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EVERGREY – Carioca Clube/SP – 13/12/2009.
Texto: Rodrigo Ribeiro. Foto: Marcio Rodrigo.
O Carioca já se tornou a Meca de shows de médio porte em São Paulo, pela falta de espaços descente na maior cidade da América Latina. Num domingo chuvoso, pra reviver os anos anteriores que se tinha 3 ou 4 shows num ano e em todos choviam, chegamos no final do show do Bittencourt Project, projeto do guitarrista do Angra. Para estranhamento, quando ele anunciou que era a última música, o pessoal começou a comemorar! Como Rafael não deixa barato, virou para o baixista Felipe Andreoli (também Angra) e disse “eles querem mais duas”. Muito estranha essa hostilização. Lembro quando o Angra com a formação clássica abriu para o AC/DC em 1996, e muitas pessoas hostilizaram eles (era comum na época, vivíamos na era da pedra lascada do Rock), ao final do show, Rafael desceu do palco e foi tirar satisfação com uns caras e quebrou a cara de 3 ou 4! Sua banda é completada pelo violinista Amon Lima, o baixista Felipe Andreoli (Angra) e o baterista Marcell Cardoso (Karma). Depois veio uma hora de show do Tempestt. Não hostilizaram. Mas cara, deu, viu? Quase metade do ser era de covers! Para que tocar uma hora, pra quase metade serem covers? Era melhor tocarem meia hora só divulgando suas músicas próprias. As covers: The Evil That Men Do do Iron Maiden, Synchronicity II do The Police e Don’t Stop Believing do Journey, além de In My Dreams With You da banda Vai, projeto de Steve Vai quando lançou um disco como banda, com vocalista e tudo, no caso, Devin Townsend. Mancadas ainda para o vocalista BJ. Eles tiveram muito problemas de som, principalmente com o guitarrista Leo Mancini (Shaman). E nas horas que tinham as “microfonias”, BJ deu altas carcadas em Léo, ao vivo, que nem o Datena faz no programa dele. Não fica legal. Se um dia eles tocarem no Wacken, por exemplo e isso acontecer, ele vai fazer isso? Ficou chato. Muito tempo depois sobe ao palco a atração principal, os suecos do Evergrey. Uma perfeição, pena que num lugar menor (como quase todas as bandas estão tocando) que da ultima vez, quando tocaram no Via Funchal, com o Pain Of Salvation. O som beirava a perfeição e a iluminação idem, ainda que o palco seja razoavelmente pequeno. Destaques para Watching The Skies, She Speaks To The Dead e As I Lie Here Bleeding. Um show perfeito, com fãs enlouquecidos, mas que faltou um pouco de punch, algo mais. No bis a banda ainda tocou Recreation Day, Broken Wings e A Touch Of Blessing. O Carioca é até aconchegante, mas se todo show for lá, e a maioria vai ser, vai perde rum pouco a graça.
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GRAVE DIGGER – Carioca Clube/SP – 21/11/2009.

Texto: Júlio César Bocáter. Foto: Márcio Rodrigo.
Tivemos um dia diferente em termos de show de Heavy Metal. Era dia de show de Grave Digger, o que aí não é nada demais, visto que estes alemães já viraram nossos hóspedes. Eles já vieram em 1997 junto com o Rage, depois em 2003, em 2005 para gravar um DVD ao vivo e em 2008, ano passado! Até aí não teria nada demais, se não fossem vários fatores que ocorrem por trás dos shows, necessários para a realização dos mesmos. Primeiro, a banda tocaria no Carioca Clube, uma casa de shows voltado aos gêneros populares (pagode, samba, forró) que está se tornando “referência” na cidade do Rock e do metal do Brasil (outra balela). Sim, faltam casas de shows em São Paulo! Antes, quando se tinha um show internacional por ano por aqui, qualquer lugar era lugar. Inclusive, muitas bandas anteriormente tocavam em estádios, pois qualquer um ia aos seus shows. Eu mesmo, fui em vários shows de bandas que não era muito fã, mas ia porque era o que tinha. Hoje, com 2 ou 3 shows todas as semanas, as pessoas são vão naqueles que gostam mesmo, e por isso, estão tendo vários shows, mas todos para públicos pequenos. Ano passado, “no long time ago”, dia 02 de agosto de 2008 o Grave Digger tocou no Citibank Hall (antigos DirecTv, Palace e outros nomes) para cerca de 2 mil pessoas. Desta vez, tocou para cerca de 800 pessoas. Apesar de ser menos da metade, se faz satisfatória esta sua passagem, visto que tocou no meio de uns 20 shows de Metal ao mesmo tempo acontecendo. Ano passado, praticamente naquele mês e período, só tive o show deles. Outro fator curioso. Como faltam espaços para shows, o Carioca foi escolhido. Sim, Via Funchal e Credicard Hall são um lugares enormes para 6 ou 7 mil pessoas. O Citibank virou espaço para MPB e é raro terem shows de Rock por lá. O Olímpia foi comprado pela IURD. Os dois Tom Brasil sabe-se que fim deram. Sobram então casas alternativas. E por este Carioca ser uma casa popular, já haviam eventos na mesma noite do Grave Digger, então, o show teve que ser em horário de matinê, acabando no máximo as 21 horas. Isso mesmo! A programação começaria as 16 horas, horário de matinê! Estranho em se tratando de sábado e ser um show de Heavy Metal, mas era o horário e o dia e casa que haviam disponíveis. Por diversos motivos, o Hellish War cancelou seu show e o Dr. Sin desistiu de tocar em cima da hora, por motivos técnicos: a bateria do Ivan Busic não caberia no palco! Visto que seria a bateria deles montada, mais a do Grave Digger e como o Rexor tocaria? Então, eles abriram mão para o Rexor tocar, senão eles não poderiam! Baita gesto do nosso Power Trio! E quem abriu foi o Rexor, infelizmente chegamos já no final do show, nos atrasamos devido ás fortes chuvas desta época. Mas grande parte do público curtiu, pois era um estilo inspirado nas bandas mais True, como o próprio Grave Digger. Enfim, depois das 19 horas entra a banda principal, com o tecladista, vestido como a mascote do grupo e a instrumental The Gallows Pole, e abrem com Ballad Of A Hangman, faixa de abertura do último disco. Além de Ballads Of A Hangman ser um dos melhores discos da banda, estando num mesmo nível que The Grave Digger, esta faixa-título (ou quase, por causa de um “S” a menos) parece ter feito parte do set list do grupo desde sempre! Realmente, Chris Boltendahl, é um mestre para compor este tipo de música. Outro fato atípico é Manni Schmidt, guitarrista que ficou muitos anos na banda, não fazer mais parte dela. Claro, o dono do negócio é Chris, mas Manni Schmidt já era a cara do Grave Digger, assim como o restante da formação, Jens Becker (Baixo), Stefan Arnold (Bateria) e Hans Peter “H.P.” Katzenburg (Teclado). E Manni fez falta. Não só tocando guitarra, pois seus substituto Axel Ritt se mostrou muito fraco, deixando as músicas muito “vazias”, mas principalmente em presença de palco! Fora que no ano passado, tivemos a rara oportunidade de ver o GD com duas guitarras, o que já foi descartado neste ano mesmo. Ouvi muitas pessoas falarem que sentiam falta da segunda guitarra, mas o GD só a teve por um ano. O que fez falta mesmo foi Manni, uma pena ter saído, pois esta foi a formação mais estável e a que mais durou da banda até hoje. Para quem os viu em 2005 e 2008, o set list atual, não sei se adaptado para o novo guitarrista, ficou aquém do set list anterior. Claro, que é legal haver mudanças, mas achei aquém. Por exemplo: entraram duas músicas novas, obvio, a faixa-quase-título e Hell Of Disillusion, que é a preferida de Chris do disco novo. de faixas novas, a título do single Pray, para mim, dispensável, ainda mais tocando no encore final. De The Grave Digger, em vez da faixa-título, tocaram Son Of Evil apenas. Das que se repetiram: Valhalla, Lionheart, Morgana Lefay, Excalibur, Knights of the Cross, The Last Supper, The Round Table (desta feita no começo do show), Silent Revolution e claro, The Dark Of The Sun, Rebellion (The Clans are Marching) e Heavy Metal Breakdown. Eles não sairiam vivos dali senão tocassem estas três! Se Heavy Metal Breakdown é o clássico maior da banda, Rebellion (The Clans are Marching) é o seu maior hino, não só pelo excelente disco do qual faz parte, Tunes Of War, e pelo seu marcante vídeo clipe, mas pelo momento de quando este disco e faixa forma lançados, em 1996, quando todos bradavam que o Rock e o Metal estavam mortos, que o Techno seria a única música que existiria, que era brega ser cabeludo e tal, e quem continuou curtindo Rock e Metal, se tornavam mais fortes! Quem viveu aquela época, pode ser chamado de verdadeiros heróis! Confesso que senti falta de clássicos como Grave In The No Man’s Land (essa faixa tinha que ser obrigatória ao vivo pra eternidade!), The Grave Digger, The Grave Dancer e The Ripper! Mas foi legal a variada. Enfim, saldo positivo, e que tenhamos mais produtores e mais shows no Brasil, e não só em SP! Agora falar que aqui em Sampa é capital mundial do Rock e Metal, é querer entrar no papo dos músicos que sempre falam que o Brasil é o seu país favorito. Só tem muitos shows aqui porque a cidade é inchada e tem 11 milhões de habitantes, então, claro, vai ter mais pessoas que curtem que uma cidade de 200 mil habitantes, por exemplo, sem contar, que mais da metade do público que assiste a shows aqui, são do interior e muitas vezes até de outros Estados, até porque, quase todos do Brasil inteiro tem algum parente, familiar ou amigo que mora aqui, então fica fácil se hospedar. Parabéns à produção, que apesar de tantos percalços, conseguiu fazer o show dentro do horário. Ignorem as críticas, pois as pessoas pagaram para ver o Grave Digger, e não as outras bandas, que seriam apenas conseqüência de estar lá! Até porque o Rexor, que tocou no horário que seria do Dr. Sin, tocou pra casa vazia, a mesma só encheu minutos antes da atração principal. Então tem muita gente reclamando dos dois cancelamentos, mas que não veriam as duas bandas caso elas tivessem tocado!
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DRAGONFORCE – Carioca Clube/SP – 08/11/2009.














Texto: Rodrigo Ribeiro Faria. Fotos: Márcio Rodrigo.
Queimei minha língua de novo. Isso aconteceu menos vezes do que a quantidade de dedos da mão esquerda do Lula. Mas numa destas raras vezes, aconteceu de novo. Não tinha expectativa alguma para ver o Dragonforce. Quando ouvi os primeiros discos, tinha achado uma banda de Power Metal muito boa, uma revelação, bem clichê, mas muito talentosa. Mas achei seu som esquisito e o último disco, Ultra Beatdown, um saco. Não consegui ouvi-lo inteiro. Músicas muito rápidas, guitarras e batidas na velocidade da luz, deixando Yngwie Mamlsteen e todos os blast beats do Black Metal parecendo tartarugas, Ultra Beatdown beira o inescutável, e para complementar, possui muitas batidas eletrônicas e Industriais. As músicas deste disco parecem trilha sonora de videogame, e deve ter sido essa a intenção, já que, a banda é uma das participantes do game Guitar Hero. A primeira impressa que tive na primeira música do show, era essa, pois abriram com a faixa de abertura do disco novo. Até dava impressão de playback na parte instrumental, pois é muito rápido e ainda os caras fazendo acrobacias no palco. Vi várias pessoas perguntando “eles estão tocando mesmo?”. Mas depois, as coisas foram se formando e voltando ao normal e o que assistimos, foi um verdadeiro espetáculo. Sim! Apesar de não ter firulas em termos de iluminação e efeitos pirotécnicos, e a casa ser modesta, ainda que com estrutura e boa para se assistir em todos os seus locais, a apresentação da banda foi um espetáculo. Apesar do palco pequeno, havia uma intensa movimentação de palco. Zp Theart (vocal) com sue visual quase “Piratas do Caribe”, canta muito, tem carisma e promoveu um banho de água na platéia, começando com garrafinhas, e culminando com verdaeiros baldes de água, num público que chegou molhado ao show (choveu muito, até a hora do show). Herman Li (guitarra), que é a estrela, mas não o único cara bom da banda, toca muito. Faz muitas caras e bocas, as vezes canta trechos das músicas, as vezes com a boca aberta fortuitamente, como Eddie Van Halen fazia, as vezes, fazia movimentos com a boca de forma desconexa à música. Sam Totman (outra guitarra) também toca muito e agita ainda mais, pula sem parar, faz brincadeiras e caretas, encaixando com a proposta da banda. Vadim Pruzhanov (teclados), tem uma performance exagerada, com visual e roupas distintas do resto da banda. Enquanto todos tem um visual Heavy metal comum, ele já parece um surfista, parecendo um integrante de alguma banda engraçadinha dos anos 90, como Ugly Kid Joe, Scatterbrain ou outra. Dave Mackintosh (batera) desce a mão em seu kit, com muita pegada e terminando, o francês Frédéric Leclercq (baixo), é o novato da banda e só arregala os olhos, sem nenhuma performance exagerada. Era nítida a diferença das músicas mais antigas, mais Power Metal tradicional, com uma performance mais clássica, das novas, mais rápidas e com o grupo parecendo fazer um circo o palco. Eu cansei só de ver! Segue abaixo o track list do show!

Faixas:
1. Heroes of Our Time
2. Operation Ground and Pound
3. Fury of the Storm
4. Black Winter Night
5. Starfire
6. Reasons to Live
7. Revolution Deathsquad
8. Soldiers of the Wasteland
9. The Last Journey Home
10. Valley of the Damned
Encore:
11. My Spirit Will Go On
12. Through the Fire and Flames
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TONY MARTIN – Blackmore Bar/SP –
06/09/2009.
Texto: Júlio César Bocáter. Fotos: Márcio Rodrigo
Mais uma data histórica para quem curte (como eu) a fase mais obscura, cult e Underground do Black Sabbath. Underground, pero no mucho, pois quando Tony Martin esteve a frente da banda de Tony Iommi, a banda sempre tocou em estádios e ginásios lotados, tanto quanto Martin gravou The Eternal Idol, e saiu em turnê, até o fim da turnê de TYR, bem como em seu retorno para os discos Cross Purposes e Forbidden. Foi surpresa Tony ter tocado ano passado, um fato inesperado. Houve uma evolução de 2008 para 2009. Em 2008, Mr. Martin abriu para Joe Lynn Turner. Em 2009, tocou aqui como headliner. Em 2008, o público de SP foi em torno de 200 pessoas, 1/3 fãs de Martin, um terço fãs de Turner e um terço fã dos dois. Em 2009, Martin, arrastou quase 300 pessoas sozinho! A tour do ano passado serviu como suporte para futuras turnês. Foi bom também para Joe Lynn Turner, pois ele também veio sozinho. Então, juntos em 2008, tocaram para 200 pessoas. Em 2009, tocaram para 500, sendo que o show do Tony teve mais público do que outros shows realizados no Blackmore. A resenha se limita ao show de São Paulo, onde comparecemos. Não temos os números e a percepção das outras cidades, mas em SP, ao menos, o saldo é mais do que positivo! E olha que estamos falando de um público quase que recorde na casa, e isso em pleno final de semana prolongado, por conta do feriado no dia 7 segunda-feira, e o show de Brasília foi no sábado dia 5 e em SP no domingo dia 6! O show teve um grande atraso, talvez por algum imprevisto no translado, já que na madrugada anterior eles tocaram em Brasília. A abertura ficou por conta da banda Rainbow Rising, cover do Rainbow. Fez um excelente show, tocando com correção. Apesar de ser um bom passa-tempo, creio que seria mais adequado uma banda com som próprio abrindo, seria uma oportunidade a mais para nossas bandas, já que em SP, “a capital do Rock” (uma falácia), 99% dos shows nacionais são de bandas covers. Até poderia ser uma banda de algum dos integrantes da banda de apoio da atração principal. Depois das 2 da manhã, a atração principal surge, para êxtase coletivo. O público com número digno de um bar, não são milhares, mas fiéis e apaixonados, todos cantando todas as músicas juntos! O som estava muito alto (deve ter batidos todos os recordes do Motörhead e Manowar!) e embolado no começo. A garra de todos presentes chegou a emocionar e fez desta noite, algo especial. Em meus quase 500 shows que devo ter assistido (desde 1999 perdi a conta), o que aconteceu nesta noite, foi algo raro. E a banda respondeu a altura. Geoff Nichols, uma lenda de quase duas décadas nas teclas do Black Sabbath, só com sua presença já era marcante. O baterista Danny Needham é um monstro. O kit que ele teve disponível era o mais simples possível, mas fez dele como se fosse um Cozy Powell tocando, com uma pegada pesadíssima de um Mike Terrana! O cara senta o braço sem dó! As cordas, de novo, ficaram por conta de músicos brasileiros, que já haviam tocado ano passado como banda de apoio de Tony, e fizeram a turnê de Ted Poley por aqui. Para artistas solo, mais cult, como todos citados, mostra-se a decisão mais acertada, afinal, alem de reduzir custos, instrumentistas bons é o que não faltam aqui, além de ser uma oportunidade para estes músicos aparecerem e divulgarem seus trabalhos! Davis Ramay (guitarra) e Diego Padilha (baixo), repetiram a dose do ano passado, deste feita juntos de Daemon Ross (guitarra). O entrosamento entre ambos foi nítido! A garra que eles tocaram também, sem essa de tocarem como profissionais apenas! Os caras tocaram como se fosse o show de suas vidas, tanto na qualidade, como na presença de palco! E o artista principal, Tony Martin, também tocou com uma garra incrível! Para calar a boca dos críticos! Um dos vocalistas mais injustiçados da história do Rock, fez sua parte, agitando, batendo palmas, interagindo com o público, se comunicando com o mesmo com carisma, nos solos, fazendo aquele gesto característico, como se fosse um pentagrama, jogando água no público! O motivo desta turnê era comemorar os 20 anos de Headless Cross e também festejar The Eternal Idol. No show do ano passado, Tony abriu para Turner e o show foi um pouco menor, e ele deu uma repassada na sua carreira, só ficando o disco Forbidden de fora, tocando até duas faixas de Cross Purposes, coisa que este ano ele não fez. O show começa com duas do The Eternal idol, a primeira, Lost Forever, pesadona, rápida, executada com maestria, um petardo, com os risos macabros de Martin nesta faixa! Emendada com Born To Lose, com aquele toque mais Hard, característica de sua fase no Sabbath, ainda mais neste disco, que foi gravado inicialmente com Ray Gillen, depois o mesmo saiu e Martin regravou todos os vocais. Passadas as duas faixas, que alvoroçaram a todos, Martin celebra que esta turnê é para comemorar “the 20 fucking years of Headless Cross”, para delírio geral. E ele começa com três faixas obscuras deste disco, algumas nunca tocadas ao vivo! A primeira desta parte, a meio bluesy Blackmoon, com uma melodia fantástica! Emocionante. Ao vivo funcionou perfeitamente! Em seguida um petardo: Devil And Daughter, que até foi tocada algumas vezes na tour de Headless Cross, mas para todos ali, um choque! Pesada, num dos melhores riffs tétricos de Tony Iommi desta fase, com nossos “meninos” (entre aspas mesmo, pois os caras são uns cavalos!) debulhando nas cordas e se alternando nos solos. Vou levantar uma lebre. Desde a entrada de Ronnie James Dio em 1980, o Black Sabbath lançou mão de duas guitarras. Sim. Em estúdio, em quase todas as músicas. Ao vivo, foi introduzido os teclados de forma definitiva, dos quais, fazem camas como sendo uma segunda guitarra, e em certos momentos, Geoff Nichols tocava uma segunda guitarra escondidinho. Tanto que em vídeos ele quase nem aparece, fica no “canto escuro do ringue”. Mas pode ser visto em alguns bootlegs tocando o instrumento, fazendo as bases e riffs enquanto Tony Iommi faz os solos. Impossível executar as músicas da fase de Tony Martin com uma guitarra só, já que foi a fase mais trabalhada da banda! Continuando na fase “me belisque, pois não acredito”, Tony pega o violão e anuncia Nightwing, uma das faixas mais lindas do Black Sabbath em todas as suas fases! Muitos fãs e alguns jornalistas (eu incluso) foram às lágrimas, linda. Mas tudo isso por ajuda da banda de apoio, mezzo estrangeira, mezzo nacional. Pois vi muita banda assassinar clássicos. Lembram dos shows de Dio no Brasil em 97 com o horrendo Tracy G. na guitarra? Pois é. Além da interpretação de Mr. Martin, contou e muito a execução de sua banda. Nesta faixa pode ser percebido mais claramente alguns efeitos na voz dele, do qual virou alvo de polêmicas e mentiras. Pois estes recursos são usados por quase todos vocalistas hoje em dia por conta do avança tecnológico. Quase ninguém alcança ao vivo as notas mais altas gravadas em estúdio. Ao vivo, lançam mão deste artifício polêmico. Em lugares maiores, quase ninguém vê, mas num bar numa apresentação mais intimista, pode ser melhor percebido. Joe Lynn Turner criticou David Coverdale por usar isso, mas o próprio também usa! O Coverdale se defendeu dizendo que para estes efeitos só funcionam se você cantar! Precisa cantar para o efeito surtir “efeito”. Mas como a imprensa brasileira sempre pegou no pé de Tony Martin desde que ele entrou na banda, quase sempre desvirtuam a verdade. Muitos publicaram que Tony Martin tinha dublado e feito playback ano passado, o que é mentira! Em ambos os shows, fiquei na “grade” e percebe-se que ele está cantando, inclusive, ficando vermelho e com as veias do pescoço infladas! Ate porque em alguns momentos ele desafina e em outros, canta em tom abaixo do gravado em disco. Então, como playback? No próprio show, surgiram boatos de algumas pessoas dizendo e espalhando que seria playback. De boa, um leigo dizer isso, desconhecendo estes recursos, ok. Agora, é inadmissível alguns jornalistas falarem isso, pois é um verdadeiro despreparo ou má vontade com o artista (talvez porque ele não beba e quem não bebe, hoje, sofre preconceito – digo isso, pois passo isso na pele todos os dias). Ou por que ele não fique se abrindo muito para a imprensa? Não fica lambendo os arroz-de-festas? Quem não foi aos shows de 2008 e 2009, dêem uma checada no Youtube. O estranho é que em shows onde os playbacks verdadeiramente rolaram de forma explicita, nunca ninguém falou nada! Por que parte da imprensa não disse isso nos shows do Nightwish de 2004 (o show de SP que foi adiado para o dia seguinte por Tarja Turunen ter passado mal no dia marcado do show – aliás, vocalista ficar ruim aqui em SP, é comum com esse ar poluído desta cidade que não pára de inchar. Faço uma lista em outra oportunidade). Por que ninguém disse isso? Por que os patrocinadores pagaram caro na produção do show? Que nem o atual governo através da Petrobras, inchando de anúncios na TV, rádios e jornais, calando a boca das redações para o período de maior roubalheira de nossa história? Tanto que, quando Marco Hietala foi apresentar ela ao público, ele agradeceu no microfone e o mesmo estava desligado! Ué, desligar microfone da vocalista pra que? E os dois shows do Sisters Of Mercy? Que enche a casa de fumaça e nem telão tem, pra ninguém reparar a falta de sync (sincronia entre imagem e voz) de Andrew Eldritch? E o show do Cradle Of Filth? Rhapsody? E o do Ozzy ano passado? Desde os anos 80 ele faz playback em muitos shows, e hoje ele mal consegue falar algo, quanto mais cantar! Só ver a diferença de sua voz quando se comunica com o público e quando canta! Por que dois pesos e duas medidas? Desculpe-me caro leitor, me alongar nesse assunto, mas a imprensa serve para informar e não desinformar as pessoas! Emitir opiniões é direito do jornalista em um país democrático. Mas dizer inverdades, jamais! Espero que dessa vez, ninguém diga isso de novo! Voltando ao show, depois destes temas obscuros e emocionantes, inesperados e inimaginados (nunca imaginei ver estas músicas ao vivo), uma pausa na parte do Sabbath, para Tony cantar duas de sua trajetória no Empire do alemão Rolf Munkes, Breathe e a já conhecida nossa e já tocada ano passado, The Raven Ride, ambas do disco The Raven Ride. Deu uma esfriada, embora estas músicas sejam excelentes! Mas são mais para se apreciar, pois apesar de pesadas e modernas, com afinações mais graves, tem um teor mais Progressivo e uma levada mais cadenciada. Voltando ao Sabbath, a sempre presente, longa, linda e tétrica When Death Calls. Seguida de Lawmaker, uma verdadeira porrada ao vivo! Esse tem que ser obrigatória em seus shows pro resto da vida! Poucas músicas são tão intensas como esta, parece ter sido composta propositalmente para ser tocada ao vivo Agora é hora da carreira solo e seu último disco, Scream, com duas faixas que foram executadas ano passado também. A setentista Raising Hell e a faixa-título, acompanhada de um violino tocado pelo próprio Martin. Voltando ao Sabbath, a esgoelada e épica Eternal Idol, longa, tensa e climática, outra surpresa desta turnê! Mais lenta, mas todos curtindo e apreciando. Seguindo, outra do Eternal Idol (o disco), que também era homenageado nesta tour, que é batizada de The Headless Idol, comemorando seus 21 anos, a eterna The Shinning, também tocada na última vez em 2008 e provavelmente, fixa em seu set list. Também é um dos seus momentos mais altos no Black Sabbath, linda, com riffs gélidos e marcantes. Depois da tradicional pausa, vem o encore com The Gates of Hell/Headless Cross, cantada em uníssono, maior clássico de sua carreira! Encerrando, Tony avisa que a próxima seria a última do show, e lembrou que em 2010, ele comemorará 20 anos do álbum TYR e que voltará ao Brasil para a turnê deste disco! Encerrou o set com uma música deste disco, Feels Good To Me, comentando o quanto achava ridículo o clipe desta música, claro, por imposição da gravadora, e durante o solo de guitarra, ele ficou imitando Tony Iommi no clipe, quando o mesmo aparece rodando em seu solo. O show acaba, sensação de dever cumprido e o começo da ansiedade para a turnê do TYR ano que vem! Vão imaginando os seus set lists e tomara que no ano que vem, possa tocar em mais cidades para públicos maiores! Detalhe: de todos os shows realizados neste tipo de parceria no Blackmore Bar, como Lawton, Graham Bonnet e Joe Lynn Turner, foi justamente o do Tony Martin o de maior público, segundo a própria produção! Por isso, caro leitor, não acredite logo de cara em tudo o que a imprensa especializada diz. Aliás, não existe ninguém melhor que ninguém, nenhum jornalista está acima de nenhum fã. Os Deuses do Rock’n Roll deixaram seus súditos, que são os músicos. Os demais, fãs e imprensa, somos todos iguais, mortais e dependemos um do outro. Tirando os músicos, sem essa de hierarquia, autoridade, intocáveis, donos da verdade. Somos todos iguais! Eu pelo menos, me considero igual a vocês. Até a TYR 20 Years Brazilian Tour!