mostrou muito mais simpático, carismático e muito mais desenvolto no palco. Ele é um grande guitarrista, mas em 2004, parecia emburrado, contrastando com a loucura de Rudy Sarzo, um dos maiores baixistas da história do Rock, tendo tocado já com Ozzy, Whitesnake e Quiet Riot. Aliás, nas horas dos solos, Dio se diverte com a maluquice de Sarzo no palco, os dois agitando muito, tornando a apresentação mais agradável ainda! Depois do solo, uma surpresa: I do Dehumanizer do Black Sabbath! Essa pegou a todos com as calças na mão, ninguém esperava! E foi a faixa mais “recente” de seu set (este disco é de 92). Você olhando a volta, via vários marmanjos com lágrimas nos olhos, inclusive este que vos escreve, todos relembrando a apresentação do Sabbath em 92 no Brasil! Depois, a emocionante All The Fools Sailed Away. Chega de emoções, pois em seguida vêm as duas eternas do Rainbow, The Man On The Silver Mountain e Long Live Rock’n Roll, sempre bombásticas! Mais um encore, para Heaven And Hell. Cara... Além de um clássico e ao vivo, ser melhor ainda, o encompridamento que Dio dá a ela é sensacional, com o jogo constante entre cantor e público, sendo seu clímax quando todas as luzes se apagam da casa e só uma luz vermelha de baixo pra cima no rosto de Dio, dando um ar macabro e satânico! Mal os presentes se recuperam, e vem a Speed e pesada We Rock! Que set list! Ainda tivemos The Last In Line e o último encore para Mob Rules, com a presença de Andreas Kisser. No set list estava prevista Neon Nights para o grand finale, mas para a surpresa de todos, o show acaba, as luzes se acendem, o som mecânico rola e é o fim! Também, com um set e um show destes, dá pra reclamar? Ok que, seu último de estúdio Master Of The Moon (que ninguém lançou no Brasil, por sinal. Com tanto porcaria que é lançada aqui, será que ninguém acredita no potencial de vendas do Dio? Não é possível) é ótimo, mas estávamos precisando lavar a alma, com músicas que ainda não tinha sido tocadas no Brasil e esta overdose de clássicos da década retrasada. Será que em 2008 tem mais?

PARADISE LOST, KRISIUN – Status Show/Santo André/SP – 09/06/06.
Texto e fotos:
Júlio César Bocáter.
Na mesma semana do 06/06/06 e no dia de abertura da Copa do Mundo da Alemanha, tivemos este grande show na nova e aconchegante casa de shows do ABC paulista. Quem abriu a noite foi o Krisiun, fazendo o que sempre soube fazer: barulho, peso, técnica, agressividade e brutalidade em doses cavalares. O som estava irregular e os telões da casa mostravam cenas bucólicas, típicas de karaokê, nada a ver com a música da banda. Clássicos de todos seus álbuns foram destilados, com mais atenção para os últimos Bloodshed e Works Of Carnage. Apesar disso, a recepção é muito maior para os discos mais antigos, como Conquerors Of Armageddon e Apocalyptic Revelation. Mesmo assim, o set acaba soando homogêneo. Lamenta-se a ausência de Black Force Domain, a música/álbum que catapultou este trio para fora do Brasil. Eles já estão no nível de esnobar seu maior clássico? Mas a esmagadora maioria estava lá para ver o Paradise Lost debutar em nossas paragens. Abriram o show com Don’t Belong, faixa do recém-lançado Paradise Lost (que não saiu no Brasil. Por que? Será que o Paradise Lost vende menos do que tanta tranqueira que é lançada aqui?). O som melhorou ao longo do set, e o público ensandecia a cada música tocada! Apesar d a banda ter concentrado seu set apenas nos discos recentes, opúblico não ligou. Clássicos desta nova era como Grey, Erased e Redshift eram despejados com pouca comunicação da banda e de seu frontman, Nick Holmes, mas a banda é perfeita em cima do palco! Halloweed Land do Draconian Times foi um dos pontos altos, assim como o hit One Second.Das antigas, apenas As I Die do Shades Of God e a imortal The Last Time, causando um alvoroço no Status Show, encerrando sua apresentação. Apesar da falta de muitos clássicos da fase antiga, o soldo foi positivo, e que a banda inclua o Brasil no seu roteiro de shows daqui em diante.

THE SISTERS OF MERCY – Via Funchal/SP – 19/05/06.
Texto:
Júlio César Bocáter.
Sem bandas de abertura e depois de dezesseis anos, a lenda do Gothic Rock volta ao Brasil. O Via Funchal estava lotado, com um público eclético, indo de Punks, Headbanguers e pessoas comuns, fã de Rock de FM apenas. O que menos vimos foram Góticos, por que? Desculpe, mas gótico que se preze e se diz gótico, não ir a um show de um dos pilares, pioneiros e fundadores do estilo, não deve ser chamado de gótico. Ou apenas andar de preto, ficar bêbado e ir a casas noturnas basta? Voltando ao show, o público de dividiu: metade adorou e metade detestou. Ninguém ficou indiferente à este show e à banda atual. Desde de 92, com Vision Thing, a banda não lança nada inédito, mas mesmo assim, tocou várias faixas inéditas, que não saíram em disco nenhum. Ou seja, além de ninguém conhecer, elas são fracas e me nada remetem ao que a banda já foi e fez um dia. Então, qual a finalidade de tocá-las e divulgá-las? Faltaram muitos clássicos, apesar de muitos outros terem sido apresentados. A banda atual não tem baixista, e um de seus guitarristas, é um farsante: ele dubla que toca guitarra, apenas fica pulando no palco e fingindo que está tocando (Chris May é seu nome, e olhe que ele tocou no mês de Maio, o mês de seu nome)! Seus movimentos não correspondem ao que sai dos falantes, acusando outras coisa gravíssima: playback em muitos momentos! A voz de Andrew Eldritch ficou em algum lugar do passado, mas ainda continua cavernosa. O grande destaque é Dr. Avalanche, a bateria eletrônica da banda, esta continua como sempre, e única integrante original ao lado de Andrew ainda no grupo! Ironias à parte, o show não tinha luz frontal e nunca vi tanta fumaça na minha vida, você não via direito o que acontecia no palco! Se isso pode ser um “abafa” para alguma armação em palco, por outro, deixou um ar mais macabro e sinistro à apresentação, se tornando um grande espetáculo, apesar dos problemas citados. As músicas com backing femininos, em suas respectivas partes, eram feitas pelo Chris May, que tem uma voz de moleque. Enfim? Dr. Jeep/Detonation Boulevard, When You Don’t See Me (ambas do Vision Thing) levaram o público ao delírio. Dominion /Mother Russia, cantada por todos presentes, assim como Alice, dos primórdios da banda, junto com Anaconda, foram momentos marcantes. This Corrosion correu o cérebro de todos, tamanha densidade e loucura que se emanou no local! Lucretia My Reflection também foi cantada em uníssono, encerrada com Temple Of Love, igualmente bem recebida. A reação da galera, apesar de perceber todos os artifícios citados no começo da resenha, saiu satisfeito e ovacionou a banda a tal ponto, que o incomunicável e enigmático Andrew Eldritch, bradou suas últimas palavras no Brasil: “this is my favourite place in the planet”. Que não demore mais dezesseis anos para a banda voltar e que não faltem os outros clássicos.

HELLOWEEN – Credicard Hall/SP – 25/03/06.
Texto e fotos: Júlio César Bocáter.
A banda retorna ao Brasil para mais shows e para gravar seu próximo disco ao vivo. Eu assisti todos os shows da banda no Brasil e posso afiançar: este foi o mais fraco de todos, disparado. Além de colocar muitas músicas do fraco Keeper Of The Seven Keys – The Legacy: Part III, e músicas longas, os poucos clássicos tocados nesta noite foram comprometidos pela atitude da banda. Pelo fato de estar gravando um DVD, os músicos se preocuparam mais em fazer poses para as câmeras do que tocar para o público presente. É até compreensível, ainda mais uma banda como o Helloween, que sempre fez este tipo de coisa, mas eles extrapolaram um pouco. Este foi o show mais parado da banda em termos de movimentação de palco e, além da grande quantidade de músicas novas, que não funcionaram tão bem aovivo, a banda optou por muitas músicas longas. E deixou de fora muitos clássicos! Nenhuma faixa de Master Of The Rings nem do excelente Better Than Raw! Um crime! Eles começaram o set com The King For A 1000 Years, do disco novo, longa e algo chata. Seguida da eterna Eagle Fly Free e a longuíssima Keeper Of The Seven Keys, essa sim, ovacionada pelo público. Dentre as varias pausas para as palhaçadas rotineiras, tivemos o solo de bateria de Dany Noeble, quando do meio para o final do solo o baixista Markus Grosskopf improvisa um kit pequeno e fica competindo com Dany. Este foi um dos momentos mais engraçados e espontâneos da banda. Aliás, hoje, Markus é o único que carrega o espírito do verdadeiro Helloween! Michael Weikath sempre carrancudo, Andi Deris, simpático, mas mostrando que seus tempos de Helloween já estão no fim, a não ser que voltem para aquela linha mais Hard de quando ele entrou na banda. Dany é novo e o guitarrista Sasha Gerstner parece uma múmia no palco. Que falta fazem Roland Grapow e Uli Kusch na banda! Bem, seguindo, tivemos do ótimo The Dark Ride as boas Mr. Torture e If I Could Fly, ambas matadoras ao vivo. Depois, solo de Sasha. Pô, num DVD ao vivo, a banda vai colocar 10 minutos de cada solo, fora várias músicas longas, muitas com mais de 10 minutos, em detrimento de tantos clássicos que ali poderiam estar? Voltam com a nitroglicerinica Power, única do excelente The Time Of The Oath. Future World vem depois, e claro, contagiando a todos. No encore, Mrs. God, uma das únicas boas faixas do disco novo, e funcionou bem ao vivo, mais I Want Now. E na boa... Deveriam proibir essa música se executada senão por Mike Kiske. Ninguém até hoje fez uma versão decente dela e Andi Deris e Kay Hansen (Gamma Ray) insistem, mas beiram o risível. Encerrando, Dr. Stein, claro, cantada em uníssono. Deu pra ver quantas faixas faltaram né? E quantos discos ficaram de fora. E quantos solos e quantas faixas longas e quantas faixas novas de um disco apenas regular. Ou o Helloween se recicla, ou estará com os dias (ou álbuns) contados.

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